Laudando et vituperando abstine: tutum silentium praemium.

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Colombiano embriagado é preso após acidente com morte em BH

Batida entre carro e van aconteceu na Av. Nossa Senhora do Carmo.
Ocupante da van morreu; estrangeiro conduzia veículo menor, diz PM.

Ponteio
Um colombiano foi preso neste domingo (30) suspeito de dirigir embriagado e provocar um acidente com uma morte na Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Segundo a Polícia Militar, a batida envolvendo um carro e uma van aconteceu no sentido RJ da via. O estrangeiro conduzia o veículo menor e não teria parado em um cruzamento, conforme a corporação.

Os ocupantes da van voltavam de uma festa. Além de um homem morto, duas mulheres ficaram feridas, de acordo com o PM.

O colombiano foi levado para o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). Segundo a PM, o teste do bafômetro apontou a embriaguez.

 

FONTE: G1.


Junta diz que trem que descarrilou nos EUA estava a mais de 160 km

Segundo a NTSB, velocidade da composição era o dobro da permitida.
Maquinista foi ouvido pela polícia e deixou delegacia com advogado.

 

Equipes de emergência no local de descarrilamento de trem nos EUA. (Foto: Patrick Semansky / AP Photo)
Equipes de emergência no local de descarrilamento de trem nos EUA. 

Vários veículos de imprensa dos Estados Unidos identificaram nesta quarta-feira (13) o maquinista do trem que descarrilou na Filadélfia na terça (12), matando sete pessoas e ferindo mais de 200, como Brandon Bostian, de 32 anos, funcionário da companhia ferroviária Amtrak desde 2009.

As emissoras “NBC” e “CNN” relataram que Bostian deixou o hospital Einstein Medical Center, na Filadélfia, onde foi internado após se ferir no acidente, e foi levado para um Distrito Policial para ser interrogado pelos agentes.

De acordo com essas emissoras, o maquinista, que mora no bairro do Queens, em Nova York, deixou as dependências policiais acompanhado por um advogado.

Segundo a Junta Nacional de Segurança no Transporte (NTSB, na sigla em inglês), que investiga o acidente, o trem trafegava a mais de 160 km/h, o dobro da velocidade permitida em um trecho que fica antes de uma curva, antes de descarrilar.

Segundo a NTSB, Bostian ativou os freios de emergência “pouco antes” de o trem descarrilar.

As autoridades recuperaram a caixa-preta do trem, que deverá ajudar a esclarecer o que ocorreu na locomotiva antes do acidente.

Trem da Amtrack descarrila em trecho em curva e, segundo investigação, estava a mais de 160 km/h ao atravessar região. (Foto: Lucas Jackson / Reuters)
Trem da Amtrack descarrila em trecho em curva e, segundo investigação, estava a mais de 160 km/h ao atravessar região.

O prefeito da Filadélfia, Michael Nutter, disse que a velocidade da composição no momento do acidente era “no mínimo, irresponsável”.

O governador da Pensilvânia, estado em que fica a Filadélfia, Tom Wolf, também mencionou a atuação do maquinista, mas evitou julgá-lo e afirmou que é necessário “conhecer mais detalhes sobre o ocorrido”.

Sete vagões do trem da Amtrak, que fazia a rota entre Washington e Nova York, descarrilaram na localidade de Port Richmond, na Filadélfia. O trem levava 238 passageiros e cinco tripulantes. Sete pessoas morreram no acidente e mais de 200 tiveram que receber atendimento médico em hospitais próximos.

A última vítima foi encontrada na manhã desta quarta no local do descarrilamento, de acordo com o Departamento de Bombeiros da Filadélfia.

O acidente ocorreu no corredor ferroviário com maior volume de passageiros do país e evidencia as deficiências em sua infraestrutura, com muitos túneis e vias antigas, e no serviço prestado pela Amtrak.

FONTE: G1.


Às vésperas dos 50 anos do primeiro acidente fatal na BR-381 entre BH e João Monlevade, EM relata drama de quem perdeu parentes na estrada e mostra que perigo continua

 

Trecho da BR-381  com placa em homenagem a morto em acidente na rodovia: edital para duplicação está suspenso (juarez rodrigues/EM/D. A Press)
Trecho da BR-381 com placa em homenagem a morto em acidente na rodovia: edital para duplicação está suspenso

Aos 100 anos, Julieta Margarida tem prazer em dividir suas histórias com familiares e amigos de Ravena, distrito de Sabará. As lembranças, quase sempre, vêm acompanhadas de sorrisos. Uma delas, porém, a deixa com os olhos marejados. E a voz custa a sair. Quem a conhece bem logo diz que é saudade. “De Teófilo Escolático Severino”, entrega a mulher. Os dois foram casados por três décadas e meia. Trabalharam na lavoura e tiveram 23 filhos – a última gestação foi de gêmeos. O sonho do casal, de envelhecer lado a lado, se transformou em pesadelo na tarde de 5 de abril de 1963, quando um caminhão em alta velocidade atropelou o agricultor. O corpo dele ficou dilacerado. Teófilo foi a primeira vítima da Rodovia da Morte, como foi rotulado o trecho de 110 quilômetros da BR-381 de Belo Horizonte a João Monlevade.
De lá para cá, os acidentes se tornaram frequentes. Na maior tragédia, em fevereiro de 1996, um ônibus caiu da ponte sobre o Rio Engenho Velho: 31 pessoas morreram e 16 ficaram gravemente feridas. O poder público não tem  estatística consolidada de desastres no trecho. O balanço mais completo, o da Polícia Rodoviária Federal (PRF), se refere apenas aos últimos seis anos. Mas é o bastante para revelar números assustadores. De 2007 a 2012, foram 9.149 acidentes e 461 mortes. O total de óbitos é ainda maior, porque o levantamento exclui o saldo de feridos que perderam a vida em ambulâncias ou em leitos de hospitais. Na primeira reportagem de série sobre os 50 anos do primeiro óbito na Rodovia da Morte, o Estado de Minas relata dramas e traumas de quem perdeu parentes no trecho e mostra que a estrada, cuja duplicação está com editais suspensos, continua oferecendo risco a motoristas e pedestres.
“Foi uma cena horrível.” É assim que Julieta Margarida descreve o acidente que matou seu marido, Teófilo. Na tarde do acidente, ela e o companheiro tinham ido a uma roça vizinha buscar espigas de milho. Queriam fazer fubá. Por volta das 16h30, o casal foi surpreendido por um caminhão, com placas de Anápolis (GO), próximo ao trevo de Ravena. Desgovernado, o veículo passou por cima do agricultor e por pouco não atingiu sua companheira. O motorista só conseguiu parar o caminhão a um quilômetro de lá. Apavorado, fugiu. Outras três pessoas estavam na boleia: um homem, uma mulher e um adolescente. Levados a uma delegacia de Sabará, eles confirmaram que o motorista guiava o caminhão em alta velocidade.

Julieta Margarida mostra foto do marido, Teófilo, atropelado por caminhão em abril de 1963: %u201CFoi uma cena horrível%u201D, diz (juarez rodrigues/EM/D. A Press)
Julieta Margarida mostra foto do marido, Teófilo, atropelado por caminhão em abril de 1963: %u201CFoi uma cena horrível%u201D, diz

Imprudência Um dos caronas revelou aos policiais que havia suplicado ao condutor, minutos antes do acidente, que tirasse o pé do acelerador porque o trecho era bastante sinuoso. O apelo foi ignorado. E Teófilo pagou com a vida pela imprudência do desconhecido. O atropelamento impediu o lavrador de ver como sua família se multiplicaria. “Ao todo são 38 netos, 41 bisnetos e três tataranetos”, conta Julieta. “Se vivo fosse, papai iria gostar de saber como mamãe continua vaidosa”, acrescenta Olga, uma das filhas do casal. Ela diz que a mãe faz questão de pintar as unhas, uma vez por semana, e sempre na cor vermelha. Diz mais: “O par de brincos é acessório certo. Tal qual o perfume, que ela usa todos os dias”.
Em novembro passado, quando festejou seus 100 anos, a ex-lavradora deu trato ainda melhor no figurino. Quem dera a festa fosse completa: faltou Teófilo. “A rodovia precisa ser duplicada”, cobra a viúva. Desde a construção da estrada, porém, ocorreram poucas mudanças significativas para garantir a segurança dos usuários. Projetada no governo do presidente Juscelino Kubitschek (1902–1976), no fim da década de 1950,  a rodovia foi construída para encurtar o caminho da capital mineira ao Leste do estado, ao Espírito Santo e ao Sul da Bahia. Em 1964, no plano de numeração das BRs, passou a ser parte da 262. Na última década, o governo concluiu que o melhor seria integrá-lo à 381.
Para usuários e especialistas, porém, o nome apropriado é Rodovia da Morte. O engenheiro Herzio Mansur, professor de logística e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), considera o “modelo de tragédias anunciadas”, diz. “Esse trecho é um dos grandes assassinos que agem em Minas. Quando a estrada foi feita, a realidade do fluxo de veículos era outra”, opina. “Hoje, a estrada não comporta o movimento. Aliás, há anos que a BR se mostra ineficiente. É um modelo ultrapassado”.

FONTE: Estado de Minas.