Médica tem direito de trabalhar suspenso

A médica Myriam Priscila de Rezende Castro, condenada a seis anos de prisão por ter mandando cortar o pênis do ex-noivo em Juiz de Fora, na Zona da Mata, teve suspenso o direito de sair para trabalhar fora da prisão durante o dia. Na decisão, o juiz Marcelo Augusto Lucas Pereira, da Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte, afirmou que a mulher de 34 anos tentou “ludibriar” a Justiça ao não cumprir corretamente o acordo de trabalho.

myriamMyriam Castro foi condenada por mandar cortar o pênis do ex-noivo

Myriam está presa na Penitenciária Estêvão Pinto, no Bairro Horto, Região Leste de BH, e cumpre a pena em regime semiaberto. Segundo a decisão, a médica conseguiu autorização para trabalhar em junho, apresentando a proposta de uma escola infantil da Região da Pampulha, na capital. No entanto, a defesa apresentou uma petição explicando que a médica foi dispensada do trabalho no primeiro dia e começou a procurar emprego em outros lugares. Ela acabou sendo contratada pela Prefeitura de Ibirité para atuar no Programa de Saúde da Família. Diante da situação, a defesa pediu que a autorização para trabalho externo fosse alterada para permitir a saída dela.
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O juiz Marcelo Augusto Lucas Pereira afirma que a médica não demonstrou comprometimento com o benefício de trabalho externo. Em sua decisão, publicada em 5 de setembro, o magistrado ressalta que Myriam vinha desvirtuando o procedimento. “(…) ao que tudo indica, tentou ludibriar o juiz, uma vez que, ao ser dispensada pelo empregador, já no primeiro dia de labor, não comunicou a este juiz, nem mesmo à autoridade custodiante, a respeito da situação. Além disso, ela permaneceu saindo diariamente do presídio, como se trabalhando estivesse, evidenciando irresponsabilidade com os seus deveres”, explica.
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PACIENTES O magistrado esclarece ainda que Myriam produziu provas contra si mesma. “Curioso é que na comunicação interna feita pelo atual empregador, trazido pela própria apenada, atesta-se que ela não está cumprindo corretamente o seu horário de trabalho, gerando transtornos no atendimento dos pacientes.” Considerando as irregularidades apresentadas, o juiz ordenou a suspensão do benefício de saída para o trabalho externo e outras autorizações de saída concedidas a ela.
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O em.com.br tentou entrar em contato com o advogado de Myriam Priscila, mas ele não foi localizado para comentar a decisão da Vara de Execuções Penais.
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FONTE: Estado de Minas.