O projeto prevê a distribuição de água para 12 milhões de pessoas nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte com a construção de dois eixos de integração principais. No Leste, as águas percorrerão 220 quilômetros de dutos, a partir da Barragem de Itaparica, entre Bahia e Pernambuco, até a cidade paraibana de Monteiro. No eixo Norte, são 400 quilômetros de tubos que cruzam Pernambuco e Paraíba, até a divisa com o Rio Grande do Norte.
De acordo com os números oficiais, apenas 43% da obra foi concluídas até o momento, mas o orçamento atual já dobrou em relação à previsão inicial – dos R$ 4 bilhões prometidos em 2007, pelo menos R$ 8,5 bilhões serão desembolsados para que o cronograma seja concluído em dois anos.
Outro exemplo é o da Ferrovia Transnordestina, cujos 1.728 quilômetros de ferrovias escoarão a produção agrícola e mineral do interior nordestino pelos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. O cronograma inicial previa o período de obras entre 2008 e 2010, mas os atrasos e, até mesmo, as paralisações postergaram o prazo para o último dia do mandato da presidente Dilma.
Além de dutos e trilhos, também atravessa o sertão nordestino a pior seca dos últimos 50 anos. Tanto a transposição do Rio São Francisco quanto a ferrovia Transnordestina foram prometidas para amenizar os efeitos da seca, o que não ocorreu até hoje.
Seca. As obras planejadas diretamente para irrigação também não cumpriram os prazos. No Piauí, a Barragem de Piaus começou a ser construída há sete anos, mas a previsão de entrega é apenas para junho, quatro anos depois do prazo inicial. A barragem, mesmo em obras, chegou a ser inaugurada em 2010 pelo governador do Piauí, Wilson Martins (PSB).
A adutora do Pajeú, no interior pernambucano, é outro exemplo. Apenas o primeiro trecho, de 197 quilômetros, foi entregue em março deste ano, durante evento que contou com a presença de Dilma Rousseff. Ainda faltam outros 400 quilômetros, que nem mesmo começaram. A liberação do segundo trecho foi assinada durante a visita.
Hoje, oficialmente aliado ao governo Dilma, Campos tenta viabilizar sua candidatura à Presidência no ano que vem. (LP)