Lobos-guarás, há 33 anos alimentados por padres no adro da Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, agora têm que dividir ‘bandejão’ com outros animais. Turistas comemoram
No início, era apenas o lobo-guará, com sua elegância, que surgia no meio da noite para subir a escadaria e comer a carne de frango oferecida pelos padres do Santuário do Caraça, localizado entre Catas Altas e Santa Bárbara, na Região Central. Hoje, o adro da Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens se tornou o “bandejão” mais concorrido do pedaço, atraindo outros animais silvestres, entre eles um casal de antas, bando de cachorros-do-mato, a jaratataca e até um gato-mourisco. Os turistas agradecem e a comunidade religiosa dá as boas-vindas. “De manhã cedo, ainda aparecem as aves, sobretudo os jacus, para comer os restos da festa”, diz o diretor do santuário, padre Lauro Palú.
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Com sorte e disposição, é bem possível que os turistas vejam os novos visitantes da noite. Padre Lauro conta que as antas – inicialmente um macho adulto, depois o casal – começaram a aparecer com frequência de janeiro a março, sempre de madrugada. “Agora, já apareceram até as 19h10. São animais herbívoros, mas um técnico me explicou que estão suprindo a carência de cálcio, o qual encontram nos ossos de frango, e de sal. Com seu faro apurado, cheiram longe os alimentos salgados”, diz o diretor do santuário fundado em 1774 e pertencente à Província Brasileira da Congregação da Missão.
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Já a família dos cachorros-do-mato aparece em grande número, e hóspedes e funcionários da instituição, que desde 1972 se transformou em hospedaria, sem perder o caráter religioso, já viram 10, entre pais e filhotes. “Chegam um pouco mais tarde, a partir das 19h, e, embora sejam duas vezes mais baixos do que os guarás, já atacaram sobretudo a loba. Curiosamente, uma noite, três cachorros-do-mato comeram junto com o lobo na mesma bandeja. Nossa esperança é de que um dia se entendam. Na natureza, vivem juntos no mesmo território, mas, aqui, estão disputando o ponto da comida”, afirma padre Lauro, sempre atento com sua câmera a flagrar os bichos.
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Na avaliação do diretor, o aparecimento dos bichos se deve, principalmente, à atividade minerária na região, que perfura o solo e explora minas. “Certamente, encontram refúgio no Caraça”, diz padre Lauro. Uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vem fazendo um levantamento na área para identificar os mamíferos, com foco especial na anta.
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VAI E VOLTA Com a pelagem preta e listra branca no dorso, a jaratataca também posou para as lentes do diretor do Caraça. Durante sete anos, o animal apareceu, depois deu uma sumida e agora surge de vez em quando no jardim e arredores. O gato-mourisco, por sua vez, foi visto na estrada que conduz ao santuário, rondando a área, e uma vez esteve comendo da bandeja do lobo. “A fauna está em paz por aqui e, graças a Deus, nenhum turista foi atacado. Na verdade, alguns animais vêm comer quando os visitantes estão dormindo”, conta padre Lauro.
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As aves são um capítulo à parte e, em 2014, figuraram numa exposição fotográfica para celebrar os 240 anos do Caraça. “Conseguimos registrar 17 espécies, incluindo jacu, carcará, gavião-carrapateiro, tico-tico, canários e sabiás”, diz o diretor. Além da exuberância da Reserva Natural do Patrimônio Natural (RPPN), diversidade do patrimônio histórico e beleza da paisagem, o lugar garante descanso, lazer e cultura para os 70 mil turistas que o procuram anualmente. “Este ano, já recebemos estrangeiros de 48 nacionalidades”, orgulha-se padre Lauro.
PIONEIROA tradição no Santuário do Caraça, que fica a 120 quilômetros de Belo Horizonte, começou em maio de 1982, quando algumas lixeiras externas apareceram reviradas e derrubadas. O irmão Thomaz alertou o então diretor da instituição, padre Tobias Zico, de que poderia ser obra de algum cachorro. Tobias achou muito difícil, porque cachorro não subiria a serra com tanta frequência. Começaram, então, a observar e descobriram que o responsável era o lobo-guará.
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FONTE: Estado de Minas.
Sem data para voltar aos Estados Unidos, os Rehm receberam a reportagem em uma das paradas da família pelo planeta, no Santuário do Caraça, no interior de Minas
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De Catas Altas, MG – Há quase quatro anos, um casal americano e seu pequeno “Bode”, decidiram largar tudo nos Estados Unidos e partir para uma viagem pelas Américas. A princípio, o plano era chegar até a Costa Rica em um ano e depois voltar pra casa. Mas, a viagem proporcionou tantos prazeres à família que eles decidiram seguir em frente. Descendo pela América, passando sem rumo pelos países latinos e fronteiras sul americanas. Ah, em relação ao Bode, não se trata daquele animalzinho da família dos caprinos, bem comum nas roças e fazendas brasileiras. Mas Bode é o filho do Jason e da Ângela, o casal viajante. A pronúncia não é como a nossa aqui no Brasil. É algo como a mistura de “bowl” e “body”. Se você sabe inglês, vai entender o que estou falando. Segundo o casal, o nome “Bode” se refere a uma árvore encontrada por Buda que lhe permitiu encontrar a iluminação.
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Jason era um homem muito preocupado com o trabalho. Engenheiro envolvido no mundo dos negócios em busca do “American dream”. Seu tempo era dedicado quase que integralmente ao trabalho e a sua família ficava em segundo plano.
Nessa desagradável situação, o pequeno Bode, em seu aniversário de quatro anos fez um pedido que, inocentemente, mexeu com Jason e Ângela. Bode pediu que seus pais fossem mais presentes em sua vida. Simplesmente isso. Depois desse choque, Jason vendeu tudo que tinha, comprou uma Kombi e decidiu pegar a estrada. “Eu estudei em uma universidade por muito tempo, eu trabalhei pela minha carreira, para crescer na engenharia e nos negócios. Eu trabalhei pesado para conseguir realizar o “sonho americano” e ser bem sucedido baseado na ideia de outra pessoa do que é ser bem sucedido. Mas no fim, eu não estava feliz.” Emocionado e tentando conter as lágrimas, Jason, com a ajuda de sua esposa, conta o início desta história. Seu filho, Bode, como o próprio nome já indica, foi a luz que o iluminou para que tudo isso acontecesse.
Os três gostaram tanto da ideia que decidiram seguir adiante. Encontramos com eles no Parque do Caraça, em Minas Gerais. A viagem já dura três anos e meio. Bode, o grande incentivador de tudo, com sete anos, não se queixa de nada. Ele aproveita todos os momentos e curte cada local visitado. Inclusive todos os momentos midiáticos que eles têm: Entrevistas para emissoras de TV´s, jornais, sites…
A Kombi
Em relação ao carro, bom… Aspas para o Jason, pois ele conhece bastante: “Sabíamos que queríamos a Kombi, especificamente a Westfalia porque sabemos que ela é feita para acampar. E a ideia era acampar por todas as Américas. Essa Kombi é preparada para que possamos viver dentro dela.”
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Kombi Westfalia leva a família Rehm pelo mundo |
E o modelo 71 é especial porque 1971 foi o último ano em que eles fabricaram o motor 1600 com a ventoinha vertical. Em 72 os alemães fizeram um motor diferente e mais complicado para encontrar peças de reposição. Mas também, foi em 71 o primeiro ano que a van saiu de fábrica com freios a disco na dianteira. “Eu queria esses discos dianteiros para ter um pouco mais de segurança nos Andes. Algumas vezes é assustador. (risos).”
A confiança na Kombi e em um modelo da Volkswagen já vinha de longa data. “Sabíamos que iríamos dirigir um Volkswagen por que eu sempre dirigi VW. Aprendi a dirigir em um velho modelo VW e estou muito familiarizado com toda a mecânica, o motor e etc” conta o americano que, além disso, já teve vários modelos de Karmann Ghia e Fuscas. Dentre eles, os mais legais foram um Karmann Ghia 71 conversível e um Fusca, também conversível, do mesmo ano.
A relação de Jason, Ângela e Bode com a Kombi se estreita cada vez mais a cada quilômetro rodado. “É a nossa casa. Nós vivemos nesse veículo e estamos vivendo nele há três anos e meio. E nós conhecemos cada canto e curva dele. Todas as vezes que ele faz um som diferente, imediatamente já sabemos o que é, o que há de errado com ele. E nós o amamos. É como se ele fosse parte de nossa família. E eu espero que ele sempre esteja conosco”. Revela o viajante americano. E é o simpático carrinho que atrai mais pessoas e novos amigos ao redor do mundo. Jason fala como a Kombi se torna um imã para novas amizades. “Ele faz essa viagem ser especial porque quando vamos a novas cidades e novos lugares que nunca estivemos antes, pessoas que nunca encontramos chegam até nós e imediatamente se tornam nossos amigos porque eles conhecem esse carro e pensam que ele é parte da família deles. Eles contam histórias de quando eles eram crianças e seus pais tinham uma Kombi e nós, instantaneamente temos algo em comum com quase todo mundo no mundo”.
De volta à estrada
Neste momento que você lê esta matéria, Jason, Ângela e Bode podem estar no Brasil, na Guiana Francesa, na África do Sul ou qualquer outro lugar do mundo. A princípio, essa viagem não terá um fim. A volta para casa não existe porque eles sempre estão em casa (na Kombi). Apenas um detalhe pode faze-los voltar para os Estados Unidos. Bode é educado pelos pais. Eles possuem livros didáticos e ensinam tudo que podem para o filho, mas também estão cientes de que o momento do Bode entrar em uma escola “convencional” está próximo.
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O pequeno Bode descansa no interior da Kombi |
Enquanto isso não acontece, os três americanos e a simpática Kombi seguem caminho por aí, por ali, por lá… A América central já foi toda varrida, a América do Sul está quase. A África é um sonho e o planeta inteiro pode ser um destino. Se você não pode segui-los por aí, acompanhe a viagem pelo site: http://bodeswell.org/
Curiosidade
Você deve estar se perguntando como Jason e sua família se mantêm economicamente durante a viagem. Certo? Bom, além do dinheiro que ele conseguiu arrecadar com a venda do que tinha nos EUA, ele ainda tem um emprego. Seu chefe recusou a sua demissão e sugeriu que ele se tornasse uma espécie de consultor online. Assim, Jason ainda recebe um salário que lhe permite seguir estrada afora.
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Kombi estacionada no pátio do Santuário do Caraça |
![Photo: Luiz Costa/ Arquivo HD, License: N/A Parque Natural do Caraça](https://i0.wp.com/www.hojeemdia.com.br/polopoly_fs/1.90205.1360769782!/image/image.jpg_gen/derivatives/landscape_714/image.jpg)
Caminhadas ecológicas, banhos de cachoeira, bonitas paisagens, noções de história, lobos… No Santuário do Caraça, você pode fazer tudo isso e muito mais. Esse belo parque ecológico está entre as melhores opções de lazer e descanso do belo-horizontino, que está longe dele 120 quilômetros.
A época ideal para se fazer caminhadas no Caraça é nos meses de outono e inverno, devido ao clima mais frio. Agora, em pleno verão, os passeios mais indicados são às cachoeiras mesmo, devido ao forte calor. Independentemente da época do ano, sempre vale a pena se aventurar pelas trilhas.
A caminhada atrai um número cada vez maior de estudantes em férias, porque permite o contato direto com a natureza, em meio à paz das serras mineiras. Muitos costumam acampar por ali. O Parque Natural do Caraça, numa área de 11 mil hectares, é uma região de grande beleza.
O antigo colégio
Na área, funcionaram o Colégio do Caraça e o Convento, construídos entre 1774 e 1779. Um grande incêndio destruiu a tradicional escola, em 1968. Parte dela foi reconstruída. Mas ainda existem algumas ruínas, recuperadas e misturadas a elementos modernos.
Muito bonita é a capela, com a imponente torre em estilo neogótico, que se ergue na paisagem.
Além das caminhadas, que podem durar a manhã inteira e terminar num banho de rio, ou cachoeiras com águas geladas, os jovens podem conhecer algumas grutas, como a do Centenário, com 400 metros de profundidade e cachoeira subterrânea.
Os lobos
Se, no passado, a reserva e o próprio colégio recebeu visitantes ilustres, como a família real, hoje a figura mais aplaudida por lá é o lobo-guará, animal ameaçado de extinção.
Todas as noites, pelo menos um deles aparece na escadaria da igreja para receber comida. Eles são um deleite aos olhos dos curiosos turistas que, em alguns casos, vão para o Caraça apenas para vê-los.
É um verdadeiro ritual. Basta sentar-se na varanda em frente à igreja, comendo pipoca e bebendo um chá caseiro oferecido pelos padres e esperar, com as máquinas fotográficas a postos.
VEJA TAMBÉM: http://wp.me/p2xXNv-7SY
FONTE: Hoje Em Dia.