Bolo Afrodescedente
Nome inusitado é o motivo do sucesso de vendas do doce, segundo o proprietário

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Até a culinária entrou na onda dos termos politicamente corretos. Em uma padaria da Praia do Cassinho, no Sul do estado do rio Grande, a tradicional torta ‘nega maluca’, feita à base de chocolate, foi rebatizada de bolo afrodescendente.

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De acordo com o proprietário do estabelecimento, Gilberto Ponce Dias, o nome da guloseima foi adotado com o objetivo de valorizar o respeito às diferenças raciais. “Foi por causa dessa onda do politicamente correto. Estou seguindo uma linha de respeito”, explica.

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O empresário teve o cuidado de seguir esta ideia em outros produtos. Na padaria, em funcionamento desde 2010, o termo ‘brigadeiro’ sempre foi usado, assim como em outros estados, para se referir ao doce ‘negrinho’, como é popularmente conhecido no Rio Grande do Sul.

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O bolo é um dos produtos mais procurados pelos clientes. O sucesso é creditado por Gilberto, além do sabor, ao nome inusitado. Entretanto, a atitude politicamente correta não é unanimidade de aprovação e gera polêmica entre a clientela. “As pessoas comentam muito, mas já teve incômodo. Tem gente que fala que isso é uma atitude racista. Argumento que não. A crítica faz parte, claro. Mas eu fiz isso por respeito”, ressalta o proprietário.

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Ainda assim, alterar o nome do produto não é cogitado por ele. “Só se houver um problema sério. Mas acho que não”, afirma.