Cruzeiro decepciona, leva três gols no primeiro tempo e é eliminado pelo Palmeiras nas oitavas
Atlético sofre na bola aérea, leva virada do Figueirense e está eliminado da Copa do Brasil
Raposa chega a esboçar reação, mas paulistas vencem por 3 a 2 e avançam às quartas
![Rodrigo Clemente/EM/D.A Press Rodrigo Clemente/EM/D.A Press](https://i0.wp.com/imgsapp.mg.superesportes.com.br/app/noticia_126420360808/2015/08/26/317987/20150826235710593218e.jpg)
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Uma atuação vexatória no primeiro tempo da partida contra o Palmeiras determinou a eliminação do Cruzeiro nas oitavas de final da Copa do Brasil. Com pouco mais de meia hora de jogo no Mineirão, o clube celeste levou três gols – dois de Gabriel Jesus e um de Lucas Barrios – e viu sua situação na competição ficar praticamente irreversível, já que o Verdão havia vencido o confronto de ida por 2 a 1 no Allianz Parque, em São Paulo. Vinícius Araújo, ainda na etapa inicial, e Alisson, na segunda parte, diminuíram o fracasso celeste na noite desta quarta-feira, em Belo Horizonte, decretando o placar de 3 a 2 favorável aos paulistas.
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Com a nona derrota em 18 jogos, Vanderlei Luxemburgo vê seu cargo cada vez mais ameaçado no clube. O treinador ganhou apenas seis partidas, além de ter conquistado três empates. O aproveitamento é de 38,8%. Os quase 17 mil cruzeirenses que prestigiaram a equipe no Mineirão também protestaram contra o trabalho do diretor de futebol Isaías Tinoco, que está na Toca da Raposa II há pouco mais de um mês.
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Eliminado da Copa do Brasil, o Cruzeiro passa a se concentrar exclusivamente no Campeonato Brasileiro, competição na qual se encontra em situação muito ruim – é o 15º colocado, com 22 pontos. O próximo adversário será o Santos, domingo que vem, às 18h30, no Mineirão. Já o Palmeiras, que aguarda sorteio da CBF para conhecer seu adversário nas quartas de final do torneio de mata-mata, recebe o Joinville às 16h no Allianz Parque. Os dois compromissos valem pela 21ª rodada da Série A.
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Antes do jogo, Vanderlei Luxemburgo fez mistério e não divulgou quem seria o substituto de Mayke na lateral direita do Cruzeiro. A princípio, Fabiano era o mais cotado, porém Ceará, que recentemente se recuperou de lesão muscular na coxa e voltou a treinar na segunda-feira, apareceu entre os titulares. Outra mudança ocorreu na defesa: mal na derrota por 3 a 0 para o Corinthians, Manoel deu lugar a Bruno Rodrigo, ausente há quase dois meses por causa de uma entorse no joelho direito. A esperança da Raposa era garantir ao menos um simples 1 a 0, mas quem esteve no Mineirão nesta quarta-feira viveu uma noite de pânico.
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O sonho da classificação celeste começou a ser destruído aos 8min, quando Lucas Barrios recebeu toque de calcanhar de Gabriel Jesus e bateu no canto do goleiro Fábio: 1 a 0. O lance chamou a atenção pela facilidade que o Palmeiras teve para trocar passes dentro da área celeste. Aos 24min, um duro golpe para Vanderlei Luxemburgo, que, depois de ver sua equipe chegar duas vezes com perigo em finalizações de Fabrício e Leandro Damião, perdeu por expulsão o zagueiro Bruno Rodrigo. No lance, o camisa 4 da Raposa derrubou Gabriel Jesus dentro da meia lua e acabou advertido pelo árbitro Anderson Daronco. Na cobrança de falta, Egídio acertou o travessão e por pouco não fez o segundo.
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A torcida palmeirense presente no Gigante da Pampulha não teve motivos para lamentar a bola na trave. Isso porque aos 27min, Egídio foi à linha de fundo e deu cruzamento certeiro para Gabriel Jesus, que balançou a rede: 2 a 0. Mas tinha mais. E novamente com Gabriel Jesus. Numa linda jogada individual, o jovem de apenas 18 anos deixou o goleiro Fábio no chão ao driblá-lo duas vezes e chutou rasteiro, com muita frieza: 3 a 0. Tudo isso com pouco mais de meia hora de jogo. O placar poderia ser maior, porém Lucas Barrios se atrapalhou ao bater da marca do pênalti e parou em Fábio. Num lance isolado, aos 38min, Vinícius Araújo precisou de duas tentativas para tentar amenizar o vexame celeste: 3 a 1. Foi o primeiro gol do atacante desde o seu retorno à Toca da Raposa II, em junho.
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Na volta para o segundo tempo, Luxemburgo colocou Manoel no lugar de Ceará e De Arrascaeta na vaga de Vinícius Araújo. Contudo, em desvantagem numérica de jogadores, era difícil de a equipe esboçar qualquer tipo de reação, ainda mais necessitando de cinco gols para se classificar. Somente aos 30min é que o Cruzeiro conseguiu algo, quando De Arrascaeta foi derrubado por João Pedro dentro da área. Pênalti. Na cobrança, Alisson bateu rasteiro no canto esquerdo e diminuiu a contagem: 3 a 2. Nos minutos finais, gritos de “adeus Luxa!” ecoaram das cadeiras do Mineirão, prova de que a torcida não está nada satisfeita com o trabalho do atual comandante.
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CRUZEIRO 2X3 PALMEIRAS
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CRUZEIRO
Fábio; Ceará (Manoel, no intervalo), Bruno Rodrigo, Paulo André e Mena; Charles, Henrique e Fabrício; Vinícius Araújo (De Arrascaeta, no intervalo), Leandro Damião (Allano, aos 24min do 2ºT) e Alisson
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
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PALMEIRAS
Fernando Prass; João Pedro, Jackson, Vitor Hugo e Egídio; Amaral (Andrei Girotto, no intervalo), Robinho e Zé Roberto (Mouche, aos 33min do 2ºT); Gabriel Jesus, Lucas Barrios (Leandro Pereira, aos 20min do 2ºT) e Dudu
Técnico: Marcelo Oliveira
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Gol: Vinícius Araújo, aos 38min do 1ºT; Alisson, aos 30min do 2ºT (CRU); Lucas Barrios, aos 8min, Gabriel Jesus, aos 27 e 33min do 1ºT (PAL)
Cartões amarelos: Amaral, aos 17min do 1ºT; Zé Roberto, aos 11min, João Pedro, aos 29min, Robinho, aos 40min do 2ºT (PAL)
Cartão vermelho: Bruno Rodrigo, aos 24min do 1ºT (CRU)
Motivo: jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil
Estádio: Mineirão
Data: 26 de agosto de 2015
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Auxiliares: Marcelo Bertanha Barison (RS) e Rafael da Silva Alves (RS)
Público: 16.972 pagantes
Renda: R$ 533.825,00
Galo jogou com um a menos em grande parte do jogo e está fora do torneio nacional
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O jogo foi muito equilibrado no primeiro tempo. O Galo precisava de marcar um gol para se classificar e teve a missão dificultada com a expulsão de Leonardo Silva. Mesmo assim, abriu o placar com Edcarlos, no fim do primeiro tempo. Na segunda etapa, o time catarinense pressionou e chegou à virada com gols de dois ex-jogadores do América: Leandro Silva e Marcão.
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Eliminado, o Atlético volta as atenções para o Campeonato Brasileiro. No domingo, às 16h, o Galo visita o Fluminense, no Maracanã, em jogo válido pela 21ª rodada da Série A. Já o Figueirense joga no sábado, às 18h30, também no Maracanã. Os catarinenses enfrentam o Vasco.
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Expulsão duvidosa ‘se transforma’ em gol
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Precisando da vitória para avançar, o Atlético saiu para o jogo em Santa Catarina. O alvinegro mineiro pressionou na saída de bola e evitou as jogadas rápidas do ataque do Figueirense. Mas a primeira chance aconteceu com os donos da casa, quando Bruno Alves apareceu livre após cobrança de falta e exigiu grande defesa de Victor. O Galo respondeu com Luan, que aproveitou passe de peito de Pratto e finalizou de Bico. Alex Muralha salvou o Figueira.
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O jogo seguiu equilibrado, com muita marcação no meio-campo e abuso das bolas cruzadas na área. A história da partida começou a mudar aos 35 minutos. Jemerson escorregou e Clayton avançou, mas foi derrubado na intermediária por Leonardo Silva. O árbitro Vinícius Furlan expulsou o capitão alvinegro, em lance considerado exagerado pelos atleticanos.
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Com um a menos, Levir Culpi sacou o ‘ponta’ Patric e colocou Edcarlos em campo. E o iluminado defensor, crucial na Copa do Brasil do ano passado, fez a torcida atleticana explodir no Orlando Scarpelli. Após cobrança de falta de Giovanni Augusto, o zagueiro subiu livre e desviou a bola para o fundo das redes de Alex Muralha: 0 a 1.
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Galo sofre na bola aérea e está eliminado
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O Figueirense voltou para o segundo tempo com mais um jogador no ataque e partiu com tudo para a pressão. Logo aos 6 minutos, Clayton recebeu na área, driblou Edcarlos e bateu rasteiro. A bola passou raspando a trave de Victor. O time catarinense foi para cima do Galo e quase empatou aos 15, quando teve duas chances após bate-rebate na área atleticana. Dois minutos depois, João Vitor recebeu livre na entrada da área, bateu colocado e a bola passou raspando a trave do goleiro do Galo.
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De tanto insistir, o Figueirense chegou ao empate. Yago cobrou falta e Victor espalmou para escanteio. Na cobrança, Marcão ajeitou e Leandro Silva completou para o fundo das redes do Atlético: 1 a 1.
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O time catarinense seguiu na pressão, conseguiu vários escanteios e chegou ao gol da classificação aos 44 minutos da etapa final. Após cobrança de escanteio do lado esquerdo, Marcão subiu livre, virou o jogo e eliminou o Galo da Copa do Brasil: 2 a 1.
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FIGUEIRENSE 2 X 1 ATLÉTICO
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Figueirense
Alex Muralha; Leandro Silva, Bruno Alves, Saimon e Marquinhos Pedroso; Dener, Fabinho (Yago), João Vitor e Rafael Bastos (Marcão); Clayton e Thiago Santana (Alemão).
Técnico: Renê Simões
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Atlético
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete, Rafael Carioca, Luan, Giovanni Augusto (Eduardo) e Patric (Edcarlos); Lucas Pratto.
Técnico: Levir Culpi
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Motivo: Oitavas de final da Copa do Brasil
Estádio: Orlando Scarpelli, Florianópolis-SC
Data: 26/08/15, às 19h30
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Gols: Edcarlos (ATL), aos 43 minutos do primeiro tempo; Leandro Silva (FIG), aos 27 minutos, e Marcão (FIG), aos 44 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Fabinho, Leandro Silva (Figueirense); Luan (Atlético)
Cartão vermelho: Leonardo Silva (Atlético
Justiça de Minas vai destruir 1 milhão de processos
Tribunal de Justiça do estado espera eliminar até o fim do ano quase 10% do volume de papéis sem valor histórico ou interesse processual arquivado em galpões em Contagem
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) quer se ver livre de 1 milhão de processos até o final deste ano – e não se trata de uma política de aceleração no julgamento das ações. Desta vez é a eliminação de papéis que simplesmente não têm mais nenhum valor histórico ou interesse processual. Na era da digitalização, o TJMG ainda convive com 11 milhões deles amontoados em três galpões em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, volume que espera zerar nos próximos anos.
A medida atende a uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do próprio TJMG que trata do descarte dos processos – com exceção daqueles referentes a crimes ou família e que tenham valor histórico, probatório ou informativo. O documento também veda a incineração dos papéis e determina a adoção de critérios de “responsabilidade social e de preservação ambiental”. Por isso, foi feito um convênio com a Associação dos Catadores de Papel (Asmare), sediada em Belo Horizonte, para que a entidade se encarregue da destruição do material em uma máquina própria.
Em Contagem estão os processos que tramitaram em 27 comarcas da região metropolitana e que têm dificuldade de estocá-los por falta de espaço. “Não tem sentido você deixar um processo arquivado se já não há mais interesse. Com o descarte, vamos evitar o acúmulo de papel”, explica o segundo vice-presidente do TJ mineiro, desembargador Kildare Carvalho.
Outro ponto positivo será a economia com o aluguel dos galpões que servem para o arquivo do TJMG. A cada mês, são gastos R$ 123 mil somente com os galpões de Contagem. O valor é ainda maior somados os aluguéis pagos pelo interior. “Até existem comarcas que têm arquivo para guardar os processos, mas em outras é preciso locar um espaço”, ressalta o desembargador. Em todo o estado, são 296 comarcas.
A expectativa é de que somente até o final deste mês, 85 mil processos sejam descartados. Para agilizar o trabalho, o TJ já lançou concorrência para a contratação de mais 18 pessoas para a equipe encarregada de fazer a triagem das ações que vão para o lixo. Futuramente, o grupo ainda poderá definir e separar previamente os processos que poderão ser descartados.
Arquivo
De antemão, estão excluídos da triagem todos os processos anteriores a 3 de fevereiro de 1924, data em que se comemorou os 50 anos da instalação do TJ mineiro. Essas ações serão arquivadas permanentemente, em razão da sua importância histórica.
De acordo com o desembargador Kildare Carvalho, com a chegada do processo eletrônico – que está sendo implantado gradativamente na Justiça mineira –, a estimativa é de que seja extinto de vez o uso do papel no Judiciário, evitando novos arquivos e trazendo uma economia no custo do processo. “Mas, enquanto isso não acontece, o que não podemos é descartar um quantitativo de processos que seja menor que o número de processos que entram”, afirmou.
FONTE: Estado de Minas.