ROMERO REPETE GOYCOCHEA – ARGENTINA BATE HOLANDA NOS PÊNALTIS E VAI À FINAL
Xará do herói da classificação para decisão há 24 anos, goleiro para Vlaar e Sneidjer nos pênaltis, e hermanos encaram a Alemanha, no Maracanã
Aos holandeses resta um encontro com o Brasil, sábado, às 17h (de Brasília),
no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, para decidir o terceiro lugar.
Um jogo com cara de melancolia para os donos da casa e também para a
Laranja, que chegou perto mais uma vez e novamente refugou.
Dificilmente a geração comandada por Robben, Van Persie e
Sneidjer terá outra chance.
FONTE: G1.


Torcedores foram do céu ao inferno. Depois de 27 dias de esperança pelo hexacampeonato, a alegria virou apreensão e foi engolida por uma decepção sem fim no início da noite
Alemanha massacra, faz 7, impõe ao Brasil o maior vexame da história e avança à final
Vergonha
Nas capas de jornais estrangeiros, humilhação, fracasso e vexame foram algumas das palavras para descrever o desempenho da seleção brasileira.
Envolventes, alemães entraram para a história ao aplicar a maior derrota do Brasil

Estava tudo preparado para uma grande festa em verde-amarelo. Mas o que se viu foi um autêntico show da Alemanha. Com um futebol envolvente, de toque de bola de extrema qualidade, os alemães entraram para a história ao aplicar a maior derrota do futebol brasileiro. Com uma goleada de 7 a 1, nesta terça-feira, diante de mais de 51 mil torcedores, a seleção germânica se classificou para a final da Copa do Mundo. Toni Kroos (2), Schürrle (2), Müller, Khedira e Klose balançaram as redes. Oscar fez o gol solitário do Brasil.
A Seleção Brasileira foi presa fácil para a Alemanha, que deixou o campo aplaudidíssima pela atuação impecável. Os germânicos se dirigiram aos torcedores depois da partida, retribuindo o apoio. Mas o Mineirão, em peso, reconheceu a atuação fantástica de uma geração que vem brilhando nos gramados desde a Copa de 2006, quando foi montada.
A Alemanha se classificou para disputar mais uma final de Copa do Mundo, a oitava. E chega muito forte e com moral para enfrentar o ganhador de Holanda x Argentina, que se enfrentam nesta quarta-feira, em São Paulo. A Seleção Brasileira terá que erguer a cabeça para ao menos encerrar de forma digna a participação. Resta aos comandados de Felipão brigar pelo terceiro lugar, sábado, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. A grande decisão será no domingo que vem, no Maracanã.
O jogo histórico
A torcida cumpriu o papel, veio ao Mineirão imbuída em apoiar a Seleção Brasileira do começo ao fim. Ainda mais com a confirmação da entrada de Bernard, titular na vaga de Neymar, o que levou os mineiros, principalmente os atleticanos, a gritar ainda mais em favor do time de Felipão e cia. Do outro lado, uma Alemanha ávida em estragar a festa que estava preparada para explodir depois do clássico.
O Brasil até tentou se impor no começo, obrigando Neuer a trabalhar. Mas o que se viu foi uma autêntica tragédia no Mineirão. A Alemanha, bem ao seu estilo, tocou bola com a mesma tranquilidade e eficiência de sempre. Com deslocamentos rápidos pela direita, sempre nas costas de Marcelo, que se mandou ao ataque e deixava um corredor atrás. O time germânico viu que tomaria conta facilmente do meio-campo e ganhou confiança.
Logo aos 11min, o prenúncio de que não seria uma tarde/noite boa para o Brasil. Em cobrança de escanteio de Toni Kroos, pela direita, a defesa vacilou feio e a bola se ofereceu para Muller, que não perdoou e mandou para as redes de Julio Cesar: 1 a 0. O lance não abalou a torcida, que continuou empurrando. Mas os jogadores, não. A Seleção se perdeu completamente e cedeu muito espaço aos alemãs. Era tudo o que o adversário queria.
O que se viu em seguida foi algo impensável. A Seleção Brasileira tomou um show de bola, um passeio em pleno Mineirão. Os alemães foram para cima, tocando bola e aproveitando as brechas entre o meio-campo e a defesa. E os gols foram saindo, transformando o apoio em vaias e revolta da torcida. Em menos de 20min, o Brasil tomou cinco gols! Destaque para Klose, que fez 2 a 0 e se tornou o maior artilheiro da história das Copas. Ele balançou as redes 16 vezes no total, deixando para trás Ronaldo Fenômeno.
Toni Kroos, um dos destaques do primeiro tempo, mandou a bola duas vezes para as redes de Julio Cesar, aos 24 e 25min.Logo depois, para desespero da torcida no Mineirão, Khedira completou no canto direito, depois de nova troca de passes perfeita dos alemães: 5 a 0. O suficiente para muitos torcedores abandonarem as cadeiras, com um misto de revolta e perplexidade.
Orquestra alemã
Sob vaias, os comandados de Felipão voltaram para o segundo tempo com mudanças. Paulinho e Ramires substituíram Fernandinho e Hulk, respectivamente, ambos inoperantes em campo tanto na destruição como na criação das jogadas. O Brasil até mostrou outro espírito – lutando mais que mostrando futebol. Os poucos torcedores que tiveram a iniciativa de apoiar o time se manifestaram. Neuer trabalhou muito em um verdadeiro bombardeio, demonstrando firmeza impecável.
Com Bernard bem aberto pela esquerda, o Brasil passou a incomodar. Só que os atacantes não estavam em uma tarde feliz. Tanto que Fred, apático como em jogos anteriores, fez com que a torcida perdesse a paciência. O centroavante, ídolo dos cruzeirenses, passou a ser perseguido em campo. Os alemães, em número reduzido, eram ouvidos com os tradicionais cânticos. E ainda teve tempo para o sexto, em uma histórica goleada germânica. Aos 23, Shcürrle, que entrara no lugar de Klose – aplaudidíssimo -, completou cruzamento de Lahm, pela direita: 6 a 0.
A torcida passou a aplaudir de pé as jogadas da Alemanha. Os papéis se inverteram, com gritos de ‘Olé’ a cada troca de passes germânicos. O Brasil ainda levou mais um e aumentou a humilhação. Aos 33, Schürrle recebeu na área e chutou forte. A bola tocou no travessão e Julio Cesar nem viu por onde passou: 7 a 0. Mas em vez de vaias, aplausos. Como uma autêntica orquestra filarmônica alemã. O Brasil ainda descontou com Oscar, aos 44min, mas a reação dos torcedores foi de ironia: ‘Eu acredito’, gritaram das cadeiras. Fim de jogo: 7 a 1.
BRASIL 1 X 7 ALEMANHA
Brasil
Julio Cesar; Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Paulinho), Fernandinho e Oscar; Hulk (Ramires) e Fred (Willian)
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Alemanha
Neuer; Lahm, Boateng, Hummels (Mertesacker) e Howedes; Schweinsteiger, Khedira (Draxler) e Toni Kroos; Ozil, Klose (Schürrle) e Muller
Estádio: Mineirão
Data: terça-feira, 8 de julho
Árbitro: Marco Rodríguez (MEX)
Auxiliares: Marvin Torrentera (MEX) e Marcos Quintero (MEX)
Gols: Muller 11, Klose, 22, Toni Kroos, 23 e 24, Khedira, 28min do primeiro tempo; Schürrle, 23 e 33min; Oscar, 44 do segundo tempo
Público: 58.151 torcedores
Cartões amarelos: Dante (BRA)
Há 27 dias, o clima era outro. Os quatro quarteirões fechados da Praça Diogo de Vasconcelos haviam se tornado um ponto natural de encontro de vários idiomas. Tudo era festa. Mas ontem, ainda no primeiro tempo, torcedores deixaram a Savassi e o Mineirão antes mesmo do fim da partida. “Eu sabia da ‘Neymardependência’, mas não imaginava que fosse tão grande. O time do Brasil sentiu muito a saída do seu craque. Não acredito que vi, na Copa do meu país, no jogo da minha cidade, um placar tão vergonhoso”, desabafou o engenheiro civil João Pedro Lanna, de 35 anos, natural de Belo Horizonte.
O ambulante Antônio Jorge da Silva, de 45, ficou revoltado: “Que papelão! Eu gastei muito. Comprei bebida para estse e o próximo jogo. E agora a festa acabou. Mas eles vão voltar para casa com dinheiro no bolso. E eu fico no prejuízo”.
A enfermeira Ana Cláudia Vieira, de 26, também moradora da capital, achou os jogadores brasileiros desequilibrados. “Mais do que triste, estou com vergonha. Sou apaixonada por futebol, assisto muitos jogos e por isso mesmo não consigo acreditar”, disse. “BH ficou marcada para sempre. O Maracanaço (derrota para o Uruguai na Copa de 1950) não é nada perto desse vexame”, completou o funcionário público Anderson Flores, de 32, de Formiga, no Centro-Oeste de Minas.
“É uma derrota catastrófica, horrível, mas temos de aprender com isso. 12, 13, 14 jogadores dessa equipe vão estar na copa de 2018”
“Acho que foi o pior dia da minha vida.” Assim o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, definiu a terça-feira em que sua equipe foi goleada por 7 a 1 pela Alemanha, no Mineirão, pela semifinal da Copa do Mundo. O maior vexame da história da Seleção Brasileira, segundo o treinador, nasceu em 10 minutos, quando o adversário marcou quatro gols. Palavras como descontrole, desorganização, pane, branco, desastre, catástrofe, pânico e transtorno foram repetidas por Felipão durante a coletiva.
“Deu um pane depois do primeiro gol e, com a qualidade dessa equipe, eles aproveitaram, e não tínhamos condições de reagir”, definiu o treinador brasileiro. “Peço desculpas pelo resultado negativo, por não chegar à final. Fizemos e tentamos o que tínhamos condições e o que achamos que era o nosso melhor.”
Felipão disse que não se arrependeu da escalação de Bernard, em vez de três volantes, como chegou a treinar. “Com a volta de Oscar, Hulk e Bernard, poderíamos fazer o setor do meio. Estava tudo organizado até o primeiro gol. Aí entramos em pânico e as coisas foram dando certo para eles. É uma escolha que o técnico faz e tem que arcar com as consequências”, avaliou. E ele assumiu a responsabilidade pelo resultado: “Pode até ser dividido por todo o grupo, porque os jogadores querem isso, mas a escolha da parte tática, a forma de jogar sou eu. Então, o resultado e o responsável fui eu”. Segundo Scolari, nem a presença de Neymar evitaria a derrota: “Ele é atacante e não teria como defender as jogadas trabalhadas que aconteceram ali”.
Felipão reconheceu que ficará marcado na história do futebol brasileiro não apenas como o técnico que conquistou o penta em 2002, mas também por ter sofrido a maior derrota de todos os tempos. “É um risco que sabia quando assumi o cargo. Tenho de assimilar e seguir em frente. Se for pensar em toda a minha carreira, acho que foi o pior dia da minha vida, mas continua a vida”, definiu.
Para Felipão, a derrota para a Alemanha não demonstra que o futebol brasileiro esteja ultrapassado taticamente. “Até o primeiro gol, fizemos um jogo idêntico e até melhor que a Alemanha. Houve descontrole. Não é normal, mas acontece. Não estamos atrasados. Perdemos um jogo para uma grande equipe”, justificou.
EM 2018 Ao mesmo tempo, o treinador admitiu que a goleada deixa lições para a equipe. “É uma derrota catastrófica, horrível, mas temos de aprender com isso. Doze, 13, 14 jogadores dessa equipe vão estar na Copa em 2018”, afirmou Scolari, que, de imediato, vai tentar reanimar o grupo para a disputa do terceiro lugar, sábado, em Brasília, contra o perdedor de Holanda x Argentina, a outra semifinal que será disputada hoje, no Itaquerão. “A qualidade da Alemanha foi muito grande. Não é normal, mesmo que jogue mais 10 jogos. Temos de saber como vamos assimilar a derrota.”

Sem ingressos para o Mineirão, os turistas Jonas Doil, Txai Meye, Felle Faehre, Sebastian Altenharp (de chapéu), Kajtek Skotridiv e Tobias Doil torceram pela Alemanha num bar do Bairro Anchieta
“O Brasil não merecia esse fim”. Assim reagiu o alemão Sebastian Altenharp, de 25 anos, que assistia ao jogo entre as seleções brasileira e da Alemanha no Bar Café do Carmo, no Bairro Anchieta, Região Centro-Sul da capital. O torcedor se mostrava incrédulo com a goleada histórica. “Minha aposta era 1 a 0. Claro que a gente queria ganhar do Brasil, mas esperava que fosse de outra forma, não desse jeito”, afirmou.
Sem conseguir ingresso para a partida no Mineirão, vendido a R$ 2 mil no mercado paralelo, Sebastian decidiu ir para o bar com amigos. Até o terceiro gol, os seis torcedores vibravam – eram os únicos alemães no meio da multidão de camisas verde-amarelas. Eles levantavam a bandeira e gritavam: “Finale, finale.” Depois do quarto gol, Sebastian deixou de comemorar em consideração aos brasileiros.
“A gente tem muito respeito pelo Brasil, que nos recebeu tão bem”, explicou o alemão em nome de seus amigos, que também evitaram celebrar efusivamente a goleada. Um brasileiro chegou a abordar o grupo para dizer que a Alemanha não estava ganhando a Copa, era o Brasil que a perdia. Sem confusão, as duas torcidas mantiveram o clima respeitoso.
Hino Durante o jogo, praticamente não havia alemães torcendo nos bares e restaurantes da capital. Não faltou apoio ao time vencedor por parte de brasileiros de origem germânica e simpatizantes da Seleção Alemã. Num reduto da colônia germânica, o restaurante Neckartal, no Bairro Santo Antônio, os descendentes comemoraram cada gol como se fosse o primeiro. Cantaram o Hino da Alemanha e zombavam sempre que brasileiros se aproximavam do gol de Neuer. Quando o Brasil marcou, ninguém se manifestou.
“Meu bisavô era alemão. A última vez que torci para o Brasil foi em 1994”, afirmou o analista de sistemas Thiago Canuto, de 33. Para ele, a vitória da Alemanha foi uma resposta à final da Copa do Mundo de 2002, quando o Brasil derrotou os germânicos com dois gols de Ronaldo e se tornou pentacampeão. “Hoje, o Klose passou o Ronaldo em número de gols”, comemorou Thiago.
No Restaurante Haus München, Fabiana Villani, Vitor Isidoro e Márcio Godoi se passavam por legítimos germânicos. “Desde 2002 torço para a Alemanha”, contou Vitor, que conseguiu “converter” os amigos. “Cheguei a ir para a porta do hotel da Seleção Alemã e tentar uma reserva para me hospedar lá, mas não consegui”, lamentou.
Queima da bandeira depois do quinto gol da Alemanha, ainda no primeiro tempo, deu início a tumulto e confronto generalizado entre torcedores e policiais militares
Maior ponto de concentração de torcedores na Copa do Mundo, com 35 mil pessoas em dias de jogo do Brasil, a Savassi foi do céu ao inferno ontem. O clima de grande alegria em verde e amarelo do início do dia foi cedendo lugar à apreensão e por fim, à perplexidade de milhares de torcedores em meio a tumulto e prisões.
O primeiro tempo nem tinha acabado quando o casal de aposentados Francisco Lanna, de 76 anos, e Maria Lanna, de 66 anos, recolheu o banquinho de plástico que tinha levado para a Savassi. Assim como a grande maioria dos torcedores brasileiros, eles estavam atônitos com o que acontecia com a Seleção comandada por Felipão. “A defesa falhou, o Júlio César também. Mesmo se o Neymar jogasse, não ia fazer a menor diferença”, tentou explicar Francisco. Maria não quis continuar assistindo ao jogo e por isso fez questão de voltar para casa. “Se forpara sofrer, que a gente sofra em casa, pelo menos. O sorriso agora fica amarelo, mas de constrangimento”, declarou.
O estudante Felipe de Moraes, de 19 anos, também não aguentou ver o vexame e lamentou principalmente pela bela festa que os brasileiros estavam fazendo. “Eu estava participando de tudo, na Savassi ou na Fan Fest. E acabar assim, nessa goleada inexplicável. O jeito é beber para afogar as mágoas”, justificou.
Quem também reclamou da derrota foram os ambulantes. Como muita gente acabou indo embora já aos 30 minutos da partida, quando estava 5 a 0 para a Alemanha, o movimento chegou a diminuir e alguns vendedores até fizeram promoção para atrair a clientela. “Eu costumava vender o latão por R$ 5 e agora estou fazendo três por R$ 10. Não tem muito clima para festa”, comentou José Feliciano dos Santos.
A colega Maria Ferraz, que foi para a Savassi todos os dias de jogos, disse que normalmente vende 20 caixas de cerveja e que a expectativa para ontem era de apenas nove caixas.
ESTRANGEIROS
DECEPCIONADOS
Até os estrangeiros ficaram decepcionados com a derrota brasileira. As amigas australianas Darci Morton, de 16, e Samara Ralston, de 17, que fazem intercâmbio em uma escola em Sete Lagoas aproveitaram praticamente todos os dias na Savassi e confessam que apesar de estarem acompanhando o Mundial, não ligam muito para futebol. “Na Austrália, o esporte não é muito popular e só agora que estamos no Brasil é que a gente começou a gostar um pouco mais. Mas as festas por conta da Copa são bem mais legais que os jogos”, disse Samara.
Já Darci, que torcia muito pelo Brasil, revelou estar preocupada em saber se a eliminação comprometeria os eventos. “Os brasileiros são muito animados, acolhedores, então tomara que no fim de semana a gente consiga aproveitar do mesmo jeito”, frisou.
Já os argentinos Martin Torres, de 31 anos, e Luciano Ali, de 33, vieram de Buenos Aires em uma caravana de 50 amigos em um Bar Móvel e estavam ansiosos por uma final Brasil x Argentina. Os dois já rodaram várias cidades brasileiras atrás de Messi e cia. e pararam em BH para tentar ir ao Mineirão e tentar comprar ingressos para a final no Maracanã.
“Como não conseguimos entradas para Brasil x Alemanha, vamos aproveitar a festa na Savassi. Já estivemos aqui no jogo da Argentina contra o Irã e foi bem legal. Tem muita gente bonita e o povo é festeiro”, analisou Martin. Com a derrota brasileira, Luciano que estava com uma placa à procura de entradas para o último jogo da Copa do Mundo, acreditava que seria mais fácil conseguir uma entrada agora. “Era a final sonhada por todos. Mas como o Brasil perdeu, acho que muita gente vai desanimar. Pelo menos, nós estaremos lá”, declarou confiante.


Passageiros pararam para assistir à partida
“Foi uma decepção, uma vergonha nacional”, lamentou o gaúcho Gilmar Sossella, que estava no Mineirão desde o início da partida e decidiu sair quando o placar já estava 5 a 0 para o país europeu. “Inacreditável”, acrescentou a mulher Melania. Gilmar disse que sabia muito bem que a partida seria difícil, mas que não chegaria a esse ponto. Na opinião dele, será necessário uma reformulação na Seleção Brasileira “começando por cima”. Ele explicou que a Alemanha fez essa reforma na década passada e criou uma nova geração de jogadores de futebol. “Deu tão certo que o resultado está aí”, disse Gilmar.
Para o advogado norte-americano Robert Willoughby, que seguia com a mulher Helisângela para São Francisco, na Califórnia, o resultado do jogo foi decorrente da desestabilização do time brasileiro. Mineiro de Montes Claros, Marcos Damasceno Freire estava no voo procedente de Fortaleza quando o piloto falou do resultado de 7 a 1. “Não acreditei. Agora vou viajar para a minha cidade muito chateado.”
Entre os passageiros que assistiam ao jogo no telão do aeroporto, um torcedor se destacava por estar com o boné da Alemanha. Era o arquiteto venezuelano Juan Pablo Gross, descendente de alemães. “Estou feliz e vou torcer ainda muito pela Alemanha.” Já o casal Isaías Martins e Maria de Lourdes Alcântara Pereira, de Governador Valadares, no Leste de Minas, não perde a esperança. Os dois estavam com uma camisa onde se liam os anos em que o Brasil foi campeão da Copa (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002). “Deixamos as reticências depois de 2002, pois nunca se sabe”, disse Isaías.
Com a camisa da Alemanha, os empresários Gunter Kuhstein, de 54, e Andreas Tragner, de 30, estavam felizes e surpresos com a goleada. “Achei que o placar fosse de no máximo 2 a 0 para a Alemanha; 7 a 1 eu nunca imaginei”, disse Gunter, que seguiu para Salvador (BA) e estará na final no Maracanã, no domingo.
MOVIMENTO De manhã e início da tarde, os aeroportos da Pampulha e de Confins foram de chegadas, partidas e muito movimento. Eram torcedores querendo chegar a Belo Horizonte para torcer. Desembarcavam e seguiam direto para o Mineirão. Na Pampulha, bem perto do estádio, aviões particulares de empresários, artistas e autoridades disputaram espaço para pousar. Nos corredores, passageiros e funcionários contaram ter visto até o presidente do país africano Gabão desembarcando. Segundo a Infraero, houve um aumento de 60% de voos executivos ontem. As empresas tiveram que recusar atendimentos de última hora.
“O Aeroporto da Pampulha já foi um dos 10 maiores do Brasil em movimentação de voos executivos”, comentou o supervisor da Infraero, Nerivaldo Gomes. O órgão não informou a quantidade exata de aeronaves particulares recebidas, a maioria de origem estrangeira, mas estima-se que tenham sido mais de 100. Thiago Nacif Kasbergen é gerente de uma das empresas e disse que nunca viu tantas aeronaves particulares no aeroporto. Foram 27 de várias partes do Brasil ontem, incluindo seis helicópteros. Em dias normais, o número não passa de 15. Chamou a atenção a vinda de dois aviões da Inglaterra, uma delas o jato Falcon 7X, um dos maiores modelos de aviação executiva. Diante de tantos pedidos, alguns recusados, Thiago direcionou dois voos para o Aeroporto Carlos Prates.
Outra empresa teve que dispensar atendimento a 17 aeronaves. O hangar atingiu a capacidade máxima com voos programados desde anteontem, assim como ocorreu nos outros dias de jogos do Brasil em Belo Horizonte. No total, foram 33 pousos. “Isso é o que faturo em todo o mês”, comemorou o coordenador de operações Guilherme Rodrigues Abrantes. Os aviões saíram lotados principalmente de São Paulo, Rio de Janeiro, interior de Minas e Nordeste, e 70% deles retornaram ontem mesmo.
Em Confins, além dos voos internacionais, aviões chegavam do Rio de Janeiro, Guarulhos, Goiânia, Rio de Janeiro e Curitiba, entre outras origens, trazendo, em sua maioria, torcedores do Brasil. É o caso dos engenheiros Lívia Fuentes, de 29 anos, e Leonardo Furtado, de 31, que se tornaram verdadeiros nômades para acompanhar todos os jogos do Brasil na Copa. O casal de São Paulo já foi a Brasília, Fortaleza, Recife, Porto Alegre e Salvador. “Nós somos pés quentes, vamos trazer a Copa”, brincava Leonardo antes do jogo.
FONTE: Estado de Minas.
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 29/06/2014, 09:00.
Confira o que abre e fecha em BH neste sábado dia de jogo do Brasil
Neste sábado (28), a Seleção Brasileira disputa as oitavas de final da Copa do Mundo em Belo Horizonte. O jogo é contra o Chile e começa às 13 horas. Por isso, alguns órgãos da Prefeitura e outros estabelecimentos da capital funcionam em horário especial. Confira:
Abastecimento
• Mercado do Cruzeiro (Rua Ouro Fino, 452, Cruzeiro) – das 7h às 12h;
• Central de Abastecimento Municipal (Rua Maria Pietra Machado, 125, São Paulo) – das 7h às 12h;
• Feira Coberta do Padre Eustáquio (Rua Pará de Minas, 821, Padre Eustáquio) – das 7h às 12h;
• Sacolões Abastecer – das 7h às 12h;
• Feiras Livres – das 7h às 12h;
• Feiras Modelo – Não funcionam aos sábados;
• Feira de Orgânicos – 7h às 12h;
• Banco de Alimentos (Rua Tuiutí, 888, Padre Eustáquio) – Não abre aos sábados;
• Armazéns da Roça (Rodoviária, 2º Piso, Centro, e Rua Maria Pietra Machado, 125, São Paulo) – Não funciona aos sábados
• Direto da Roça – das 7h às 12h;
• Mercado da Lagoinha (Avenida Antônio Carlos, 821, São Cristóvão) – Não abre aos sábados;
• Restaurantes Populares I, III e IV – Não abrem aos sábado;
• Refeitório Popular da Câmara Municipal (Avenida dos Andradas, 3.100, Santa Efigênia) – Não abre aos sábados.
Parques e Zoológico
• O Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro, abre das 6h às 11h. Os demais parques funcionam das 8h às 11h;
• O Jardim Zoológico, o Jardim Botânico, o Aquário da Bacia do Rio São Francisco (Av. Otacílio Negrão de Lima, 8.000, Pampulha) e o Parque Ecológico da Pampulha (Av. Otacílio Negrão de Lima, 6.061, Pampulha) não abrem.
Equipamentos culturais
• Museu Histórico Abílio Barreto (Avenida Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim) – das 10h às 17h;
• Museu de Arte da Pampulha (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.596, Pampulha) – das 9h às 12h30, retornando as atividades às 14h30 até às18h30.
• Casa do Baile (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 751, Pampulha) – das 9h às 18h;
• Centro de Referência da Moda (Rua da Bahia, 1.149, Centro) – Não funciona aos sábados;
• Arquivo Público da Cidade (Rua Itambé, 227, Floresta) – Não funciona aos sábados.
Comércio
• Funciona das 8h30 às 11h45
Shoppings
• Minas Shopping (Avenida Cristiano Machado, 4000, União) – Lojas funcionam das 10h às 13h, retomando as atividades uma hora após o térmido do jogo até às 22h. A praça de alimentação fica aberta normalmente, das 10h às 23h e os cinemas abrem suas sessões uma hora após o fim do jogo;
• Diamond Mall (Avenida Olegário Maciel, 1600, Lourdes) – Lojas, praça de alimentação, praça de restaurantes e cinemas funcionam das 10h às 12h, com reabertura uma hora após o término do jogo;
• Via Shopping (Avenida Afonso Vaz de Melo, 640, Barreiro) – Lojas e praça de alimentação abrem das 10h às 12h e reabrem uma hora após a disputa até às 22h. Após as 19h30, no entanto, o funcionamento da praça de alimentação, drogarias e cafeteriais será facultativo;
• Shopping Estação BH (Avenida Cristiano Machado, 11833, Venda Nova) e Shopping Del Rey (Avenida Presidente Carlos Luz, 3001, Caiçaras) – Lojas, praça de alimentação e espaços de lazer funcionam das 10h às 12h e reabrem após às 16h até às 22h.
• Shopping Cidade (Rua dos Tupis, 337 – Centro) – Lojas e praça de alimentação abrem das 9h às 12h de forma facultativa, reabrindo uma hora após o encerramento da partida até às 22h.
Transporte
As linhas de ônibus gerenciadas pela BHTrans funcionam normalmente durante o sábado, com reforço das 13h às 15h – horário do jogo entre Brasil e Chile. Torcedores que se dirigirem ao Mineirão podem identificar s linhas que vão ao estádio através de um adesivo na parte frontal do ônibus. Excepcionalmente no sábado, a linha 50 (Estação Pampulha/Centro – Direta) realiza paradas na Estação Mineirão.
Agora é a vez de Belo Horizonte se tornar a capital de todos os torcedores brasileiros. As camisas amarelas serão maioria no Mineirão no sábado, quando a Seleção enfrenta o Chile pelas oitavas de final da Copa. Bandeiras, caras pintadas, lenços na cabeça, cartazes nas mãos e energia verde e amarela farão a festa no Gigante da Pampulha. Segundo o Ministério do Esporte, 35% dos torcedores no estádio serão mineiros e 31% de outros estados, além de 34% de estrangeiros, com estimativa de quase 60 mil pessoas que compraram ingressos para ir ao Mineirão. Em meio à euforia e à grande circulação de pessoas, pesam dois desafios para BH: segurança e mobilidade.
A Polícia Militar informou que manterá o efetivo de cerca de 13 mil agentes, formados pelo Batalhão Copa (3 mil), Comando de Policiamento Especializado (quase 3 mil) e Comando de Policiamento da Capital (6 mil). Além desse efetivo, trabalharão outros 500 militares de áreas administrativas. “No sábado, como haverá o evento mais esperado da Copa em BH, a Seleção Brasileira jogando no Mineirão, o comando terá todo esse contingente à sua disposição e já tem mapeados os pontos da capital que serão atendidos”, afirmou major Gilmar Luciano, chefe do setor de imprensa da PM.
Pontos estratégicos terão atenção especial do policiamento devido à possibilidade de manifestações e infiltração de vândalos como ocorreu no dia 12, dia de abertura da Copa, que saíram da Praça Sete e atacaram a polícia e depredaram o patrimônio público e particular no entorno da Praça da Liberdade. E ainda no dia 14, quando Colômbia e Grécia jogaram no Mineirão e a polícia formou um cordão de isolamento para conter os manifestantes na Praça Sete. Desde então, não houve mais conflitos em BH.
Os pontos que terão a segurança reforçada são o Mineirão e o entorno, Mercado Central, praças (da estação, da Liberdade, da Savassi e Sete) e turísticos, como Lagoa da Pampulha, hotéis e centros de treinamentos, onde delegações estrangeiras estão hospedadas. O major garante que, mesmo se ocorrerem manifestações, o efetivo policial específico será suficiente para cada região, mas não pode revelar o número por questões estratégicas.
BHTrans recomenda transporte público
PM garante que haverá muita segurança
PRIORIDADE AOTRANSPORTE PÚBLICO
Outro desafio será a mobilidade dos torcedores. A BHTrans recomenda aos torcedores, principalmente aos moradores de BH que têm carro, embarcar no transporte público para chegar ao Mineirão, mesmo sendo sábado e época de férias e com menos riscos de lentidão e congestionamento. A estimativa é de que, se o motorista insistir, terá que deixar o veículo estacionado a cinco quilômetros do estádio e, se for no chamado Expresso da Copa ou BRT/Móvel, a caminhada será de no máximo dois quilômetros. A mesma recomendação vai para a Fan Fest, evento oficial da Fifa, no Expominas, no Bairro Gameleira, na Região Oeste.
Eventuais mudanças no trânsito no sábado poderão ocorrer em caso de manifestação, segundo a BHTrans, que manterá por enquanto o mesmo esquema definido para toda a Copa. A empresa não divulga o número de passageiros transportados rumo ao Mineirão em três dias de jogos, mas foram mais de 1 mil viagens partindo e chegando dos terminais da Copa (Centro, Savassi, Minas Shopping e Expominas) ou no BTR/Move, que tem estações de desembarque na Avenida Pedro I (Mineirão e UFMG), dando acesso ao estádio pela Avenida Abrahão Caram.
Para facilitar a mobilidade dos torcedores, os ônibus dos terminais Copa, que levarão os passageiros diretamente ao Mineirão, não farão paradas ao longo do trajeto. O retorno começará logo após a partida e durará duas horas, com paradas para desembarque ao longo do itinerário, nos pontos de ônibus convencionais.
A fim de garantir maior agilidade e conforto no deslocamento dos torcedores que vão usar o BRT/Move, será oferecida como alternativa uma operação especial da linha troncal 50, com embarque diferenciado e livre utilização por meio da pulseirinha Mineirão. Para o serviço especial ela custa R$ 5,70, mesmo sendo usada em um só trecho, enquanto, para a volta, pode ser adquirida em quiosques próximos às estações de transferência UFMG e Mineirão.
COMÉRCIO Nos próximos dias, será definido o horário de funcionamento das lojas e demais estabelecimentos no sábado, já que o acordo de fechamentos das lojas, firmado entre o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e empresários, foi estipulado apenas para a primeira fase do torneio. A expectativa é de que vigore o mesmo esquema, com portas cerradas até duas horas antes das partidas da Seleção Brasileira. ACOMPANHE AS ATUALIZAÇÕES DO NOSSO BLOG, POIS TÃO LOGO A PREFEITURA E O CDL DEFINAM O HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DO COMÉRCIO NÓS INFORMAREMOS AQUI!
Del Rey e Estação BH funcionarão em horário especial, abrindo às 10h e parando uma hora antes do jogo, que acontece às 13h, no Mineirão.
O diretor da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) Conselho da Savassi, Alessandro Runcini, informou que, na quinta-feira, será divulgado o resultado de uma pesquisa ouvindo os lojistas sobre o nível de satisfação durante a Copa. “Os setores de gastronomia (bares e restaurantes), de material esportivo e produtos licenciados pela Fifa e de artesanato estão duplicando as vendas em relação a outros meses. Os estrangeiros só não compram roupas, óculos e outros artigos devido à alta carga tributária no país, que encarece os produtos”, disse Runcini.
Com o jogo entre Brasil e Chile, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, em Belo Horizonte, às 13h deste sábado (28), os shoppings Del Rey, na região da Pampulha, e Estação BH, em Venda Nova, funcionarão em horário especial.
Nos dois shoppings, as lojas abrem às 10h, funcionam até uma hora antes do início do jogo, e reabrem uma hora após. Sendo assim, as lojas, as praças de alimentação e lazer funcionam de 10h às 12h e de 16h às 22h
Sindicatos entraram em acordo e, após liberados, funcionários só retornarão ao trabalho no dia seguinte.
O Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte (Sindilojas) e o Sindicato dos Empregados do Comércio (SEC) divulgaram na manhã desta quinta-feira os horários de funcionamento dos estabelecimentos na capital em dias de jogos da seleção brasileira durante a primeira fase da Copa do Mundo. A definição é válida apenas para Belo Horizonte e se trata de uma determinação a ser cumprida pelos lojistas.
FONTE: Estado de Minas e O Tempo.
Com agenda “apertada”, Inglaterra chega a BH para jogo de despedida
Eliminados da Copa do Mundo, ingleses enfrentam Costa Rica na partida desta terça, no Mineirão, que pode ser a última do meia Lampard pelo “English Team”
Uma recepção discreta cercada de seguranças, jornalistas e curiosos. Foi assim que a seleção da Inglaterra chegou ao hotel na zona sul de Belo Horizonte no início da tarde desta segunda-feira. Com a presença de algumas crianças em frente ao edifício e poucos torcedores ingleses no saguão, os jogadores do “English Team” desceram tranquilamente do ônibus rumo aos alojamentos antes do almoço. Nesta terça-feira, às 13h (de Brasília), Costa Rica e Inglaterra se enfrentam pela última rodada do Grupo D da competição. Os costa-riquenhos lutam para confirmar o primeiro lugar da chave, enquanto os ingleses, já eliminados, se despedem do Mundial.

Segundo a Polícia Militar, a chegada do ônibus ao hotel, prevista para às 13h40 desta tarde, manteve a pontualidade britânica. A agenda da Inglaterra informa que haverá uma atividade no Mineirão após a entrevista coletiva do técnico Roy Hodgson no estádio. Porém a própria PM, que cuida da segurança da delegação, trabalha com a possibilidade de os jogadores permanecerem no hotel após o almoço. A conferência de imprensa do treinador inglês está marcada para às 15h30 desta tarde.
Diante da seleção costarriquenha, Hodgson pretende utilizar atletas que ainda não tiveram oportunidades de atuar na competição ou que não foram titulares no último jogo dos ingleses no Mundial. Sem poder contar com os lesionados Alex Oxlade Chamberlain e Lighton Baines, o treinador tem como opções os jogadores do Ross Barkley, Adam Lallana e Jack Wilshere para começar a partida contra a Costa Rica.
O confronto no Mineirão deve marcar a despedida de Frank Lampard da seleção inglesa. Com 36 anos e jogador mais velho do elenco, o meio campo deve ficar com a vaga do capitão Steven Gerrard, que será poupado. A Inglaterra foi eliminada da Copa do Mundo após ser derrotada pela Itália, por 2 a 1 na partida de estreia; e pelo Uruguai, com o mesmo placar na segunda rodada do grupo. A seleção inglesa não revelou qual será programação após a partida para o retorno da delegação à Europa.
PARA VER AS DATAS DOS JOGOS E FUNCIONAMENTO DE BANCOS E COMÉRCIO, VEJA AQUI O GUIA DA COPA!
Conforme o Guia, bancos, comércio, lojas de rua, shoppings e serviços públicos funcionarão normalmente. Este funcionamento somente será alterado nos dias em que a seleção brasileira jogar em Belo Horizonte, como no próximo sábado, 28 de junho.
FONTE: G1.
A Copa do Mundo e o Direito Penal
Eudes Quintino de Oliveira Júnior e Antonelli Antonio Moreira Secanho
Estão sujeitas à lei penal brasileira as pessoas que no Brasil estejam, ainda que de forma transitória.

Prima facie, tem-se que, por questões de soberania, a lei penal brasileira é aplicada em todo o território nacional, estando a ela sujeitas as pessoas que no Brasil estejam, ainda que de forma transitória (excetuam-se os diplomatas, que também por questões de soberania, sujeitam-se à vontade do país que representam).
Assim, um sujeito estrangeiro – americano, por exemplo – que venha a explorar sexualmente uma criança ou adolescente, vindo a conduzir posteriormente um veículo automotor sem a habilitação para tanto, se verá alcançado pelos efeitos da legislação penal brasileira, podendo perfeitamente ser preso provisoriamente (desde que presentes os requisitos), condenado pelo crime que praticou no Brasil, sob a égide da lei penal brasileira e ainda cumprir pena de acordo com as disposições da lei de execução penal.
Há que se destacar que, recentemente, a presidente Dilma Rousseff sancionou projeto de lei que torna hediondo o crime de exploração sexual de criança e adolescente, o que faz com que todas as disposições da lei 8.072/90 sejam aplicadas a quem quer que pratique um crime hediondo no país, seja o autor brasileiro ou estrangeiro.
Sendo assim, é preciso que sejam tomadas medidas para que a sanção penal ao estrangeiro seja efetiva, pois a pessoa pode estar de passagem no país em razão de turismo. Logo, ainda que sejam medidas alternativas à prisão cautelar, mister que se atue com vigor para que a prática criminosa, sobretudo em época de grande evento, seja eficazmente combatida.
De qualquer modo, também não se pode perder de vista que a Lei Geral da Copa – Lei 12.663/12 – também traz medidas penais (artigos 30 a 36) para reprimir condutas praticadas justamente no período da Copa do Mundo.
Assim, o artigo 36, da lei 12.663/12, prevê o caráter temporário das condutas penais descritas nesse diploma legal: os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o dia 31 de dezembro de 2014.
Curiosamente, optou o legislador por estabelecer uma lei penal temporária (cessante ratione legis, cessat ipsa lex), ou seja, aquela que produz efeitos apenas durante seu período de vigência: a lei possui verdadeiro “prazo de validade”. Assim, alguém que pratique exatamente qualquer conduta penal descrita na lei até 31 de dezembro de 2014 praticará crime nela previsto. Destarte, caso o fato se dê no ano de 2015, verifica-se atipicidade da conduta.
Com efeito, a lei temporária pode ser ultrativa, produzindo efeitos após o término de sua vigência. Contudo, é imperioso que o fato tenha sido praticado durante sua validade.
O congraçamento dos povos sempre foi um objetivo da humanidade. O Império Romano, no auge de sua tradição, ergueu o Coliseu com uma construção em mármore e pedra travertino, que abrigava mais de 50.000 pessoas, também chamado de arena. Era o local apropriado para os combates entre os gladiadores, modalidade de disputa que eletrizava o povo de várias regiões que se fazia presente. O imperador, com um levantar ou abaixar do polegar decidia a vida ou a morte do lutador derrotado. Só o imperador e dentro da arena.
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*Eudes Quintino de Oliveira Júnior é promotor de Justiça aposentado, mestre em Direito Público, com doutorado e pós-doutorado em Ciências da Saúde. Advogado e reitor da Unorp – Centro Universitário do Norte Paulista.
*Antonelli Antonio Moreira Secanho é advogado, bacharel em Direito pela PUC/Campinas e pós-graduação “lato sensu” em Direito Penal e Processual Penal pela PUC/SP.
FONTE: Migalhas.
Dilma é hostilizada durante abertura da Copa do Mundo em São Paulo
Houve xingamentos à presidente e à Fifa após o hino nacional.
Ao lado de Blatter, ela acompanhou abertura da Copa em Itaquera.

A presidente Dilma Rousseff foi hostilizada durante a abertura da Copa do Mundo em São Paulo nesta quinta-feira (12).
Xingamentos contra a presidente foram ouvidos em dois momentos antes da partida: após a chegada de Dilma ao estádio e após a execução do hino nacional, já a poucos minutos do início do jogo. No segundo tempo, Dilma foi xingada mais duas vezes.
O vídeo acima mostra os gritos contra a presidente após a execução do hino. Houve também xingamentos contra a Fifa.
Os gritos com palavrões começaram na área VIP e se espalharam por outras partes das arquibancadas da Arena Corinthians.
Dilma não fez discurso durante a abertura. Vestida de verde, acompanhou o jogo ao lado do presidente da Fifa, Joseph Blatter, na Arena Corinthians, e Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
No ano passado, Dilma foi vaiada em rápida aparição no Estádio Nacional Mané Garrincha antes da partida entre Brasil e Japão, na estreia na Copa das Confederações.
A presença dela foi anunciada pelo sistema de som logo depois que os jogadores das duas seleções entraram em campo. Ao lado dela, Blatter também foi alvo das manifestações da torcida.
Na ocasião, o suíço fez um breve discurso, no qual se disse muito feliz e chamou os torcedores de “amigos do futebol”. Quando se referiu a Dilma, o estádio inteiro vaiou, a ponto de Blatter cobrar respeito do público. “Amigos do futebol brasileiro, onde estão o respeito e o fair-play, por favor?”, disse, em 2013.
FONTE: G1.
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Brasília – Colocando em prática o conhecido bordão adotado por ela própria durante o pronunciamento em cadeia de rádio e televisão na noite de terça-feira (10), a presidente Dilma Rousseff optou por não falar nada nesta quinta-feira durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, em São Paulo. O Estado de Minas apurou que, apesar de alguns ministros mais próximos acharem que ela poderia falar, ao menos, “estão abertos os jogos no Brasil”, como presidente anfitriã, ela achou melhor deixar os holofotes concentrados apenas na Seleção Brasileira. Nessa quarta-feira, a presidente esteve em Salvador, uma das sedes do Mundial, inaugurando um trecho do metrô da capital baiana.
Dois fatores pesaram para o silêncio presidencial. No ano passado, na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, Dilma foi constrangida por uma vaia homérica, ao ser anunciada e ter a imagem exposta no telão. Naquele momento, a presidente tinha uma condição mais confortável nas pesquisas de avaliação de governo, com patamares de aprovação na casa dos 60%. Um ano depois, às vésperas de uma disputa eleitoral que se desenha mais dura do que no ano passado, a presidente depara-se com um cenário praticamente consolidado de segundo turno e uma aprovação pessoal pouco abaixo dos 40%. Uma vaia teria um efeito ainda mais dramático do que a de 2013, pois teria menos tempo de reação.
Ao círculo mais próximo, Dilma afirmou que este não é o momento de discursos políticos, mas a hora de a população aproximar-se dos jogadores da Seleção. Apesar de a Copa ser no Brasil e os atletas estarem concentrados desde o fim de maio na Granja Comary, em Teresópolis, ela jamais cogitou visitar a concentração dos jogadores. Quis, segundo interlocutores do governo, evitar que as pessoas a acusassem de “querer aparecer mais do que a Seleção”.
Em 2006, apesar de também estar com a popularidade arranhada pelo escândalo do mensalão, o ex-presidente Lula fez uma videoconferência com os jogadores brasileiros que se preparavam para a Copa da Alemanha. Na época, fez uma brincadeira com o atacante Ronaldo – o mesmo que se desentendeu recentemente com o governo após dizer que tinha “vergonha pela má organização da Copa” –, afirmando que algumas pessoas “diziam que ele estava acima do peso”. E quis saber se isso era verdade. O Fenômeno negou, lembrando que o próprio Lula sofria com algumas acusações de “que gostava de beber de vez em quando”. Os dois acabaram se reconciliando posteriormente.
Nessa quarta-feira, Dilma enviou uma mensagem aos jogadores, afirmando que eles devolveram “ao torcedor brasileiro a certeza de que esta Seleção e seus técnicos (Felipão e Parreira) estão aptos a repetir os nossos grandes feitos do passado e que nos deram cinco taças”. E acrescentou: “Poucas vezes vimos uma equipe tão entrosada com a torcida como a de vocês. O carinho que recebem nas ruas e nos estádios é o melhor testemunho de que todos acreditamos na sua capacidade de honrar o futebol brasileiro na Copa que ora organizamos. Meus votos são de que cada um jogue o que sabe. É o suficiente”, declarou a presidente.
Na opinião da presidente, tudo o que ela deveria dizer publicamente sobre a Copa foi dito no pronunciamento de rádio e televisão de terça-feira. Nele, ela afirmou que a Copa do Mundo será a Copa das Copas, que as obras de infraestrutura foram entregues, os aeroportos e os estádios estão prontos. Também respondeu, em um pronunciamento com caráter nitidamente eleitoral, que os investimentos em educação e saúde foram muito maiores que os gastos com a Copa do Mundo, em uma resposta às manifestações que usam o slogan “não vai ter Copa”, que invadiram as ruas desde junho do ano passado.
Oposição
A oposição segue questionando o pronunciamento presidencial. O PSDB vai entrar com uma representação por improbidade administrativa na Procuradoria Geral da República no Distrito Federal contra Dilma, alegando que ela aproveitou a cadeia de rádio e televisão para fazer propaganda eleitoral, ao enumerar a inclusão social vivida pelo Brasil nos últimos 10 anos e os investimentos em saúde e educação. O pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), comparou o discurso presidencial à estratégia adotada no passado. “É triste a presidente da República querer reviver os tempos da ditadura, se apropriar do sucesso da eleição, para avisar ao Brasil que vamos ter Copa a partir desta quinta-feira (hoje). Isso é usar dinheiro público para fazer campanha eleitoral”, criticou Aécio.
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Nos acessos ao Mineirão, grades são instaladas para delimitar as rotas
percorridas por torcedores rumo ao estádio. Motoristas devem estar atentos a restrições |
A rotina de Belo Horizonte mudará muito durante a Copa do Mundo, que começa na quinta-feira. Com isso, tarefas rotineiras, como a simples tentativa de ser atendido em um posto de saúde, poderão se tornar difíceis ou até impossíveis. Em dias de jogos no Mineirão, por exemplo, botijões de gás deverão ser vendidos apenas por distribuidoras que entregarem o produto usando motocicletas. E quem pretende instalar um televisor na calçada para ver as partidas com os vizinhos, se quiser seguir à risca as normas da Fifa, terá de obedecer a um regulamento que, entre outras restrições, proíbe que se mude de canal na hora do intervalo.
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MEDO: COMÉRCIO BLINDADO
“É um absurdo. Quem vai nos compensar pelo prejuízo?”, questiona o presidente do Sindicato dos Transportadores e Revendedores de Gás em Minas, Nelson Ziviani, que critica a decisão da BHTrans de permitir a entrega do produto apenas em motocicletas. A determinação, fixada em portaria de 14 de maio, vale das 8h às 21h dos dias 14, 17, 21, 24 e 28 deste mês, e das 10h às 23h59 do dia 8 de julho, datas com jogos no Mineirão. Segundo o empresário, menos de 10% das distribuidoras em BH têm esse tipo de veículo. “Vamos pagar funcionários, água, luz, mas vamos ficar impedidos de trabalhar”, reclama, afirmando que o uso de motocicletas não é rentável.
A portaria da BHTrans proíbe, nos mesmos dias e horários, “a circulação, a parada, o estacionamento e/ou a operação de carga e descarga” de veículos que transportem produto classificado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres como perigoso, a não ser que o órgão emita “prévia e expressa licença especial”, requerida com ao menos sete dias úteis de antecedência. As restrições consideram que o poder público deve “garantir a segurança e o bem estar de todos os cidadão nacionais e estrangeiros, assim como das delegações esportivas, árbitros e demais autoridades” durante a competição.
EXIBIÇÃO Quem não estiver atento às regras corre o risco de ser processado judicialmente pela Fifa. Um regulamento da entidade para o torneio define como “exibição pública” de jogos a transmissão “para um público (composto ou não por membros do público em geral) em qualquer local que não seja uma residência privada”, incluindo bares, restaurantes, espaços abertos, escritórios e hospitais. “Essa definição é discutível, mas, tendo em vista que o direito de exploração do evento pertence à entidade, é ela que estabelece as regras para divulgação. Quem infringi-las está sujeito a sanção”, explica o advogado Alexandre Bueno Cateb, doutor em direito empresarial. O regulamento estabelece uma série de exigências para a exibição pública (veja quadro). O diretor executivo da seção mineira da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/MG), Lucas Pêgo, avalia que as normas não acarretam prejuízo aos estabelecimentos. Tanto que os comerciantes do setor esperam dobrar o faturamento durante o torneio.
Segundo Pêgo, os bares não têm restrições de horários em virtude da Copa. Mas a grande maioria dos estabelecimentos comerciais de BH terão limitações de expediente, ao menos nos dias de jogos do Brasil. Segundo a advogada da Câmara dos Dirigentes Logistas da capital, Rita de Cássia Andrade, um acordo firmado entre o Sindicato do Comércio Lojista local (Sindilojas BH) e o Sindicato dos Empregados no Comércio da cidade determina horário especial nos dias de jogos da Seleção. “Esse acordo definiu que o empregado não pode retornar ao trabalho. Os comerciantes que desrespeitarem as regras poderão ser multados. Nos outros dias, fica a cargo do lojista definir o expediente”, explica Rita de Cássia.
FAN WALK A Fifa já está instalando grades e sinalização indicativa nas avenidas próximas ao Mineirão, com objetivo de demarcar a rota exclusiva para os torcedores que assistirão aos jogos, chamada pela entidade de Fan Walk. Segundo a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) em BH, em todos os dias de jogos na capital haverá operação especial no trânsito no entorno do estádio. Carros que não estejam credenciados, pessoas sem ingressos e que não sejam comerciantes ou moradores locais não poderão transitar pela região das 8h às 18h.
O fechamento das vias divide a opinião de lojistas. Giovanni Riccio, de 50 anos, dono da lanchonete italiana Scudetuo Cucina, na Avenida Abrahão Caram, está preocupado com o comércio. Na Copa das Confederações, ano passado, ele teve pouco lucro, e está com receio de que este ano o quadro se repita. “Tudo ocorreu devido às grades que impediram as pessoas de circularem livremente por aqui, e pelas manifestação que aconteceram naqueles dias”, recorda.
Já Bruna Calab, de 31, está otimista com as perspectivas para seu comércio. Ela inaugurou a lanchonete Sabor Mineiro, próxima ao Mineirão, ontem, justamente pensando no Mundial. “As grades podem dificultar um pouco, mas a minha expectativa é a melhor de todas. Acho que iremos ter boa demanda de clientes” afirma.
As rotas estão serão demarcadas na Avenida Abrahão Caram (a partir da esquina com Avenida Antônio Carlos); Avenida Carlos Luz (a partir da Usiminas); Avenida das Palmeiras (a partir da Otacílio Negrão de Lima); Avenida José Dias Bicalho (a partir da estação Move Mineirão); Avenida Cremona; Avenida Otacílio Negrão de Lima e Avenida Coronel Oscar Paschoal.
FONTE: Estado de Minas.