STJ determina que Google pague R$ 250 mil de multa a Daniela Cicarelli por divulgação de vídeo

Em julgamento realizado nesta terça-feira (13), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu de aproximadamente R$ 100 milhões para R$ 250 mil a multa devida pelo YouTube e também pelo Google Brasil à apresentadora Daniela Cicarelli e a seu ex-namorado Renato Malzoni Filho. A decisão foi unânime e o mesmo valor deverá ser pago a cada uma das partes.
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Conforme nota no site do STJ divulgada no final da tarde desta terça-feira, “a multa é pelo descumprimento de ordem judicial que determinou a retirada do YouTube de vídeos e fotos nas quais Cicarelli e o então namorado aparecem em cenas íntimas em uma praia na Espanha, em 2006”.
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Foi ajuizada ação apenas para retirada do material da internet, com pedido de multa diária em caso de descumprimento. A Justiça paulista aceitou o pedido e fixou a multa em R$ 250 mil por dia. Atualizado, esse valor chega a quase R$ 100 milhões de reais.
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O texto no site diz ainda que nos recursos interpostos no STJ, Cicarelli e Malzoni queriam receber o valor da multa multiplicado pelos dias de descumprimento. Contudo, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou que o valor fosse apurado com mais precisão por meio de arbitramento. O YouTube e o Google, por sua vez, contestaram os valores, apontados como exagerados e fora da realidade.
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Ao analisar os recursos, o relator, ministro Luis Felipe Salomão, afirmou que é possível ao STJ reduzir o montante dessa multa quando o valor se mostra exorbitante e em total descompasso com a razoabilidade e a proporcionalidade.
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“Considerando as circunstâncias do caso, ele entendeu que R$ 250 mil para cada um dos envolvidos era o valor adequado para punir o descumprimento de ordem judicial, sem permitir o enriquecimento sem causa do ex-casal. A correção monetária da multa passa a incidir a partir da data desse julgamento”, diz a nota.
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Até a publicação desta notícia no portal Hoje em Dia, o vídeo íntimo do casal ainda estava disponível na busca do Google.
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FONTE: Hoje Em Dia.
Todos os passos do pata negra, o finíssimo jamón espanhol
Um dos melhores presuntos crus do mundo conta sua história em finas fatias, na temperatura ambiente

O jamón ibérico de bellota é certificado por lei pela União Europeia, com regras de Denominação de Origem Protegida (DOP). Isso significa que toda a cadeia produtiva, desde a criação dos animais à maturação da carne, passa por fiscalização técnica que garante que cada produto saia sempre com o mesmo padrão de qualidade.
Um quilo de pata negra chega a custar 350 reais, sendo que a peça (um pernil de oito quilos) pode valer até 5 000 reais no Brasil.
A produção limitada, por causa da criação restrita de suínos dessa raça, contribui para que o produto seja ainda mais valioso.
Ao lado de outras especialidades de porco ibérico de bellota, o jamón compõe a nobreza dos frios espanhóis. Produtos que conservam métodos de produção seculares e surpreendem paladares no mundo todo. Conheça as particularidades de alguns desses produtos e dicas de como apreciá-los à moda espanhola.
Antes, porém, o vinho
O vinho ideal para acompanhar o jamón e outros embutidos ibéricos (chorizo, fuet, lombo) é o jerez. Um vinho fortificado típico da Andaluzia, tradicionalmente servido com presuntos na Espanha devido ao seu sabor pungente e marcante. A harmonização, nesse caso, é por similaridade e mais ainda por regionalidade, já que a vegetação, o clima e o solo espanhol são marcantes na produção das carnes, bem como o terroir para o vinho. Combina perfeitamente com a gordura do presunto, devido ao sabor penetrante e certa picância que ajudam a aguçar o paladar. Deve ser servido bem gelado e fresco.

Jamón (presunto) ibérico de bellota
O presunto pata negra é o rei entre os produtos ibéricos. “Para os espanhóis, é quase sagrado”, lembra o chef Fabio Andrade, que morou na Espanha, onde trabalhou com seu atual mentor, Sergi Arola. O jamón é feito a partir do pernil traseiro do porco alimentado de bolotas, ervas selvagens, gramíneas e outras plantas perfumadas. Essa dieta calórica e aromática empresta à carne notas de amêndoas e um tom adocicado, além de entremeá-la com a típica gordura marmorizada, entre as fibras.
Depois de abatido o porco, o pernil é limpo. São retirados veios e tendões. Na sequência, a peça é encaminhada para a salazón (salga) com sal marinho. Mais suave que outros presuntos curados, o ibérico recebe cerca de 30% menos sal, o que permite a desidratação, mas dá ainda mais espaço às notas adocicadas. “O tempero pode variar de acordo com o produtor. Alguns acrescentam especiarias, mas o comum é usar apenas sal para não adulterar o sabor”, conta Andrade. A peça é lavada para tirar o excesso de sal e segue para a secagem. Em uma câmara em temperatura de aproximadamente 15 graus, inicia-se a maturação. “É nessa fase que se acentua o sabor da carne e que a gordura da superfície penetra entre as fibras. Quanto maior o tempo de cura melhor o resultado”. O Jamón Ibérico costuma ficar na cura no mínimo 24 meses e no máximo 36 meses.
Para captar a verdadeira essência do Jamón Pata Negra, ele deve ser consumido puro, na temperatura ambiente. Como já foi dito, isso permite identificar com mais clareza o sabor amendoado, misto de salgado e doce e a textura macia. “Quando se corta a peça em temperatura ambiente a gordura começa a derreter deixando um brilho na carne”. Essa gordura, proveniente dos óleos das amêndoas, é do tipo presente nos azeites extravirgens, que, com moderação, não obstrui as artérias.
O jeito certo de cortar a peça é na transversal na direção paralela ao osso. “O objetivo é respeitar a posição da fibra da carne e não adulterar a textura”, avisa o chef . Na máquina de frios, por exemplo, isso se perde. “Para os espanhóis mais puristas o corte errado altera inclusive o sabor da carne”.
O pata negra dispensa temperos. No máximo, pão de centeio esfregado em tomate para acompanhar, como fazem na Catalunha. Os puristas espanhóis sentiriam calafrios só de ouvir falar em cozinhar um pata negra, mas os ossos são muito usados para fazer caldos que enriquecem alguns tipos de arroz, sopas e ensopados. “Na Espanha, é muito comum o consomé de jamón com ervilhas”, acrescenta o chef.
O preço do quilo do Jamón Ibérico de Bellota chega a custar 350 reais, sendo que a peça (um pernil de oito quilos) pode valer até 5 000 reais.

Lomo (lombo) ibérico de bellota
Assim como o jamón ibérico de bellota, o lomo, ou lombo, é obtido do porco ibérico. É feito desse corte inteiro do porco. “Como a peça é mais magra que o pernil, o resultado é um presunto curado bem menos gorduroso”, anota Andrade. No preparo, depois do corte e tratamento da carne vem a salga, que nesse caso pode incluir temperos como azeite de oliva, alho, sal, orégano, noz-moscada e pimentão espanhol. A peça então é envolvida em pele natural ou em cera artificial que forma uma película protetora em torno da carne. Essa capa dá à peça o efeito espiral da gordura branco-amarelada.
O tempo de cura do lombo é menor que o do presunto, até porque a peça é bem menor, pouco mais de um quilo. Três meses após a salga já está pronto para o consumo. O lombo tem coloração vermelho-alaranjada e um sabor intenso das especiarias da marinada, que, depois de um tempo, cede lugar ao misto de salgado e doce da carne do cerdo. A textura é macia, porém mais firme devido à menor quantidade de gordura.
Cada 100 gramas de lombo fatiado chega a custar 40 reais no Brasil. Uma peça pode sair por 200 reais.
É tipicamente servido puro em fatias finas, como petisco em temperatura ambiente. Por seu sabor exuberante não requer acompanhamento. Por ser uma peça sem osso, inteiriça, pode ser cortada na transversal da fibra. Para acompanhar, pães e torradas, mas jamais limão, que cozinha a carne e anula o sabor.

Chorizo ibérico de bellota (picante e não picante)
Ao lado do jamón e do lombo, o chorizo ibérico de bellota é feito também da raça exclusiva de cerdos ibéricos alimentados basicamente de bolotas. Mas diferente dos seus conterrâneos que são feitos de partes inteiras do porco, o chorizo resulta da mistura de cortes selecionados das carnes restantes. Seguindo, é claro, a filosofia de toda a produção do ibérico de bellota.
Depois de separada, a carne do porco é cortada em pedaços desiguais e condimentada com sal, alho, ervas e páprica, a responsável pelo sabor defumado e a cor avermelhada típica dos chouriços espanhóis. Há versões picantes, envolvidas em pimenta do reino preta, e sem pimenta. O tempero varia de acordo com a receita dos produtores, geralmente em segredo. “Há chorizos ibéricos de bellota temperados com apenas vinho e pimentón”.
Na sequência, a mistura é embutida em tripas naturais e curada por dois e quatro meses de acordo com o desejo do produtor. Quanto maior o tempo de cura, mais firme e seca fica a carne. Pode ser defumado ou não. A cor vermelho-escura é pontuada por pequenos grânulos de gordura que derretem na boca emprestando uma textura macia à carne. É oleoso, e tem o sabor acentuado de carne que equilibra perfeitamente com a pimenta e o defumado das especiarias.
O preço chega a 200 reais, o quilo.
O chorizo ibérico de bellota deve ser servido em temperatura ambiente cortado em fatias finas. Idealmente usado como petisco.

Fuet
Esse é um embutido típico da Catalunha. Bem fininho, revestido com uma capa de pimenta-do-reino preta. Também feito a partir da carne de porco ibérico alimentado que come as famosas bolotas. Não leva condimentos, nem especiarias. O tempero se resume ao sal para que o sabor da carne se aflore junto à textura dos grânulos de gordura.
A carne processada é ensacada em uma tripa natural de diâmetro menor que o do chorizo ibérico. O que faz com que o sabor fique ainda mais acentuado e ressaltado pela picância da crosta de pimenta. O processo de produção também requer secagem e cura que leva entre três e quatro meses. Quanto maior o tempo de cura, mais seca e vermelho-escuro se torna a carne.
Custa, em média, 200 reais o quilo.
Como o chorizo ibérico de bellota, o fuet deve ser servido em temperatura ambiente, cortado em fatias finas como folha de papel. Idealmente usado como petisco
FONTE: iG.
Originária do século XVI, na região de Valência, na Espanha, a paella é a receita mais lembrada pela culinária típica daquele país e a mais servida aos domingos
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Na Espanha, a paella é o prato mais servido nos almoços de família, aos domingos. A afirmação vem de um espanhol da gema, cozinheiro autodidata, íntimo da arte culinária de seu país e radicado no Brasil desde a década de 1960: Angel Eguinoa, filho de pai catalão (nascido em Barcelona) e mãe da região de Navarra, no norte, onde a cidade Tudela é famosa pelo cultivo de hortaliças “maravilhosas” como ele cita: aspargos, alcachofras e endívias.
Do país natal, ele lembra que a paella é uma unanimidade há muitos séculos. Baseado na cultura local e em literatura especializada como o El libro de la paella y de los arroces (Lourdes Marcia, Alianza Editorial), Angel conta que a receita surgiu no século XVI, quando o rei Jaime I º visitou a cidade de Valência e, preocupado com a nutrição de seu povo, determinou que as plantações de arroz do tipo bomba fossem levadas para La Albufera (termo traduzido como braço de mar). “Os camponeses obedeceram e já na primeira colheita incorporaram ao grão o que havia de mais abundante na região, peixes e outros frutos do mar. Dali, a receita ganhou o mundo e passou a ser modificada de acordo com o terroir local. Ou seja, o arroz vai para a panela com o que há de mais abundante à mesa: carnes diversas (inclusive a de caça), hortaliças, tubérculos e por aí vai”.
Formado em administração com especialização em gestão pela Universidade de São Paulo (USP), Angel trabalha como funcionário público para ganhar a vida, mas há cerca de 16 anos, após viver a experiência de cozinhar em uma apresentação lúdica na escola do filho, também adotou a culinária profissionalmente. “Não tenho diploma de gastronomia, mas já fiz cursos livres e pratico bastante, desde a adolescência”, explica.
Outras receitas No mercado em que Angel atua, a formação tradicional nunca fez falta. Tanto que o autodidata é chamado para cozinhar e ministrar e cursos de especialização em outras cidades, países e em festivais famosos como o de Tiradentes (onde ele já fez uma paella para 400 pessoas, ao vivo, em pleno Largo das Forras), além de atender eventos particulares (com o mínimo de 25 participantes e o máximo de 400). “Minha mãe se mudou para o Brasil para montar uma pequena cutelaria, na cidade de Caxambu, mas continuou praticando em casa a culinária espanhola de raiz. Tanto que além da paella (cuja pronúcia correta é paelha e não paeja, explica) marinera, catalunha, valenciana, negra e outras, também cozinho o cochinillo (leitãozinho muito tradicional da Maceta, região que compreende a capital Madri e a Segóvia), além de diversos tipos de tapas e outras receitas”. Uma curiosidade, o termo paella significa panela no antigo idioma valenciano. Outra origem, mais romântica, diz que a palavra significa “para ela”, e representava uma prova de amor do marido para a mulher, quando este cozinhava em casa apesar de todo o machismo que envolvia a troca de papeis na cozinha.
Seja qual for a origem do termo, fato é que a paella ficou mesmo famosa e ganhou inúmeras versões, mas a mais pedida para Angel é mesmo a marinera (veja receita na página), que leva apenas frutos do mar, além de alguns vegetais (pimentão, tomate, vagem, ervilhas e aspargos). Nesse caso, a diferença para a original, criada lá na Idade Média, é o acréscimo de aspargos (preferência pessoal de Angel) e o uso de arroz agulinha no lugar do espanhol bomba (mais curto e mais inchado). “Na Espanha, a paella é prato tradicional em festas e nos almoços de domingo. Muitas vezes, as famílias cozinham na rua, em frente de casa, e convidam toda a vizinhança já que trata-se de um prato muito farto: uma panela alimenta muitos”.
Experiente, ele revela dicas de preparo. A panela deve ser própria, uma vez que o objetivo é fazer o arroz crescer para as laterais e não para cima. Também o fogo deve abarcar todo o fundo da paellera, por igual. Apesar do preço salgado, Angel só cozinha com açafrão legítimo, originário da flor (e não o conhecido como “da terra”). No mais, é aproveitar a confraternização em torno da receita, cujo sabor é muito rico. O prato também prima pela leveza, promovendo fácil digestão, ideal para acompanhar a festa dos chocolates no domingo de Páscoa.
Paella Marinera
Rendimento
(6 porções)
INGREDIENTES
300g de arroz agulinha, 1 litro de caldo de peixe (brodo), 6 lagostins, 6 camarões rosa GG com casca, 0,5kg de camarão cinza, 200g de vôngoli fresco (na concha), 200g de mexilhão fresco (fora da concha, mas, se quiser, pode deixar alguns inteiros para decorar a receita), 200g de lula em anéis, 200g de badejo (em cubos), 12 vieiras (opcional), 2 pimentões vermelhos (assados, sem casca e sem semente, cortado em tiras), 2 ovos cozidos (em rodelas), I vidro de aspargos, 1 lata de tomate pelado, açafrão original, extraído da flor (de preferência em pistilos e de boa qualidade), ervilhas frescas à gosto, vagem à gosto, rodelas de limão para decorar, azeite, alho, cebola e sal a gosto.
MODO DE FAZER
CALDO DE PEIXE (BRODO) Ferver água mineral com uma ou mais cabeças de peixes, cascas e camarão e outros pescados com legumes (cebola, cenoura, alho poró) e ervas aromáticas como salsinha por cerca de 4 horas. Dica é equilibrar todos os componentes do molho em proporções adequadas,
para nenhum gosto
sobressair aos demais.
PAELLA Frite os camarões em azeite e alho e reserve (o crustáceo estará cozido assim que mudar de cor). Cozinhe os lagostins em água fervente com sal e reserve (também estará cozido assim que mudar de cor). Em uma panela própria (paellera), refogue 5 dentes de alho e 1 cebola média bem picados em duas colheres de sopa de azeite. Acrescente o tomate picadinho. Incorpore o arroz e o açafrão e mexa. Coloque todo o caldo de peixe na mistura. Quando começar a ferver, acrescente o badejo, o mexilhão, o vôngoli e a vagem. Acerte o sal. A paella estará pronta quando o caldo secar. Por cima da paella, monte desenhos com os lagostins, os camarões rosa, os aspargos, os pimentões, os ovos e as rodelas de limão. Regue com azeite de boa qualidade e, se quiser, acrescente salsinha picada
(a gosto). Tampe a panela
com papel alumínio por
cerca de 10 minutos
para a paella assentar e, depois, sirva.
FONTE: Estado de Minas.