Laudando et vituperando abstine: tutum silentium praemium.

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Foto: Bruno Polengo

Instituto lança eduLab21

O Instituto Ayrton Senna acaba de lançar o eduLab21, um laboratório de inovação dedicado à produção e disseminação de conhecimento científico para a melhoria da educação pública no Brasil. Constituído por uma rede multidisciplinar de parceiros ao redor do mundo, o eduLab21 terá como missão contribuir para que todas as crianças e jovens tenham acesso a uma educação que prepare para a vida no século 21.

“O desafio é trazer a escola do século 19 para o século 21 ou, dito de outra forma, levar o século 21 para dentro da escola”, explicou Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna. Para Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e um dos líderes do eduLab21, esse descompasso entre o que o mundo exige e o que a escola oferece é uma das principais causas da falta de engajamento dos jovens com a educação. “Quase um milhão de jovens abandonam a escola durante o ano letivo no Brasil. A gente acha que isso tem muito a ver com uma escola do século 19 sendo apresentada para alguém do século 21”, afirma.

Para levar melhorar a qualidade da educação, o Instituto Ayrton Senna vem investindo em iniciativas de aproximação entre cientistas e gestores públicos de educação.  “Há 20 anos, o Instituto trouxe para a educação dois paradigmas que não existiam na época, o da escala e o da eficiência, que são princípios da economia e da administração moderna. O que nós queremos fazer agora é trazer as outras ciências para a educação, a psicologia, as neurociências, todas as que puderem apoiar políticas públicas que preparem as crianças para o século 21”, completa Viviane Senna.

Para fazer a ponte entre o conhecimento das ciências e o mundo da educação, o edulab21 o laboratório irá produzir e mapear conhecimentos sobre quais são, como se desenvolvem e como se avaliam as competências importantes para se viver no século 21; sistematizar esses conhecimentos em uma base de referência útil e acessível a gestores, professores e demais atores comprometidos com a melhoria da educação; e disseminar esses conhecimentos via iniciativas de difusão e de cooperação técnica para desenho de políticas públicas.

O laboratório contará com dois polos de trabalho para produção e disponibilização de conhecimento científico para a formulação de políticas públicas baseadas em evidência. A função de produção de novos conhecimentos será conduzida por uma cátedra na Universidade de Ghent, na Bélgica, coordenada pelo psicólogo Filip de Fruyt. A função de “tradução” e “customização” desses conhecimentos para apoiar o desenho de políticas públicas será conduzida pela Cátedra Instituto Ayrton Senna e pelo Núcleo de Pesquisas Ciências para Educação no Insper, ambos coordenados pelo economista-chefe do Instituto Ayrton Senna, Ricardo Paes de Barros.

Conhecimento aplicado

Como explica Ricardo Paes de Barros, o diferencial do trabalho do laboratório é a aplicação do conhecimento. “Nada disso é desenvolvido sem ter uma escola, sistemas educacionais envolvidos. Nós estamos trabalhando com Rio de Janeiro, Ceará e Santa Catarina em coisas muito específicas, algumas tratam do sistema educacional como um todo, outras da unidade escolar e outras dentro da sala de aula”.

Para garantir que os projetos do laboratório sejam concebidos e conduzidos de maneira a responder aos principais problemas enfrentados pelas redes públicas de educação no Brasil, o laboratório conta com um Conselho Consultivo formado por gestores de educação e que atualmente conta com seis secretários estaduais de educação (atuais secretários do Acre, Ceará, Goiás, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina).

Para Fred Amancio, secretário de educação de Pernambuco e membro do Conselho Consultivo, esse diálogo entre gestores e cientistas é fundamental para a construção de “uma nova escola” para o “novo jovem”.  “O principal papel dos secretários de educação no Conselho será promover a aproximação do trabalho desenvolvido pelo eduLab21 do dia a dia das salas de aula e da construção das políticas públicas”, afirma.

De acordo com Tatiana Filgueiras, diretora do eduLab21, essa aproximação ente cientistas e gestores para a promoção da educação para o século 21 exigirá uma mudança na forma de pensar e agir de todos os agentes envolvidos na educação. “A gente precisa mudar a atitude, não só a do pesquisador, na forma com a qual ele chega até quem está desenhando e implementando políticas públicas, mas os decisores precisam se pautar mais em dados nas suas decisões e quem está no chão da escola precisa entender que o conhecimento que está sendo produzido ali precisa voltar para as pesquisas e retroalimentar a cadeia de conhecimento. É um círculo virtuoso que precisa funcionar”, afirma.

eduLab21

Como preparar crianças e jovens para o século 21?

O mundo mundou. Nossas crianças e jovens já não são mais os mesmos.
E a escola não pode ser mais a mesma.

Trabalhamos para que as novas gerações de brasileiros concluam a educação básica preparados para a vida. Para que saiam da escola com desempenho adequado nas disciplinas escolares e também preparados para os desafios do século 21. Esperamos que estejam aptos a exercer profissões que ainda nem foram criadas, a trabalhar em equipe para resolver problemas complexos e a preservar e a transformar o mundo em que estão inseridos com liberdade, ética e propriedade.

Educação pública de qualidade para o século 21: esse é o nosso compromisso.

O eduLab21 é uma iniciativa do Instituto para unir Ciências e Educação.

Reunimos uma rede multidisciplinar de parceiros como universidades, pesquisadores, fundações e organizações internacionais.

 

Cátedra Instituto Ayrton Senna e Núcleo de Pesquisa em Ciência para Educação no Insper
Voltada para a aplicação em políticas públicas e liderada por Ricardo Paes de Barros (Instituto Ayrton Senna  e Insper).

Cátedra Instituto Ayrton Senna na Universidade de Ghent
Voltada para a inovação e competências para o século 21 e liderada por Filip de Fruyt (Universidade de Ghent).

FONTE: Instituto Ayrton Senna.