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BR-381 será interditada para instalação de equipamento em Sabará

BR-381, em Sabará, poderá ficar congestionada nesta terça (15) e quarta (16)
BR-381, em Sabará, poderá ficar congestionada nesta terça (15) e quarta (16)
A BR-381, na altura do km 443, em Sabará, região Metropolitana de Belo Horizonte, será interditada parcialmente, a partir desta terça-feira (15). Serão instalados contadores de tráfego no local pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A operação tem previsão para durar 48 horas, terminando, assim, na quarta-feira (16).
De acordo com o Dnit, os contadores de tráfego são sensores usados para reconhecer o tipo e fazer a pesagem dos veículos em movimento. Com a implantação dos equipamentos, os veículos não vão mais, então, precisar parar para fazer a pesagem. Durante a colocação dos equipamentos, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) irá fazer a operação “pare e siga” nos dois sentidos da via.
A ação faz parte do Plano Nacional de Contagem de Tráfego (PNCT) que já acontece em várias rodovias brasileiras, conforme informações do Dnit. Os aparelhos ficaram instalados por três anos e contribuem para traçar um perfil dos veículos que usam a malha rodoviária brasileira. Segundo o Dnit, a partir das informações colhidas pelos sensores, será possível planejar ações para serem colocadas em prática futuramente.

FONTE: Hoje Em Dia.


 

Obras começam a tomar forma
Em alguns trechos da rodovia é possível ver terraplenagem da nova pista e túneis que vão substituir curvas acentuadas

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As obras de duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, iniciadas em maio, começam a ganhar forma e alimentam a esperança dos moradores das cidades próximas à rodovia. Em pouco mais de um mês dois túneis foram iniciados, próximo a Antônio Dias, no Vale do Aço, e em vários trechos entre Caeté e o trevo de Barão de Cocais máquinas e caminhões trabalham escavando terrenos e recolhendo a terra. 
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Obras em Antônio Dias

Ao observar as obras próximas ao trevo que dá acesso a Barão de Cocais, Geraldo Batista de Nascimento, de 41 anos, acredita em dias melhores. Ele já perdeu uma sobrinha e um tio em acidente na estrada, que é conhecida como Rodovia da Morte. Agora, com as obras da duplicação, espera que a rodovia traga lucro. Geraldo deixou um pequeno comércio com familiares e foi contratado como caminhoneiro por uma empreiteira da obra para recolher a lenha derrubada para duplicação. 

“Terminei de construir uma pousada, onde cabem 60 pessoas, com 23 dormitórios. Estou tentando alugar para alguma empreiteira. Espero conseguir R$ 50 mil por mês”, calcula Geraldo. Já Raimundo Liberato Rodrigues, de 68, abandonou um bar que tinha em São Gonçalo do Rio Abaixo e arrendou um bar no trevo de Barão de Cocais. “Tenho duas funcionárias e estou fazendo marmitex”, detalha Raimundo. Por enquanto o movimento é pequeno e são apenas 10 por dia, mas Raimundo calcula que pode fornecer até 50, com arroz, feijão, salada, batata frita e um tipo de carne, por R$ 8. 

A obra que mais chama a atenção de quem percorre a 381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares é a construção de dois túneis. Um deles terá 409 metros de extensão e o outro, 432 metros. A previsão é de que sejam concluídos em um ano e meio e o valor total do contrato é de R$ 56,95 milhões. A duplicação dos oito lotes da rodovia já licitados envolverá 1.220 máquinas e equipamentos, 29.120 toneladas de aço e 48,2 quilômetros de metros quadrados em terraplenagem. Em relação à mão de obra estimada pelas empresas, está prevista a contratação de 5.729 trabalhadores e cerca de 14 milhões de refeições.

Eleitoral A obra da 381 está no centro do debate político em Minas Gerais. Se, por um lado, a presidente Dilma Rousseff (PT) poderá usar as obras na campanha, mostrando que atendeu a uma demanda histórica dos mineiros, por outro, a oposição, liderada pelo PSDB, aponta falhas. A principal delas é a ausência de um projeto para duplicação integral da 381, pois um trecho de 72,8 quilômetros entre Belo Oriente e Governador Valadares ficou de fora. 

Para esse percurso estão previstas melhorias, como a construção de uma terceira pista e recuperação de trechos danificados. Quando esteve em Governador Valadares, em janeiro, a presidente Dilma admitiu que o trecho precisa ser duplicado para atender ao tráfego crescente da região. Ela prometeu a inclusão de aditivos para que o trecho também seja duplicado. Porém, a licitação foi feita sem as modificações, o que rendeu pesadas críticas do PSDB. 

A duplicação é uma reivindicação histórica dos mineiros, mas nas últimas três décadas o trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares não teve melhorias efetivas. A obra estava prevista no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que é uma das principais bandeiras da presidente Dilma, que quando ministra da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi a principal responsável pela criação e gestão do PAC. 

O início da obra estava previsto para 2012, porém uma série de atrasos com projetos e licenças ambientais impediu o início no prazo previsto. O último adiamento foi no final do ano passado, quando o Conselho de Política Ambiental (Copam), órgão do governo estadual, barrou o início das obras, pois o projeto não previa compensação das áreas ambientais devastadas.
ACIDENTES SÃO UMA CONSTANTE NA RODOVIA!
FONTE: Estado de Minas.

Após anos de espera, BR-381 começa a ser duplicada

 

 

Após anos de espera, BR-381 começa a ser duplicada
Local do início das obras dos túneis do lote 3.2 para duplicação da BR-381, em Jaguaraçu

Após quase três décadas de espera, a maior obra de duplicação rodoviária reivindicada pelos mineiros começa a “aparecer” às margens da BR-381. Os serviços de terraplenagem, construção de canteiros de obras e a abertura de dois túneis estão a todo vapor em Jaguaraçu, no Vale do Rio Doce, Barão de Cocais, Itabira e Roças Novas, na região Central.

As intervenções no trecho começaram após a presidente Dilma Rousseff assinar as ordens de serviços, em Ipatinga, no último dia 12, conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ao todo, a obra contempla 303 quilômetros da rodovia, entre Belo Horizonte e Governador Valadares.

ATUALIZAÇÃO: AS OBRAS DE DUPLICAÇÃO FINALMENTE APARECEM!

A expectativa agora, segundo o presidente da Fiemg Vale do Aço e coordenador do Movimento Nova 381, Luciano Araújo, é a de que nos próximos três meses operários e máquinas estejam também trabalhando nos outros três lotes que tiveram o aval do governo federal.

“A duplicação já acontece nos lotes 3.2 (entre Jaguaraçu e Rio Piracicaba) e no lote 7 (entre o km 389,5, no rio Una, até o km 427, no entroncamento com a MG-435, trevo de Caeté)”, explica, destacando que ainda faltam iniciar as obras nos lotes 1 (do km 155,4, em Governador Valadares, até o km 228,2, em Belo Oriente); 2 (de Belo Oriente até o km 288,4, no entroncamento com a MG-320, trevo de Jaguaraçu); e 3.1 (da MG-320 até o km 317, no Ribeirão Prainha).

De acordo com Luciano, os motoristas que seguem pela rodovia já conseguem visualizar o canteiro montado na localidade de Salvador Gomes, zona rural de Jaguaraçu, no km 280 da BR-381, que fica no lado esquerdo da via no sentido Ipatinga/Belo Horizonte.

“Próximo desse local foi construída uma usina de concreto e asfalto para a duplicação de todo o trecho que está sob a responsabilidade do consórcio Isolux/Corsán/Engevix”.

Além dos canteiros de obras, uma via nova já começou a ser aberta entre o trevo de Barão de Cocais e Caeté e também já pode ser visualizada. “Todos os serviços podem ser acompanhados pelo site http://www.nova381.org.br. Lá, há fotos mostrando tratores de esteira, escavadeira, pá-carregadeira e vários caminhões trabalhando”.

Segundo Luciano, nos trechos onde não há obras, como Ipatinga e Nova Era, por exemplo, as empresas montaram escritórios e os serviços de medição topográfica estão sendo executados. “Engenheiros e topógrafos estão concentrados nos escritórios montados pelo consórcio Isolux/Corsán/Engevix, que venceu 65% da obra, já organizando o cronograma das próximas etapas”.

Segundo o Dnit, todos os lotes que tiveram as ordens de serviços assinados já deveriam ter iniciado as obras, destacando que alguns trechos precisaram de adequação no projeto executivo. Os contratos, porém, já estão valendo.

Licitação do trecho das desapropriações fracassou

A licitação dos lotes 8A e 8B, que compreende o trecho entre Belo Horizonte e Caeté, fracassou, segundo o Dnit). A empresa que havia oferecido o menor preço para as obras foi desclassificada, pois o valor estava acima do previsto pelo órgão.

No entanto, as propostas para o Lote 4, que corresponde ao trecho entre Ribeirão Prainha e o entroncamento do acesso Sul de Nova Era e o Lote 5, entre o acesso a Nova Era e João Monlevade, foram homologadas e aguardam apenas a publicação no Diário Oficial da União (DOU).

FONTE: Hoje Em Dia.


Às vésperas dos 50 anos do primeiro acidente fatal na BR-381 entre BH e João Monlevade, EM relata drama de quem perdeu parentes na estrada e mostra que perigo continua

 

Trecho da BR-381  com placa em homenagem a morto em acidente na rodovia: edital para duplicação está suspenso (juarez rodrigues/EM/D. A Press)
Trecho da BR-381 com placa em homenagem a morto em acidente na rodovia: edital para duplicação está suspenso

Aos 100 anos, Julieta Margarida tem prazer em dividir suas histórias com familiares e amigos de Ravena, distrito de Sabará. As lembranças, quase sempre, vêm acompanhadas de sorrisos. Uma delas, porém, a deixa com os olhos marejados. E a voz custa a sair. Quem a conhece bem logo diz que é saudade. “De Teófilo Escolático Severino”, entrega a mulher. Os dois foram casados por três décadas e meia. Trabalharam na lavoura e tiveram 23 filhos – a última gestação foi de gêmeos. O sonho do casal, de envelhecer lado a lado, se transformou em pesadelo na tarde de 5 de abril de 1963, quando um caminhão em alta velocidade atropelou o agricultor. O corpo dele ficou dilacerado. Teófilo foi a primeira vítima da Rodovia da Morte, como foi rotulado o trecho de 110 quilômetros da BR-381 de Belo Horizonte a João Monlevade.
De lá para cá, os acidentes se tornaram frequentes. Na maior tragédia, em fevereiro de 1996, um ônibus caiu da ponte sobre o Rio Engenho Velho: 31 pessoas morreram e 16 ficaram gravemente feridas. O poder público não tem  estatística consolidada de desastres no trecho. O balanço mais completo, o da Polícia Rodoviária Federal (PRF), se refere apenas aos últimos seis anos. Mas é o bastante para revelar números assustadores. De 2007 a 2012, foram 9.149 acidentes e 461 mortes. O total de óbitos é ainda maior, porque o levantamento exclui o saldo de feridos que perderam a vida em ambulâncias ou em leitos de hospitais. Na primeira reportagem de série sobre os 50 anos do primeiro óbito na Rodovia da Morte, o Estado de Minas relata dramas e traumas de quem perdeu parentes no trecho e mostra que a estrada, cuja duplicação está com editais suspensos, continua oferecendo risco a motoristas e pedestres.
“Foi uma cena horrível.” É assim que Julieta Margarida descreve o acidente que matou seu marido, Teófilo. Na tarde do acidente, ela e o companheiro tinham ido a uma roça vizinha buscar espigas de milho. Queriam fazer fubá. Por volta das 16h30, o casal foi surpreendido por um caminhão, com placas de Anápolis (GO), próximo ao trevo de Ravena. Desgovernado, o veículo passou por cima do agricultor e por pouco não atingiu sua companheira. O motorista só conseguiu parar o caminhão a um quilômetro de lá. Apavorado, fugiu. Outras três pessoas estavam na boleia: um homem, uma mulher e um adolescente. Levados a uma delegacia de Sabará, eles confirmaram que o motorista guiava o caminhão em alta velocidade.

Julieta Margarida mostra foto do marido, Teófilo, atropelado por caminhão em abril de 1963: %u201CFoi uma cena horrível%u201D, diz (juarez rodrigues/EM/D. A Press)
Julieta Margarida mostra foto do marido, Teófilo, atropelado por caminhão em abril de 1963: %u201CFoi uma cena horrível%u201D, diz

Imprudência Um dos caronas revelou aos policiais que havia suplicado ao condutor, minutos antes do acidente, que tirasse o pé do acelerador porque o trecho era bastante sinuoso. O apelo foi ignorado. E Teófilo pagou com a vida pela imprudência do desconhecido. O atropelamento impediu o lavrador de ver como sua família se multiplicaria. “Ao todo são 38 netos, 41 bisnetos e três tataranetos”, conta Julieta. “Se vivo fosse, papai iria gostar de saber como mamãe continua vaidosa”, acrescenta Olga, uma das filhas do casal. Ela diz que a mãe faz questão de pintar as unhas, uma vez por semana, e sempre na cor vermelha. Diz mais: “O par de brincos é acessório certo. Tal qual o perfume, que ela usa todos os dias”.
Em novembro passado, quando festejou seus 100 anos, a ex-lavradora deu trato ainda melhor no figurino. Quem dera a festa fosse completa: faltou Teófilo. “A rodovia precisa ser duplicada”, cobra a viúva. Desde a construção da estrada, porém, ocorreram poucas mudanças significativas para garantir a segurança dos usuários. Projetada no governo do presidente Juscelino Kubitschek (1902–1976), no fim da década de 1950,  a rodovia foi construída para encurtar o caminho da capital mineira ao Leste do estado, ao Espírito Santo e ao Sul da Bahia. Em 1964, no plano de numeração das BRs, passou a ser parte da 262. Na última década, o governo concluiu que o melhor seria integrá-lo à 381.
Para usuários e especialistas, porém, o nome apropriado é Rodovia da Morte. O engenheiro Herzio Mansur, professor de logística e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), considera o “modelo de tragédias anunciadas”, diz. “Esse trecho é um dos grandes assassinos que agem em Minas. Quando a estrada foi feita, a realidade do fluxo de veículos era outra”, opina. “Hoje, a estrada não comporta o movimento. Aliás, há anos que a BR se mostra ineficiente. É um modelo ultrapassado”.

FONTE: Estado de Minas.