Temporada começa mais cedo e ipês-amarelos já dividem espaço com os rosas
Falta de chuva forte antecipou floração, afirma especialista da UFMG


.
Agosto só chega no sábado, abrindo a temporada anual dos ipês-amarelos, mas em muitas ruas de Belo Horizonte a árvore símbolo do Brasil, em flor, já dá o ar da sua graça. No Bairro Sagrada Família, na Região Leste, e no São Luís, na Pampulha, há exemplares que reluzem feito ouro e enchem de orgulho os moradores, cientes da importância da flora urbana para humanizar a cidade, reduzir o estresse e colorir o dia a dia. Com a falta de chuvas fortes há meses, a expectativa é que de a floração seja mais intensa este ano, prevê o professor João Renato Stehmann, do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
.
Naqueles tempos distantes, conta Catarina, a disputa pelas terras era um fato que poderia virar guerra no meio rural. “Mas no caso do meu avô, foi por causa de um ipê frondoso localizado bem na divisa da propriedade com o vizinho. Quando ele estava florido, de tão bonito que era, o vizinho mudava a cerca de lugar, como se fosse dele; meu avô, muito bravo, não aceitava e então voltava com o arame para o limite anterior. E assim iam brigando, sem maiores consequências, felizmente. A história passou de geração a geração e tomamos muito amor pelos ipês-amarelos.”

.
No quintal da casa, Catarina guarda uma muda de bom tamanho, pronta para ir para o chão. Mas são as duas árvores do passeio que chamam a atenção. “A maior tem 32 anos, pois me lembro de que, quando a plantei, ela estava com uns dois anos. A outra, menor, nasceu com a semente da primeira. Pena que cortaram uma que havia bem ali”, aponta Catarina para o outro lado da rua. Sempre de olho nas copas, a enfermeira afirma que as flores chegaram mais cedo este ano. “Acredito que foi a falta de chuvas, embora não seja indicado molhar muito o ipê, só de vez em quando”.
.
SINCRONIA O botânico João Renato Stehmann explica que o florescimento dos ipês está sincronizado com o clima. “Se o outono não tem chuvas, ocorre uma antecipação das flores, como ocorre agora. Se há muita chuva, elas vêm mais tarde”, afirma. Em Minas, há 20 espécies diferentes, com incidência de cinco em Belo Horizonte (dois amarelos, rosa, branco e roxo) e vale destacar, segundo o botânico, que a floração dos ipês-amarelos se dá numa época em que as demais árvores estão com a copa verde, só com as folhas. “Ipês-amarelos são nativos da mata atlântica e do cerrado e Belo Horizonte está numa área de transição”, diz o professor, lembrando que, na sequência, virão o jacarandá-mimoso e a sibipiruna para colorir BH.
.
Quem passa na Rua Nancy de Vasconcelos Gomes, na Sagrada Família, não deixa de admirar o ipê que se tornou referência na região. Refletido no parabrisa dos automóveis, salpicando os arbustos de flores que giram no ar ao cair ou formando tapetes no asfalto, a árvore só merece elogios do engenheiro José Oscar de Almeida, morador há 12 anos do bairro. “Sou de Itabira (na Região Central), então sempre admirei muito os ipês. Para mim, as árvores representam a vida e devemos preservá-las a qualquer custo.”
.
Na tarde de ontem, José Oscar não se cansava de admirar a bela moldura da rua onde mora. “Que seria de nós se não houvesse árvores assim? Uma vez, cortaram um ipê num lote vago logo ali. Foi triste. Ainda que retiraram uma palmeira-imperial e a transplantaram”, disse o engenheiro, com alívio.
.
“Semana que vem, o meu ipê estará maravilhoso. Estou na maior espera”, aguarda com ansiedade a dona de confecção Vera Vieira, moradora da Rua Anhanguera, no Bairro Santa Tereza, também na Região Leste. Para compensar, ela descansa os olhos, quando sai para trabalhar, nas buganvílias que se debruçam sobre o muro do vizinho. Quem cuida é Jorge Lopes dos Santos, natural de Santa Maria do Suaçuí, na Região do Rio Doce. “Não sou jardineiro, só empregado da casa e gosto muito de cuidar da natureza”, explica..
Enquanto isso…
…’Tapetes’ de pétalas rosas
.
Os ipês no tom rosa se despendem da capital, mas muitos ainda tingem as ruas, num belo espetáculo. De lembrança, deixam nos asfalto tapetes formados pelas pétalas que caem bem devagarinho dos galhos. Quem passa na Rua Marechal Deodoro, no Bairro Floresta, na Região Leste, pode admirar a nova paisagem. Mas é bom andar depressa e ter sorte, pois os garis têm que fazer o seu serviço e deixar as vias públicas limpas.
.
FONTE: Estado de Minas.
Fatos e versões
Que interesse pode existir, salvo para a perícia, no vídeo em que o Porsche do ator Paul Walker bate e pega fogo? É o que sempre me pergunto quando exibem tais vídeos na televisão ou no provedor de internet. Será que existe gente cruel ao ponto de gostar daquilo, ou “curtir” como diz o provedor Terra?
Muito mais útil é o e-mail da laranja na feijoada. Vou pedir à comadre que me faça uma feijoada só para ver se o negócio funciona. A lição é a seguinte: ponha uma laranja inteira com casca (bem lavada) na feijoada junto com as carnes. A gordura passa quase toda para dentro da laranja. Basta cortá-la para confirmar. E a feijoada, deliciosa, fica light.
Você também pode experimentar com um pedaço de linguiça. Ferva a água, fure a linguiça com um garfo, ponha a laranja na panela e depois a linguiça. Em cinco minutos toda a gordura passa para dentro da laranja. Depois, frite a linguiça para ver como está uma delicia. E tem mais uma coisa: a panela fica sem gordura.
Jornalismo é serviço e feijoada magra faz menos mal que a gorda. Em verdade, nada faz bem porque “viver faz mal à saúde”.
Acho que a frase é de João Guimarães Rosa, mineiro de Cordisburgo, filho de Florduardo Pinto Rosa. O sobrenome de seu Flor suscita no Brasil o assunto PIB, Produto Interno Bruto. A exemplo do Pinto Rosa, depois de curtos períodos de entusiasmo, o PIB brasileiro desanima.
FONTE: Crônica Eduardo Almeida Reis – Estado de Minas
Publicada no jornal Estado de Minas em 29 Dez 2013
120 mil mamografias gratuitas em Minas Gerais no “Outubro Rosa”


FONTE: Hoje Em Dia.