As receitas que são reveladas durante o sono de uma cozinheira chegam a BH
Os salgados, cujas receitas são reveladas durante o sono da cozinheira mineira Alaíde Carneiro, fizeram fama na capital carioca; agora, passam a integrar o circuito gastronômico de BH
“Eu sonho não só com os ingredientes, mas com a montagem e o modo de preparo. Até com a finalização e com o nome do salgado eu sonho. Escrevo rápido e de olhos fechados, porque geralmente vem uma sombra e apaga tudo. Aí, quando acordo, leio o que escrevi no caderno e faço a receita”, diz ela, sem medo de entregar o jogo. Alaíde, vale dizer, não faz questão de medir as quantidades dos ingredientes. “São sempre receitas para muita gente, nunca sei de cor”, disse. Essas, digamos assim, “visões” já lhe garantiram nada menos que 54 receitas de seus famosos salgados.
Receitas essas que lhe renderam fama e prestígio na cena gastronômica do Rio de Janeiro, onde a cozinheira assumiu, em 1984, a cozinha do Bracarense, na época um dos botequins mais badalados do bairro Leblon, para anos depois se aventurar em um negócio próprio no não menos reconhecido Chico & Alaíde, também na zona Sul carioca. A boa nova é que, há cerca de dois meses, Alaíde e seus reconhecidos bolinhos estão dando o ar da graça no Planalto, bairro da zona Norte de Belo Horizonte. O pequeno bar, localizado na avenida Dr. Cristiano Guimarães, entre uma pastelaria e uma agência lotérica, ainda não tem placa nem nome oficializado, mas quem chega sempre faz a mesma pergunta. “É aqui que fica o botequim da Alaíde?”.
Sim, é. Com pouquíssimas mesas na calçada, o local registrou filas quilométricas em busca dos bolinhos, logo na primeira semana, após algumas visitas estratégicas, como a do jornalista Daniel Netto, do perfil no Instagram Baixa Gastronomia, que voluntariamente fez a divulgação.
Vizinhos asseguram que, naqueles dias, as filas ficaram maiores do que as que se formam na lotérica quando o prêmio da Mega-Sena fica acumulado. “Não estava esperando aquela quantidade de gente. Fiquei completamente maluca”, lembra, aos risos. “Eu já estou acostumada a filas, mas, no caso, tive que pedir desculpas aos que não consegui atender. E os mineiros foram muito compreensivos”, contou ela, que chegou de mansinho, sem falar com ninguém sobre o novo endereço. Mas não demorou muito para que o típico boca a boca mineiro engrenasse para dar continuidade à fama de Alaíde.
“Me contaram que a antiga lanchonete aqui, que era do Renato, agora é um bar com uns bolinhos incríveis, que eram famosos no Rio de Janeiro”, revelou o carioca Durval Serra, que mora há 15 anos no bairro Planalto e, mesmo tendo nascido e vivido durante anos na capital carioca, foi experimentar os quitutes só em Belo Horizonte. Mas, bem, ele precisou esperar um pouco: afinal, a estufa repleta de almôndegas, bifes suínos, linguiça e costelinha só cede espaço aos bolinhos por volta das 16h. Detalhe: eles custam de R$ 5 a R$ 8 a unidade e são todos fritos na hora. À medida que a estufa vai esvaziando, novas remessas são imersas no óleo quente.
Cumpre dizer que, das 54 receitas sonhadas e desenvolvidas por Alaíde, só cerca de 20 sabores ganharam espaço cativo em sua estufa, como o bolinho de caruru com vatapá, finalizado com um camarão seco por cima, os de feijoada, bacalhau e carne-seca com abóbora e o primeiro que ela criou, batizado com seu nome e feito com aipim, queijo cremoso e camarão. Na verdade, não há um cardápio fixo, e os bolinhos são fritos de acordo com a demanda de clientes. O boteco, que abre bem cedo – por volta das 8h –, também serve prato feito a partir de R$ 13, com opções como rabada com polenta, costelinha frita e peixe com molho de camarão.
História. Mineira de Pirapora, Alaíde chegou ao Rio em 1975 e foi trabalhar numa casa de família, onde aprendeu a fazer quitutes tão bem que logo passou a vendê-los por encomenda. Depois de sair do Bracarense, em 2009, abriu o Chico & Alaíde juntamente com um dos garçons do mesmo bar, Francisco, já que era um desejo ter sua própria cozinha. A parceria durou até fevereiro deste ano, quando a cozinheira desligou-se e, assim, pôde realizar um desejo antigo: ficar ao lado de sua família e morar em Belo Horizonte. “Eu só vinha aqui quando morria algum parente, sabe? Por isso, já estava planejando há muito tempo vir pra cá, era um desejo antigo. Não estava mais curtindo trabalhar lá, só pensava em BH”, contou ela, que, atualmente, também mora no mesmo bairro de seu bar.
O novo local foi um acaso. Alaíde descobriu com os vizinhos que o antigo dono do estabelecimento estava passando o ponto e foi logo arrumando um jeito de estrear ali seu novo endereço. É bem menor, menos badalado – no Rio, a presença de globais era constante. Ela planeja inclusive escrever, aqui, o livro que contará sua história – na verdade, guarda um arsenal de receitas exclusivamente para ele.
“O público aqui é diferente, mas para melhor. São honestos quando esqueço de marcar algum bolinho na comanda. E eu só recebo apoio, parabéns e pedidos pra ficar aqui no bairro”, ela contou, depois que a reportagem foi pausada, pela quarta vez, por uma cliente agradecendo-lhe pelos quitutes e desejando mais sucesso.
Val, o marido, é o único funcionário fixo do estabelecimento – e, curiosamente, já foi garçom do Bracarense. Três irmãs e os sobrinhos vão se alternando entre o bar e a casa, que, na verdade, é a fábrica dos bolinhos. Cada dia alguém da família integra o time de funcionários. “Eles me apoiaram demais quando eu disse que queria voltar. A família, unida jamais será vencida! E eu não abro mesmo mão deles”, disse, convicta.
Adaptação longe do mar
Agora em solo mineiro, uma questão importante era saber como garantir a qualidade dos frutos do mar, ingredientes frequentes nas receitas de Alaíde Carneiro – afinal, Belo Horizonte fica a quilômetros das praias. Mas ela conta que conseguiu um produtor que entrega toda semana os insumos, sempre fresquinhos. “Tudo o que eu tinha no Rio, tenho aqui também”, garante.
A surpresa da cozinheira foi a grande saída de seus consagrados bolinhos do mar. “Os que contêm camarão são os que mais têm saída, isso me surpreendeu bastante”, contou ela. Em terras cariocas, o mais aclamado é o choquinho: generosos camarões cobertos de Catupiry e em batata palha caseira. Segundo ela, já teve briga por lugar na fila, iniciada por quem surtou ao pensar que ficaria sem a iguaria.
A dificuldade mesmo foi se acostumar a chamar suas criações de bolinhos. “Eu chamava de ‘salgados’, mas já estou me acostumando (a falar ‘bolinho’)”, disse.
Boa de papo, Alaíde prefere não falar tanto do passado. Pelo menos, sobre o fim da parceria com Francisco Chagas, seu antigo sócio no bombado bar Chico & Alaíde, no Leblon. O imbróglio está na Justiça e ela prefere se resguardar. As partes boas, ela faz questão de deixar estampadas nas paredes do pequeno bar, repleto de recortes de reportagens da sua fama em publicações cariocas. E, definitivamente, não gosta de dar detalhes sobre suas criações – tampouco a receita. “O segredo é a pessoa ter amor pelo que faz. E, claro, usar ingredientes de qualidade e fritar o salgado em gordura sempre limpa, senão, fica encharcado”, entregou ela, que faz questão de não sair da cozinha. “Sou muito exigente. Se um bolinho não fica do meu jeito, eu mesma pego e faço”, afirma.
Em tempo: mesmo exibindo um sorriso mais cativante que sua estufa, a chef reluta em revelar sua idade. “Essa parte você pode pular. Sou igual à (jornalista) Glória Maria, não revelo quantos anos tenho. Quem sabe amanhã ou depois você volta e eu te conto?”, brinca.
- Barquinha recheada com camarão e queijo cremoso e enfeitada com azeitona empanada em flocos de arroz |
- A mineira Alaíde Carneiro e seus famosos salgados em BH. No novo bar, ela serve 20 dos 54 que criou
BOTEQUIM DA ALAÍDE
Avenida Dr. Cristiano Guimarães, 1.863, Planalto. (31) 2527-3386. Aberto de terça-feira a sábado, das 8h às 22h, e domingo, das 9h às 18h30
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FONTE: O Tempo.
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Para começar, tudo é muito caro. Um refrigerante sai a R$ 8. Água, R$ 10. No primeiro dia, em busca de alguma coisa para comer, segui para o restaurante. “Ôba!”, pensei, “um self-service”. Mas quando olhei o preço, quase caí de costas. Vocês que estão lendo se segurem e procurem um lugar pra assentar antes de continuar: R$ 98 o quilo!
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O preço me fez desistir. Então, me deram a dica de uma opção de comida rápida e mais em conta, logo ao lado. Fui pra lá. Eram pequenos compartimentos de plástico. Foi preciso juntar um de comida japonesa e outro de macarrão. Daria para enganar o estômago.
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Pois bem, peguei o que pensava que fosse me satisfazer. Na hora de pagar, quase caio de costas de novo. O que peguei, com um refrigerante, saiu mais de R$ 70. Mas não tem outro jeito: era aquilo ou passar fome.
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Se arrependimento matasse… A comida era horrorosa. O macarrão frio, grosso, mal cozido. A comida japonesa até que foi. Não era ruim, mas era muito pouco.
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Tentar levar alimento, a não ser biscoito, é perda de tempo, pois tudo é recolhido na vistoria para entrar no parque.
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O que fazer? É o que me pergunto. Mas a situação vai piorar. Dentro do parque, começa a faltar comida. Não tem isso, não tem aquilo. Está difícil. Para completar, não como frango – aliás, detesto o bicho. E só se encontra essa coisa para comprar. Resultado: prefiro ficar com fome.
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Anunciam que haverá uma solução. No dia seguinte, chegam os primeiros food trucks. Tiveram de abrir para eles. O problema é que a comida também é cara. E não tem nota fiscal. Aí que a coisa complica. O jeito é comer muito pela manhã e depois jantar, pela madrugada, mas, para isso, paga-se caro, muito caro, além da fome que sinto.
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Ou seja, parece que a política é de ganhar muito em pouco tempo. Pode um negócio desses? Parece que o esporte é a ganância e se joga com a goela larga. Só pode.
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FONTE: Estado de Minas.
Traficantes do Rio vendiam cocaína ‘personalizada’ com Anéis Olímpicos
Papelotes ainda traziam o logotipo da Rio 2016, além da recomendação: ‘Use longe das crianças’

Os 93 papelotes da droga continham os anéis olímpicos e a logotipo da Rio 2016, além de uma recomendação expressa: ‘Use longe das crianças’.
Os agentes ainda apreenderam 28 papelotes de crack e 13 munições de calibre .40, de uso restrito.
A Operação chamada Lapa Presente não registrou nenhuma prisão e tem como objetivo combater o tráfico de drogas na Rua do Lavradio.
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FONTE: O Tempo.
Ladrão devolve dinheiro roubado de advogado: “Peço que me perdoe”
Vítima teve a carteira roubada, com documentos e mais de mil reais, no réveillon em Copacabana

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FONTE: Estado de Minas.
Sobre os trilhos da história
Empresários e autoridades de Minas e Rio de Janeiro investem em projeto para criar trem turístico entre os dois estados e resgatar a memória de ferrovia e das cidades do percurso

A iniciativa é da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Amigos do Trem, que vai operar o sistema e planeja transportar inicialmente 240 Duas locomotivas já foram doadas ao %u201CExpresso Trem da Terra%u201D: ideia é transportar 240 turistas por viagempessoas por viagem em quatro carros de passageiros, com duas partidas aos sábados, domingos e feriados. O Trem da Terra vai percorrer 180 quilômetros de belas paisagens da área rural das cidades mineiras de Cataguases, Recreio, Leopoldina, Volta Grande, Além Paraíba e Chiador, na Zona da Mata, além de Três Rios e Sapucaia, no Centro-Sul fluminense. As estações de cada um dos municípios já estão sendo revitalizadas..
O presidente da Oscip Amigos do Trem, Paulo Henrique do Nascimento, informa que o projeto técnico-operacional já está protocolado no Ministério dos Transportes que, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), doou duas locomotivas Emaq MX. Dois carros, um de passageiros e outro restaurante, já estão restaurados.
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“Temos contado com o Ministério do Transportes e Dnit, o governo de Minas e as prefeituras das oito cidades. Mas dependemos da parceria da iniciativa privada para colocar o Trem da Terra nos trilhos até o fim do primeiro semestre de 2016. Nesse sentido, a ferrovia Centro-Atlântica, que antes operava o transporte de carga de bauxita no trecho, tem sido fundamental, nos dando suporte sobre aspectos técnicos do trecho”, explicou.
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De acordo com Nascimento, a Amigos do Trem trabalha pela preservação do transporte ferroviário, principalmente de passageiros, em todo território nacional. Voluntários, simpatizantes e colaboradores contribuem de forma direta e indireta com a instituição, que tem sede em Juiz de Fora, na Zona da Mata. O projeto do trem turístico Minas/Rio é a segunda investida da entidade na área, já que, até o fim do ano, pretende iniciar a operação de uma luxuosa Litorina (vagão com motor próprio), em Miguel Pereira, no Sul fluminense.
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cultura Nascimento garante que o projeto Minas/Rio é amplo. “Não se trata apenas de revigorar a memória ferroviária. A proposta resgata valores históricos, culturais e sociais dos oito municípios por onde o trem deverá trafegar e incrementa o turismo local”, garante. Segundo ele, nos carros haverá espaços para exposição da produção artesanal e da agricultura familiar das cidades. Ele prevê a geração de 500 postos de trabalhos inicialmente, com o crescimento do setor hoteleiro e de restaurantes ao longo do percurso.
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Segundo Nascimento, para dar início às viagens, é necessário um investimento de R$ 350 mil. “Já conversamos com grupos como a Cervejaria Itaipava, a rede de supermercados Bramil e a distribuidora de energia Energisa e tivemos boa receptividade. Mas são muitas as empresas que têm raízes nessas cidades, como a Distribuidora Zamboni, ou Furnas, que tem mais de uma usina no trecho, às quais pretendemos pedir patrocínio”, disse o dirigente.
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“Com apoio do governo de Minas, por meio do Fórum Regional, já conseguimos reformar dois carros, que por terem bitolas diferentes, vão depender de atualização técnica. Mas aguardamos ainda a resposta da Vale, sobre a possível doação de oito carros de passageiros tirados de operação na Ferrovia Vitória/Minas”, completou o presidente da Oscip.
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Em Minas, do ponto de vista cultural, dois municípios do roteiro prometem chamar a atenção: Cataguases, que na década de 1940 recebeu o movimento modernista de arquitetura, que reuniu nomes como Oscar Niemeyer, Burle Mark e Cândido Portinari; e Volta Grande, onde nasceu o pai cinema brasileiro, Humberto Mauro, lembrado em um museu e uma casa de cultura dedicados ao filho ilustre.
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FONTE: Estado de Minas.
Traficante de anabolizantes ‘Karl Marx’ é preso no Rio de Janeiro
O jovem, de 23 anos, foi autuado por tráfico de drogas e crimes contra a saúde pública e pode ser condenado a até 15 anos de prisão

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Karl Max Azevedo Wiborg, de 23 anos, foi preso nesta terça-feira, 28, no Rio de Janeiro, acusado de traficar drogas em academias de ginástica da zona sul da cidade. Policiais da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) descobriram que ele mantinha um apartamento alugado na rua do Rocha, no Rocha (zona norte), onde guardava entorpecentes e outras substâncias proibidas.
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“Ele trancou a faculdade e passou a importar e vender anabolizantes, termogênicos, comprimidos para impotência sexual e drogas, como o LSD”, afirmou o delegado Antenor Lopes Martins Júnior, titular da DCOD.
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No apartamento em que o jovem morava com a família, na rua Senador Vergueiro, no Flamengo, zona sul, os policias também aprenderam substâncias proibidas, além de comprovantes de depósitos de valores altos, que serão investigados.
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Azevedo foi autuado por tráfico de drogas e crimes contra a saúde pública e pode ser condenado a até 15 anos de prisão.
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FONTE: Estado de Minas.
Incêndio de grandes proporções atinge shopping na zona norte do Rio de Janeiro
Não há informação sobre vítimas. A operação mobiliza quatro quartéis do Corpo de Bombeiros da região. De acordo com o Metrô Rio, a estação Del Castilho, que fica ao lado do shopping, está aberta.
O engenheiro elétrico e diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio, Luiz Antônio Cosenza, afirmou que é preciso analisar o funcionamento dos sprinklers (mecanismos de combate a incêndio fixados na parede) e dos procedimentos da brigada de incêndio do shopping. “Eu estranhei na hora que eu vi (o incêndio), porque normalmente o shopping tem brigada de incêndio 24 horas. Ao menor indício de ocorrência, eles são os primeiros a chegar, antes dos bombeiros”, afirmou.
O especialista afirma que toda a estrutura do prédio, devido à proporção das chamas, já está comprometida. “O shopping tem que ser revisto em toda a sua parte estrutural”, declarou Cosenza. “Na hora que você tem um incêndio dessa proporção, mesmo a parte que não foi atingida está prejudicada pelas altas temperaturas.”
Segundo Cosenza, a estratégia do corpo de bombeiros foi de cercar o prédio e isolá-lo. Com isso, ele acredita que as chamas não vão comprometer a estrutura de construções vizinhas. Para o engenheiro elétrico, um curto circuito ou um vazamento de gás em uma das lojas pode ter causado o incêndio.
FONTE: G1.
Depois das vigas da Perimetral, 54 trens somem no Rio
Relatório revela que carros antigos desapareceram de patrimônio do governo do estado e da Supervia, concessionária do serviço. Leilão dos vagões poderia render milhões de reais aos cofres públicos

Passageiros na estação São Cristóvão da Supervia
Mais um mistério envolvendo o desaparecimento de toneladas de aço ronda o Rio de Janeiro. Um relatório concluído no mês passado por técnicos da Secretaria de Transportes do governo revela que um lote de cinquenta e quatro carros de trens antigos – substituídos por novos – não foi encontrado no patrimônio do próprio estado ou da Supervia, concessionária responsável pela malha ferroviária fluminense. Quando um vagão é trocado, o contrato de concessão prevê um leilão da composição e o repasse do dinheiro arrecadado para os cofres públicos.
É o segundo caso deste tipo que vem à tona em menos de um ano – em outubro, sumiram sem qualquer explicação seis vigas de aço que eram do elevado do Perimetral, demolido para a revitalização da Zona Portuária da cidade.
A venda de vagões velhos poderia ser revertida em uma bolada para o governo fluminense. Para ilustrar o prejuízo, o documento feito por quatro técnicos da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central) relembra um leilão feito em 2005 de 83 carros que levantou 60,3 milhões de reais. Os vagões que sumiram, segundo o relatório, são da série 800 e entraram em circulação comercial entre 1980 e 1984. Os carros foram trocados por novos entre os governos de Rosinha Garotinho e Sérgio Cabral.

Em meio a colisões de trens, agressões a passageiros e problemas operacionais, a Supervia foi agraciada com uma série de benefícios durante o mandato de Cabral. Há quatro anos, o governo do Rio renovou a concessão para a operação do sistema ferroviário até 2048. Além disso, a empresa ganhou sem licitação o direito de explorar o teleférico do Complexo do Alemão – que gera um lucro de 13 milhões de reais ao ano. As boas relações entre Supervia e o governo coincidiram com a contratação de Adriana Ancelmo, esposa de Sérgio Cabral, para advogar pela concessionária em causas trabalhistas.
Respostas – Procurados, o governo do Rio de Janeiro e a Supervia deram respostas evasivas aos questionamentos do relatório. A concessionária informa que “todos os bens patrimoniais recebidos pela concessionária estão regularizados”. Já a assessoria do governo, depois de dois dias, não deu nenhuma explicação para as denúncias do relatório produzido pelos seus técnicos.
A Central entrou em contato após a publicacão da reportagem e negou a informação de que existam carros desaparecidos. Em nota, o órgão afirma: “Na verdade, um lote de 108 carros deteriorados foram objeto de ação judicial movida pelo governo do Estado contra a Supervia em 2007, o que resultou no reconhecimento, por parte da concessionária, de um débito de 96 milhões de reais. Esse valor faz parte do conjunto de investimentos que estão sendo executados pela SuperVia. Cabe informar que o documento citado por VEJA contém assinaturas não reconhecidas pelos funcionários, o que já está sendo objeto de apuração administrativa do órgão”.
VEJA mantém a informação de que o relatório está inserido em um processo administrativo que corre desde 2013 na Central. Enquanto ninguém esclarece nada, resta acreditar que uma espécie de mágico do aço está atuando no Rio de Janeiro desaparecendo com vigas e trens.
FONTE: Veja.
Segundo o motorista, os valores têm compensado. “Aqui é só gente educada e o sistema de avaliação ajuda tanto o condutor quanto o passageiro. Se você gostou, me dá cinco estrelas. Se o passageiro causa problemas, a gente tira estrelas dele. Assim fica muito mais confiável para os dois”, opinou. O trajeto de 2,24 quilômetros até o Mercado Central levou exatos 8 minutos e 51 segundos e custou R$ 12, cerca de R$ 2,50 a mais do que num táxi. A trajetória e a velocidade foram adequadas e só houve um momento tenso, quando o motorista entrou junto com um BRT/Move no cruzamento da Avenida João Pinheiro com a Rua dos Guajajaras e precisou frear para não bater.
No segundo teste, feito no sentido oposto (Mercado Central-Praça ABC), houve vários problemas. O motorista passou direto na Avenida Augusto de Lima e trafegou pela faixa de circulação exclusiva do BRT/Move. Não satisfeito, deu marcha a ré na avenida e estacionou em lugar proibido na Rua São Paulo. Por meio do aplicativo, o taxista informou onde estava e perguntou se a reportagem poderia ir até ele ou se queria que voltasse – a primeira opção foi escolhida. O motivo da confusão é que, por não ser de Belo Horizonte, o condutor ainda se confunde com destinos e trajetos. “Somos cinco que viemos do Rio de Janeiro para aumentar a oferta de carros aqui até o fim do mês, enquanto mais motoristas de BH se cadastram”, justificou.
O homem, trazido do sistema carioca, conta que há remuneração por disponibilidade. “Cada hora que fico disponível ganho de R$ 16 a R$ 40, dependendo de uma tabela. De resto, trabalhamos com nossos carros e pagamos uma porcentagem ao Uber”, disse. Cada condutor deixa 20% da corrida com o aplicativo. O mesmo trajeto, de 2,39 quilômetros, foi cumprido em 11 minutos e 20 segundos e custou R$ 13, também cerca de R$ 2,50 a mais que num táxi convencional.
Espera por parecer Procurada pela reportagem, a BHTrans preferiu não se posicionar sobre o funcionamento do Uber. Por sua vez, o diretor de fiscalização do DER-MG, João Afonso Baeta Costa Machado, afirmou que o departamento tem monitorado as atividades virtuais e de campo dos veículos do aplicativo. Em princípio, o entendimento dele é de que se trata de um serviço ilegal. “Estamos observando e analisando por meio do serviço de inteligência e da advocacia do estado para saber se podemos agir como fazemos com serviços que funcionam sem autorização do poder público”, disse. “É um elemento novo, que tem surgido no mundo todo e por isso temos de estar atentos e acompanhar”, acrescentou.
Enquanto o serviço não é regulamentado ou proibido, Baeta recomenda que os passageiros evitem usar o Uber. O Ministério Público de Minas Gerais também foi procurado pelo EM, mas não se manifestou sobre a polêmica. O Sincavir, que representa taxistas, informou que considera o aplicativo concorrência desleal e que já protocolou no MP, na Prefeitura de Belo Horizonte e na BHTrans ofício pedindo a proibição do aplicativo. O sindicato ainda não obteve respostas.
O diretor de comunicação da Uber no Brasil, Fabio Sabba, disse que há intenção de regulamentar a atividade em Belo Horizonte, uma vez que, na avaliação dele, o serviço está sendo bem aceito. “A Uber não é proprietária de nenhum veículo e não emprega motoristas. É uma plataforma tecnológica que conecta passageiros e motoristas ao toque de um botão”, sustentou. O diretor, no entanto, não confirma os números de adesões, qual a expectativa de veículos parceiros que pretende chegar ou quais as gratificações em cada local. Segundo Sabba, os motoristas parceiros precisam de seguro que inclua os passageiros e autorização para usar o veículo para fins comerciais. “Todos passam por um rigoroso processo de checagem de antecedentes criminais e que inclui, ainda, checagens contínuas das informações e condições dos veículos”, afirmou.
Saiba mais
Reação em várias cidades
O aplicativo Uber funciona em 230 cidades do mundo. No Brasil, o sistema entrou em conflito com os sistemas de táxi, que são concessões municipais. Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura chegou a apreender três veículos que cobravam pelo serviço de transporte e só liberou os veículos após o pagamento de R$ 2,4 mil cada. Em reação a isso, porta-vozes da empresa norte-americana afirmaram que a legislação brasileira é desatualizada. O Uber já funcionava no Rio de Janeiro, onde os taxistas já se manifestaram contra a funcionalidade, inclusive fechando ruas, e estreou em Brasília na semana passada. Na Alemanha, a Justiça chegou a proibir o aplicativo, mas a decisão foi suspensa. Em Londres, a utilização foi legalizada.
Uber, o aplicativo que enfurece os taxistas
O serviço para chamar motoristas particulares no mundo todo chega ao Brasil
Investidores adoram o Uber, aplicativo de celular criado em 2009 no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Ele apresenta motoristas particulares a clientes interessados em andar de carro, em troca de 20% do valor que o motorista cobra pela corrida. Em junho, a empresa anunciou que captara US$ 1,2 bilhão e valia US$ 18,2 bilhões no mercado. Isso faz dela a startup mais valiosa da história. Motoristas de táxi odeiam o Uber. Milhares de taxistas pararam o trânsito de capitais como Londres, Madri, Washington e Berlim, para protestar contra o que consideram concorrência desleal.
Alheia aos protestos, a clientela cresce. O Uber não divulga detalhes sobre o tamanho de seu público – nem atendeu a tempo aos pedidos de entrevista de ÉPOCA. Segundo o site especializado em tecnologia Tech Crunch, ele cadastra 800 mil novos usuários por semana. O que os passageiros brasileiros acham do Uber? A pergunta poderá ser respondida em breve. Presente em 140 cidades, de 39 países, ele anunciou sua chegada ao Rio de Janeiro e a São Paulo.
O Uber promete “rapidez e conveniência” para quem quer se deslocar com conforto, sem usar o próprio carro. Na prática, é um táxi de luxo. ÉPOCA testou o sistema. Depois de baixar o aplicativo gratuito num smartphone, o usuário deve preencher um pequeno cadastro com nome, telefone celular, e-mail e número de cartão de crédito. Em cerca de cinco minutos, pude fazer minha primeira chamada: uma corrida entre o centro do Rio e Leblon, na Zona Sul, no início da noite. O aplicativo calculou que a corrida custaria cerca de R$ 49 – R$ 12 a mais do que a corrida num táxi comum, sem trânsito.
Depois de confirmado o pedido, recebi uma mensagem com a foto do motorista que me buscaria, a placa e o modelo do veículo. No visor do celular, aparece um mapa em tempo real, indicando carros pretos conectados ao Uber espalhados pela cidade. Podemos acompanhar o carro se aproximar e o tempo de chegada até o ponto de embarque. O prazo de chegada prometido inicialmente, cinco minutos, foi recalculado até o carro chegar de fato: 18 minutos. Até aqui, a experiência é semelhante à dos aplicativos de táxi que se tornaram onipresentes no Brasil.

Taxistas protestam diante da sede do Uber, na Califórnia. O serviço é acusado de concorrência desleal
Nos Estados Unidos, o Uber investiu em carros suntuosos, como limusines, lançamentos e extravagâncias, como um DeLorean igual ao do filme De volta para o futuro. Em minha experiência, fui recebida por um Citroën C4 Pallas preto, de vidros escuros. Lançado em 2008, o carro médio, bastante espaçoso, saiu de linha no ano passado. O motorista, de terno e gravata, abriu a porta de trás e abasteceu o porta-copos do banco do carona com água mineral – sem perguntar se eu estava servida. Ao voltar ao volante, pediu desculpas pelo atraso.
Sem alarde, o Uber começou a funcionar no Rio de Janeiro em maio, tão discretamente que nenhuma autoridade se manifestou ainda sobre sua questionável regularidade. O serviço não é registrado pelas autoridades de transporte locais nem recolhe impostos. O aplicativo contou com a demanda de turistas estrangeiros no Brasil para a Copa, já acostumados ao serviço em seus países. Boa parte dos motoristas não fala inglês, segundo o condutor que me levava. Para atenuar o problema, muitos carregam uma cartilha com frases em inglês, como “Bom dia”, “Boa tarde “, “Boa noite “ e “Obrigado”. Como é de imaginar, não resolve. Dia destes, um passageiro americano bêbado embarcou em Santa Teresa, bairro da região central. Queria ir para o Aeroporto Internacional do Rio, na Ilha do Governador. “Ele tentou puxar papo. Eu sorria e acenava porque não entendi nada. Além de estar muito bêbado, só inglês”, disse o motorista. De táxi ou Uber, estaria igualmente incomunicável.
A publicitária carioca Lara D’Avila, de 23 anos, aprendeu a usar o aplicativo quando morou nos Estados Unidos. Lá, o serviço saía mais barato que o táxi, ao contrário do que acontece no Brasil. O Uber chegou aqui como uma opção de transporte mais sofisticado. “Ainda vou andar de táxi, mas às vezes chamo o Uber. O atendimento é mais exclusivo, dá a sensação de um carro particular. Gosto de usar para ir a festas e jantares”, diz.
Ao final da minha corrida, paguei R$ 55, R$ 6 a mais que o estimado inicialmente pelo aplicativo. O custo será debitado em meu cartão de crédito, conforme a mensagem enviada cerca de duas horas depois da corrida com a confirmação de valor, trajeto e duração. Ao desembarcar, percebi olhares curiosos dos frequentadores de um bar na calçada. Ninguém desce discretamente de um carro preto, com a porta aberta por um motorista em terno e gravata.
FONTE: Estado de Minas e Época.
Indenização é maior que meu salário, diz agente que parou juiz em Lei Seca
Luciana Silva Tamburini foi condenada a pagar R$ 5 mil a magistrado.
Ele foi parado na blitz e deu voz de prisão ao saber que teria carro rebocado.

Condenada pela 36ª Vara Cível do Rio de Janeiro a pagar R$ 5 mil ao juiz João Carlos de Souza Correa após um desentendimento numa blitz, a agente da Lei Seca Luciana Silva Tamburini, de 34 anos, disse ao G1 nesta quarta-feira (5) que não teria como pagar a indenização. “Não tenho dinheiro para pagar isso, é mais que meu salário”, disse ela.
Ainda na terça, internautas criaram uma “vaquinha virtual” para pagar a indenização. Cerca de três anos e meio depois de receber voz de prisão ao abordar um juiz em uma blitz da Lei Seca na Zona Sul do Rio, a agente da operação foi condenada a indenizar o magistrado por danos morais. Luciana Silva Tamburini processou o juiz João Carlos de Souza Correa, alegando ter sido vítima de situação vexatória. Porém, a Justiça entendeu que a vítima de ofensa foi o juiz e não a agente. Naterça-feira (4), ela disse que a “carteirada” que recebeu do magistrado não foi a única ao longo de três anos que trabalhou na Lei Seca.
“Isso acontece todos os dias e não só comigo. Já recebi até um ‘Você sabe com quem está falando?’ da mulher de um traficante de um morro de Niterói”, contou.
Luciana acrescenta que vai entrar com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a condenação que sofreu. Segundo ela, a decisão do Tribunal de Justiça do Rio é desmotivante.
“É um absurdo. Porque você bota a pessoa ali para trabalhar, para cumprir a lei. É uma pena a lei ser para poucos, para pessoas que têm o poder maior que o nosso. Imagina se vira rotina?”, pergunta.
Ela disse ainda que acredita que esse tipo de decisão não deveria afetar o trabalho que os agentes desempenham no cumprimento da lei.
“O servidor público fica com medo de aplicar a lei. Você não pode trabalhar com medo”, explicou.
Sobre o uso da expressão “juiz não é Deus”, a servidora disse que houve interpretação errada por parte do magistrado. Segundo ela, na época da abordagem Correa chamou um policial militar e lhe deu voz de prisão.”O PM já veio na tenda onde eu estava com a algema dizendo que ia me algemar porque ele [o juiz] queria. Eu então disse ao policial que ele queria, mas ele não era Deus. O policial falou isso para o juiz. Não fiz isso com o objetivo de ofender”, contou.
Desde 2012 Luciana trabalha na área adminstrativa do Detran. Segundo ela, o motivo não foi a repercussão do caso. Recentemente, ela passou em um concurso para escrivã da Polícia Federal.
“Eu quero continuar trabalhando com segurança pública. Quem está ali é gente boa. Acredito nisso”, completou
A agente comentou ainda sobre a repercussão do caso na imprensa e nas redes sociais:
“É importante como alerta para a sociedade. A lei está aí para ser cumprida, para a gente se unir e ter um futuro melhor para filhos e netos. Não podemos ser coagidos por nada”.

Luciana também revelou que soube do movimento “vaquinha virtual” para ajudar a pagar a indenização ao juiz João Carlos de Souza Correa.
“Achei ótimo, mas, se Deus quiser, não vai ser preciso pagar. Vou entrar em contato para ver se é possível fazer uma doação para uma instituição de caridade”, disse.
Entenda o caso
A decisão, publicada na sexta-feira (31), foi tomada pelo desembargador José Carlos Paes, da 36ª Vara Cível do Rio de Janeiro. Ele entendeu que Luciana “agiu com abuso de poder, ofendendo o réu, mesmo ciente da função pública desempenhada por ele”.
A blitz da Lei Seca ocorreu na Rua Bartolomeu Mitre, no Leblon, em fevereiro de 2011. O juiz João Carlos de Souza Correa conduzia um Land Rover sem placas e não tinha carteira de habilitação. Luciana, na condição de agente de trânsito, informou que o veículo teria de ser apreendido e levado a um pátio. O juiz, por sua vez, exigiu que o carro fosse levado para uma delegacia. Ambos acabaram sendo levados para a 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado.
Conforme o G1 apurou à época, o juiz alegou que a agente Luciana Tamburini foi debochada. Já a agente da Lei Seca disse que o magistrado agiu com abuso de autoridade.
Luciana acionou a Justiça alegando ter sido ofendida durante exercício de sua função. Ao analisar o recurso, o desembargador José Carlos Paes alegou que “nada mais natural que, ao se identificar, o réu tenha informado à agente de trânsito de que era um juiz de Direito”, considerando assim que o juiz não agiu com a chamada “carteirada”, conforme alegou Luciana.
Para o desembargador, “em defesa da própria função pública que desempenha, nada mais restou ao magistrado, a não ser determinar a prisão da recorrente, que desafiou a própria magistratura e tudo o que ela representa”.
Ao fundamentar sua decisão, o desembargador estabeleceu o valor de R$ 5 mil a ser pago por Luciana ao juiz a título de indenização por danos morais. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o juiz não vai se manifestar sobre o caso.
Esclarecimento
A Operação Lei Seca divulgou nota onde esclarece que a Corregedoria do Detran abriu um processo disciplinar para apurar a conduta dos agentes da operação na ocorrência envolvendo o juiz João Carlos de Souza Correa e não constatou qualquer irregularidade. Além disso, o registro de ocorrência realizado pelo crime de desacato na 14ª DP (Leblon) foi formalizado como fato atípico pela falta de provas.
De acordo com a nota divulgada pela Operação nesta terça-feira (4) o juiz fez o teste do bafômetro, mas não portava a Carteira Nacional de Habilitação e conduzia um veículo sem placa. Ao ser informado que o carro seria removido para o depósito, o motorista acusou um dos agentes de desacato. O veículo foi rebocado e ele recebeu duas multas, uma por não licenciar o veículo e outra por não portar a CNH.
Segundo a Operação Lei Seca, todos os motoristas abordados nas blitzes são submetidos aos mesmos procedimentos e a atuação dos agentes está de acordo com a Lei.
A Operação Lei Seca é uma campanha educativa e de fiscalização, de caráter permanente, lançada em março de 2009, pela Secretaria de Estado de Governo do Rio de Janeiro. Desde então, até a madrugada desta terça, quase dois milhões de motoristas foram abordados, 328.065 foram multados, 67.901 veículos foram rebocados e 121.106 motoristas tiveram a CNH recolhida.
Foram 128.660 condutores com sanções administrativas, sendo que 4.263 deles também sofreram sanções criminais. Os agentes também realizaram 1.467.548 testes com o etilômetro.
FONTE: G1.
Vicente Faria, chefe adjunto do Parque da Canastra, aponta a fonte que secou
São Roque de Minas e Montes Claros – A redução da disponibilidade de recursos hídricos na Bacia do São Francisco, agravada pelo inédito secamento da nascente principal do rio, situada no Parque Nacional da Serra da Canastra, em São Roque de Minas, se alastra pelo leito e atinge afluentes em efeito dominó. Em território mineiro, a crise se estende da área onde brota o Velho Chico, no Centro-Oeste do estado, à divisa com a Bahia, no Rio Verde Grande, passando pela represa de Três Marias, a segunda maior da bacia. Pelo caminho, o regime de escassez de água já deflagra conflitos entre produtores rurais, que resultaram em mais de 30 ocorrências registradas apenas nos últimos três meses pela Polícia Militar, em pelo menos oito municípios do Alto São Francisco. A situação é tão crítica que motivará reunião emergencial do comitê nacional da bacia, amanhã, em Belo Horizonte. Entre as providências em estudo está a possibilidade de racionamento.
O marco do padroeiro cercado por cinzas: após sucessivas queimadas, unidade de conservação da Serra da Canastra está fechada
No parque nacional que abriga a nascente histórica do rio, em São Roque de Minas, a seca tem se agravado nos últimos três anos, mas piorou a partir do último mês de abril. O ponto alto do estado de alerta ocorreu com o secamento da chamada nascente principal do Velho Chico, localizada em meio a uma paisagem hoje esturricada por sucessivos incêndios. Em julho, 40 hectares de vegetação foram consumidos. Em agosto e setembro, houve mais oito queimadas no parque. Na semana passada, outros quatro dias de labaredas atingiram a área do manancial, segundo o secretário de Meio Ambiente, Esporte, Lazer e Turismo de São Roque de Minas, André Picardi. Como medida de proteção, na sexta-feira a visitação à unidade de conservação foi suspensa e deve permanecer assim até 16 de outubro, se não chover.
Algumas fazendas da região têm até seis nascentes de água. “Essas fontes agora são temporárias. O impacto maior da seca que estamos sofrendo é que as pessoas estão se dando conta de que a água não está garantida”, afirmou André Picardi. Segundo ele, conflitos entre proprietários rurais vêm sendo registrados com frequência em alguns dos 29 municípios na região que fazem parte do Comitê da Bacia do Alto São Francisco. “Isso não existia há três anos. Se havia um caso, era muito. Hoje, a água é fonte de briga entre vizinhos. Antes, as nascentes não secavam”, disse.
A disputa pela água entre fazendeiros para manutenção das atividades em suas propriedades é confirmada pelo presidente do Comitê de Afluentes do Alto São Francisco, Lessandro Gabriel da Costa, que é também secretário de Meio Ambiente de Lagoa da Prata, a 160 quilômetros de São Roque de Minas. Fontes da Polícia Militar de Meio Ambiente na região confirmam o quadro e informam que a situação piorou desde que a seca se agravou, nos últimos 40 dias, período em que têm sido registrados diariamente boletins de ocorrência relacionados a brigas pela água.
Segundo revelou ontem um integrante da Polícia Militar de Meio Ambiente que trabalha na região do Alto São Francisco, a própria corporação tem tomado precauções no sentido de evitar o acirramento dos ânimos entre fazendeiros. “Quando um agricultor denuncia outro por fazer um açude, por exemplo, e manifesta vontade de nos acompanhar até a propriedade do vizinho, aconselhamos que não vá, exatamente para evitar contato direto entre eles”, afirmou o militar, que, por questão de hierarquia, pede anonimato.
Lessandro Costa confirma que o origem da disputa é o desaparecimento de nascentes e de vários pequenos rios e córregos que correm em direção ao Velho Chico. “Os conflitos ocorrem porque produtores situados à beira de cursos represam a água, prejudicando o abastecimento em propriedade situadas abaixo”, explicou. “A água é pouca e não chega para todo mundo.” Em casos como esses, os militares ouvem o reclamante e vão até a propriedade do denunciado, registrando a ocorrência, que é encaminhada ao Ministério Publico, a quem compete tomar providências legais.
Mobilização de emergência
O secretário Lessandro Costa informou que o secamento da principal nascente do Velho Chico evidenciou ainda mais a gravidade da situação do rio. Diante disso, amanhã o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco promoverá reunião emergencial na sede da Agência Ambiental Peixe Vivo, em Belo Horizonte, a fim de debater estratégias para enfrentar a situação. O objetivo é reunir subsídios para medidas a serem adotadas pela Câmara Consultiva do órgão, visando ao controle e ao racionamento da água. “Podem ser adotadas medidas judiciais junto ao Ministério Público, com a possibilidade de ser decretado racionamento de água e diminuição da retirada por parte de empresas, priorizando o abastecimento humano”, afirmou o ambientalista.
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No sábado, uma comitiva do comitê nacional deve fazer uma visita técnica à nascente na Serra da Canastra, para verificar a situação. Seus integrantes encontrarão uma paisagem desolada: nos pontos onde antes brotavam olhos d’água e pequenos filetes se formavam debaixo de tufos de capim, marcando a origem do São Francisco, agora há um tapete de cinzas. Não há sequer uma gota d’água correndo em trecho de um quilômetro da principal fonte do rio. A terra úmida, que pode ser sentida com o dorso da mão, é o único indício de que ali antes havia vida. “Vários animais, como cobras e tamanduás, morreram queimados nos incêndios. Os tamanduás têm visão e audição muito ruins e são as maiores vítimas”, disse chefe-adjunto do parque, Vicente Faria.
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A iniciativa de fechar a unidade de conservação é uma tentativa de proteger a fauna e a flora. Para evitar incêndios, foi feita um espécie de aceiro às margens da estrada que corta o parque, para aumentar a proteção e impedir que o fogo chegue às áreas verdes remanescentes, onde está concentrada a maior parte dos animais silvestres.
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No Norte de Minas, cerca de 600 rios e córregos estão sem água e pelo menos a metade faz parte da Bacia do São Francisco, que atravessa a região. Os dados são do técnico Reinaldo Nunes de Oliveira, do escritório regional da Empresa de Assistência Técnica Extensão Rural (Emater), em Montes Claros.
Ele ressalta que o secamento dos rios e córregos, pela falta de chuva, resulta em sérios prejuízos para a economia da região, principalmente à pecuária e à agricultura. “As secas seguidas dos últimos três anos no Norte de Minas já causaram perdas que chegam a R$ 1 bilhão. O nosso rebanho bovino, que era de 3,3 milhões de cabeças em 2010, caiu para 2,5 milhões.”
Entre os cursos d’água da região que pertencem à Bacia do Rio São Francisco e estão secos, Reinaldo aponta os rios São Domingos, Caititu e Quem-Quem, que deságuam no Verde Grande. “Outros, como o Pacuí e o Canabrava ainda correm, mas são apenas um filete d’água. “A situação mostra que é preciso um programa de convivência com a seca, com ações mais efetivas, como pequenas barragens para conter a água da chuva e regularizar o rios. A sociedade tem que se conscientizar para cobrar as obras do governo.”
O Rio Verde Grande nasce no município de Bocaiúva, no Norte de Minas, e deságua no São Francisco em Malhada (BA). A bacia atinge 33 cidades (28 em Minas e cinco na Bahia). Em Riacho do Fogo, distrito Montes Claros, ainda perto de sua nascente, o Verde Grande mais parece uma estrada.
“Nunca vi esse rio assim. Isso é conseqüência do desmatamento em suas margens”, lamenta o agricultor Selvino Mendes Teixeira, morador de Riacho do Fogo, ao caminhar pelo leito vazio. “Há muito prometem barraginhas para manter a vazão do rio, mas, as obras nunca saem.” Para matar a sede das poucas vacas em um pasto às margens do rio, ele retira água de um poço tubular. O cano passa dentro do leito seco. “Temos que rezar para que São Pedro mande chuva logo.”
A drástica diminuição do volume do Velho Chico foi constada pela Expedição Vidas Áridas, formada por ambientalistas, professores universitários e representantes de órgãos públicos e ONGs, que, no último fim de semana, iniciou viagem pelo rio, de Três Marias a Malhada (BA). A chegada está prevista para sábado. O barco que leva a comitiva enfrenta dificuldades para navegar. “Infelizmente, a sensação que temos é a de que o São Francisco está morto”, afirma Délio Pinheiro, um dos integrantes da expedição.
FONTE: Estado de Minas.
O escritor João Ubaldo Ribeiro, autor do épico Viva o povo brasileiro, morreu na madrugada de ontem, de embolia pulmonar, aos 73 anos. Ele estava em sua casa, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, quando se sentiu mal por volta das 3h. Baiano de Itaparica, era um dos mais celebrados escritores brasileiros, imortal da Academia Brasileira de Letras, eleito em 1993, onde ocupava a cadeira de número 34. O corpo foi velado, como manda a tradição, na sede da ABL. O enterro deverá ser realizado hoje, às 10h, no mausoléu da academia, no Cemitério de São João Batista, em Botafogo. A família espera a chegada da filha do escritor, Manuela, que mora na Alemanha.
Nascido em 23 de janeiro de 1941, com apenas dois meses João Ubaldo foi com a família para Sergipe, onde viveu até os 11 anos. Em Aracaju, onde os Ribeiro passaram a morar, seu pai, Manoel, trabalhou como professor e advogado. Muitos anos depois, após ter morado por um período no Rio de Janeiro e em Lisboa, ele voltaria a viver em Itaparica, onde permaneceu por sete anos. Adorava a ilha, que lhe serviu de inspiração para muitos textos e onde era querido por todos os moradores.
Nas andanças da família, já de volta à Bahia, foi matriculado no Colégio Sofia Costa Pinto e depois transferido para o Colégio da Bahia, também conhecido como Colégio Central. Foi ali que conheceu e se tornou amigo do cineasta Glauber Rocha, com quem chegou a editar revistas culturais na juventude, além de participar do movimento estudantil. Foram muito ligados até a morte de Glauber, em 1981.
Formado em direito pela Universidade Federal da Bahia, João Ubaldo Ribeiro não chegou a exercer a profissão. A literatura o conquistou desde cedo. Seu primeiro livro, Setembro não tem sentido, foi escrito quando tinha 21 anos e já dava mostras, pela densidade do texto, do que viria em seguida. O primeiro nome que escolheu para o romance de estreia foi A semana da pátria, mas um editor o convenceu a mudá-lo. O mesmo ocorreria com outro livro, Vencecavalo e o outro povo, de 1974, que pela vontade do autor se chamaria A guerra dos paranaguás.
Entre as atividades que exerceu antes de dedicar-se exclusivamente à literatura, foi professor da Escola de Administração e da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia e jornalista. Foi repórter, redator, chefe de reportagem e colunista do Jornal da Bahia, e editor-chefe da Tribuna da Bahia. Velhos colegas de profissão até hoje falam da sua brilhante passagem pela imprensa baiana. Ultimamente, publicava crônica semanal em jornais do Rio e de São Paulo, além de colaborar com o Jornal de Letras, de Portugal, o Times Literary Suppplement, da Inglaterra, e o Frankfurter Rundschau, da Alemanha.
Ainda no início da carreira de ficcionista, João Ubaldo foi um dos jovens autores brasileiros a participar do International writing, programa da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. Em 1964, o escritor fez mestrado em ciência política na Universidade da Carolina do Sul, curso que está na base do único ensaio que publicou, Política: quem manda, por que manda, como manda, de 1981. O romancista também morou em Berlim entre 1990 e 1991, a convite do Instituto Alemão de Intercâmbio. Sobre a sua experiência na Alemanha, deixou um delicioso livro de crônicas, Um brasileiro em Berlim.
A consagração veio em 1971 com a publicação do romance Sargento Getúlio, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti como autor estreante. Traduzido para várias línguas, a novela, de acordo com a crítica, “sintetizava o melhor de Graciliano Ramos e Guimarães Rosa”. O livro foi levado ao cinema por Hermano Pena, em 1983, com Lima Duarte no papel principal. Atualmente, Sargento Getúlio circula o Brasil em adaptação para o palco do Grupo de Teatro NU, da Bahia.
As obras de Ubaldo sempre foram vistas com interesse por diretores de teatro, cinema e televisão. O romance O sorriso do lagarto, de 1989, foi adaptado para minissérie da TV Globo, no início da década de 1990, com Tony Ramos, Maitê Proença e José Lewgoy no elenco. O apimentado romance A casa dos budas ditosos ganhou uma elogiada adaptação para o teatro em 2003, em monólogo de Fernanda Torres, com direção de Domingos de Oliveira. O espetáculo deu à artista o Prêmio Shell de melhor atriz naquele ano.
Épico popular
Seu livro de maior repercussão entre os leitores e a crítica foi o romance Viva o povo brasileiro, que Ubaldo começou a escrever em 1982, com o título provisório de Alto lá, meu general. Lançado em 1984, daria ao autor outro Jabuti, além de traduções em vários idiomas. Romance caudaloso, conduzido com ritmo épico e humor, Viva o povo brasileiro cruza dados históricos com elementos da cultura popular, propondo outro olhar sobre a formação do brasileiro. João Ubaldo construiria com seu livro uma obra de forte peso político – pela visão popular e a contrapelo da história oficial –, realizada com sofisticado tratamento da linguagem.
Nesta época, na companhia do colombiano Gabriel García Márquez e do argentino Jorge Luis Borges, João Ubaldo foi um dos convidados para participar de uma série de filmes sobre a América Latina, produzidos por uma rede de televisão do Canadá. Três anos depois do lançamento de Viva o povo brasileiro, o livro foi escolhido como tema do samba-enredo da Escola de Samba Império da Tijuca.
No encerramento de seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, em 1994, ele disse com emoção: “Tendo sido criado em Sergipe até os 11 anos, não posso deixar de ser meio sergipano; tendo nascido em Itaparica, sou baiano. Agradeço, abraço e peço a bênção ao povo da Bahia e de Sergipe. Imagino que agora, lá na ilha, algum itaparicano levanta um copo em minha lembrança, e lá, em Aracaju, tão doce e amável na minha infância, algum amigo antigo fala em mim com orgulho conterrâneo”.
Em 2008, o escritor foi escolhido para receber o Prêmio Camões, o mais importante para autores de língua portuguesa. João Ubaldo Ribeiro foi casado com Maria Beatriz Moreira Caldas, com quem teve dois filhos, Emílio e Manuela. Em 1980, se casou com Berenice de Carvalho Batella Ribeiro, com quem teve dois filhos, o ator Bento Ribeiro e Francisca.
“Minha geração se vai. Companheiro de tantas viagens, conversas, risos. Um personagem. Foi se encontrar com Glauber,
a quem venerava, com Jorge Amado, que idolatrava, com Zélia, com Scliar. Assim como ele disse, décadas atrás, em um hotel de Colônia, aos gritos: ‘Que falta você faz, Glauber’, digo agora, ‘Que falta você faz João Ubaldo’.”
. Ignácio de Loyola Brandão, escritor e jornalista
“Foi uma surpresa, um choque para a academia. Ele estava muito bem disposto, em um momento de plena produção literária. É uma grande perda para as letras. Ele renovou a literatura brasileira. Com a publicação de Viva o povo brasileiro ele inaugurou uma nova etapa do nosso romance.”
. Geraldo Holanda Cavalcanti, presidente da Academia Brasileira de Letras
“João Ubaldo foi um escritor revolucionário. Trouxe nova dicção para a literatura focada nos personagens populares do Brasil. Fez da ilha de Itaparica um resumo do Brasil. Após ciclo de grandes romances, João Ubaldo se destaca por crônicas primorosas, extremamente criativas. Textos que são deliciosos pelo modo como tratam, de forma desabusada e satírica, os problemas brasileiros.”
. Miguel Sanches Neto, romancista e crítico
FONTE: Estado de Minas.
ROMERO REPETE GOYCOCHEA – ARGENTINA BATE HOLANDA NOS PÊNALTIS E VAI À FINAL
Xará do herói da classificação para decisão há 24 anos, goleiro para Vlaar e Sneidjer nos pênaltis, e hermanos encaram a Alemanha, no Maracanã
Aos holandeses resta um encontro com o Brasil, sábado, às 17h (de Brasília),
no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, para decidir o terceiro lugar.
Um jogo com cara de melancolia para os donos da casa e também para a
Laranja, que chegou perto mais uma vez e novamente refugou.
Dificilmente a geração comandada por Robben, Van Persie e
Sneidjer terá outra chance.
FONTE: G1.
‘É um renascimento’, diz mulher que sobreviveu a 2º acidente com ônibus
Maria Nilza é uma das ocupantes de veículo atingido por viaduto em BH.
Ela conta que estava em coletivo que caiu no Ribeirão Arrudas há 15 anos.

“Cada acidente que você tem é um renascimento”, disse a vendedora Maria Nilza Loiola, de 54 anos, uma das pessoas que estavam no micro-ônibus que foi atingido na queda do Viaduto Guararapes, em Belo Horizonte. Ela conta que esta é a segunda vez que sobrevive a um acidente envolvendo um veículo do transporte coletivo na capital mineira. Maria Nilza era uma das passageiras de um ônibus que caiu no Ribeirão Arrudas, em 1999.
A queda do elevado nesta quinta-feira (3) provocou a morte de duas pessoas e deixou 23 feridas. Já no acidente ocorrido na década de 1990, nove pessoas morreram na hora.
A vendedora fazia todos os dias o trajeto passando pela Avenida Dom Pedro I, via sobre a qual desabou o viaduto. “Eu lembro da cortina de concreto caindo. Eu lembro das pessoas pedindo ajuda, socorro, porque estavam assustadas. Um filme que a gente não quer ver na vida real”, lamenta. Ela recebeu cuidados médicos e foi liberada.
Ela conta que, após o primeiro acidente, perdeu parte dos dentes, machucou a perna e ficou mais de 20 dias sem trabalhar. A vendedora relembra que foi resgatada com a ajuda de uma corda.
Segundo Maria Nilza, nos dois casos, ela teve a certeza de que iria morrer. Questionada se tem medo da morte, ela diz que não. “Eu peço muito a Deus para me proteger. O que tenho mais medo não é morrer, é deixar meu filho sozinho no mundo”, diz, referindo-se a Marcelo, de 26 anos, com quem mora no bairro Tupi, na Região Norte da capital.
“Agora eu tenho três datas de aniversário”, diz aliviada. Maria Nilza conta que as pessoas da família dela já brincam que terão que dar três presentes por ano. Na rua, ela afirma ter ouvido o apelido de “sete vidas”.
Desabamento
O viaduto, que saía da Rua Olímpio Mourão e passava sobre a Avenida Pedro I, estava em construção e, segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, seria inaugurado neste mês. O acidente aconteceu na Região da Pampulha, onde está o estádio Mineirão, que vai receber uma partida da semifinal da Copa do Mundo na próxima terça-feira (8). A Avenida Pedro I é uma das vias de acesso ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, esteve no local do desabamento e disse que ainda é prematuro apurar responsabilidades. “Não sabemos se é falha de projeto ou de construção”, disse o chefe do Executivo, que afirmou ainda que a administração está empenhada em prestar assistência às vítimas. O prefeito decretou luto oficial de três dias na cidade.
Um segundo viaduto também está sendo construído ao lado do que desabou. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma vistoria verificou que a estrutura deste segundo elevado foi abalada com a queda do primeiro. Partes do viaduto foram escoradas para evitar novos desabamentos.
A Construtora Cowan, responsável pela obra, lamentou o acidente em nota e disse que iria prestar apoio às vítimas. “A Cowan lamenta profundamente o ocorrido com o viaduto sobre a Avenida Pedro I. Neste momento, a prioridade é o apoio às vitimas e aos familiares. A empresa informa que já enviou ao local a equipe técnica para iniciar as investigações”, informa a nota.
A obra faz parte da meta 2 do Plano de Mobilidade do BRT, que seria usada durante a Copa do Mundo. Segundo a Secretaria Extraordinária da Copa, a Secopa, a construção tem verba federal, mas era executada pela Prefeitura de Belo Horizonte. O valor desta etapa da obra é de R$ 460 milhões, e, até agora, já foram executados R$ 445 milhões.

Vítimas e testemunhas
A motorista do ônibus era Hanna Cristina Santos, de 25 anos. Ela tinha uma filha de cinco anos, que estava dentro do veículo no momento do acidente (Veja ao lado flagrante do momento do resgate). O ex-marido de Hanna, Ederson Elisiano, esteve no Hospital Risoleta Neves para ver a filha. Ele contou que a criança faz aniversário na próxima semana. “Eu não sei como vou fazer, pois ela é muito apegada a mãe”, disse. A menina não se feriu com gravidade.
FONTE: G1.
1999 – Ônibus urbano (linha 1505) cai no ribeirão arrudas
Em 16 de julho de 1999 é registrado um grave acidente envolvendo um ônibus urbano (linha 1505) que caiu no ribeirão arrudas, centro da capital. O trabalho de resgate das vítimas, realizado pelos militares do Corpo de Bombeiros, foi feito em meio a muitas adversidades, tendo em vista o grande volume d’água do ribeirão, a posição em que o veículo caiu e o número de pessoas a serem socorridas. Várias guarnições de bombeiros foram empenhadas nessa operação de salvamento que exigiu muita cautela e agilidade. Infelizmente houve o registro de nove vítimas fatais e cinquenta e dois feridos.
veja o vídeo do momento da queda: http://www.dzai.com.br/jornaldaalterosa/video/playvideo?tv_vid_id=21133
FONTE: Corpo de Bombeiros.
Em uma futebolística sentença, um juiz do XXV JEC de Pavuna, no RJ, julgou improcedente o pedido de um torcedor, cujo time foi derrotado na final da Libertadores, que sentiu ofendido com matérias publicadas por um jornal.
“Futebol sem deboche não dá !”
Em uma futebolística sentença, um juiz do XXV JEC de Pavuna, no RJ, julgou improcedente o pedido de um torcedor, cujo time foi derrotado na final da Libertadores, que sentiu ofendido com matérias publicadas por um jornal. Segundo ele, as reportagens ridicularizavam os torcedores. Para o juiz, “zoação” é algo inerente a qualquer um que escolha torcer por um time de futebol. O magistrado lembra que “é difícil encontrar nos livros de direito um conceito preciso do que seria uma lide temerária, mas esta, caso chegue ao conhecimento de algum doutrinador, será utilizada como exemplo clássico para ajudar na conceituação.
- Veja abaixo na íntegra.
Processo nº: 2008.211.010323-6
Sentença:
Dispensado o relatório, nos termos do artigo 38 da Lei 9.099/95. Primeiro registro que é absolutamente incrível que o Estado seja colocado a trabalhar e gastar dinheiro com uma demanda como a presente, mas… ossos do ofício! Ressalto, desde já, estarem presentes todos os pressupostos de regular desenvolvimento do processo e as condições para o legítimo exercício da ação.
O autor é capaz e está bem representado, o juízo é competente e a demanda está regularmente formada. As partes são legítimas, há interesse de agir, já que a medida é útil na medida em que trará benefício ao autor, necessária, já que sem a intervenção judicial não poderia ser alcançado o que se pede, e o pedido, por sua vez, é juridicamente possível, tratando-se de compensação por dano moral e pedido de retratação.
O que não existe nem de longe é direito a proteger a absurda pretensão do reclamante. A questão é de direito e de mérito e assim será resolvida evitando-se maiores delongas com esse desperdício de tempo e dinheiro do Estado. O reclamante, cujo time foi derrotado na final da Libertadores, sentiu-se ofendido com matérias publicadas pelo jornal reclamado, que, segundo ele, ridicularizavam os torcedores, incitavam a violência e traziam propaganda enganosa.
As matérias, no entanto, são apenas publicações das diversas gozações perpetradas pelas demais torcidas do Estado em razão da derrota do time do reclamante. Tais gozações são normais, esperadas e certas de vir sempre que um time perde qualquer partida, quanto mais um título importante que o técnico, jogadores e torcedores afirmavam certo e não veio. Mais. As gozações são inerentes à existência do futebol, de modo que sem elas este não existiria porque muito de sua graça estaria perdida se um torcedor não pudesse debochar livremente dos outros.
É certo que o reclamante ‘zoou’ os torcedores de outros times da cidade em razão de derrotas vergonhosas na mesma competição em que seu time foi derrotado, em razão de um dirigente fanfarrão ou em razão de uma choradeira com renúncia, e nem por isso pode o mesmo ser processado.
Ressalto que se o reclamante viu tudo isso e ficou quietinho, sem mangar de ninguém e sem se acabar de rir, – não ficou, mas utilizo-me dessa (im)possibilidade para aumentar a argumentação – deve procurar outros esportes para torcer, porque futebol sem deboche não dá! Ainda que a matéria fosse elaborada pelo jornal reclamado, é possível à linha editorial ter um time para o qual torcer e, em conseqüência lógica de tal fato, praticar ‘zoações’, o que, em se tratando de futebol, é algo necessário e salutar à existência do esporte. Registro que há jornais que não só têm a linha editorial apoiando um ou outro clube, como há os que são criados pelos torcedores para, dentre outras coisas, escarnecer os rivais, o que é perfeitamente viável. Evidente, por todo o ângulo em que se olhe, que não há a menor condição de existir a mínima lesão que seja a qualquer bem da personalidade do reclamante. ‘Zoação’ é algo inerente a qualquer um que escolha torcer por um time de futebol e vem junto com a escolha deste.
O aborrecimento decorrente do deboche alheio é inerente à escolha de uma equipe para torcer e, portanto, não gera dano moral, ainda que uma pessoa, por excesso de sensibilidade, se sinta ofendida e ridicularizada. Continua o reclamante na sua petição afirmando que o reclamado incita a violência com sua conduta. É engraçado, porque o próprio reclamante afirma que teve que dar explicações à diretoria de seu local de trabalho em razão de desavenças com seus colegas.
A inicial não é clara neste ponto, mas se houve briga em razão do reclamante não aceitar as gozações fica ainda mais evidente que o mesmo deve escolher outro esporte para emprestar sua torcida, porque, como já dito, futebol sem deboche, não dá! E o que é pior! O reclamante, se brigou, discutiu ou se desentendeu foi porque quis, porque é de sua vontade e de sua índole e não porque houve uma publicação em jornal.
Em momento algum o jornal sugere que haja briga, o que só ocorre em razão de eventual intolerância de quem briga, discute ou se desentende. Por fim, o argumento mais surreal! A propaganda enganosa! Chega a ser inacreditável, mas o reclamante afirma que houve propaganda enganosa porque na capa do jornal há um chamado dizendo existir um pôster do seu time rumo ao mundial, mas no interior a página está com ‘uma foto com os jogadores (…) indo em direção a uma rede de supermercados’.
Ora, e a que outro mundial o time do reclamante poderia ir se perdeu o título da Libertadores? Qualquer um que leia a reportagem, inclusive toda a torcida de tal time e em especial o reclamante, sabe, por óbvio, que jamais poderia existir foto da equipe indo à disputa do título mundial no Japão, porque isso nunca ocorreu.
A pretensão é tão absurda que para afastá-la a sentença precisaria apenas de uma frase: ‘Meu Deus, a que ponto nós chegamos??!!!’, ou ‘Eu não acredito!!!’ ou uma simples grunhido: ‘hum, hum’, seguido do dispositivo de improcedência. É difícil encontrar nos livros de direito um conceito preciso do que seria uma lide temerária, mas esta, caso chegue ao conhecimento de algum doutrinador, será utilizada como exemplo clássico para ajudar na conceituação.
O reclamante é litigante de má-fé por formular pretensão destituída de qualquer fundamento, utilizar-se do processo para conseguir objetivo ilegal, qual seja, ser compensado por dano inexistente, além de proceder de modo temerário ao ajuizar ação sabendo que não tem razão e cuja vitória jamais, em tempo algum, poderá alcançar.
Isto posto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO.
Condeno o reclamante como litigante de má-fé ao pagamento das custas, nos termos do caput do artigo 55 da Lei 9.099/95.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Após as formalidades legais, dê-se baixa e arquivem-se.
FONTE: Migalhas.
AMEAÇADOS AO NASCER Barreira contra a degradaçãoMP promete agir diante de denúncias de agressões contra fontes de alguns dos principais rios de Minas. Na última reportagem da série, EM revela caminhos para preservação
A nascente histórica do rio São Francisco, na Serra da Canastra, está preservada e é uma das raras exceções no cenário de degradação que seca os cursos d’água de Minas
A degradação que seca mananciais e desabastece rios que brotam em Minas Gerais, denunciada pela série de reportagens “Ameaçados ao nascer”, do Estado de Minas, mobilizou o Ministério Público, que promete exigir fiscalização do Poder Executivo e ações de prefeituras e concessionárias de saneamento. Como não há em prática leis específicas nem políticas sistemáticas sobre as nascentes que possam barrar também os efeitos de desmatamento, lançamento de esgoto, mineração e garimpos clandestinos, os promotores pretendem usar a Justiça e a polícia para coibir as agressões.
De acordo com a Coordenadoria Geral das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente, as regionais que cuidam das bacias dos rios São Francisco, das Velhas, Maracujá, Doce, Piracicaba, Piranga, Jequitinhonha e Santo Antônio foram acionadas depois das denúncias de ameaças às nascentes feitas pelo Estado de Minas e deverão apontar quem são os responsáveis por promover a reconstituição de áreas devastadas e a conservação dos locais.
Contudo, a tarefa não é das mais fáceis. “A legislação que temos hoje é insuficiente para garantir a preservação das nascentes, embora nos dê instrumentos repressivos. Mas é preciso mais fiscalização. Onde os problemas forem identificados, vamos instaurar inquéritos”, afirma o coordenador-geral das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente, Carlos Eduardo Ferreira Pinto. “O problema mais grave hoje é o de lançamentos de esgotos. O saneamento tem sido negligenciado e faltam políticas públicas para esse setor”, disse o representante do MP.
Segundo a Coordenadoria Regional de Meio Ambiente das Bacias dos Rios Jequitinhonha e Mucuri do Ministério Público, a Polícia Militar de Meio Ambiente e fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) foram reiteradamente chamados a fazer operações no garimpo de Areinha, em Diamantina, que devasta o Rio Jequitinhonha. Mas o MP reclama de falta de empenho. Na região, prefeituras são investigadas por omissão nos lançamentos de esgotos que poluem o rio cada vez mais próximo à sua nascente. “O Jequitinhonha não pode ser garimpado ali, por força de lei estadual que o preserva. Temos tentado várias vezes acertar operações de fiscalização, mas o Estado não toma as medidas necessárias”, disse o coordenador-regional, Felipe Faria de Oliveira.
A Semad sustenta tratar-se de situação delicada. “A região denominada Areinha é objeto de discussão de diversas organizações, federais e estaduais, devido à complexidade de fatores sociais e ambientais envolvidos. Sistema Estadual de Meio Ambiente, polícias Militar e Civil de Minas Gerais, Polícia Federal, Exército, Ibama, Ministério Público estadual, federal e do Trabalho, assim como o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), buscam uma solução conjunta para a questão”, informou, por meio de nota.
O Rio Jequitinhonha começa a ser poluído apenas 1.300 metros depois de suas águas brotarem nos chapadões do cerrado, quando precisa vencer a canalização do aterro da BR-259 e recebe resíduos gerados pela rodovia. Pouco mais de 10 quilômetros à frente, o esgoto do distrito de Pedro Lessa, no município de Serro, é levado pelo Córrego Acabassaco até o Jequitinhonha. A poluição do córrego está ajudando a matar os costumes e a cultura das comunidades quilombolas que se serviam de suas águas.
Segundo o coordenador-regional Felipe Faria de Oliveira, os lançamentos de esgotos que ameaçam o modo de vida de sociedades tradicionais ribeirinhas são uma situação recorrente. “Prefeituras e empresas concessionárias ao longo de toda a bacia têm negligenciado o tratamento de efluentes domésticos e industriais”, afirma. No caso do Serro, uma investigação está sendo concluída. “Vamos procurar a administração municipal e pedir correções por meio de um termo de ajustamento de conduta (TAC). Se isso não for possível, o caminho será uma ação civil pública”, disse o promotor.
Poluição revertida
Dinheiro de empresas que degradam as bacias hidrográficas mineiras tem contribuído para a recuperação, por meio do pagamento pelo uso da água. Desde 2010 os comitês de bacias hidrográficas e as agências de bacia têm definido ações de preservação custeadas com esses recursos. No Rio das Velhas, por exemplo, a verba chega a R$ 9,5 milhões anuais. Segundo a agência da bacia, chamada Rede Peixe Vivo, foram pelo menos 28 projetos hidroambientais de proteção de nascentes urbanas e rurais, adequação de estradas vicinais, construção de barraginhas, entre outras iniciativas financiadas por essa fonte.
O Rio Doce, considerado em 2012 como o 10º mais poluído do Brasil, também se vale dessa verba para reagir. Os recursos recebidos desde 2011 financiam planos de saneamento doados aos municípios que lançam esgoto nos rios. Atualmente, dos 228 municípios da bacia localizados entre Minas Gerais e o Espírito Santo, 57 estão tocando seus projetos.
Um berçário para os rios
Um dos caminhos para conservar as mais importantes nascentes de Minas é a criação de parques. A chamada nascente histórica do Rio São Francisco, em São Roque de Minas, no Centro-Oeste do estado, por exemplo, está totalmente preservada por estar dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra. Nessa unidade com guardas e manejo planejado, a mina de águas puras serve de berçário para peixes antes de ganhar corpo. O modelo é uma esperança para os 91 olhos d’água do município vizinho de Medeiros, apontados em 2002 por estudo da Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio São Francisco (Codevasf) como as nascentes geográficas do Velho Chico. Para isso, é necessário um projeto de lei, a exemplo do 6.905/2010, que tramita na Câmara dos Deputados, mas se encontra parado desde 2012.
A criação de áreas de preservação pode beneficiar ainda as nascentes do Rio Santo Antônio, em Conceição do Mato Dentro, na Região Central, para as quais há projeto na prefeitura local e no comitê de bacia hidrográfica. O rio abriga quatro espécies de peixes que só existem naquele curso e correm risco de extinção. As águas que brotam em Medeiros e em Conceição do Mato Dentro são ameaçadas pela devastação provocada por desmatamento, erosão, assoreamento e contaminações por agrotóxicos.
De acordo com o professor de hidrologia florestal e manejo de bacias hidrográficas da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Herly Carlos Teixeira Dias, o primeiro passo é identificar a área de recarga, onde a água das chuvas deve ser amortecida pela vegetação para ter tempo de se infiltrar no solo e alimentar o lençol subterrâneo da nascente. “Se o trabalho for bem feito, podem existir plantações e pastos por perto, desde que com curvas de nível, barraginhas, cordões vegetativos e outras técnicas que permitem a absorção da chuva”, afirma.
Segundo o professor, há produtores rurais com nascentes em suas fazendas que não são atingidos por políticas de conservação por questões burocráticas. “Muitas terras são partilhas em heranças informais. Sem documentação de posse ou averbação de reserva legal não é possível receber recursos públicos”, afirma. Há, ainda, fazendeiros que temem a fiscalização por outras questões e por isso não chamam a atenção para suas nascentes.
Mais conteúdo na versão digital
A saga das nascentes que alimentam os rios de Minas, matam a sede de cidades e sustentam hidrelétricas depois de sobreviverem a mineração, desmatamento, assoreamento e poluição agora pode ser conferida em publicação especial no EM Digital, disponível para tablets, smartphones e desktops. “O formato permite aproveitar os recursos de várias mídias. Criamos uma narrativa mais abrangente, explorando mais fotografias, usando vídeos em passagens específicas e gráficos para contar essas histórias. É o caminho de nossas reportagens especiais, de agora em diante”, afirma o editor de Artes do Estado de Minas, Álvaro Duarte. Veja também o especial completo no hotsite http://www.em.com.br/especiais/nascentes, com fotos, vídeos e textos inéditos.
Pelas águas de Minas
Em quase 5 mil quilômetros percorridos entre trechos fluviais e terrestres, a série “Ameaçados ao nascer” denuncia, desde domingo, as agressões que sugam as nascentes de alguns dos mais importantes rios que cortam Minas Gerais. Na estreia foram apontados os ataques à bacia do São Francisco, do Rio das Velhas e de alguns de seus principais tributários. Na segunda-feira, a série investigou as fontes de poluição que roubam a cultura dos ribeirinhos do Vale do Jequitinhonha. Na terça, o EM mostrou que o Rio Doce já nasce com 5.172% mais coliformes termotolerantes que o limite considerado de segurança. Ontem, a penúltima reportagem revelou as ameaças que cercam o santuário onde brota o Rio Santo Antônio, onde nadam os últimos espécimes de peixes como o Andirá.
VEJA AQUI A PRIMEIRA PARTE DA REPORTAGEM!
VEJA AQUI A SEGUNDA PARTE DA REPORTAGEM!
VEJA AQUI A TERCEIRA PARTE DA REPORTAGEM!
VEJA AQUI A QUARTA PARTE DA REPORTAGEM!
FONTE: Estado de Minas.
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Ferros e Santa Maria de Itabira – Quando filhote, o peixe de escamas prateadas quase chega à superfície do Rio Santo Antônio para se alimentar de insetos. Ao crescer, vive entre as corredeiras, época em que muda radicalmente sua dieta e passa a consumir vegetais, principalmente as algas e o limo que se agarra às rochas dessas passagens. O henochilus wheatlandii, ou andirá, como é conhecido pelos pescadores e lavradores, nadava livre por toda a extensão daquele rio e chegou a ser fisgado até na cidade de Aimorés, no Rio Doce, que é onde o manancial deságua. Soterrados pelo assoreamento que castiga toda a bacia do Rio Doce, esses cursos deixaram de abrigar o andirá, e hoje o único lugar onde o peixe prata existe é no alto Rio Santo Antônio. Mas a degradação ambiental sobe na direção da nascente, e pelo menos oito projetos têm preocupado ambientalistas e biólogos por ameaçar o hábitat do andirá e de outras três espécimes que praticamente só existem por lá.
O Ministério Público (MP) estadual de Minas Gerais conseguiu frear na Justiça a instalação de seis Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) que precisariam barrar o alto Rio Santo Antônio inundando as corredeiras que servem de berçário para o andirá. Mas além de as nascentes do manancial estarem sendo esgotadas por falta de conservação e desmatamentos, dois minerodutos, um deles em instalação e o outro em fase de licenciamento, captarão grandes quantidades de água do Rio Santo Antônio ou que deveria abastecer seu manancial, deixando, segundo previsão de especialistas, uma maior concentração de poluentes na água do rio e podendo até aterrar as formações que abrigam esses peixes. “As propostas de empreendimentos que usarão essas águas terão um certo fator de degradação. Com menos água, as concentrações de esgoto lançadas pelas cidades poderão prejudicar espécimes sensíveis, ainda que haja licenciamento”, afirma o biólogo e mestre em recursos hídricos, Rafael Resck.
Só no projeto do mineroduto da empresa Manabi, por exemplo, a outorga é para sugar 718 litros por segundo do Rio Santo Antônio. A canalização de tubos de aço está sendo licenciada para empurrar 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano das minas de Morro do Pilar, passando por Ferros até chegar a Linhares (ES), seu ponto final. O consumo de água, nesse caso, é superior ao de cidades médias, como Ipatinga, no Vale do Aço, que requer 700 litros por segundo, Americana (SP), onde o consumo é de 622 litros, ou Angra dos Reis (RJ), cujo abastecimento requer 496 litros. “Retirar água para minerodutos nesse cenário de poluição e assoreamento em que estão os rios é incompatível com a preservação dos peixes e de seu hábitat”, considera o biólogo Fábio Vieira, especialista em transposição de peixes e um dos cientistas que mais conhecem o Rio Santo Antônio.
Além do andirá, o surubim do Doce, a pirapitinga e o timburé estão cada vez mais raros no Santo Antônio. “Faz tempo que não pesco nenhum deles. O andirá, ainda vi uns filhotes há uns anos, perto das corredeiras. Mas o surubim, por exemplo, nunca mais vi nenhum, nem com outros pescadores”, afirma o vaqueiro Lucinei Wagner Dias, de 34 anos, que vive e trabalha numa fazenda às margens do Santo Antônio. “A maior população de pirapitinga é a do Rio Santo Antônio. Existem poucos no Rio Doce, é extremamente raro no São Francisco e praticamente extinta no Paraíba do Sul. O timburé é muito raro no Paraíba do Sul e tem população importante no Santo Antônio”, afirma o biólogo Fábio Vieira. Um dos casos mais devastadores foi o do surubim do doce. “Ele era comum e fazia parte da pesca profissional até Aimorés, no Rio Doce, em 1980. Hoje é raríssimo, sendo encontrados mais exemplares no Rio Santo Antônio e um ou outro peixe desses no Rio Manhuaçu ou no Rio Piranga”, conta.
AMOSTRAS Enquanto isso, as cargas de esgoto doméstico, comercial e efluentes industriais continuam a ser despejados ao longo do curso d’água e poderão se tornar mais concentrados se nada for feito. A reportagem do Estado de Minas colheu amostras de água em pontos desde a nascente do Rio Santo Antônio até o distrito de Sete Cachoeiras, em Ferros, para mostrar quanto de esgoto é lançado e dimensionar assim os problemas que poderão surgir no futuro. No primeiro trecho, em Conceição do Mato Dentro, a concentração de coliformes termotolerantes – indicativo de esgoto – chegou a 19.863% acima do limite estabelecido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). No segundo, caiu, mas continuou alta: 4.884%.
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Onde deveria haver árvores nativas, eucaliptos cercam a nascente do Santo Antônio |
Conceição do Mato Dentro, Ferros e Santa Maria de Itabira – Entre descargas de dejetos e assoreamento que reduzem a quantidade de água dos mananciais mineiros e suas nascentes, existe um santuário. Dentro da mais degradada bacia hidrográfica de Minas Gerais há águas ainda puras que afloram nas montanhas, percorrem o interior do estado e preservam espécies que não existem em mais lugar nenhum do planeta. Contudo, o esquecimento que manteve saudável e vigoroso o Rio Santo Antônio, um abrigo natural de animais e da Mata Atlântica dentro da Bacia do Rio Doce, está ameaçado. Projetos de mineração, hidrelétricas e a expansão agrícola e urbana não só se apropriam vorazmente da água como introduzem esgoto num hábitat delicado, onde ainda nadam os últimos espécimes de andirá, surubim do doce, pirapitinga e timburé.
Nos cumes da Serra do Espinhaço, em Conceição do Mato Dentro, Região Central de Minas, o ponto exato onde nasce o Rio Santo Antônio não tinha sequer registros fotográficos do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH). Mas logo na nascente, entres as raízes de jacarandás, cedros, angicos e vinháticos, o rio já sofre degradação. A mata ciliar que retém enxurradas que podem soterrar o olho d’água estão sendo derrubadas para dar lugar a pastos e a plantações de eucaliptos, que, pela altura, estão por lá há pelo menos quatro anos. Os 50 metros de raio a serem resguardados pela Lei Florestal brasileira foram atropelados, e a Mata Atlântica que ainda protege o curso d’água vai sendo cortada. No ponto onde a água sai da terra não restam mais do que 8 metros de largura de vegetação. Ainda que ela seja livre de poluentes, cristalina e fresca, o Protocolo de Avaliação Rápida de Diversidade de Hábitats (Pardh), que mede o quanto de um trecho de rio se encontra conservado, aponta que os estragos começam a se manifestar: a nascente do Santo Antônio está 94% preservada.
“Tínhamos o registro das coordenadas geográficas da nascente, mas não se sabia que os produtores rurais estavam cortando a mata e plantando eucaliptos. Por ser uma Área de Preservação Permanente (APP), a nascente não pode ser tocada e a floresta ciliar cortada. Isso será denunciado às autoridades”, disse o secretário de Meio Ambiente de Conceição do Mato Dentro e diretor do CBH do Rio Santo Antônio, Sandro Lage, que acompanhou a reportagem do Estado de Minas ao local. Outros olhos d’água daquela área rural que abastecem o manancial também se encontram desprotegidos, sem cercamento ou fiscalização, à mercê do uso que os proprietários de terra decidirem dar a eles, mesmo que, de acordo com a Constituição, nascentes e cursos d’água sejam propriedade da nação. Tem sido comum eles serem represados, desviados, cercados por plantações e até chiqueiros de porcos.
A aparência pura da água do Rio Santo Antônio não dura muito. Depois de passar pela zona rural de Conceição do Mato Dentro, o Córrego Santo Antônio do Cruzeiro, que dá origem ao manancial, começa a receber cargas de dejetos domésticos e lixo dos distritos e, em seguida, da cidade de Conceição do Mato Dentro. Uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Copasa foi instalada em outubro para barrar as impurezas, mas a reportagem do EM coletou amostras de água do Rio Santo Antônio depois de passar pela ETE e constatou em exame laboratorial que o nível de coliformes termotolerantes excedia em 19.863% o limite estabelecido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). O parâmetro é indicativo de esgoto doméstico lançado nas águas. De acordo com a Copasa, a eficiência média da ETE é de 78%, superior ao exigido pela legislação, que é de 60%.
Desmatamento No ponto em que passa pela ETE, segundo os análise do Pardh, o Rio Santo Antônio conserva apenas 53% de suas condições naturais, devido aos desmatamentos para abertura de pastagens, matadouros e lançamentos de esgoto doméstico e industrial. “O Rio Santo Antônio merece uma preservação especial, pois ainda é um santuário que abriga espécimes que só existem lá. Isso confere ao rio um status de grande importância na conservação da biodiversidade do planeta”, afirma o biólogo e mestre em recursos hídricos Rafael Resck. A situação é mais delicada do que em outros rios, na opinião do especialista, porque, em caso de degradação, o Santo Antônio pode nunca mais voltar a ser o mesmo. “Se as espécies que existem lá morrerem, não haverá como reintroduzi-las ou despoluir o rio para que voltem a povoá-lo, como tem ocorrido em alguma extensão do Rio das Velhas”, compara.
As réguas que despontam dos bancos de areia na margem do Rio Santo Antônio mostram que o manancial enfrenta grave seca e dispõe de pouco mais de metro e meio de profundidade ao passar pela cidade de Ferros, na Região Central de Minas Gerais. Do alto da ponte usada na travessia do Centro para o Bairro São Caetano, os habitantes da cidade podem ver que o fundo de terra vermelha não dispõe de vegetação aquática. A abundância de piaus, traíras, curimatãs e outros peixes que eram facilmente fisgados pelo anzol do pecuarista Salvador Madureira Oliveira, de 75 anos, é coisa do passado. “Como é que pode um rio acabar assim? No meu tempo, remava num barco para atravessar as pessoas de um lado para outro. Hoje não tem peixe, o rio está todo sujo e mal dá para atravessar de barco de um lado para o outro”, lamenta.
Em Conceição do Mato Dentro, a servente escolar Marília Elizabeth Silva Alves, de 52 anos, lembra com saudade dos anos em que toda a sua família fazia piqueniques na beira do Rio Santo Antônio. “Era muito alegre. Hoje o rio está triste. A água dele é poluída e ninguém conseguiria comer nada sentindo esse cheiro. Era preciso limpar e dar um jeito de recolher o esgoto”, sugere.
Além do desvio de água, as instalações de grandes empreendimentos próximo à bacia do Rio Santo Antônio trazem incidência maior de esgoto e de lixo com o incremento populacional provocado pela abertura de postos de trabalho. Só em Conceição do Mato Dentro, na Região Central, os projetos minerários atraíram cerca de 10 mil pessoas para o município, que tinha 18 mil habitantes. O mineroduto da Manabi, em Morro do Pilar, tem previsão de gerar 11 mil empregos. Muitos daqueles que vierem terão de ser absorvidos por cidades pequenas, como Ferros, que tem 10.807 habitantes, e Santa Maria de Itabira, com 10.918.
Para preservar as nascentes do Rio Santo Antônio e parte de seu curso, o Comitê da Bacia Hidrográfica e a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro estudam a criação de um parque. “Essa é uma região cuja vocação é de preservação ambiental. Não há grandes interesses econômicos e, por isso, não haveria conflitos para implantar um parque. Com isso, o benefício para o rio que é a redenção do Rio Doce seria garantido”, disse o secretário de Meio Ambiente da cidade, Sandro Lage.
De acordo com a Prefeitura de Ferros, um projeto no valor de R$ 14 milhões está sendo pleiteado junto à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para viabilizar sistema de captação e duas estações de tratamento. A prefeitura avalia que, “em função do volume de água, o rio ainda é considerado saudável. A grande preocupação, atualmente, é quanto aos efeitos da captação de água da Bacia do Rio Santo Antônio por empreendimentos da mineração. Isto deverá reduzir significativamente o volume do rio no perímetro urbano, especialmente em épocas de seca, tornando a falta de tratamento de esgoto um grave problema de saúde pública”.
A Manabi afirma que a autorização para o uso da água foi concedida após análise de documentação técnica que inclui os estudos solicitados pelo órgão ambiental. “As informações são cruzadas com todas as outorgas já concedidas e também com aquelas ainda em fase de análise, relativas a outros usuários. Após esta avaliação, é estabelecido o limite máximo de água disponível no ponto de captação solicitado e, então, concedida a outorga”, informou a mineradora por meio de sua assessoria de imprensa.
A empresa diz que mantém ações ambientais para reduzir os impactos das suas atividades, como o Plano de Conservação da Biodiversidade Faunística, em que estão previstos os Programas de Monitoramento e Pesquisa da Fauna Aquática e de Monitoramento da Biota Aquática. “Atualmente, estão sendo executados os monitoramentos nos pontos outorgados (futuras captações) do Rio Santo Antônio e Rio Preto. A Manabi está elaborando um Plano Estratégico para Recursos Hídricos, cujo principal objetivo é estimular ações que aumentem a disponibilidade de água, por meio de planos de investimentos socioambientais técnicos e economicamente viáveis, pautados pelo diálogo permanente com as comunidades.”
VEJA AQUI A PRIMEIRA PARTE DA REPORTAGEM (com links para as demais)!
FONTE: Estado de Minas.
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Há trechos em que é visível o dano causado pelas agressões ao curso d%u2019água: neste, o Rio Piracicaba tem apenas 37% de suas condições naturais |
Ouro Preto, Mariana, João Monlevade, Nova Era e Rio Piracicaba – O lugar onde o Rio Piracicaba nasce ninguém pode ver sem autorização, já que fica dentro de terreno pertencente à mineradora Vale, em Ouro Preto, na Região Central de Minas. Mas o rio que corre depois das áreas de exploração de minério de ferro da companhia e da Samarco, 12 quilômetros depois de brotar na Serra do Caraça, já está em condições degradadas que o acompanham no restante do curso. Considerado um dos mais agredidos da Bacia do Rio Doce, que é também uma das piores de Minas Gerais, o Piracicaba deixa o território das mineradoras em um trecho assoreado e já apresentando contaminação por esgoto e atividade minerária.
Teste laboratorial de amostra recolhida pela equipe do Estado de Minas logo depois que o Rio Piracicaba deixa a região das minas de ferro revela que as águas concentram 161% de coliformes fecais acima do limite estabelecido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), apesar de não haver nenhum centro urbano ou povoamento no caminho. Análise do Protocolo de Avaliação Rápida da Diversidade de Habitats (Pardh) – que mede o percentual de conservação de um trecho de um rio, em comparação com seu estado natural – mostrou que o mesmo local, que se encontra antes da ponte sobre a Rodovia MG-129, só preserva 70% de suas condições naturais.
Nos laboratórios do Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam), amostras colhidas no segundo semestre de 2013 em um ponto três quilômetros abaixo, antes do distrito de Santa Rita Durão, em Mariana, apresentou poluição por sulfetos 1.400% acima do limite do Conama, 112% superior para manganês e 104% a mais para sólidos em suspensão. As causas assinaladas pelos técnicos do Igam foram “atividade minerária, assoreamento e carga difusa”.
A altíssima presença de sulfetos interfere na acidez da água e causa colapso em algumas funções celulares. Pode levar peixes e outros organismos aquáticos à morte e provocar intoxicação em seres humanos, de acordo com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Adiante, o Rio Piracicaba segue sendo degradado até sua foz no Rio Doce. Em João Monlevade e em Nova Era, pouco mais de 90 quilômetros depois que sai da região das minas de ferro e entra na área siderúrgica, o despejo de esgoto, lixo, resíduos de estradas e ferrovias e o assoreamento provocado por desmatamentos e erosões nas margens deixaram o rio com apenas 37% de suas condições naturais, conforme o Pardh. Em Rio Piracicaba, cidade que recebeu o nome em homenagem ao manancial, a equipe do EM coletou mais uma amostra, cujo resultado não causou surpresa ao indicar que naquele trecho a presença dos coliformes termotolerantes chega a ser 9.208% maior do o tolerável.
Mas nem sempre foi assim. De acordo com o montador de estruturas Edson Ribeiro, de 39 anos, que cresceu às margens do rio, a água não era turva e havia muitos peixes. “A gente nadava neste rio. Parentes meus que moravam em São Paulo traziam os meninos para conhecer a roça, tomar banho de rio, pescar. Agora só doido entra nesta água”, disse. Por causa do assoreamento, a profundidade do rio diminuiu bastante e caiu também a oferta de pescado. “A gente pegava traíras, mandis, cascudos, lambaris. Mas hoje você não acha nada. O rio bate no seu joelho e não tem mais peixe. É triste não poder mostrar para meus filhos como era na minha época”, lamenta.
VIDA AMEAÇADA O assoreamento do Piracicaba se repete ao longo da Bacia do Rio Doce, o que foi determinante para extinguir as corredeiras e fundos cavernosos que abrigavam espécies raras e ameaçadas de extinção, como o surubim do Rio Doce, que não é mais encontrado em quase nenhum curso d’água. “As atividades agrícolas e outros meios de desmatamento removeram a mata ciliar e a vegetação original de sua bacia de drenagem em longos trechos. Esse processo de assoreamento é potencializado pela mineração e culmina na redução acelerada da quantidade de água desses mananciais”, aponta o biólogo e mestre em recursos hídricos Rafael Resck.
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“A gente pegava traíras, mandis, cascudos, lambaris. Mas hoje você não acha nada. O rio bate no seu joelho e não tem mais peixe. É triste não poder mostrar para meus filhos como era na minha época” Edson Ribeiro, de 39 anos, da cidade de Rio Piracicaba |
A mineradora Vale afirma que não permite o acesso à nascente do Rio Piracicaba por se tratar de uma área de preservação permanente, e que isso evita a abertura de trilhas e impactos gerados por visitantes. Sobre os poluentes encontrados na água e os que o Igam considera provenientes de atividade minerária, a Vale informou que suas instalações “possuem estações de tratamento de esgoto, oleosos, efluentes industriais e barragens de contenção de sedimentos, a fim de garantir a qualidade das águas antes de retornarem ao meio ambiente”. Outra mineradora que atua na bacia do Piracicaba, a Samarco, garante que 100% do seu esgoto é tratado. “A Samarco trata todos os efluentes industriais resultantes do processo produtivo, de acordo com as características e exigências de cada um. A empresa também recircula cerca de 90% de toda a água envolvida no processo industrial.” Para evitar o carreamento de terra e minério pela chuva para o rio, a mineradora diz contar com diques de contenção. “A água fica retida por um tempo, para que os sólidos decantem e somente a parte líquida alcance o curso d’água.”
Entre as prefeituras, a de João Monlevade garante que coleta 99% do esgoto gerado na cidade, mas trata apenas 1%. O esgoto lançado no Rio Piracicaba vem dos bairros Carneirinhos, Cruzeiro Celeste, Jacuí, Tietê, Santa Cruz e de outros dois subsistemas. O município tem uma estação de tratamento de esgoto (ETE), que está inoperante e outra sendo instalada. Já a Prefeitura de Nova Era afirma que estrutura um plano de saneamento, já que não tem ETE e por isso, os dejetos acabam escoados para o rio.
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Água do Doce banha a propriedade de Armando Guedes e é mais perigosa que a cascavel achada no quintal |
Rio Doce, Ponte Nova e Viçosa – A cobra cascavel que mede o comprimento dos braços abertos de um homem, mesmo morta a foiçadas, ainda deixava a roda de lavradores com medo. “Este bicho está aparecendo por toda parte. Se não ficar velhaco, leva dentada e tem de correr para o hospital. Dois compadres já foram mordidos”, conta um dos produtores rurais, Armando Guedes, de 55 anos. A propriedade dele e de seus parentes fica exatamente na confluência dos rios do Carmo e Piranga, onde se forma o Rio Doce, que dá nome ao município. Com o réptil venenoso dependurado num pau, Armando contava sorridente os vários usos dados para a água do manancial que corre atrás de sua plantação de café. “A gente usa para beber, banhar, molhar as plantas, pescar peixes e tem até uma piscina.” Mas a água que ele e muitos outros habitantes das roças da região consomem representa mais perigo do que as serpentes, já que o Rio Doce nasce extremamente poluído. Uma sina que acompanha todo seu curso, até o Espírito Santo, e faz de sua bacia a mais degradada de Minas Gerais.
A cor da água no local não deixa o perigo transparecer, mas análise laboratorial de amostra coletada pela equipe do Estado de Minas atestou que o Doce já nasce com 5.172% de coliformes termotolerantes acima do limite estabelecido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). “Nesse nível de poluição não apenas as águas são impróprias para consumo, como os peixes também devem apresentar contaminação. É uma situação gravíssima, de saúde pública”, considera o biólogo e mestre em recursos hídricos Rafael Resck, especialista que orientou a reportagem do EM na realização de coletas e estudos científicos para mostrar a saúde das nascentes e dos rios.
Os responsáveis pela altíssima contaminação logo em sua gênese são os esgotos domésticos, de comércios e indústrias que são despejados diretamente nas águas dos rios que o formam, tanto o Rio do Carmo, que vem de Ouro Preto, quanto o Rio Piranga, que se origina no município de Ressaquinha. Na cidade de Ponte Nova, o último centro antes da foz do Rio Piranga, a degradação se dá a olhos vistos. O manancial passa no meio da cidade e recebe de grandes manilhas e canais todos os dejetos e efluentes lá descartados, formando cachoeiras e cascatas de água negra ou esverdeada pelos poluentes. “Isso é uma vergonha e não adianta passar o tempo, porque nada é feito. A cidade não precisava conviver com um esgoto a céu aberto como este”, critica o aposentado Ari Souza, de 70 anos, que faz caminhadas no trajeto canalizado e concretado, em meio ao mau cheiro, que ele diz incomodar bastante.
De acordo com exames feitos pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) no terceiro semestre do ano passado, o Rio Piranga deixa Ponte Nova com um nível de contaminação por coliformes 1.200% acima do máximo aceitável pela legislação do Conama. As amostras indicaram ainda que a quantidade de ferro dissolvida nas águas se mostrava 23% superior à tolerância. No caso dos coliformes, o Igam aponta os lançamentos de esgoto como causa. Já o ferro dissolvido, que pode propiciar desenvolvimento de bactérias nocivas e reduzir a potabilidade da água, é resultado da poluição de mineradoras. O Vale do Rio Doce é rico em ferro e, por isso, concentra muitas mineradoras e siderúrgicas. Apenas dois quilômetros depois da formação do rio as margens do manancial apresentam depósitos de minério pulverizado que brilham com o sol até mesmo debaixo d’água.
COMPROMETIMENTO Todos os processos exploratórios poderiam ser controlados com comprometimento e investimentos do poder público local e estadual e de empresas que exploram os recursos naturais, avalia o professor de hidrologia florestal e manejo de bacias hidrográficas da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Herly Carlos Teixeira Dias. “Há atividades mineradoras que seguem projetos com impactos controláveis e com planejamento de recuperação de área degradada. Mas há também empreendimentos de mineração descontrolada e uso do solo descontrolado. Não se está conseguindo avançar o quanto é preciso para preservar mananciais como o Rio Doce”, afirma.
A situação é ruim muito além da nascente. Nos exames realizados com amostras colhidas pelo Igam no terceiro semestre do ano passado, foi comprovado que em Ipatinga, os lançamentos de esgoto provocam contaminação por coliformes 40% maiores que a tolerância do Conama. O manganês total ultrapassou em 52% o limite. À frente, entre Ipaba e Perpétuo Socorro, os esgotos e os efluentes industriais da atividade de celulose fazem os níveis de cianeto livre ultrapassar em 20% o tolerável, representando perigo de envenenamento sobretudo da fauna, já que bloqueia o transporte de oxigênio no metabolismo. Em Governador Valadares, cidade de 275 mil habitantes, a concentração de coliformes chega a ser 230% superior ao máximo ambientalmente aceitável.
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Barrenta, poluída e turva: assim é a formação do Rio Doce, no encontro dos rios Piranga e Carmo |
VEJA AQUI A PRIMEIRA PARTE DA REPORTAGEM!
VEJA AQUI A SEGUNDA PARTE DA REPORTAGEM!
FONTE: Estado de Minas.
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Cicatriz no Vale do Jequitinhonha: garimpo clandestino contamina com dejetos humanos manancial que é a marca de toda uma região |
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Moradora de remanescente de quilombo sobre o córrego que agora os habitantes evitam: vidas desviadas |
Serro – Doenças, redução da oferta de água para consumo e queda da geração elétrica são o resultado de anos de degradação das bacias hidrográficas e de uma rede de nascentes desamparada. Mas, no município do Serro, no Vale do Jequitinhonha, despejos de esgoto doméstico, comercial e detritos de matadouros nos mananciais produzem uma devastação que extrapola o prejuízo ambiental: começa a degradar a cultura de povos tradicionais, na bacia em que convivem um dos maiores bolsões de pobreza do país e expressões culturais das mais ricas e genuínas. A devastação do Jequitinhonha, cenário que inspira música, artesanato e formas de cultivo, avança em direção à cabeceira, que começa a ser castigada pouco mais de um quilômetro depois de brotar nos chapadões do cerrado mineiro, onde o rio começa sua saga de mazelas ambientais e sociais até chegar à Bahia e desaguar no mar, nam altura do município de Belmonte.
VEJA AQUI A PRIMEIRA PARTE DA REPORTAGEM!
VEJA AQUI A TERCEIRA PARTE DA REPORTAGEM!
O isolamento manteve praticamente intocada a nascente do Rio Jequitinhonha, no Serro, a 320 quilômetros de Belo Horizonte. Mas o córrego de águas translúcidas, que é imagem presente na cultura local, desce sem a ação nociva do homem por apenas 1.300 metros. Já nessa altura, o igarapé precisa transpor a canalização do aterro da rodovia BR-259, onde recebe resíduos carreados da via, como combustível, óleo e cargas que vazam pelas canaletas de drenagem. Passados mais 10 quilômetros, a paisagem da nascente dá lugar ao fluxo intenso de esgoto do distrito de Pedro Lessa, que é carregado pelo Córrego Acabassaco e mancha o manancial com mais poluentes.
A derrubada das matas que levavam até a área da nascente do Rio Jequitinhonha e o lançamento de esgoto, lixo e animais mortos no Córrego Acabassaco afetaram o modo de vida de quilombolas da região, como os descendentes de escravos fugidos ou alforriados do povoado do Baú, a 35 quilômetros da sede do município do Serro. Homens e mulheres da comunidade atravessavam as trilhas no mato pela nascente do Jequitinhonha para caçar, coletar frutas e ir a outros povoados. Nas margens do Acabassaco, se reuniam para lavar roupas, utensílios domésticos e obter água para beber e cozinhar.
Nos últimos anos, o mau cheiro e a imundície têm descido as corredeiras do Córrego Acabassaco com cada vez mais volume, o que afastou os quilombolas de muitas de suas atividades. “A gente se juntava para lavar roupa no rio, cantando as canções que os antigos nos ensinaram. Mas agora, se a gente usa essa água fica com dor de barriga, adoece e pega mancha na pele”, reclama uma das líderes da comunidade do Baú, a lavradora e artesã Clemilde da Conceição Reis Vitor, de 56 anos. “A gente só cantava quando ia para a plantação e um ajudava o outro ou na beira do rio. E isso está acabando”, lamenta.
Outro problema é o êxodo impulsionado por problemas como esses. “Nossos jovens estão indo embora. Não querem ficar onde não dá para plantar e onde a gente não tem tantas opções”, lamenta a artesã Vera Vicentina da Conceição Paulino, de 50. Só na casa dela seis filhos emigraram para São Paulo, atrás de mais oportunidades de vida, abandonando suas raízes. “Antigamente, a gente passava por uma estrada de terra para chegar à nascente do Rio Jequitinhonha. Hoje tem asfalto. As fazendas e a cidade estão derrubando as matas que a gente conhecia. Os pássaros que a gente via e depois bordava nas colchas e panos, os peixes que enfeitavam nossas rendas, tudo está acabando aos poucos. Como é que uma pessoa que nunca viu um pássaro vai bordar um?”, indaga Vera.
Quem pede aos quilombolas para ouvir um pouco de suas canções descobre que muitos não sabem mais as letras e os ritmos, apesar de alguns se mostrarem visivelmente tímidos, o que é típico daquele povo. Para essas ocasiões, mandam chamar o agricultor Luiz de Gonzaga Costa, de 59, um dos que ainda sabem os catopês, congados e canções tradicionais do Baú, porque os canta quando há festejos nas comunidades vizinhas ou reuniões no centro comunitário construído na comunidade.
Basta que Luiz entoe os primeiros versos, de frente para a pinguela que atravessa o Córrego Acabassaco, para atrair a atenção de quem está disperso: “Minha virgem do Rosário, hoje é o vosso dia/ que iremos festejar com prazer e alegria”. Outra canção, que mistura frases de origem africana a um manso sotaque caipira, faz alguns recordarem tempos passados, nas vozes de pais e avós: “No caminho do sertão/ Encontrei Mané João/ Com seu laço na garupa/ Tocando sua boiada/ Ê, kombiendi. A, kombiendá. Nangá-iangá, nocalungá/ Ê, kombiendi. A, kombiendá”. Se depender do agricultor, as canções continuarão a ser transmitidas, por serem muito importantes. “Esses catopês são nossos, aqui do povoado do Baú e do Ausente. Então, não podem acabar enquanto a gente estiver aqui”, disse, como quem teme que uma fonte muito importante seque de repente.
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Da mina de água cristalina que sustenta animais e seres humanos à mina de ouro que ainda está espalhada pelo leito e atrai garimpeiros, o Jequitinhonha sofre pelo que oferece a uma região de contrastes |
Diamantina, Couto de Magalhães de Minas e Serro – A estreita faixa de mata ciliar que protege a nascente do Rio Jequitinhonha é tão densa que as tramas de espinhos e árvores do cerrado impedem até indentificá-la de fora da vegetação. Para ter acesso ao ponto onde a água aflora, é preciso subir pela calha do córrego até a cabeceira. O esforço é recompensado pela paisagem lacrada na vegetação agreste. Nela, pássaros pousam nas margens e bebem da água límpida que desce pelo leito de seixos brancos e redondos. Mas toda essa pureza dura pouco, já que o Jequitinhonha é o rio que mais tem sido degradado nos últimos anos em Minas. O trecho mais preocupante fica a 140 quilômetros da cabeceira, entre os municípios de Diamantina e Couto de Magalhães de Minas, no garimpo ilegal de Areinha. Um lugar tão devastado que as margens são de areia extraída do fundo do manancial, o curso natural foi seguidas vezes desviado e as águas se tornaram tão vermelhas que lembram sangue.
O garimpo de Areinha se esconde após extensas plantações de eucalipto, em um labirinto de estradinhas. Com o auxílio de um GPS e do mapeamento da região, a equipe do EM conseguiu chegar ao local em um fim de tarde. A estratégia de se deslocar sem guia da região e de seguir nesse horário se deu justamente para evitar a rede de alertas dos trabalhadores. Eles usam rádios acionados por motoqueiros que passam o dia trafegando por aquelas vias. Qualquer sinal da polícia ou de fiscalização ambiental dispara o alarme para que equipamentos sejam escondidos e metais preciosos, guardados.
A primeira cena que se vê do garimpo surge depois de uma curva de mata fechada. É uma imagem aterradora: o curso de água vermelha se perde no meio de uma larga mancha de areia que foi revolvida do fundo do Rio Jequitinhonha por dezenas de dragas. O leito natural é desviado em vários pontos, formando novos braços e poços onde tratores e caminhões são usados para separar diamante e ouro de terra e detritos. São 2 mil garimpeiros se espremendo em uma área de 1,4 hectare, o que compreende um homem a cada 7 metros quadrados nas barrancas. Se somados os pontos de garimpo além de Areinha, o Jequitinhonha tem manchas de areia escavada e braços de rio desviados que somam 16,8 hectares só nessa região, o equivalente a 5,6 vezes a cava de Serra Pelada, no Pará.
De perto, a devastação é ainda mais impressionante. Os garimpeiros transformaram as margens em desfiladeiros para processar pedras e cascalho em suas máquinas. O diamante ainda é separado no balanço da bateia. Atividade que Clóvis Fernandes Silva Lopes, de 27 anos, conhece desde a infância. “Quem é do ramo sabe onde está dando ouro e diamante. A gente vai atrás, procurando achar um ‘pedrão’ para resolver a vida. Enquanto não consegue licença, vai trabalhando na surdina, porque é daqui que sai nosso sustento”, disse. A aglomeração dos garimpeiros, que vivem amontoados em barracas sem as mínimas condições sanitárias, também se reflete nas águas do rio que eles próprios consomem. A reportagem do Estado de Minas coletou uma amostra na região, na qual a análise de laboratório detectou a presença de coliformes fecais 374% acima do limite do Conama, resultado dos despejos de esgoto sem tratamento.
Areinha é uma área que foi fechada pela mineração Rio Novo e invadida por garimpeiros há cerca de seis anos. Fica em uma parte do Jequitinhonha, que em tese foi protegida pela Lei Estadual 15.082, de 2004, que considera que é de preservação permanente o curso d’água e seus afluentes até a altura do Rio Tabatinga, entre os municípios de Carbonita e Engenheiro Navarro.
Muitas justificativas e nenhuma solução
O problema do garimpo de Areinha não se restringe aos danos ambientais. Desde 2007, todas as vezes que a fiscalização ambiental lacrou as máquinas e os garimpeiros tiveram de retornar para Diamantina, a cidade experimentou uma onda de criminalidade. Setores como a prefeitura local e a Cooperativa Regional Garimpeira de Diamantina querem que a atividade seja liberada de forma sustentável, com recuperação de áreas que forem degradadas pela extração mineral. O Ministério Público considera a proposta inviável, já que a área está protegida por lei, e tenta conseguir que a Justiça obrigue a mineradora a recuperar o que deixou para trás.
A empresa alega que isso não é possível, devido à presença dos garimpeiros. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informou que o garimpo não tem licenciamento, mas que pelo fato de a situação estar sub judice e de ter um lado social delicado, ainda aguarda definições. Enquanto isso, garimpeiros arrancam o máximo que podem antes que suas máquinas sejam lacradas pela polícia. O secretário de Meio Ambiente de Diamantina, Rodrigo Canuto, afirma que a atividade minerária no Jequitinhonha seria interessante para a cidade, mas reconhece que a lei estadual esvazia essa possibilidade. “Mas não podemos desconsiderar os fatores social e inclusive o de segurança pública. Mantemos atividades de conscientização, orientando o uso de bacias de decantação e cuidados para com a vigilância sanitária.”
DEGRADAÇÃO A bacia do Jequitinhonha é a que tem apresentado a degradação mais acentuada nos últimos anos, de acordo com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Em 2012, os índices de qualidade da água médio e ruim eram 49% em sua extensão, sendo o parâmetro bom quantificado em 51%. Já no ano passado, a soma do conceito ruim e médio saltou para 60%. A primeira estação de medição, na localidade de São Gonçalo do Rio das Pedras, não registrou o resultado de análises em 2013. A última amostragem é referente ao fim de 2012 e já indica que a acidez do curso d’água se encontra alterada a 30 quilômetros da nascente.
O motivo apontado pelo Igam são os lançamentos de esgoto, descartes de lixo e de efluentes de matadouros. Mas, mais adiante, o impacto das mineradoras aparece mais uma vez, próximo a Virgem da Lapa, onde amostras colhidas no ano passado revelaram contaminação por manganês 136% acima do limite considerado tolerável pelo Conama, o que é apontado pelo relatório do Igam como efeito de atividades minerárias predatórias.
Escolares interditados pela Justiça rodam lotados em Paulistas

O trabalho lançado após sua participação no Rock in Rio 1 (1985), James Taylor protagonizou um dos momentos mais emocionantes do festival brasileiro.
Numa época em que ele retomava sua carreira pós o divórcio com Carly Simon, embora comovido com a inesperada recepção do público brasileiro (cerca de 250 mil pessoas).
Em homenagem ao ocorrido, Taylor até compôs a balada “Only a Dream in Rio” (Apenas um sonho no Rio), que integrou “That’s Why I’m Here”, na qual declama versos em agradecimento como “I was there that very day and my heart came back alive” (“Eu estava lá naquele dia e meu coração voltou à vida”).
Anos mais tarde, ao ser convidado para participar da terceira edição do evento, em 2001, Taylor declarou que para ele “era questão de honra” participar da festa.
FONTE: internet.
Romário é autuado na lei seca
Deputado federal Romário de Souza Faria (PSB-RJ) foi parado em uma blitz na Autoestrada Lagoa-Barra e se recusou a fazer o teste do bafômetro
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O deputado federal Romário de Souza Faria (PSB-RJ), de 48 anos, foi autuado por agentes da Operação Lei Seca na madrugada deste sábado, 1, no Rio. Segundo informações da Secretaria de Estado de Governo (Segov), ele foi parado em uma blitz na Autoestrada Lagoa-Barra.
O ex-jogador se recusou a fazer o teste do bafômetro e, por isso foi autuado. Romário teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhida e foi multado em R$ 1.915,40. Além de perder sete pontos na carteira, já que a infração é considerara gravíssima, ele ficará 12 meses sem poder dirigir devido à suspensão.
A Segov também informou que o veículo não foi apreendido, já que um condutor devidamente habilitado se apresentou no lugar de Romário e retirou o deputado do local da blitz.
CONSUMIDOR » Quem cobra caro vira chacota no Facebook
Quase três décadas depois do surgimento do movimento das donas de casa, em que mães de família fiscalizavam semanalmente a evolução de preços nos supermercados, o Brasil assiste a novo formato de protesto em que grupos pressionam contra a cobrança de valores abusivos no comércio e nos serviços. E, claro, sugerem boicote aos estabelecimentos onde identificam abuso. O novo ambiente de protesto é o Facebook, maior rede social do planeta, onde os grupos criaram uma nova moeda, a $urreal – estampado com o rosto do pintor Salvador Dalí, mestre do surrealismo –, para denunciar os preços abusivos. O movimento começou no Rio de Janeiro, ganhou réplicas em outras capitais e chegou a BH no domingo.
Até as 21h de ontem, a comunidade BH $urreal contava com 9.238 seguidores – média diária de 1.952 adesões. A maior parte das postagens no grupo reclama de preços em bares, restaurantes e similares, um dos principais setores da economia da cidade. Numa casa de shows da Grande BH, por exemplo, um membro do grupo informa que a embalagem de 500 ml de água mineral é vendida a R$ 5. Em vários pontos comerciais da cidade, a mesma mercadoria sai por R$ 1,50. Outro seguidor lamenta que a pipoca na Praça do Papa seja vendida por R$ 15. Outro membro do grupo denuncia que um bar da Savassi cobra mais pelo chope servido sem colarinho.
“A ideia da página é que o comerciante pratique um valor justo pela mercadoria. Há estabelecimentos que pedem R$ 21,90 na porção de 300 gramas de batata fria. O quilo do produto congelado, porém, sai por cerca de R$ 3. Sei que o dono tem custos, como óleo, gás e funcionários, mas pedir 700% a mais? É surreal”, indignou-se o comunicador Flávio Peixe Silva Rosa, um dos organizadores da página. Ele teve a ideia de criar a BH $urreal depois de perceber que a primeira página do gênero, feita há poucos dias por três amigos no Rio de Janeiro e com mais de 110 mil adeptos, havia conquistado bons resultados.
Além do Rio e de BH, páginas com a expressão “$urreal – não pague” foram montadas em São Paulo, Brasília, Curitiba e Recife. No caso da capital mineira, a maioria das críticas é direcionada a bares e restaurantes, setor em que muitas mercadorias subiram bem acima da inflação oficial do país em 2013 (5,91%). Aqui, a inflação da cerveja disparou 13,53%. A da refeição fora de casa, 7,34%. A do lanche, 9,77%. Na prática, porém, alguns empreendimentos subiram os preços bem acima desses percentuais. Quem conta é o professor Renan Loreto: “Uma cerveja num bar da Rua Francisco Sales custava R$ 6 no meio do ano passado. Agora, R$ 8 (diferença de 33,3%)”. Insatisfeito, ele passou a prosear e a beber com amigos em outro bar, na mesma rua, onde uma garrafa idêntica é negociada a R$ 5. “O bar é tradição do belo-horizontino. Nosso lazer está cada vez mais difícil. Como pode haver preços tão diferentes na mesma rua?”, questiona o rapaz.
DEFESA O diretor-executivo da seção mineira da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), Lucas Pêgo, informou que o setor não repassou para a clientela todos os aumentos a que se submeteu. Prova disso, justifica, é que os bares e restaurantes, em média, tiveram um faturamento 7% maior em 2013 na comparação com 2012. “Levando-se em conta que a inflação ficou em torno de 6%, é como se tivéssemos obtido um crescimento perto de zero, foi como se houvesse um empate. A margem de lucro nos restaurantes tem diminuído, justamente porque não repassamos todos os aumentos para os clientes”, sustentou.
Lucas acrescenta que é difícil analisar mercadorias semelhantes com preços bem diferentes em estabelecimentos que não sejam da mesma rede. “No caso da batata frita, por exemplo, não é só a porção que você está comprando. Você está ‘comprando’ o ambiente: as pessoas do lugar, o atendimento etc. Já no caso da cerveja, as fabricantes vendem a mercadoria por preços diferentes (para estabelecimentos vizinhos), pois levam em conta fatores como o interesse pelo ponto e o poder de barganha (do comerciante).”
Repercussão faz preço cair 33% no RJ
A primeira comunidade $urreal – não pague foi criada no Rio de Janeiro, na sexta-feira, por três amigos. A comunidade, que já conta com mais de 110 mil adeptos, rendeu resultado: um ambulante na Praia de Copacacbana que vendia cada coco por R$ 6 reduziu o valor para R$ 4, depois de fotos de suas mercadorias serem postadas no fórum virtual.
“Eu e dois amigos – Flávio Soares e Andréa Cals – reclamávamos dos preços no Rio e um quarto colega propôs, numa nota de jornal, que o real fosse substituído pela ‘moeda’ surreal. Daí tivemos a ideia de fazer a página. Em 24 horas, tínhamos 20 mil curtidas. Já são mais de 110 mil”, disse a crítica de arte Daniela Name, uma das fundadoras do grupo.
Uma das primeiras postagens no Rio $urreal foi a foto de um cardápio de um quiosque da Praia de Ipanema que vende o misto quente por R$ 20. O dono do empreendimento ainda não se sensibilizou com os vários comentários. “Se a gente se recusar a pagar o preço cobrado, as vendas caem e o dono baixa o preço. O brasileiro precisa ser um consumidor consciente, precisa compreender que só há comerciantes que cobram valor abusivo porque tem quem pague”, completa.
A quantidade de seguidores e o interesse de outras capitais em fundar comunidades semelhantes levaram Daniela a avaliar que o brasileiro tem uma demanda reprimida em relação a protestos relacionados aos preços exorbitantes praticados em várias partes do país. “A onda é deixar de comprar. É bom saber que outras capitais estão fazendo o mesmo”.
COMENTÁRIOS Em Belo Horizonte, ontem, vários internautas se manifestaram sobre a criação da comunidade no site do Estado de Minas. O internauta Marcelo Loschi, por exemplo, elogiou a iniciativa: “Ótima. Parte da culpa é dos consumidores, que gostam de pagar caro”. Ele acrescenta que conhece muita gente que “gosta do que é caro; não necessariamente do que é bom!!!!”.
Gilson Júnior acredita que a internet poderá ajudar a reduzir os preços cobrados no país: “Finalmente as pessoas estão utilizando a força das redes sociais para algo útil, que poderá favorecer a todos! As empresas que abram os olhos e baixem seus preços abusivos”.
Renato Rego, por sua vez, alerta para a possibilidade de aumentos exorbitantes em função da Copa do Mundo: “Já era esperado. Com a chegada da Copa, todos os serviços vão ser inflacionados! Até parece que a cidade vai ficar superlotada de estrangeiros. Quem é prejudicado somos nós mesmos. Resta saber se, ao final da fanfarra absurda e abusiva da Copa, os preços vão voltar ao normal”.
FONTE: Estado de Minas.
MEC vai descredenciar Gama Filho e UniverCidade
Portaria será publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira
BRASÍLIA – O Ministério da Educação (MEC) decidiu descredenciar a Universidade Gama Filho e o Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), no Rio, o que deverá levar ao fechamento das instituições de ensino. A portaria de descredenciamento foi assinada nesta segunda-feira e será publicada no “Diário Oficial” de terça-feira.
Em cinco dias úteis, o ministério deverá publicar outra portaria para definir as regras da transferência assistida, isto é, os procedimentos para que os atuais estudantes da Gama Filho e do UniverCidade migrem para outras instituições de ensino superior. Serão convocadas as instituições de ensino superior do Rio que tenham interesse em receber os alunos da Gama Filho e do UniverCidade.
“Com o agravamento da crise das duas instituições nos últimos anos, o MEC tomou um conjunto de medidas de supervisão em 2012 e 2013, com o objetivo da superação das deficiências. Diante do descumprimento por parte da mantenedora do Termo de Saneamento de Deficiências acordado, o MEC instaurou, em dezembro de 2013, Processo Administrativo para aplicação de penalidades, com prazo de 15 dias para a defesa. Apresentada a defesa, o MEC analisou a manifestação e os demais elementos constantes da supervisão e concluiu pelo descredenciamento de ambas as instituições com o objetivo de preservar o interesse dos estudantes e da sociedade por uma educação superior de qualidade”, afirmou o MEC.
MAIS – Polícia Federal investiga possível fraude.
A decisão de descredenciar as duas instituições foi tomada pelo colegiado superior da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres). Segundo o MEC, “os motivos foram a baixa qualidade acadêmica, o grave comprometimento da situação econômico-financeira da mantenedora e a falta de um plano viável para superar o problema, além da crescente precarização da oferta da educação superior”.
O ministério informou que, em 2013, a Gama Filho e o UniverCidade implementaram algumas medidas determinadas pelo MEC, mas também passaram por momentos de agravamento da crise, “enfrentando longo período de paralisação das atividades acadêmicas – motivadas pela falta pagamentos de docentes e funcionários e ausência de condições mínimas de funcionamento”. Isso levou o MEC a impor a suspensão de ingresso de novos alunos em agosto de 2013.
Segundo o MEC, a mantenedora das duas instituições, o Grupo Galileo, tomou providências para a captação de recursos que permitisse sanear as suas finanças. Em outubro, firmou um acordo com o MEC para assegurar a continuidade das atividades da Gama Filho e do UniverCidade. Mas, em visita às duas instituições, o ministério constatou que a mantenedora não cumpriu o acordo.
Os alunos das instituições descredenciadas poderão ter mais informações sobre a política de transferência assistida no portal da SERES (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16717&Itemid=1116) ou pelo telefone 0800 61 61 61 do MEC.
O professor Sidnei Amaral, presidente da Associação Docente da UniverCidade, criticou a decisão do MEC e informou que o Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro (Sinpro-RJ) ajuizou uma ação no Ministério Público Federal (MPF), nesta segunda-feira (13), pedindo intevenção judicial para que as duas instituições continuem a funcionar. Segundo ele, com o descredenciamento, serão afetados 1.500 professores e 10 mil alunos.
– Foi a pior decisão, porque não ajuda em nada. São cerca de 10 mil estudantes que jamais serão alocados em outras instituições. Além disso, estão jogando na rua 1500 trabalhadores. Junto ao MPF já entramos com um pedido de intervenção judicial, que já está com uma procuradora em Brasília. Temos uma reunião com o ministro na quarta para discutir esse descredenciamento e como será, pois estamos com um semestre que ainda não terminou. Além disso, há um passivo trabalhista enorme – explicou Amaral.
FONTE: O Globo.
Suspeito de pichar estátua de Drummond no Rio se entrega à polícia
Pablo Lucas Farias vai prestar depoimento e será liberado, diz delegado.
Casal foi identificado por câmeras de segurança pichando estátua.

O homem suspeito de pichar a estátua de Carlos Drummond de Andrade, no dia 25 de dezembro, na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, se apresentou à polícia no começo da tarde desta segunda-feira (6). Segundo o delegado José Fagundes de Rezende, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), Pablo Lucas Farias vai prestar depoimento e será liberado após assinar um termo circunstanciado.
Veja aqui a primeira matéria.
Pablo, que é de Minas Gerais e mora na Taquara, Zona Oeste do Rio, foi identificado por câmeras de segurança pichando o monumento ao lado da namorada. A mulher foi identificada apenas pelo primeiro nome, Mel.
O advogado de defesa do empresário, Sérgio Herbert da Silva Fonseca, solicitou no dia 30 que ele se apresentasse na cidade natal, Uberaba, mas a solicitação não foi aceita. O advogado disse que foi procurado pela mãe do réu em Uberaba para defendê-lo e que, a princípio, ele teria se proposto a reparar os danos causados.Pablo também é suspeito de pichar a imagem do jornalista Zózimo do Amaral, no Leblon, na mesma madrugada, e o monumento em homenagem a Estácio de Sá, no Aterro do Flamengo, também na Zona Sul. Lucas também é conhecido pelo apelido “Quase”.

Pichação é crime ambiental
Pichar bens públicos é crime ambiental e prevê detenção de três meses a um ano, além do pagamento de multa. Se for um monumento tombado, a pena é maior. A estátua de Drummond já tinha sido alvo de vários vandalismo anteriormente. Em junho do ano passado, os óculos de bronze tiveram que ser trocados pela oitava vez.

FONTE: G1.
Empresário mineiro é identificado em vídeo de pichação da estátua de Drummond
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A estátua de Drummond amanhece pichada no Rio no Natal
Policiais da DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente) identificaram o jovem flagrado por uma câmera de monitoramento da Prefeitura do Rio de Janeiro enquanto pichava a estátua de Carlos Drummond de Andrade que fica na orla de Copacabana, na zona sul da cidade.
Ele foi identificado como Pablo Lucas Faria e também é suspeito de pichar a estátua de Zózimo Barroso do Amaral, no posto 12, no Leblon, e o monumento de Estácio de Sá, no Parque do Flamengo. Faria é empresário da cidade de Uberaba (MG) e foi identificado após uma pesquisa no sistema da delegacia.
De acordo com o delegado José Fagundes, as investigações continuam em andamento para localizar o suspeito. Ainda segundo o delegado, a mulher que aparece nas imagens foi identificada como sendo namorada de Faria, e é conhecida como Mel.
Pablo Lucas Faria é empresário da cidade de Uberaba (MG) e foi identificado após uma pesquisa no sistema da delegacia
A imagem de Drummond foi pintada com uma tinta branca. A parte mais atingida foi a do rosto do poeta, mas também foram pichados o peito e as pernas da obra, que é um dos principais atrativos turísticos na orla carioca.
Os óculos do poeta também já foram alvo de vandalismo em oito oportunidades, a última dela em 12 de maio de 2012. O reparo do acessório custa cerca de R$ 25 mil.
A estátua, de autoria do artista plástico Leo Santana, foi instalada em outubro de 2002, em comemoração aos 100 anos do nascimento do poeta. Dois dias depois, o monumento amanheceu pichado.
Romário é condenado a pagar R$ 5,6 milhões de indenização a vizinho

Viajando 3 mil quilômetros entre nascentes secas, rios sugados pela terra, cidades com água racionada e cerrado dizimado, a reportagem mostra como a desertificação impulsionada pela exploração sem critérios engoliu terras antes tidas como férteis no Noroeste de Minas
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3 mil quilômetros entre nascentes secas, rios sugados pela terra, cidades com água racionada e cerrado dizimado |
Arinos, Bonfinópolis de Minas, Buritis, Dom Bosco, Formoso e Urucuia – Do chão alaranjado e duro não brota mais nem mato. O que desponta do solo – restos de troncos retorcidos e podres, que lembram lápides em um cemitério árido – são os últimos vestígios da mata de cerrado. As chuvas, que irrigavam a terra durante um período de seis meses no passado, já não gotejam por mais do que quatro meses. Nascentes morreram, córregos se tornaram intermitentes e a escassez de água seguiu seu curso atingindo os meios rural e urbano. Mas o cenário não fica no semiárido Norte de Minas, onde a seca já é parte da vida do sertanejo. Por incrível que pareça, o terreno estéril pertence ao Noroeste, região ainda considerada um dos celeiros do estado, por ser a maior produtora de grãos de Minas. A área desolada descrita acima, em Buritis, a 750 quilômetros da capital mineira, é apenas uma amostra dos 180 mil hectares de terras que já foram férteis, mas que, de acordo com especialistas, por causa de mudanças climáticas e do manejo não sustentável, entraram em processo de desertificação, espalhando a mancha da sede pelo mapa mineiro. É como se uma área equivalente a cinco vezes e meia a extensão de Belo Horizonte se tornasse incapaz de sustentar a vida.
Por uma semana, a equipe de reportagem do Estado de Minas percorreu cerca de 3 mil quilômetros, distância semelhante a uma viagem entre o Rio de Janeiro e Belém do Pará, para mostrar como o Noroeste mineiro vem se transformando em nova fronteira da sede. A escassez de água e a desertificação têm caminhado juntas entre os 19 municípios da região. Enxotados pela aridez, produtores vivem o drama de ter de abandonar terras degradadas, enquanto cidades inteiras sofrem com o racionamento de água, o gado morre, nascentes secam, cursos d’água são sugados pela terra sedenta e o cerrado vai ganhando aspecto de semiárido.
Pelo mapeamento por imagens de satélite no computador, o coordenador do Comitê de Bacias Hidrográficas (CBH) do Rio Urucuia, Julio Ayala, aponta a expansão de terrenos arenosos, pedregosos e estéreis em áreas onde há décadas se destacavam grandes polígonos verdes de monoculturas como soja, milho e feijão. “Dentro da Bacia do Rio Urucuia temos 600 mil hectares nos quais a produção não é sustentável e degrada o solo com o tempo. Desses, pelo menos 30% (180 mil hectares) já sofrem algum estágio de desertificação”, atesta Ayala, engenheiro-agrônomo e consultor do comitê que propõe e fiscaliza as políticas hídricas em um dos dois rios mais importantes da região – o outro é o Rio Paracatu.
Segundo o professor de geografia física da USP José Bueno Conti, que tem livre-docência em desertificação em áreas tropicais, o Noroeste de Minas está na periferia do semiárido e é uma região classificada como subúmida. Esses dois tipos de clima são os mais propensos à desertificação. “Verificamos naquela região um período de estiagem estendido e severo. Quando há prolongamento da seca por dois ou três anos, como vem ocorrendo, os sistemas hidrológicos e geológicos (solos) e todo o ecossistema podem entrar em colapso e desencadear o processo de desertificação”, explica.
Mais grave do que na área da sudene
Entre 2003 e 2011, a média de decretos de estado de emergência devido à estiagem no Noroeste de Minas era de três por ano. No ano passado a quantidade mais que dobrou, chegando a sete. De acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA), 68,4% das cidades do Noroeste precisarão ampliar seus sistemas de captação de água até 2015 ou enfrentarão desabastecimento. O índice é pior do que o registrado pelos municípios da área mineira da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), 64,8% dos quais serão obrigados a aumentar a capacidade de produção hídrica nos próximos dois anos.
Apesar disso, como o Noroeste de Minas não se encontra na área formal do semiárido brasileiro, os municípios não têm acesso a incentivos garantidos às prefeituras integrantes da área da Sudene, nem aos projetos do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN) ou à sua versão estadual, o PAE/MG.
Mas engana-se quem pensa que o avanço da desertificação tem impactos apenas sobre esses municípios. As consequências vão muito além. “Esse processo tem impactos em sistemas mais abrangentes e complexos, como no assoreamento do Rio São Francisco”, alerta o coordenador do CBH do Rio Urucuia, Julio Ayala.
O Urucuia, junto com o Paracatu e o Rio das Velhas, compõe a lista dos principais afluentes do Velho Chico. Quando chove na área da bacia em processo de desertificação, a água corre diretamente para os cursos d’água, carreando detritos e assoreando os leitos. Se tivesse sido retida pela vegetação, a chuva penetraria lentamente no solo e recarregaria os lençóis freáticos ou aquíferos. Esses reservatórios subterrâneos, quando cheios, liberam o conteúdo aos poucos, permitindo que córregos e ribeirões corram durante a seca e mantendo a região úmida e com evaporação diária. “A água que não penetra no solo sai do sistema. Não forma mais chuvas naquela região. Por isso ocorre a seca, a diminuição dos meses de chuvas e da intensidade das precipitações”, aponta Ayala.
Globo terá de pagar R$ 50 mil por violar direito ao esquecimento
Acompanhando o voto do relator, ministro Luis Felipe Salomão, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu o direito ao esquecimento para um homem inocentado da acusação de envolvimento na chacina da Candelária e posteriormente retratato pelo programa Linha Direta, da TV Globo, anos depois de absolvido de todas as acusações.
A Turma concluiu que houve violação do direito ao esquecimento e manteve sentença da Justiça fluminense que condenou a emissora ao pagamento de indenização no valor R$ 50 mil. “O quantum da condenação imposta nas instâncias ordinárias não se mostra exorbitante, levando-se em consideração a gravidade dos fatos”, afirmou o relator, que também considerou a “sólida posição financeira” da emissora.
O homem foi apontado como coautor da chacina da Candelária, sequência de homicídios ocorridos em 23 de julho de 1993, no Rio de Janeiro, mas foi absolvido por unanimidade. Diz ele que, em 2006, recusou pedido de entrevista feito pela TV Globo, mas mesmo assim, o programa veiculado em junho de 2006 citou-o como um dos envolvidos na chacina, posteriormente absolvido.
Ele ingressou na Justiça com pedido de indenização, sustentando que sua citação no programa levou a público, em rede nacional, situação que já havia superado, reacendendo na comunidade onde reside a imagem de chacinador e o ódio social, e ferindo seu direito à paz, anonimato e privacidade pessoal. Alegou, ainda, que foi obrigado a abandonar a comunidade para preservar sua segurança e de seus familiares.
Fatos públicos
O juízo da 3ª Vara Civil da Comarca do Rio de Janeiro julgou o pedido de indenização improcedente, mas a sentença foi reformada em grau de apelação e mantida em julgamento de embargos infringentes e de embargos de declaração.
A TV Globo recorreu ao STJ, sustentando que não houve invasão à privacidade do autor, pois os fatos noticiados já eram públicos e fartamente discutidos na sociedade, e que a emissora se limitou a narrar os fatos ocorridos, sem qualquer ofensa pessoal.
Segundo a emissora, a circunstância de a pessoa se relacionar com a notícia ou com fato histórico de interesse coletivo já é suficiente para mitigar seu direito à intimidade, tornando lícita a divulgação de seu nome e de sua imagem, independentemente de autorização.
Esquecimento
Para o ministro Luis Felipe Salomão, a ocultação do nome e da fisionomia do autor da ação não macularia sua honra nem afetaria a liberdade de imprensa.
“Muito embora tenham as instâncias ordinárias reconhecido que a reportagem mostrou-se fidedigna com a realidade, a receptividade do homem médio brasileiro a noticiários desse jaez é apta a reacender a desconfiança geral acerca da índole do autor, que, certamente, não teve reforçada sua imagem de inocentado, mas sim a de indiciado”, afirmou em seu voto.
Citando precedentes e doutrinas, o ministro ressaltou que o réu condenado ou absolvido pela prática de um crime tem o direito de ser esquecido.
“Se os condenados que já cumpriram a pena têm direito ao sigilo de folha de antecedentes, assim também à exclusão dos registros da condenação no instituto de identificação, por maiores e melhores razões aqueles que foram absolvidos não podem permanecer com esse estigma, conferindo-lhes a lei o mesmo direito de serem esquecidos”, disse.
Segundo o relator, a despeito de a chacina da Candelária ter se transformado em fato histórico – “que expôs as chagas do país ao mundo, tornando-se símbolo da precária proteção estatal conferida aos direitos humanos da criança e do adolescente em situação de risco” –, a fatídica história poderia ter sido contada de forma fidedigna sem que para isso a imagem e o nome do autor precisassem ser expostos em rede nacional.
FONTE: STJ.
FONTE: G1.
Você poderia dizer que essa notícia é “caso de pescador”… Na verdade, é mesmo! Mas é um caso verdadeiro, registrado pelo fotógrafo Ian Schofield, em Worcestershire, na Inglaterra. As imagens feitas pelo profissional mostram o momento em que o pássaro martim-pescador mergulha em busca de sua presa.
A sequência incrível de fotos – que podem ser acessadas aqui – permite ver desde o momento em que a ave se prepara para atacar, o mergulho em busca do alimento, até o retorno das àguas, com o peixe no bico. O caso foi fotografado no Rio Salwarpe, próximo de Droitwich Spa.
Esse tipo de pássaro é famoso por seu voo rápido sobre a água, além de conseguir pairar sobre a superfície à espreita dos peixes, de acordo com uma reportagem do site britânico Daily Mail.
Ainda segundo a publicação, as aves são muito vulneráveis ao inverno e dificilmente são encontradas fora do Sul da Inglaterra, por causa da sensibilidade à temperatura.
“A tese é linda. Mas, na prática, cria uma absurda insegurança jurídica para a compra deste bem. Qual instituição financeira vai querer fazer a venda nesta modalidade ? Enfim, nossa Justiça é assim, cega.” Alexandre Assolini
A juíza de Direito Márcia Cunha Silva Araújo de Carvalho, titular da 2ª vara Empresarial do RJ, decidiu que os consumidores que tiverem seus automóveis roubados, furtados ou devolvidos amigavelmente e possuírem contratos de financiamento na forma de leasing não precisarão mais continuar pagando suas prestações. A ação foi ajuizada pela Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj.
Consta na sentença: “Tratando-se de contrato de arrendamento mercantil, o arrendante permanece dono da coisa arrendada até o final do contrato, somente sendo transferido o domínio se houver essa opção feita pelo consumidor. Desse modo, se a coisa perece por ausência de dolo ou culpa do arrendatário, não pode ser este quem irá sofrer o prejuízo, de acordo com a regra res perit domino (arts. 233 a 236 do CCB). Portanto, em caso de roubo ou furto do bem (…) não pode ser cobrado do consumidor o prejuízo do arrendante pela perda da coisa.”
A sentença prolatada produz efeitos em todo território nacional segundo a magistrada.
FONTE: Migalhas.
A 7ª câmara Cível do TJ/RJ negou, por maioria, o recurso de dois homens que requereram a conversão da união estável em casamento. De acordo com o relator, desembargador Luciano Saboia Rinaldi de Carvalho, embora muitos países venham reconhecendo, mediante reformas legislativas, a possibilidade de casamento entre pessoas do mesmo sexo, o Brasil ainda não o fez, não havendo, portanto, amparo legal que autorize tal concessão.
Os requerentes sustentam que vivem em regime de união estável desde 2001, tendo celebrado o Pacto de União Estável Homoafetiva no dia 22/6/11, e que o pedido de conversão da união em casamento se fundamenta na proibição de discriminação em razão do sexo ou da orientação sexual, nos princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana, além da ausência de norma proibitiva do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Para o magistrado, em respeito ao princípio da segurança jurídica, é inconcebível a desvirtuação do texto normativo, conferindo-lhe novas conceituações, a critério do julgador, que não é legislador positivo. Destaca ainda que a CF/88 faz referência expressa aos termos ‘homem’ e ‘mulher’ quando trata da sociedade conjugal. “Por evidente, duas pessoas do mesmo sexo podem constituir família, podem constituir patrimônio comum, podem reivindicar direitos sucessórios e previdenciários, enfim, podem viver em união estável. Mas não têm direito ao casamento civil, por ausência de autorização legal“, completou.
O processo corre em segredo de Justiça.
CLIQUE PARA VER RECENTE DECISÃO DO CNJ QUE VAI CONTRA ISTO.
FONTE: Migalhas.
Total de leite adulterado movimentado pelo grupo, no período de um ano, chegou a 100 milhões de litros
O Ministério Público Estadual (MPE) do Rio Grande do Sul flagrou em escutas telefônicas realizadas durante a Operação Leite Compensado, que detectou atravessadores que fraudavam cargas de leite cru para obter mais lucro, conversas que indicam que a fórmula química para a adulteração era comercializada a R$ 10 mil.

Operação Leite Compen$ado descobre esquema de adulteração de leite no RS
Operação
ADULTERAÇÃO DE LEITE OCORRIA EM AMBIENTES INSALUBRES
Outros lotes de três marcas também deverão ser retirados do mercado, segundo a Secretaria da Agricultura: Goolac, Hollmann e Só Milk. Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), a medida foi tomada em acordo com a Secretaria Estadual da Saúde “por precaução e visando resguardar a saúde pública”. A ordem é consequência da operação Leite Compen$ado.
As investigações revelaram que os transportadores autônomos, que são intermediários na cadeira produtiva, adicionavam água e ureia – substância que contém formol e é cancerígena – para aumentar o volume e faturar mais. Nove pessoas foram presas, uma empresa foi interditada e três postos de refrigeração foram fechados no Estado.
Segundo o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária, Eraldo Leão Marques, depois que a fraude foi identificada, o órgão já havia determinado, em 1º de abril, a suspensão das linhas de leite UHT integral, desnatado e semidesnatado da empresa VRS. Em 22 de abril, técnicos do órgão voltaram à empresa e encontraram cerca de 600 mil litros de leite beneficiados, o que ocasionou a suspensão das suas atividades.
Atravessadores. Um projeto de lei será enviado para a Assembleia Legislativa do Estado pedindo a proibição dos atravessadores na cadeia produtiva do leite. A proposta é alvo de críticas do superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Francisco Signor. Para ele, eliminar o intermediário é um “tiro no pé” que pode inviabilizar a cadeia produtiva. Ele defende que os transportadores sejam cadastrados e fiscalizados.
Investigado mandava motorista separar o ‘leite bom’ para a família
Porto Alegre.
O Ministério da Agricultura informou que 600 mil litros de leite devem ser descartados devido à adulteração de transportadoras, que adicionavam água e ureia para aumentar a quantidade do produto. Pela manhã, o Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul deflagrou a operação Leite Compen$ado para cumprir nove mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades de Ibirubá, Guaporé e Horizontina. A ação, realizada em parceria com a Receita Estadual e as polícias Civil e Militar, prendeu oito pessoas.
Segundo o órgão, a fraude acontecia no transporte entre o produtor e a indústria. As investigações apontam para adição de ureia agrícola com formaldeído, acrescido no leite cru por fazer parte da composição do produto. A adulteração visava a aumentar o volume com água mantendo os padrões do leite.
De acordo com a investigação, suspeitos de cinco transportadoras compraram 98 toneladas de ureia, quantidade suficiente para adulterar 100 milhões de litros de leite em um ano. Parte do leite adulterado está disponível no mercado, mas, segundo o ministério, seu consumo não representa riscos à saúde.
Segundo o assessor da Coordenação Geral de Inspeção do Ministério da Agricultura, Alexandre Campos, as indústrias responsáveis pela comercialização do leite (Italac, Líder, Mumu e Latvida) podem ser punidas por falta de rigor na análise do leite recebido dos produtores.
Além da punição penal, a cargo da Justiça, o ministério pode aplicar multas, cujo valor máximo, por lote irregular, é de cerca de R$ 15,6 mil – o que daria multa de mais de R$ 125 mil pelos oito lotes fraudados.
A diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Judi Nóbrega, disse que a quantidade de formol encontrada nos produtos contaminados não representa grandes riscos à saúde. “Mas é um crime”, avaliou. Os promotores orientam que os consumidores deixem de beber o leite de lotes fraudados.
Notificação.A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon/MJ) notificou, ontem, as quatro empresas. Elas têm um prazo de dez dias, a partir do recebimento da notificação, para apresentar a documentação técnica e laboratorial pertinente ou, de forma imediata, o recall dos produtos envolvidos, nos termos do Código de Defesa do Consumidor.
Segundo o promotor Mauro Rockembach, o grupo criminoso foi monitorado por escutas telefônicas. “Todos os passos, as negociações e os ajustes foram captados” disse. Ainda segundo o promotor, uma das ligações interceptadas revela que um dos investigados orienta seu motorista a separar “o leite da ‘guachaiada’” antes de fazer a mistura, se referindo aos filhos. “Ou seja, ele pedia para deixar para ele o leite bom, antes de mandar para o consumo da população o produto com a substância cancerígena”, destacou.
Lucro
Fraude. Com o aumento do volume do leite transportado, os “leiteiros” lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro, destacou
o Ministério Público.
As outras empresas que tiveram lotes adulterados são a Latvida e a Vonpar Alimentos, responsável pelo leite Mumu. Elas ainda não se pronunciaram sobre o caso.
Italac Integral
Lotes: L05KM3,
L13KM3, L18KM3,
L22KM4 e L23KM1.
Italac Semidesnatado
Lote: L12KM1.
Líder/Bom Gosto UHT Integral
Lote: TAP1MB.
Mumu UHT Integral
Lote: 3ARC.
Latvida UHT Desnatado
Com fabricação de 16 de fevereiro de 2013 e com validade até 16 de junho
de 2013.
O que dizem as empresas
Mu-Mu
Em nota, a empresa afirmou que “atende a todos os requisitos e protocolos de testes de matéria prima exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”. No texto constam outros esclarecimentos: “A investigação do Ministério Público está concentrada no transporte entre o produtor leiteiro e os postos de resfriamento, onde o produto fica armazenado antes da entrada em nossa fábrica. A empresa permanece à disposição do MP e MAPA, no que for solicitado”. A Mu-Mu também informa aos consumidores que tenham produtos do lote citado ou que tenham dúvidas entrem em contato com o SAC, pelo número 0800 51 7542, de segunda a sexta, das 7h30 às 18h30 e, aos sábados, das 7h30 às 13h30.
Latvida
Por telefone, a empresa Latvida informou que está operando normalmente. Segundo a assessoria de comunicação, a ação é direcionada exclusivamente aos transportadores do leite no estado. Em relação a esse aspecto, a marca disse que “está sendo eficiente até o momento”. A Latvida ainda afirmou que o problema ocorreu no lote 196 do leite UHT desnatado e que todos os outros estão liberados para o consumo. “Estamos vendo essa ação do MP com naturalidade. Nossos laboratórios funcionam 24 horas por dia e temos um laboratório móvel que percorre as regiões dos 1,6 mil produtores que temos no estado”, disse o assessor de comunicação da empresa, Paulo Pereira.
Italac
Em e-mail enviado no início da tarde, a Italac informou que “o problema foi pontual, ocorrido no Rio Grande do Sul, e aconteceu no transporte do leite cru, entre a fazenda e o laticínio, antes de ser industrializado”. Ainda segundo a nota, “os lotes identificados com problema foram retirados do mercado e não se encontram mais à disposição do consumidor. Todo o leite Italac encontra-se em perfeitas condições de consumo com total segurança e qualidade”.
Líder
A empresa diz ter retirado do mercado ainda em fevereiro deste ano o lote não recomendado para o consumo, “tão logo a companhia tomou conhecimento da possibilidade de existir um problema de qualidade”. A nota diz que cinco transportadoras de leite cru foram descredenciadas e um dos postos de resfriamento no estado foi fechado “por causa da ação de fraudadores”. “Além disso, a Líder faz dupla checagem, nos postos de resfriamento e na fábrica, e desde janeiro não detectou nenhuma adulteração no leite destinado à produção. O leite Líder disponível no mercado está apto, portanto, para ser consumido com segurança”, diz a empresa.
Professor de química do ensino médio venceu concurso do governo.
Brasileiro que representa a Flórida era um dos quatro finalistas no concurso.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, compareceu nesta terça-feira (23 de abril) a uma cerimônia na Casa Branca, em Washington, com professores de escola pública de todo o país, e entregeou o prêmio de Professor do Ano dos EUA ao professor de química e física Jeff Charbonneau. O evento faz parte de uma semana de reconhecimento ao professor realizada todos os anos pelo Departamento de Educação do governo norte-americano. Charbonneau foi eleito na segunda-feira (22) e também discursou na cerimônia.
Obama afirmou em seu discurso que é necessário encontrar uma maneira melhor de “recrutar, preparar e recompensar” os bons educadores da próxima geração. “Se há algo que não podemos dizer o suficiente para os professores da nossa nação, é ‘obrigado’. Eles fazem mais do que educar crianças. Eles as abraçam, as nutrem e realmente as amam”, afirmou o presidente norte-americano.

Brasileiro foi finalista
O professor brasileiro Alexandre Lopes, que nasceu em Petrópolis (RJ) e emigrou para os Estados Unidos em 1995, foi um dos quatro finalistas no concurso de melhor professor do país neste ano. Em julho de 2012, ele foi eleito o Professor do Ano da Flórida, estado que tem mais de 180 mil professores na sua rede pública.

Lopes foi finalista ao lado do professor Charbonneau, que dá aulas de química e física na Zillah High School, do estado de Washington, e de outras duas professoras: Rhonda Holmes-Blankenship, da Rising Sun High School (Maryland), e Heidi Welch, da Hillsboro-Deeing High School (New Hampshire).
À reportagem, Alexandre afirmou, na segunda-feira, que está “aproveitando cada momento desta semana maravilhosa”.
Além dos quatro finalistas, todos os 50 professores eleitos os melhores em seus estados no último ano estiveram presentes na cerimônia que homenageou a todos. Eles foram representados pelo professor Charbonneau em seu primeiro discurso como Professor do Ano de 2013 no país.
Pelo próximo ano, o docente será uma espécie de representantes dos professores norte-americanos. “Tenho orgulho de ser um megafone para 3,2 milhões de professores”, afirmou ele em seu discurso na Casa Branca, nesta terça-feira.
Lopes, natural de Petrópolis (RJ), Lopes emigrou do Brasil para os Estados Unidos em 1995 e, depois de alguns anos trabalhando como comissário de bordo, decidiu mudar de carreira. O brasileiro voltou à faculdade e acabou se tornando professor especializado em educação inclusiva para crianças em idade pré-escolar. Atualmente, ele vive em Hollywood, no sul da Flórida.
carioca já havia recebido o prêmio de Melhor Professor do Ano de Miami-Dade e, posteriormente, foi escolhido como Melhor Professor de Escolas Públicas da Flórida, após concorrer com 180 mil professores do estado e cinco finalistas. Ao receber o prêmio, no Hard Rock Live, ele agradeceu aos seus “pequenos sonhadores”.
“Não tenho palavras para descrever a quantidade de amor que eu tenho para com vocês e para a minha profissão”, disse ele, na ocasião.
FONTE: G1 e Gazeta News, via Antônio Carlos.
Há alguns anos, o povo da moda adotou a palavra “fashion”. No Brasil, “fashion” virou sinônimo de coisa moderna e estilosa. E começaram a pipocar frases como: “Nossa, essa sunga branca é tão fashion!” ou “Fashion mesmo é usar sapatênis”.
Se você acompanha o noticiário gastronômico, certamente tem percebido outro exemplo de apropriação de um estrangeirismo: o da palavra “gourmet”. De alguns anos para cá, prédios não têm mais churrasqueiras na varanda, mas “terraços gourmet”.
Termos como “glutão”, “poço sem fundo” ou “draga” saíram de moda. Agora, qualquer um que trace um gigantesco sanduíche de pernil na saída do Pacaembu merece ser chamado de “gourmet”.
O “gourmet” invadiu nossa vida. Uma revista carioca publicou reportagem sobre os “hambúrgueres gourmet” mais caros da cidade maravilhosa. E tome filé-mignon de boi da raça wagyu, foie gras, cebolinhas caramelizadas, tomates confitados, chutney de manga, compota de bacon e até chantili trufado. O sanduba mais caro custava R$ 395.
A sofisticação não se limita aos hambúrgueres. Que tal uma pastelaria gourmet? Sim, já existem algumas, que trazem inovações como essência de baunilha e recheio de alcachofra.
Quanto tempo vai levar para nossas barracas de pastel introduzirem sommeliers de garapa, para harmonizar as iguarias com o caldo de cana apropriado? “O senhor não quer experimentar, com esse pastel de palmito, um sumo antilhano, safra 2009? Ele tem uma coloração clara e jovial, eu diria até mesmo solar, que passeia entre o herbáceo delicado e uma intensa cremosidade.”
A tendência é que todos os clássicos de nossa comida popular ganhem sua versão “gourmet”: nossas empadas trarão azeitonas Koroneiki, importadas diretamente da Grécia, nossos espetinhos de coração de frango virão em varetas de madeira Mpingo, extraídas de florestas da Tanzânia, e o ovo azul será tingido com milenares técnicas de Batik javanês. Ulalá.

Agressão a motorista teria causado queda de ônibus em viaduto
Rio – A agressão de um passageiro ao motorista da linha 328 (Bananal-Castelo), placa KYI-0973, teria causado a queda do ônibus no Viaduto Brigadeiro Trompowski, na Avenida Brasil, altura da Ilha do Governador, na tarde desta terça-feira. Até o momento, a trágedia deixou sete mortos e quinze feridos, segundo os bombeiros.
Segundo Anastácio Ramos,motorista da linha 963, da Viação Paranapuã, mesma do veículo, um homem desferiu um soco no rosto do motorista, identificado apenas como André, que perdeu o controle do ônibus na hora. Ele ficou com ferimentos leves e foi encaminhado para o Hospital Geral de Bonsucesso, na Zona Norte. Outros 10 feridos seguiram para o Hospital Geral de Bonsucesso, na Zona Norte, Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, e Hospitais Estaduais Getúlio Vargas, na Penha, e Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias.
FONTE: iG.
Acidente ocorreu na altura da Ilha do Governador, por volta das 16h30.
Pista sentido Centro foi fechada; feridos vão para Hospital de Bonsucesso. Rádio Itatiaia noticia pelo menos 09 mortos (17:12).


Um ônibus caiu do Viaduto Brigadeiro Trompowski na pista lateral da Avenida Brasil, na altura da Ilha do Governador, no Rio, por volta das 16h30 desta terça-feira (2), deixando feridos. Segundo o Centro de Operações da Prefeitura, equipes do Corpo de Bombeiros trabalham no local e fazem o resgate. Segundo os bombeiros, pelo menos sete pessoas morreram.
O ônibus, da Viação Paranapuã, do Consórcio Internorte, fazia a linha 328, Bananal/ Castelo. O veículo ficou com as rodas para cima.
Três helicópteros dos bombeiros pararam na pista para fazer o resgate, fechando a Avenida Brasil no sentido Centro. Três quartéis do Corpo de Bombeiros foram mobilizados para ajudar nos resgates. Foram acionados os combatentes dos quartéis de Ramos, Benfica e Fundão.
Os feridos estão sendo levados para o Hospital de Bonsucesso.
No mesmo horário, o tráfego era lento no sentido Centro da Avenida Brasil até a altura da Penha, no subúrbio. Segundo o Batalhão de vias especiais da PM, um helicóptero do Corpo de Bombeiros pousou na via interditada.
FONTES: G1 e Itatiaia.
Segundo a assessoria de imprensa do Senado, a verba de passagens aéreas pode ser usada em todo o território nacional, desde que para “atividades parlamentares”
Capital do Estado que elegeu Aécio e para o qual, oficialmente, o tucano dedica seu mandato, Belo Horizonte foi origem ou destino de 23, ou 27% do 83 voos feitos desde 2011. É menos da metade das viagens com chegada ou partida no Rio. Segundo a prestação de contas, a frequência de Aécio em Belo Horizonte foi inferior à de Zezé Perrella (PDT), colega na bancada mineira, que assumiu o cargo seis meses depois do tucano, em julho de 2011. Por ora, ele pediu reembolso de 47 passagens, das quais 39 ou 83%, referentes a Belo Horizonte. Ocupante da terceira cadeira de Minas no Senado, Clésio Andrade (PMDB) não voou com verba da Casa, segundo sua prestação de contas.
Segundo a assessoria de imprensa do Senado, a verba de passagens aéreas pode ser usada em todo o território nacional, desde que para “atividades parlamentares”. O valor a que cada parlamentar tem direito corresponde a cinco voos mensais entre Brasília e a capital do Estado que o elegeu – no caso de Minas, é de R$ 13,4 mil. Como o natural é que cada senador tenha a maioria dos compromissos parlamentares no Estado que representa, essa é a referência.
O gabinete de Aécio alega que o senador tem residência fixa em Brasília, Belo Horizonte e Rio, onde residem sua filha e sua família, e onde passa os fins de semana. Sua assessoria sustenta que ele tem atividades como “parlamentar e agente político” nas três cidades. Mas não informa quais foram os compromissos de Aécio no Rio. O Estado enviou a lista dos voos na quarta-feira solicitando o detalhamento, mas não obteve resposta.
Esta matéria tem: (13) comentários
Autor: André Lustosa
Não estou aqui para defender o Aécio…porém qual o problema dele ir mais para o RIO ? O que tem para ele fazer aqui em BH ? Se aqui fosse um colégio eleitoral a ser conquistado sim ele deveria vir aqui. Sò que ele quer ser presidente e não está disputando a governança do republica do pão de queijo.| Denuncie |
Autor: Geraldo Geraldo
“O Estado enviou a lista dos voos na quarta-feira solicitando o detalhamento, mas não obteve resposta.”(sic) … e não ‘obterá’ tal resposta. Caso tenha resposta, podem ‘apostar’ que é ‘propaganda enganosa’, assim como ‘ele’ sempre o fez quando governador de Minas Gerais. Muda Brasil já!| Denuncie |
Autor: rafael silva
Que vergonha para nós mineiros e mais ainda o quanto estamos sendo enganados. Esse boy deveria pelo menos pagar as viagens que faz para o Rio de Janeiro do seu próprio bolso, pois a fica barato para ele e beber e vadiar no Rio de janeiro| Denuncie |
Autor: rafael silva
Até que enfim site vcs deram uma noticia verdadeira, porém tenho a certeza que por causa dessa noticias cabeças vão rolar.| Denuncie |
Autor: rafael silva
Isso tudo mundo já sabia, espero agora que aqueles eleitores mais consciente deixem de acreditar mais nesse boyzinho, e sua assessoria ainda achando que tem bobo. Que sorte é a do Rio de Janeiro que pode contar com 04 senadores.| Denuncie |
Autor: Cristiano Neves da Silva
Vim só parabenizar o Paulo Barbosa, pelo excelente comentário!| Denuncie |
Autor: leonardo braga
Cade meu comentàrio?????????| Denuncie |
Autor: augusto alves
depois os coleguinhas tucanos dele apelam, quando na AL MG, o nada nobre senador é chamado de “Zé Carioca”.| Denuncie |
Autor: Paulo Barbosa
Já não passa despercebido, enquanto os estados tem 3 senadores, o Rio de Janeiro tem 4( quatro) e Mina tem 2 (dois). E assim nós mineiros, ficamos sem uma representação no Senado, pois os interesses do estado fica sempre em um segundo plano. O ex-presidente Itamar morreu, Eliseu Rezende ídem.| Denuncie |
Autor: Roberto Oliveira
ano que vem marina silva na cabeça…| Denuncie |
Autor: Roberto Oliveira
CLARO QUE VAI GASTAR MAIS DINHEIRO PARA O RIO , BH FICA NO MEIO DO CAMINHO , E ELE SABE QUE AQUI ESTA TUDO DOMINADO, NÃO PRECISA SE ESFORÇAR MUITO. GOSTO MUITO DO JEITO DELE GOVERNAR , MAIS INFELIZMENTE ESTA CHUTANDO O BALDE NAS MINAS GERAIS …CUIDADO AÉCIO …MINAS PODE ESQUECER DE VC UM DIA…| Denuncie |
Autor: Thiago Moraes
Que povo chato! Qual o problema do principezinho ir pro Rio todo fim de semana, pra pirar o cabeção? Duro é ele votar contra Minas na questão dos royalties!| Denuncie |
Autor: Cristovao Santana
Que pena EM. esse senador tem a densidade eleitoral de um pão de queijo.
FONTE: Estado de Minas.
RIO — Mãe e filha de classe média, de 64 e 42 anos, e muito bem vestidas, que poderiam ser consideradas acima de qualquer suspeita, foram presas na noite desta segunda-feira após serem flagradas por câmeras de segurança do supermercado Zona Sul, em Copacabana, furtando produtos como bebidas e alimentos.
Vera Maria Fernandes, de 64 anos, e Maria Eduarda de Almeida, de 42, colocaram em bolsas que carregavam uma garrafa de vodca, um vinho do Porto, latas de salsicha e palmito e um saco de pão de forma. Ao saírem do estabelecimento e chamarem um táxi, os seguranças do supermercado abordaram a dupla e chamaram guardas municipais que estavam próximos. Dentro das bolsas foram encontrados, ainda, DVDs, com etiquetas das Lojas Americanas, e um faqueiro de 150 peças.
Segundo o guarda municipal Alexandre Meireles, a filha chegou a urinar. As duas foram levadas para a 12ª DP (Copacabana) e colocadas em celas. Histéricas, gritavam muito e a delegada Soraia Santana chamou o Samu para atendê-las. Foram medicadas, mas continuaram berrando descontroladamente.
— O estado de histerismo delas é tamanho que não consegui nem interrogá-las ou tirar suas digitais. Além de gritar, elas estão batendo na cela. As duas apresentam hálito etílico — afirmou a delegada Soraia.
Elas moram na Praia do Flamengo 186 e não tinham passagem na polícia. Os policiais civis disseram que elas serão autuadas por furto qualificado, por terem agido em dupla, com pena de 1 a 6 anos. A fiança só poderá ser estabelecida por um juiz.
Mãe e filha serão transferidas para Bangu 8. A delegada afirmou que, caso não se acalmem até a manhã de terça-feira, avaliará se é o caso de interná-las no Instituto Psiquiátrico Philippe Pinel.
FONTE: O Globo.