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Árbitros dos jogos de Atlético, Cruzeiro e Corinthians são afastados após erros na rodada

CBF justifica que foi constatado um desempenho abaixo do padrão estabelecido

Mauro Horita/Light Press/Cruzeiro

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Depois de uma série de polêmicas sobre a arbitragem na 22ª rodada do Campeonato Brasileiro, a CBF anunciou, nesta quinta-feira, que afastará seis árbitros. Sem esclarecer quais erros levaram às punições, a entidade divulgou que ficarão na “geladeira” árbitros e assistentes dos jogos que envolveram Atlético, Cruzeiro, Corinthians e Palmeiras.

Bruno Cantini/Atlético MG

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Da partida entre Atlético e Atlético-PR, vencida pelo Furacão por 1 a 0, foram asfatados os assistentes Elan Vieira e Marlon Rafael. Após a partida, a diretoria do Galo protestou contra impedimentos mal marcados. Também alvo de protestos, o árbitro Marcelo de Lima Henrique não será afastado pela CBF.
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Responsável por assinalar um impedimento equivocado na vitória do Corinthians sobre o Fluminense, por 2 a 0, o assistente Fábio Ferreira também ficará “encostado”. O erro dele resultou num gol mal anulado de Cícero, do Tricolor Carioca.
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Já na vitória do Cruzeiro sobre a Ponte Preta, por 2 a 1, o árbitro Emerson Luiz Sobral e o assistente Bruno Cesar foram punidos. A equipe de Campinas reclamou de um gol mal anulado de Borges, por impedimento marcado equivocadamente, e de um pênalti que não teria sido assinalado do zagueiro Manoel no centroavante da Macaca.
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Outro clube paulista que se queixou sobre a arbitragem da última rodada foi o Palmeiras. Depois de protestos contra um gol mal anulado do atacante paraguaio Lucas Barrios, o assistente Marcelo Barison é mais um que foi punido.
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Segundo a CBF, foi constatado um desempenho abaixo do padrão estabelecido. Os árbitros afastados das próximas rodadas do Campeonato Brasileiro terão de passar por treinamentos teóricos e práticos na Escola Nacional de Arbitragem.
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Nas mãos de outros juízes

Depois dos protestos contra a arbitragem na derrota para o Furacão e do lançamento de copos e tênis em campo, Atlético prepara defesa para evitar punição pesada no STJD

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Dentro das quatro linhas, a tentativa do bicampeonato brasileiro ficou mais difícil para o Atlético, já que a distância para o líder, Corinthians, aumentou para sete pontos, a maior estabelecida nesta competição. Fora dos gramados, o Galo prepara sua defesa para evitar a perda de mando de campo na competição. Na derrota para o Atlético-PR por 1 a 0, no Independência, o árbitro Marcelo de Lima Henrique relatou na súmula os dois copos de água e um pé de tênis arremessados, além da ofensa de um jornalista credenciado, depois da partida. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deve indiciar o clube pelos incidentes nos próximos dias e marcará o julgamento no Rio.
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Marcelo de Lima também avisou que processará o ex-presidente Alexandre Kalil pelas fortes acusações no Twitter, já que foi tachado de safado e ladrão. “Esse cidadão já atacou outros árbitros, presidentes de outros clubes e juízes federais. Vou tomar medidas cabíveis, e a Justiça decidirá o que será feito. Já estou em contato com a Associação Nacional dos Árbitros e com nossos advogados. Isso tem de acabar logo. Por conta dessas palavras que acontecem algumas tragédias.”
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Kalil, o presidente Daniel Nepomuceno e os jogadores reclamaram muito da atuação do árbitro carioca contra o Furacão. Ontem, a CBF anunciou o afastamento dos assistentes Elan Vieira e Marlon Rafael, ambos de Pernambuco, mas manteve Marcelo de Lima sem punição. A diretoria alvinegra promete ir ao Rio posteriormente para exigir maior critério e escolha dos árbitros nos jogos alvinegros. Nepomuceno pediu imediatamente o afastamento do presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Corrêa.
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Diante do Furacão, os erros de arbitragem não foram somente contra o Galo. Houve dois lances que também irritaram os adversários: o suposto pênalti de Donizete em Nikão e uma falta de Jemerson, passível de expulsão. Curiosamente, nesta temporada, o Atlético foi beneficiado por erros dos juízes, sobretudo na decisão do Campeonato Mineiro, em que Jô fez um gol irregular, assegurando o título no duelo com a Caldense.
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Enquanto a equipe já mira o próximo duelo, diante do Vasco, amanhã, no Rio, o advogado Lucas Ottoni prepara a estratégia para tentar livrar o time de punição rigorosa pelos incidentes contra o Furacão. O departamento jurídico se baseará no Boletim de Ocorrência da Polícia Militar, que nomeou os torcedores que atiraram os copos de água e o tênis. Como eles foram identificados, o clube tentará se livrar da culpa.
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FOCO NO VASCO
Os jogadores tentam se blindar das polêmicas extracampo e se concentrar somente no desafio de tirar a diferença em relação ao Corinthians. O goleiro Victor entende que o Galo perdeu ótima chance de se manter próximo ao Timão. “Esses pontos podem custar caro. É uma decisão de título e a gente ficou triste. Tentamos fazer o nosso papel da melhor forma. São jogos em que se repetem as mesmas coisas. Ainda temos 16 partidas, e, se a gente conseguir voltar ao que fizemos no primeiro turno, podemos chegar aonde queremos. São sete pontos, e não acho muito para 16 jogos. Podemos conseguir.”
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Com as suspensões do lateral-direito Marcos Rocha, do zagueiro Jemerson e do atacante Luan, Levir será obrigado a mexer em praticamente todos os setores. Na direita, as opções são Carlos César e Patric; na retaguarda, o favorito a ocupar a vaga é Edcarlos. No setor ofensivo, Cárdenas, Dodô ou mesmo Patric disputam um lugar ao lado de Thiago Ribeiro e do argentino Lucas Pratto.
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DO QUE RECLAMA O GALO
Atlético 0 x 2 Grêmio

Não marcação de pênalti após a bola atingir o braço suspenso de zagueiro gremista, quando a partida estava 0 a 0.

Chapecoense 2 x 1 Atlético
Expulsão de Leonardo Silva após falta que não foi considerada violenta e em que não havia situação clara de gol para o adversário
Gol de Apodi em que o lateral ajeita a bola claramente com a mão e desempata o jogo

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Atlético 0 x 1 Atlético-PR
Marcação de pelo menos três impedimentos inexistentes que poderiam resultar em gol. Num deles, o atacante ficaria cara a cara com o goleiro
Rigor na expulsão de Marcos Rocha, que já havia levado cartão amarelo questionável e reclamou (sem ofender o árbitro, conforme a súmula) de falta não marcada
Marcação de pênalti questionável de Victor sobre Ewandro em jogada de contra-ataque em que foi ignorada falta em Giovanni Augusto
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ENQUANTO ISSO…
Alívio no tribunal

Se perdeu três atletas por suspensão contra o Vasco, o Atlético pelo menos se saiu vitorioso nos julgamentos de ontem à tarde no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O zagueiro Leonardo Silva, os volantes Rafael Carioca e Josué, além do lateral Marcos Rocha e do diretor de futebol Eduardo Maluf, foram absolvidos na 5ª comissão disciplinar. Com exceção do capitão, expulso na derrota para a Chapecoense (2 a 1), no fim do turno, os demais foram julgados por causa das entrevistas depois da partida. Eles ficaram livres de serem enquadrados no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) – desrespeitar os membros da equipe de arbitragem ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões. Leonardo Silva, Rafael Carioca e Josué estão liberados para jogar amanhã, no Rio, enquanto Marcos Rocha cumprirá dois jogos de suspensão pela expulsão contra o Atlético-PR.

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FONTE: Estado de Minas.


Filho de dirigente da Copasa comanda programa da estatal
Mário Horta assinou termo para contratação de empresa que depois empregou André Horta

copasa
O programa Água Doce, investimento federal da ordem de R$ 15,5 milhões para a dessalinização da água para consumo humano, está sendo conduzido em Minas Gerais por uma parceria familiar. Enquanto o pai, superintendente de apoio técnico da Copasa, Mário César Horta, assina o termo que contratou a Despro, empresa responsável pela coordenação do programa, o filho, André Horta, foi empregado pela mesma empresa para acompanhar a execução das obras.
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O projeto é uma ação do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e, em Minas, é executado, desde 2012, pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana (Sedru) e pelo Instituto de Gestão das Águas (Igam).

Funcionário da estatal há pelo menos 35 anos, Mário César Horta é quem assinou o termo de referência para a contratação da Despro, empresa mineira de projetos e consultoria em engenharia ambiental e sanitária, fiscalização e administração de obras, vencedora do processo licitatório aberto pelo governo de Minas, em 2014, para assumir o Água Doce.

“O contrato e a ordem de serviço para a Despro foram assinados por Mário César Horta agora em 2015, e André Horta foi contratado logo após pela empresa para atuar nesse programa, objeto do contrato oriundo ao processo licitatório”, assegurou uma fonte da Copasa, que pediu para preservar sua identidade.

De fato, em 27 de janeiro de 2015, foi publicada no “Minas Gerais” a homologação do resultado da Licitação 3/2014, que concedeu à Despro, a um custo de R$ 1,95 milhão, a responsabilidade pela prestação dos serviços técnicos especializados de coordenação, planejamento e acompanhamento de obras do programa federal. O documento foi assinado pelo então secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana, Alencar Santos Viana Filho, ainda à frente da Sedru à época.

Contratado pela Despro, André Horta é o responsável pelo diagnóstico ambiental dos projetos e faz o acompanhamento de dentro da Secretaria de Desenvolvimento Regional, com acesso a endereço eletrônico e telefone institucionais da Sedru. Uma servidora da secretaria afirmou à reportagem que o engenheiro vai pouco ao órgão, “apenas para acompanhar alguns projetos”, que ela acredita tratarem-se do programa Água Doce, coordenado por seu pai.

A fonte da Copasa garante ainda que o envolvimento de pai e filho no mesmo projeto federal é de conhecimento do alto escalão da Sedru, hoje ocupado por Luiz Tadeu Martins Leite, e pela presidente da Copasa, Sinara Meireles.

Segundo a fonte, o novo secretário já teria encaminhado para a presidente da Copasa um protocolo (765/2015) pedindo providências contra a irregularidade.
Copasa diz que servidor perdeu cargo, mas não explica motivos

Durante quase um mês de apuração do caso, a reportagem de O TEMPO ouviu diversos funcionários da Copasa, da Secretaria de Desenvolvimento Regional (Sedru) e da Despro. Todas as fontes confirmaram que, até a semana passada, tanto Mário César Horta atuava como superintendente da Copasa quanto André Horta era empregado da Despro, a serviço da Sedru.

No último dia 20, quando o Ministério do Meio Ambiente foi procurado para prestar alguns esclarecimentos sobre o Água Doce, o órgão federal entrou em contato com o governo de Minas para avisar que foi procurado pelo jornal. Segundo a fonte da Copasa, a informação gerou apreensão entre os envolvidos. Nesta terça, após ser procurada para explicar o tráfico de influências dentro da estatal, a Copasa enviou nota, por meio de seu assessor de imprensa, se limitando a informar que “o empregado Mario Cesar de Sá Horta não ocupa mais o cargo de superintendente de apoio técnico”.

Questionado sobre a data da exoneração, o assessor garantiu que o afastamento teria sido no dia 11, porém afirmou que não poderia enviar a documentação que comprovaria a exoneração para não expor o funcionário. Os motivos do afastamento não foram respondidos.

Já o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Políticas Urbanas, Tadeu Leite, explicou em nota que, ao constatar que André Amaral Horta, contratado pela Despro, era filho de Mário Cesar de Sá Horta, servidor da Copasa, solicitou à empresa o seu afastamento imediato, comunicou à Copasa, por meio de ofício, e solicitou averiguação e providências cabíveis. A data em que essa solicitação foi feita também não foi informada pela assessoria.

A nota ainda ressalta que todo o processo de contratação da Despro, realizado pela gestão anterior, em 2014, está sendo revisado. “Até então, nenhum pagamento foi realizado à empresa e permanecerão suspensos até a conclusão da análise”.

Ministério se cala
Sem saber. A reportagem de O TEMPO entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente solicitando um balanço do programa nos últimos três anos, cumprimento de prazo e valores já repassados. Mesmo sendo responsável nacionalmente pela coordenação e pelo acompanhamento do programa, o ministério não soube responder a nenhuma das questões, informando apenas que a execução do Água Doce é de responsabilidade da Sedru.

Cidades só agora são selecionadas

Apesar de o Programa Água Doce (APAD) ter sido implantado em Minas no ano de 2012, só agora estão sendo selecionadas as 69 localidades que serão atendidas pelo projeto. As áreas escolhidas ganharão sistemas de dessalinização, que implicam em obras para a construção de abrigo para o dessalinizador, de reservatórios, de chafariz, de tanques de contenção, recuperação do poço, além do conserto ou da substituição de bombas – trabalhos de mobilização social e sustentabilidade ambiental.

Em abril deste ano, o secretário Tadeu Leite autorizou a execução dos diagnósticos para a escolha das comunidades. Ele anunciou ainda que o governo mineiro está trabalhando para ampliar o programa de forma a atender todas as 279 localidades existentes nos 85 municípios do semiárido.

 

FONTE: O Tempo.