Antiga reivindicação de ambientalistas e moradores de Barão de Cocais, Caeté, Itabirito, Nova Lima, Ouro Preto, Raposos, Rio Acima e Santa Bárbara, o Parque Nacional da Serra da Gandarela torna-se realidade a partir de decreto publicado ontem no Diário Oficial da União. A área, de 32,2 mil hectares, abrange territórios dos oito municípios de Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Gandarela entra na categoria parque nacional porque, como justifica o projeto de criação, “além de proteger recursos naturais importantes, como águas, flora e fauna, tem grande beleza e grande quantidade de atrativos para o turismo, como cachoeiras, mirantes e trilhas para caminhadas e outras atividades em contato com a natureza.
´É considerada a última cadeia de montanhas intocada pela mineração no quadrilátero ferrífero de Minas Gerais, integrando o conjunto da Reserva da Biosfera do Espinhaço. A criação do parque era reivindicada há pelo menos cinco anos por moradores dos municípios e entidades que atuam em defesa do meio ambiente.
A área abriga também vestígios de animais pré-históricos e campos rupestres. A criação do parque visa garantir a preservação das amostras de patrimônio biológico, geológico, cavernas e cursos d’água. O decreto assinado pelo governo federal define a área de proteção, que exclui os trechos necessários à operação e manutenção das linhas de distribuição de energia elétrica existentes. O Parque Nacional da Serra do Gandarela será administrado pelo Instituto Chico Mendes, com a responsabilidade de adotar medidas de controle, proteção e implementação da reserva._
Uma das últimas grandes reservas naturais intactas de Minas Gerais, a Serra da Gandarela ainda conserva áreas de cangas, tipo de solo onde há plantas que não existem em nenhum outro local. As cangas são importantes também para alimentar as nascentes, porque a água da chuva que cai nelas escoa bem devagar para dentro das rochas, formando aquíferos que mantêm os rios, mesmo na estação seca.
FONTE: Estado de Minas.
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Formação rochosa que se assemelha a rosto e dá nome ao santuário impressiona visitantes: no detalhe, o biólogo Gabriel Tonelli em foto que turistas costumam fazer |
Catas Altas e Santa Bárbara – Ao conhecer, em 1881, um dos primeiros colégios do Brasil, dom Pedro II (1825-1891) não conteve a emoção e deixou registrado: “Só a visita ao Caraça paga toda a viagem a Minas”. Saudado em nove idiomas pelos alunos e professores, o imperador poliglota agradeceu os discursos à altura e presenteou a instituição, dirigida pelos padres lazaristas ou vicentinos, com um vitral de cinco metros – Jesus no templo, entre os doutores –, que pode ser contemplado na Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, pioneira no estilo neogótico no país. Em plena comemoração de 240 anos de história e duas décadas como unidade de conservação ambiental, fato da maior importância numa região desgastada pela extração de minério, o local desperta admiração diante de tesouros artísticos e paisagísticos e atrai cerca de 70 mil visitantes por ano. “O Santuário do Caraça é uma casa viva, centro de peregrinação, cultura e turismo”, diz o padre Lauro Palú, encarregado do setor de animação cultural e pastoral.
A diversidade permeia todos os espaços desse patrimônio incrustado no topo do maciço do Espinhaço, tendo a Serra do Caraça como sentinela, e localizado a 120 quilômetros de Belo Horizonte. No prédio, que foi seminário e colégio até 1968, está a pinacoteca, com quadros, relíquias e alfaias (paramentos) catalogados e guardados com máxima segurança, mas ainda de porta trancada. Segundo padre Lauro, há estudo para que as peças possam ser apreciadas por visitantes brasileiros e estrangeiros. Só em 2013 eles chegaram de 39 países, incluindo Cazaquistão, Malásia e África do Sul. No período da Copa do Mundo, o Caraça será ótimo destino para quem quiser mergulhar no íntimo das Gerais ou ficar bem longe dos gritos de gol.
Tombado desde 1955 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Caraça fabrica vinhos, tem biblioteca com 25 mil livros, entre eles o Incunábulo, de 1489, e outro com anotações feitas a bico de pena por dom Pedro II, conforme mostra a bibliotecária Vera Lúcia Garcia, mantém as velhas catacumbas e se orgulha da tradicional visita noturna ao adro do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), sempre pronto para devorar pedaços de frango postos numa bandeja pelos padres vicentinos. A programação comemorativa do aniversário compreende lançamento do livro Serra do Caraça, de Christiano Ottoni , e uma revista, encontro promovido pela Associação dos Ex-alunos Lazaristas e Amigos do Caraça (Aealac), exposição fotográfica sobre a biodiversidade, já em cartaz na biblioteca, e outros eventos no segundo semestre.
OLHOS QUE ATRAEM Fundado em 1774 pelo português Carlos Mendonça Távora, chamado de Irmão Lourenço de Nossa Senhora, e hoje pertencente à Província Brasileira da Congregação da Missão, o santuário reserva surpresas e mistérios. Não é à toa que seu apelido é porta do céu. O importante é ter calma para desvendá-lo e sensibilidade para mantê-lo na memória. Na igreja, está a Santa Ceia, pintada por Manuel da Costa Ataíde (1762-1830), “amigo e testamenteiro do Irmão Lourenço”, explica padre Lauro. Para os curiosos, vale a pena, assim que começar a ver a tela, mirar o rosto de Judas e ver que os olhos dele vão acompanhá-lo até o fim do curto trajeto. É a técnica denominada “menina dos olhos”, que seduz à primeira vista e obriga a repetir a dose com bom humor.
Pelo corredor formado entre os bancos da igreja, caminha-se até o altar e se depara com a primeira relíquia de um santo que chegou ao Brasil, mais exatamente em 1797, depois de uma viagem de cinco anos. Deitado numa vitrine, está o corpo de São Pio Mártir, encontrado na catacumba de Santa Ciríaca, em Roma, com os ossos cobertos de cera. Num cálice, um pouco do sangue e areia do túmulo de um soldado romano cristão, morto ao confessar a fé. Como era costume na época em que o corpo foi encontrado, ele recebeu o nome do papa Pio VI (1717-1799), que então governava a Igreja.
Elevando-se um pouco os olhos, vê-se o vitral, tendo na base o desenho da coroa de dom Pedro II e a imagem portuguesa de Nossa Senhora Mãe dos Homens, que chegou em 1784. Sem dúvida, natureza e religiosidade comandam a vida no Caraça. Anualmente, em 7 de setembro, às 17h, a luz solar bate diretamente sobre o sacrário, conta padre Lauro. “A data é fruto do acaso”, diz. Também nos solstícios, época em que o Sol passa pela sua maior declinação boreal ou austral, há espetáculos de beleza: no inverno, a luz incide sobre a imagem de São Francisco, enquanto no verão sobre São Vicente, fundador da congregação dos lazaristas.
Na entrada ou na saída do templo neogótico, projetado pelo padre francês Jules Clavelin, e construído entre 1876 e 1883 em substituição à ermida primitiva, há dois altares barrocos originais. À direita, o dedicado a Nossa Senhora da Piedade, e, à esquerda, o do Sagrado Coração de Jesus, de autoria do entalhador e escultor português Francisco Vieira Servas (1720-1811), dono de um estilo próprio na construção dos retábulos. Na parte de baixo, está o espaço vazio, no qual ficava a relíquia de São Pio Mártir.
CAMÉLIAS BRANCAS Depois da igreja, é hora de conhecer a adega, descendo uma escadaria de pedra, contornando o relógio de sol e se encantando com as camélias brancas do jardim. À frente, segue o administrador do santuário, padre Luís Carlos do Vale. No subterrâneo, há tonéis de madeira com os vinhos de jabuticaba e uva e uma garrafa com a bebida, mas, nessa época, não existe fabricação. O passo seguinte será a catacumba, sob o claustro, pouco visitada mas caminho precioso para o visitante conhecer o Caraça por inteiro. Padres e diretores, muitos deles europeus, estão ali sepultados. Surpreende o piso, rocha pura. “Estamos exatamente sobre a montanha”, observa padre Lauro.
Sempre citado pelos vicentinos, o Servo de Deus dom Antônio Ferreira Viçoso (1781-1875), ex-bispo de Mariana e diretor do colégio de 1837 a 1842, está enterrado em Mariana, e não na cripta do Caraça. Mas muitas das relíquias de dom Viçoso se encontram na pinacoteca, que mantém o quadro do Irmão Lourenço pintado por Ataíde; óleo sobre tela retratando dom João VI; e Santo Antônio de Pádua, obra do alemão Jorge Grimm, que esteve no Caraça em 1885. É dele também o quadro com o santuário e as montanhas na parede do refeitório.
Riqueza natural
A exposição Caraça é nota 10, com 75 registros da biodiversidade da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), está em cartaz no prédio do museu e biblioteca do Santuário do Caraça, cujo reitor é o padre Wilson Belloni. A mostra reúne flagrantes da fauna e da flora clicados pelo padre Lauro Palú e encanta estudantes que visitam a instituição diariamente. Depois de ver a exposição, nada melhor do que sair a campo – sempre com um guia, se for para mais longe – a fim de conhecer o centro de visitantes, trilhas, cachoeiras, e demais belezas naturais desse patrimônio localizado numa área de transição entre mata atlântica e cerradoe distribuído pelos municípios de Catas Altas e Santa Bárbara – para maior exatidão, o complexo arquitetônico está nos limites de Catas Altas. Padre Lauro, que completa 50 anos sacerdócio em setembro e estudou no Caraça durante seis anos, conta que há 79 espécies de mamíferos, entre eles o lobo-guará, onças preta e parda e anta, 600 tipos de besouros, “200 deles encontrados aqui ou pela primeira vez aqui”, 386 aves, com destaque para o jacu e as águias chilena e cinzenta, 19 beija-flores e 25 falcões e gaviões.
A flora também prima pela exuberância: 210 espécies de orquídeas documentadas, 241 de samambaias e ainda plantas medicinais, com pesquisa feita por equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sempre com dados superlativos, a reserva natural do Caraça tem os dois picos mais altos do Espinhaço, o Pico do Sol, com 2.072 metros e o Inficionado, com 2.068m; a segunda e terceira grutas de quatzolito mais profundas do país, a Centenário, com 484m e a Bocaina, com 404m e três grandes abismos, com 120m, 116m e 94m. Como Caraça significa “cara grande”, é recomendado conferir a formação rochosa que batiza o santuário e fica a 50 minutos de caminhada da igreja.
Lobo-guará
Café da manhã, almoço e jantar saborosos, servidos sobre o fogão a lenha, aumentam o charme do Caraça, que tem missas diariamente na igreja neogótica e chá com pipoca após a celebração. Mas um dos momentos mais esperados é a “hora do lobo”, no início da noite, quando o guará surge da escuridão para receber pedaços de frango e bananas oferecidos na bandeja pelos padres. “Ele vem há 32 anos e não tem falhado. Às vezes chega mais cedo, às 3h da madrugada…“, diz o padre Paulo Lauro.
PASSEIO PELA HISTÓRIA
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Vitrais da igreja %u2013 A peça central foi presente do imperador dom Pedro II, durante visita em 1881 |
>> Vitrais da igreja – A peça central foi presente do imperador dom Pedro II, durante visita em 1881
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Relíquia %u2013 No altar, fica o corpo de São Pio Mártir, achado na catacumba de Santa Ciríaca, em Roma |
>> Relíquia – No altar, fica o corpo de São Pio Mártir, achado na catacumba de Santa Ciríaca, em Roma
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Pinacoteca %u2013 Em obras e fechada para visitação, reúne quadros, alfaias e relíquias de dom Viçoso |
>> Pinacoteca – Em obras e fechada para visitação, reúne quadros, alfaias e relíquias de dom Viçoso
>> Herança – São da antiga ermida, os altares de Nossa Senhora da Piedade e Sagrado Coração de Jesus
>> Aroma – Na adega do santuário, são fabricados vinhos de uva e jabuticaba
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Santa Ceia %u2013 Tela pintada por Manuel da Costa Ataíde (1762- 1830). Está no lado esquerdo da igreja |
>> Santa Ceia – Tela pintada por Manuel da Costa Ataíde (1762-1830). Está no lado esquerdo da igreja
>> Silêncio – Nas catacumbas sobre a rocha da montanha, estão sepultados padres do velho seminário
>> Raros – Na biblioteca, há raridades como um livro de 1489 e outro com anotações de dom Pedro II
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FONTE: Estado de Minas.
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No belo distrito de Vila de Cocais, em Barão de Cocais, o Sítio da Pedra Pintada em inscrições rupestres datadas de até 10 mil anos. Paga-se R$ 8 para entrar |
Duas estrelas do turismo de Minas Gerais, os santuários de Nossa Senhora da Piedade e o do Caraça, demarcam um território. Ambos relativamente próximos da capital, é como se fossem dois totens, um norte, outro sul (ou leste e oeste, não importa), que dão limites a um pedaço de terra. De um a outro, no asfalto ou na terra, não são nem 70 quilômetros, distância curta na aparência. Mas suficiente para acolher um mar de montanhas, que por sua vez abriga grandes atrações ligadas à cultura, história, gastronomia artesanato e natureza. Esse “território” – que tem ainda a mineração como atividade relevante – é formado pelos municípios de Caeté, Barão de cocais, Santa Bárbara e Catas Altas, distritos e zonas rurais.
Também o chamativo casario colonial e belíssimos monumentos, principalmente igrejas (algumas tricentenárias) que nasceram, cresceram e se formaram sob os auspícios de uma era, o Ciclo do Ouro. Metal que – direta ou indiretamente – inundou esses templos de luxo e ostentação sem pedir permissão a Deus, mas que na maioria deles resultou em lugares lindíssimos.
Este circuito turístico, batizado recentemente de Entre serras: da Piedade ao Caraça, bem que poderia ter um codinome, algo como A montanha mágica, não fosse o fato de ser várias. A intenção do Entre Serras é jogar luz sobre este pedaço de terra que, muitas vezes, fica ofuscado pela presença marcante da Piedade e do Caraça. Um baú cheio de riquezas turísticas pronto para ser usado e carimbado com um “made in Minas Gerais.” No pacote, é óbvio, vão os santuários do Caraça e da Piedade, que são de um charme incontestável, independentemente da fé que o visitante professe.
E assim como a rota da Estrada Real, na qual o Entre serras: da Piedade ao Caraça está inserido, trata-se de um conjunto de atrações que não precisa ser descoberto ou visitado de uma vez só. Ou de uma “vezada só”, como dizem muitos mineiros. É para ser degustado lentamente, a exemplo dos vinhos de jabuticada da região, da comida no fogão a lenha ou da rosca da rainha, iguaria que leva goiabada e é um dos muitos itens de um cardápio riquíssimo. Este último, o cardápio, fruto da tradição e de pesquisas que foram fundo na história em busca de suas origens e receitas originais.
Serra do luar
Catas Altas, a 120 quilômetros de Belo Horizonte, recebe neste sábado à noite, dia 28, na Praça Monsenhor Mendes, uma edição especial do projeto Minas ao Luar. A cidade abrigará o espetáculo, mas o evento, gratuito, é fruto da união das quatro cidades do Entre Serras e terá barraquinhas com comidas típicas e artesanato de cada município. Às 20h, antes de a banda Flor de Abacate subir ao palco para interpretar composições próprias e de autores como Pixinguinha e Tom Jobim, os cocaienses do projeto Jovens Luthier – orquestra de viola caipira – vão abrir a programação.
Na pele do lobo
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O neogótico Santuário do Caraça coloca suas instalações à disposição dos hóspedes |
O Caraça, que surgiu na segunda metade 18, também atende pelo nome de Reserva Particular do Patrimônio Natural do Caraça, uma das maiores de Minas Gerais, ou Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens. A palavra caraça tem algumas explicações, mas a mais consistente dá conta que o nome vem de formação rochosa da Cordilheira do Espinhaço, bem próxima ao santuário, que tem a forma de um rosto grande. Certamente um rosto simpático, já que atrai cerca de 60 mil turistas por ano (cinco mil por mês).
Do total de visitantes, quase 18 mil se hospedam numa das duas pousadas do local. A hospedagem não é necessariamente barata (ver Serviço, na página 7) e os quartos, mesmo com uma limpeza exemplar, são espartanos e dotados de pouca mobília – o que, aliás, se espera de um lugar com vocação espiritual. Mas é bom realçar que a hospedagem é com pensão completa (café da manhã, almoço e jantar), o que, além de diluir a grana paga com a diária, é muito vantajoso, visto que a cidade mais próxima, Santa Bárbara, fica a 30 quilômetros.
Centenário O grande número de visitantes é atraído por passeios em trilhas, cachoeiras, tanques, piscinas naturais e antigas construções, além de picos e grutas que só podem ser visitados com guias. Uma delas é a Gruta do Centenário, uma das maiores de Minas Gerais. A construção peculiar do Caraça – que tem, por exemplo, a primeira igreja neogótica do Estado – mais o clima tranquilo do restante de suas instalações (biblioteca, museu, etc.), pesam na decisão de viagem.
Desde o começo do século passado, o Caraça foi um seminário e formou vários personagens da história recente do Brasil. A atividade foi encerrada em 1968, depois que um incêndio destruiu parte de suas instalações.
Todas as noites, os hóspedes se preparam para esperar os famosos lobos-guarás (Chrysocyon brachyurus) que surgem em busca de alimento certo: uma bacia, daquelas grandes, cheia de carne, oferecida pelos padres. Na verdade, é sempre uma mesma família de lobos (macho, fêmea e um ou dois filhotes) que aparece, atraída pelo cheiro dos nacos. O hábito foi iniciado há muitos anos. Sabe-se que formam uma família porque os guarás são territorialistas, ou seja, num grande espaço, há apenas uma delas.
Como não seguem regras britânicas, os lobos não têm horário para dar as caras e focinhos. É sempre à noite, porém pode ser a qualquer hora. Resta ao hóspede torcer para que não seja de madrugada. Os lobos, talvez conscientes de que são protagonistas, mostram certa precaução, mas não se importam muito com a plateia que os observa jantar. Resta lembrar que há noites em que eles nem aparecem. Mas a pipoca distribuída pelos padres é certa.
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São 300 anos de história. O lugar atrai milhares de turistas e peregrinos todos os anos |
Mesmo que esteja a cerca de 50 quilômetros de Belo Horizonte, a Serra a Piedade, no município de Caeté pode ser vista, em dias de céu limpo, de vários pontos da capital. Lá, a 1.746 metros de altitude, está o Santuário Nossa Senhora da Piedade, santa que é a padroeira de Minas Gerais. A história do lugar começou com a chegada, no começo do século 18, de dois fidalgos portugueses: Antônio da Silva Bracarena e Irmão Lourenço (este, fundador do Caraça), que mandaram construir uma pequena capela em homenagem à santa, que mais tarde seria ampliada para receber número cada vez maior de fiéis. Na ermida do santuário está a imagem de Nossa Senhora da Piedade, esculpida em madeira de cedro e atribuída ao mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Aberto todos os dias da semana, das 7h às 18h, o santuário oferece também hospedagem, no espaço Casa dos Peregrinos Dom Silvério (diária com pensão completa a R$ 130 por pessoa). Boa opção para quem quer aproveitar mais a estada e conhecer as várias atrações do lugar, que não são poucas. Além da capela, o visitante pode conhecer a Igreja Nova das Romarias, o espaço do calvário, percorrer a Via-Sacra (percursos longo e curto), a Cripta São José da Boa Morte e o Mirante Santo Onofre. As fontes de água que brotam na serra e a diversificada fauna e flora também encantam.
De olho nas estrelas
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