Laudando et vituperando abstine: tutum silentium praemium.

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Mineira vende churros em rodoviária de Brasília para pagar a faculdade de direito

Faltam apenas quatro matérias para Maria Odete se tornar bacharel em direito. As mensalidades são pagas com o lucro que o doce recheado lhe dá, num ponto da rodoviária

Jhonatan Vieira/Esp./CB/D.A.Press

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Há sete anos, Maria Odete Silva vende churros na rodoviária do Plano Piloto. O carrinho está sempre ali, na plataforma inferior, de domingo a domingo. Por dia, dezenas de pessoas, ou até mesmo centenas, dependendo do movimento, aproveitam o intervalo entre uma viagem e outra para experimentar o quitute da dona Maria, 46 anos, que pode ser recheado de doce de leite, goiabada, chocolate ou mais de um sabor. Contudo, poucos sabem que a sobremesa alimenta uma outra carreira de Maria: a de advogada.
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Maria Odete nasceu em Araçuaí (MG), que tem 36 mil habitantes. Morava com os dois irmãos mais novos e a mãe, Maura Pereira, em uma roça. O pai, nunca conheceu. Quando estava com 7 anos, acompanhou a família em uma empreitada rumo à cidade de São Paulo. Maura buscava emprego como trabalhadora doméstica e, para isso, deixou os filhos na casa de uma tia. Por lá, ficaram quatro anos, até que a mãe decidiu retornar ao estado de origem, levando os meninos. Maria ficou na capital paulista, a pedido da parente.

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A volta, no entanto, se tornou trágica para a família. No trajeto entre a cidade e a fazenda, a mãe caiu do caminhão que carregava boias-frias para a zona rural e faleceu. Maria sequer pôde dar adeus a ela, pois estava em São Paulo. A partir de então, a menina começou a trabalhar como doméstica em uma residência. Os irmãos foram “criados pelo mundo”, como ela mesma diz.
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Dos 12 aos 19 anos, Maria se dedicou a uma única casa. Apesar de ter uma boa relação com a antiga patroa — chega a considerá-la uma segunda mãe — não conseguia conciliar a rotina de estudos com a labuta. “Estudava, mas daquele jeito. Vivia cansada demais”, define. Pouco depois, ela se casou e abandonou o emprego e também a capital. Passou a viver com o marido no interior de São Paulo, onde permaneceu por três anos e meio, enquanto durou o matrimônio.
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Solteira, retornou a São Paulo para trabalhar como babá. Alguns anos mais tarde, conheceu Marcos, com quem se casou e teve dois filhos, Mayara e Junior. Nessa época, começou a vender doces. A enchente que um dia invadiu a casa dela deixou intactos os saquinhos de balas, pirulitos e chicletes – o suficiente para que montasse, com a porta do guarda-roupa destruído pela correnteza, uma barraquinha de guloseimas na calçada. “Pedi R$ 10 emprestados à minha tia para dar comida aos meus filhos. Com o que sobrou, comprei os docinhos de que eles gostavam. Quando a água destruiu tudo, decidi vender as balas e, dos R$ 10, eu fiz R$ 15”, comenta.
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Uma doença pulmonar do filho, Marcos Junior, fez com que a família migrasse para o Distrito Federal, na expectativa de encontrar no ar puro do Planalto Central um refúgio. Mas não foi apenas o endereço que mudou. Aos 39 anos, Maria decidiu voltar a estudar. Matriculou-se no programa de Educação de Jovens e Adultos do Sesc, para concluir o ensino médio, e passou a vender de churros na rodoviária, de onde sairia o sustento da família.
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Enquanto os churros conquistavam os paladares, alimentavam também a mensalidade de R$ 907 do curso de direito em uma faculdade particular da Asa Sul. A apenas quatro matérias para se tornar bacharel em direito, sonha passar em concurso público para promotora. “Já pensei em desistir, porque fiquei muito tempo afastada da sala de aula e, ao retornar, não sabia se daria conta do recado. Eu mesma fui me surpreendendo, porque vi que sou capaz sim e faço isso com o maior prazer”, conta.
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Ingrediente amargo
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Para Maria, harmonizar as funções não é tarefa fácil, afinal, tanto a vida acadêmica quanto a profissional exigem tempo e dedicação. “Não tenho tanto tempo para estudar, como queria. Aos domingos, quando o movimento é menor, trago os livros e leio aqui mesmo. Quantas vezes a chuva molhou os questionários que estava estudando! Nas horas vagas, sempre dou uma estudadinha”, revela.
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Por vezes, a falta de recursos financeiros se torna um ingrediente amargo na luta diária de Maria pelo conhecimento: “Não é fácil, não. Fiquei sem pagar durante um tempo, mas, graças a Deus, quitei tudo. Às vezes atraso, peço para retirarem os juros e a equipe da faculdade me ajuda porque sabe que trabalho na rodoviária”.

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FONTE: Estado de Minas.


Mineira de 81 anos realiza sonho e ingressa em universidade federal

Aposentada passou pelo Enem e faz Filosofia na UFU em Uberlândia.
‘Foi a melhor coisa que aconteceu, ela está mais feliz e realizada’, diz filha.

Aurora Faculdade UFU Uberlândia (Foto: Márcia Cristina/Arquivo Pessoal)
Sorriso de Aurora é sinônimo de sonho realizado

Vencer preconceitos, superar limites e acreditar que sonhos podem ser adiados, mas não descartados. Foi assim que a aposentada Aurora Ferreira de Melo Breves conseguiu chegar à universidade aos 81 anos para estudar o que sempre quis: Filosofia.

A mineira participou do Enem e com a nota obtida conseguiu ingressar na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Hoje, ela está no 2º período do curso.

O caminho enfrentado por Aurora demandou dedicação. Ela sempre quis estudar, mas devido às dificuldades financeiras teve que optar por trabalhar, a fim de conseguir sustentar e oferecer uma vida melhor aos três filhos. “Eu morava em Ituiutaba e há 48 anos mudei para Uberlândia em busca de melhores condições. Aqui eu virei costureira e tive o prazer de ver todos os meus filhos estudarem e se formarem na Federal. Minha filha até se tornou juíza. Na época achei que meu sonho havia sido realizado por eles”, disse.

O tempo passou e quando a família achava que era hora de Aurora descansar e aproveitar a vida, ela se matriculou para fazer o ensino fundamental, aos 75 anos.

É claro que tem preconceito e que muitos me criticam pela minha escolha, mas isso faz parte da vida.
Aurora Ferreira, estudante da UFU

“Eu sempre li muito, cerca de um livro por semana, e me adaptei rápido a todo o processo. Resolvi voltar a estudar depois que vi uma placa colada de frente a uma instituição de ensino dizendo: ‘Venha estudar com a gente, não importa sua idade’. E eu, fui”, explicou.

Depois do fundamental, ela focou no Ensino Médio. “Foram mais dois anos estudando e quando terminei a sensação era de felicidade, de realização”, afirmou.

Mesmo com o diploma nas mãos, a vontade de Aurora era continuar estudando. Ela contou que na época chegou a procurar uma faculdade particular, pois estava disposta a investir as economias no sonho de cursar Filosofia, mas por causa da idade ela não foi aceita. “A atendente me disse que era para eu viajar, dançar, descansar, pois a época de estudar já havia passado para mim”, relembrou.

Ufu (Foto: Divulgação)
Aurora está no 2º período de Filosofia da UFU

O “não” que Aurora levou não foi suficiente para fazê-la desistir. No ano passado, aproveitou que os netos fariam o Enem e também se inscreveu. Dois dos filhos até tentaram convencê-la a não fazer a prova, mas foi em vão. “Eu queria saber o que era o Enem e fui lá descobrir. Não lembro a minha nota, mas sei que fui a primeira a entregar a prova no dia. Resolvi todas as questões com uma hora e meia. O tema da redação me agradou e acredito que essa nota me ajudou muito na hora da seleção”, disse.

Para a mineira, só não estuda quem não quer. “No meu primeiro dia de aula senti que havia realizado um sonho que por muito tempo ficou guardado. Todo mundo me olhava e me achava diferente. É claro que tem preconceito e que muitos me criticam pela minha escolha, mas isso faz parte da vida. Tudo que eu consegui foi com muita alegria e esse mérito é meu, independentemente de questionamentos”, ressaltou.

Aurora acrescentou que está indo bem na faculdade e que já virou uma apaixonada pela filosofia de Aristóteles. “Eu estou entusiasmada com essa nova fase. Meu intuito agora é tirar os medos e anseios das pessoas, pois isso atrapalha o retorno aos estudos. Na minha sala, por exemplo, havia uma mulher de 47 anos que passou, mas não estava indo à faculdade por se achar velha demais para aquele ambiente. Quando soube da minha história, retornou”, lembrou.

Ela concluiu dizendo que mesmo com 81 anos, viúva e universitária, ainda está aprendendo a viver. “Eu ainda não sei de nada”, garantiu.

Apoiadora

Aurora Ferreira Enem Uberlândia (Foto: Márcia Cristina/Arquivo Pessoal)
Aurora espalha felicidade e realização por onde passa

A filha de Aurora, Márcia Cristina de Melo Breves, é uma das grandes apoiadoras da mãe. “Eu acompanhei por toda a minha vida a vontade dela estudar. Ela tentava fazer o supletivo, mas nunca ia para frente porque tinha que trabalhar e as provas, na época, só eram feitas em Belo Horizonte. Como não tínhamos condições, ela não fazia. Foi recentemente que conseguiu voltar a estudar”, disse.

Foi Márcia que inscreveu a mãe no Enem e depois no Sisu. “Eu acho que todo mundo tem o direito de buscar o estudo. No começo, meus irmãos falavam que ela não iria conseguir. Hoje já pensam que foi a melhor coisa que aconteceu, pois ela está mais feliz e realizada”, comentou.

FONTE: G1.


Bares no entorno de faculdade criam ‘inferno’ para moradores
Multidão de estudantes se concentra em estabelecimentos até a madrugada, ocupando rua e calçadas

Uni

Obstáculo. Porteiro teme problemas provocados por estudantes que se aglomeram em frente a edifício

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Quatro barzinhos no mesmo quarteirão de uma via residencial estreita vendem cerveja long neck por R$ 2,50 a poucos metros de uma faculdade. É nesse cenário que a rua Vitório Magnavacca, no bairro Buritis, na região Oeste da capital, se tornou há poucos meses um point para estudantes e um verdadeiro inferno para moradores.

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Desde fevereiro, pelo menos oito inquilinos de um prédio residencial acima dos estabelecimentos já se mudaram em razão da bagunça. Em meio à multidão de estudantes que tomam conta da rua nas quintas e sextas-feiras, é acrescido um playlist de músicas que vai de sertanejo e samba a axé e funk. Em volume alto, a cada dois minutos as músicas estão no som de um carro diferente.

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O movimento dos bares no entorno de universidades ocorre principalmente em início de semestre, época das famosas calouradas, e tem sido sinônimo de transtorno para áreas residenciais. No Buritis, a concentração de alunos está no entorno do Centro Universitário Belo Horizonte (Uni-BH).
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No dia 8 de agosto, as festas no entorno da Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas) foram interrompidas pelo assassinato de um jovem de 22 anos, caso que motivou a regulamentação dos serviços de bares e um maior rigor na realização de eventos. Há dois anos, os mesmos problemas ocorriam no bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul, onde fica a universidade Fumec.

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Balada. Na última semana, a reportagem percorreu regiões onde há a combinação de bares e faculdades. É no intervalo das aulas, às 20h30, que os estudantes trocam as salas de aulas pelas farras no bairro Buritis e deixam ruas, passeios e portas de prédios totalmente ocupados, inclusive com alunos tocando instrumentos em plena calçada. “Eu que chamei a bandinha e negociei a promoção da cerveja no bar”, contou um universitário, que não quis ser identificado.

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Veja vídeo

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FONTE: O Tempo.


Venda e consumo de cocaína, maconha, LSD e outras drogas ocorrem livremente na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da instituição, sem qualquer repressão

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 27 Mar 2015, 17:00.

Curso de história cancela aula após denúncias de violência e tráfico de drogas na UFMG

A decisão seria anunciada na próxima terça-feira mas a denúncia de tráfico e uso de drogas dentro da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), feita pelo Estado de Minas nesta sexta-feira, fez o diretor antecipar a medida

 
Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press
A coordenação do Colegiado de História suspendeu as aulas dos cursos diurno e noturno na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. A suspensão das aulas deveria ter início na próxima terça-feira, um dia depois de reunião dos coordenadores do curso com a Congregação. Mas a medida foi antecipada frente ao flagrante feito pelo Estado de Minas de venda de drogas no DA da faculdade e às denúncias de alunos, professores e funcionários de arrombamentos frequentes, roubo de computadores e equipamentos de laboratórios e assédio sexual às alunas.

O clima de insegurança no Departamento de História começou em outubro do ano passado, mas, segundo os professores, se agravou depois que a unidade deixou de ser vigiada por seguranças particulares. De lá para cá, foram contabilizados 30 furtos de computadores e de outros equipamentos de pesquisa, como uma furadeira do laboratório de neurociência.

A decisão de suspensão das aulas foi tomada depois de uma sequência de eventos que colocaram em xeque a segurança do prédio. Uma deliberação seria levada para a congregação na próxima segunda-feira, mas o Departamento de História se adiantou e enviou um comunicado, por e-mail, aos alunos explicando a suspensão das aulas. 

No comunicado desta manhã, o coordenador do colegiado de História informa que “as aulas do nosso curso (diurno/noturno) estão suspensas a partir de hoje, sexta-feira, dia 27 de março de 2015, por razões de segurança.” A nota diz ainda que o corpo acadêmico aguarda as deliberações da reunião da Congregação da FAFICH, prevista para hoje, para tomar outro posicionamento com relação à continuidade da suspensão das aulas ou à sua imediata interrupção. Na manhã de ontem, o diretor da Fafich, Fernando Filgueiras, participou de reunião na reitoria que avaliou medidas para resolver o problema de segurança na unidade. O Estado de Minas também recebeu e-mails, telefonemas e mensagens do Whatsapp de alunos e professores que relatam casos de violência e tráfico de drogas.

A venda e consumo de drogas no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Pampulha, tomaram conta de vários espaços e se instalaram de forma acintosa e aberta dentro do DA da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). O Estado de Minas e a TV Alterosa flagraram o tráfico e o livre uso de maconha em uma das festas.  Jovens vendem e consomem maconha, cocaína, LSD e loló em pleno Diretório Acadêmico da Fafich, sem se importar com o movimento de funcionários e professores. O local, que deveria dar suporte aos estudantes, virou boca de fumo e está degradado, com paredes pichadas e vidros quebrados. Veja vídeo ao fim desta reportagem.

Reunião

O diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernando Filgueiras, comentou nesta sexta-feira a denúncia. Em nota, afirmou que a situação piorou depois do corte de verba do governo federal, o que obrigou a universidade a reduzir o número de seguranças no campus.

O diretor reconheceu a gravidade do caso e atribuiu o uso e comércio de entorpecentes a festas dentro da universidade, em especial ao evento “Na Tora”, realizado perto do estacionamento da Fafich. A faculdade informou ainda que vai instaurar sindicância e processo administrativo para manter a “dignidade universitária”. 

O comunicado ressalta ainda que a Fafich se compremete a “assegurar condições para o pleno funcionamento das atividades de ensino, pesquisa e extensão e para o bom funcionamento da administração da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.” 

Fernando Filgueiras está reunido nesta sexta-feira com o setor administrativo da universidade para traçar um diagnóstico da situação. Neste encontro, serão avaliadas quais medidas serão tomadas para reprimir o tráfico e o consumo de drogas na instituição. A presença maior da Polícia Militar (PM) e o acionamento da Polícia Federal (PF) para investigar o caso estão sendo considerados. 

Em nota, a Polícia Federal (PF) informou que o local de ocorrência de crimes “não fixa a competência de atuação” da corporação. Disse, ainda, que tem trabalhado, junto com a Reitoria da UFMG, para buscar uma ação integrada para prevenção e repressão do tráfico de drogas no Diretório Acadêmico da Fafich

As duas salas do Diretório Acadêmico da Fafich, que deveriam dar suporte aos estudantes, estão totalmente pichadas e degradadas, com vidraças quebradas, o que denuncia a falta de manutenção (<br /><br /><br />
GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)

As duas salas do Diretório Acadêmico da Fafich, que deveriam dar suporte aos estudantes, estão totalmente pichadas e degradadas, com vidraças quebradas, o que denuncia a falta de manutenção

Enquanto alunos assistem atentos às aulas em salas um tanto vazias, a 10 metros, nos corredores, jovens sem qualquer relação com a instituição de ensino consomem e vendem maconha, cocaína, LSD e loló em pleno Diretório Acadêmico, que deveria dar suporte aos estudantes, mas se tornou boca de fumo. O tráfico e o uso de drogas no câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Pampulha, tomou conta de vários espaços e se instalou de forma acintosa e aberta dentro do DA da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich).

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O local está completamente degradado, com pichações alusivas a entorpecentes e gangues disputando espaços nas paredes e móveis. Uma fila de alunos, com cadernos debaixo do braço e mochilas nas costas, conta dinheiro para consumir as drogas entregues a eles sem qualquer constrangimento.
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A reportagem do Estado de Minas e da TV Alterosa passou a noite de ontem nas dependências da Fafich e testemunhou a compra, a venda e o consumo de drogas em vários locais. Logo que se chega aos corredores do terceiro andar, onde funciona o DA, o volume alto das músicas de funk dão indício de que uma festa está ocorrendo por perto.

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À distância, a imagem do sala onde funciona o DA causa impacto, por causa das paredes e vidros pichados algumas vidraças quebradas e iluminação em meia luz. O cheiro característico de maconha domina o ambiente. Sentados recostados às muretas dos corredores e em grupinhos fechados, jovens de bonés negociam buchas de maconha e consomem a droga em cigarros que rodam de mão em mão. Tudo isso entre o vaivém de estudantes, professores e funcionários, que apesar de aparentar ciência do que está acontecendo, desviam seus olhares e até o trajeto.
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Para entrar na sala do DA, é preciso atravessar um corredor estreito e escuro que lembra uma boca de fumo. Os jovens que vendem e consomem drogas entram e saem o tempo todo, como se estivessem apressados. Para entrar na sala, a reportagem, sem se identificar, seguiu com um casal de alunos que ainda carregavam cadernos e livros. O rapaz de blusa xadrez e calça jeans parecia ser amigo da jovem que vestia short e blusa xadrez. Os dois aparentavam ter menos de 20 anos e chegaram como se já conhecessem todo o esquema. O estudante foi quem pediu a droga a um dos traficantes, magro e negro, de boné. “Quero maconha”, disse, simplesmente. O casal então foi levado até o fornecedor que tinha a droga, um adolescente negro, gordo, de chinelos e short, que estava encostado em uma mesa.

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O traficante abriu uma sacolinha e expôs a erva solta, tirou com a mão um punhado e passou para o estudante. Imediatamente, o aluno dispôs a maconha num papel próprio e enrolou um cigarro, enquanto deixava o espaço.

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Depois, os dois foram vistos acendendo o cigarro.

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som alto As negociações precisam ser feitas em voz alta devido ao volume alto do funk que toca e embala coreografias e cantorias do jovens do DA, que se dividem entre partidas de baralho, em mesas pichadas e sinuca. Todas as paredes de dentro estão rabiscadas e sujas. O mesmo rapaz que levou o casal ao traficante, ofereceu maconha para a reportagem. Quando lhe foi pedido cocaína, ele disse que não tinha e pediu para um rapaz de camisa branca e boné, que estava num computador acessando uma rede social que atendesse a clientela. “O você quer?”, perguntou. Quando foi perguntado se tinha cocaína, ele enfiou a mão na bolsa da calça jeans e tirou uma caixa de fósforo cheia de pinos de plástico com pó branco. “São R$ 30 o pino”, respondeu.
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Até da porta do banheiro feminino que serve ao corredor da faculdade, o tráfico de drogas tomou conta. Uma dupla de estudantes, aparentemente entorpecidos, com os olhos vermelhos e fala arrastada, ofereceu LSD, que chamam de doce. A droga estava embalada num pedaço de papel alumínio que ele tinha na mão. Cada quadradinho custa R$ 25.

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Em meio às negociações, um deles coloca o LSD na boca e guarda a droga na capa do celular. Em tom de brincadeira, diz que vai voltar para casa drogado. “Vou chegar em casa e minha mãe vai me perguntar por que estou assim: rindo atoa”. E emenda: “Se precisar de alguma coisa (droga), é só me procurar. Fico sempre por aqui”.
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Do lado de fora, parte desses jovens envolvidos com o consumo e venda de entorpecentes frequenta uma festa perto do estacionamento da Fafich. Lá também são vendidas drogas por pessoas que não são estudantes. Cerveja, catuaba, vodca e outras bebidas são consumidas freneticamente ao som de música eletrônica. Adolescentes bebiam e fumavam maconha sem qualquer medo de repressão dos seguranças que passavam à distância. Até a turma que roda de bicicleta pela noite, percorrendo as trilhas da universidade, tem medo desse movimento. “Agora,vamos entrar na área da festa ‘Na Tora’. Cuidado, viu, gente?”, advertiu o líder do pelotão de ciclistas.

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FONTE: Estado de Minas.


Carolina, 16 anos, UFMG, não pode; Victor, 14 anos, UFS, pode…

Estudante de 14 anos faz pré-matrícula para cursar medicina

José Victor Conseguiu na Justiça o direito de fazer prova de proficiência. 
Ele teve média final de 751,16 pontos no Enem e 960 na redação.

José Victor posa com aprovados em medicina  (Foto: Reprodução/TV Sergipe)José Victor posa com aprovados em medicina

O estudante de Itabaiana José Victor Menezes Teles, de apenas 14 anos, fez a sua pré-matricula para o curso de medicina na Universidade Federal de Sergipe (UFS), na  manhã deste sábado (31), para ocupar a vaga conquistada após ser aprovado pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A seguna etapa da matrícula consiste na apresentação do candidato para a sua efetivação, o que será realizado na primeira semana de aula prevista para o dia 30 de março.

José Victor recebe trote e entra na brincadeira  (Foto: Reprodução/TV Sergipe)José Victor recebe trote e entra na brincadeira

Na ocasião, ele foi recebido por outros alunos e entrou no clima de festa dos estudantes. “Nunca estive tão feliz na minha vida. Agora eu estou esperando a formatura. Eu sempre sonhei com isso aqui. Agora estou realizado”, disse Victor após fazer a primeira etapa da matrícula.

Sobre o fato de ter se tornado uma espécie de celebredidade após a exposião na mídia ele resume: “É tudo muito novo. Mas daqui a pouco me esquecem e volto a minha rotina normal. Até lá vou recebendo o carinho das pessoas que nem me conhecem e isso é bacana”.

Ele estava cursando o primeiro ano do ensino médio e não poderia cursar a faculdade – o Enem só dá certificação a alunos com mais de 18 anos. Porém, ele conseguiu na Justiça o direito de fazer uma prova de proficiência aplicada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) na quarta-feira (28), foi aprovado e recebeu o certificado de conclusão do ensino médio para poder fazer a matrícula na universidade.

O estudante cursava o primeiro ano do ensino médio na Escola Estadual Murilo Braga. Ele teve média final de 751,16 pontos no Enem e fez 960 pontos na prova de redação. Com o resultado, José Victor conquistou uma das 100 vagas para o curso de medicina da UFS – e ficou em 7º no grupo inscrito, de escolas públicas.

Preparação
José Victor fez o Enem no fim do ano passado e decidiu entrar na Justiça para ter o direito de usar o resultado para ingressar na universidade. O garoto diz que sempre quis ser médico e sabia que, para isso, teria que se esforçar.

Ele estudou assuntos que ainda não viu na escola para fazer o Enem, que tem conteúdos de todo o ensino médio. José Victor conta que passava uma média de 3 horas por dia resolvendo questões de provas anteriores do Enem.

“Passei o ano passado estudando para o Enem, além do conteúdo dado em sala de aula. Sem dúvida a técnica para estudar e armazenar o conhecimento foram decisivas para o meu desempenho. É preciso saber organizar o tempo e também se preparar para saber como será a prova no dia”, afirma.

Registro da pré-matrícula na UFS (Foto: Reprodução/TV Sergipe)Registro da pré-matrícula na UFS

A disciplina e o interesse pelo conhecimento surgiu em casa com o incentivo dos pais, que são professores da rede estadual de português e inglês. Eles ajudaram José Victor a se organizar.

“Procurei vídeo-aulas na internet, livros complementares e fui a algumas aulas do curso pré-vestibular da Secretaria de Estado da Educação (Seed) por fora, mesmo sem estar matriculado, como aluno assistente”, diz. Também no ano passado, o estudante foi medalhista na Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obemep).

 Aluna de 16 anos passa em 4º lugar na UFMG mas é impedida pela Justiça

Carolina Amorim Fernandes ainda não concluiu o Ensino Médio.
TJMG e TRF negaram liminar porque ela não tem 18 anos.

A estudante Carolina Amorim Fernandes, de 16 anos, passou em Direito na UFMG mas não conseguiu se matricular porque não concluiu o ensino médio (Foto: Carolina Amorim/Arquivo Pessoal)
A estudante Carolina Fernandes, 16, passou em Direito na UFMG mas não conseguiu se matricular 

Carolina Amorim Fernandes passou o ano de 2014 estudando, em média, cinco horas por dia. Seu sonho era passar em Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela tirou nota 940 na prova de Redação do Enem e conseguiu 802,38 pontos no total, sendo aprovado em 4º lugar no curso. O problema: ela tem apenas 16 anos e não concluiu o Ensino Médio.

Ela postou o resultado em uma rede social e chegou a escrever: “Estado civil: morrendo de chorar de emoção. Agora é entrar na justiça e rezar pra um juiz muito bonzinho me deixar ir pra faculdade”. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF) negaram o pedido de liminar que permitiria a matrícula de Carolina.

Na tentativa de convencer o judiciário, a estudante se emancipou no ano passado, alcançando a maioridade civil. Porém, para os órgãos, isso não foi suficiente para que ela conseguisse a vaga.

Segundo a decisão do desembargador Luis Carlos Gambogi, do TJMG, mesmo preenchendo os requisitos relativos à pontuação, a estudante não tem 18 anos de idade, o que é exigido pelo Enem para que o candidato obtenha certficado de conclusão do Ensino Médio.

“Eu não considero isso justo porque houve vários outros casos semelhantes ao meu que foram aceitos pela Justiça. Eu não acredito que uma pessoa que não esteja preparada para entrar na faculdade tenha capacidade para passar em quarto lugar”, defendeu Carolina.

A estudante decidiu entrar na faculdade aos 16 anos porque havia conseguido boas notas no Enem quando cursava o 1º ano do Ensino Médio. “Eu fiz a prova pra ver como era. Me saí muito bem. Pensei, ‘se eu me preparar bem, tenho chance de antecipar a minha vida em um ano'”, disse.

Um outro recurso, também impetrado no TRF, mas desta vez em Brasília, ainda não foi julgado. “A gente espera que o juiz analise o pedido o mais rápido possível porque o período de matrícula da primeira chamada já acabou. Agora é torcer para que a Justiça determine que a UFMG abra uma vaga pra ela”, explica Patrícia Amorim, mãe de Carolina. “A gente vê a filha da gente se preparando tanto que é muito injusto ela não conseguir alcançar o sonho dela”, completa.

FONTE: G1.


Saiba como fazer artigo científico, TCC, monografia de pós, dissertação e tese

Compilado traz modelos pré-formatados, orientações passo-a-passo e até videoaulas instrucionais produzidos por algumas das principais instituições do País, como a USP, UFRJ e UFRGS

A produção de trabalhos científicos, com qualidade e relevância, é um dos gargalos nas instituições

 

 

 

 

 

Ainda é um desafio para muitos estudantes brasileiros de graduação e pós-graduação dominar as técnicas de elaboração de um trabalho científico. A redação, com qualidade, de artigos e de estudos de conclusão de curso requer um amplo domínio da metodologia da escrita acadêmica.

O fato é que nem sempre o aluno é bem orientado, ou por vezes, devido à falta de informações adequadas, o planejamento da pesquisa não é feito de forma produtiva. Tudo isso tende a impactar de forma direta na qualidade do material final produzido, que fica propenso a ser pouco inovador ou ter pouca relevância, por exemplo, em congressos ou periódicos científicos, tanto nacional quanto internacionalmente.

Segundo Zago (USP), metodologia científica ainda não é dominada por jovens pesquisadores

 

 

 

 

Esses são alguns dos aspectos que impedem o crescimento ainda maior da qualidade da produção científica das instituições de ensino do Brasil, incluindo até a principal do País, a Universidade de São Paulo (USP).

“A técnica não é dominada amplamente, em especial pelos pesquisadores principiantes e alunos de pós-graduação”, disse o então pró-reitor de pesquisa da USP Marco Antonio Zago, hoje reitor, em reunião com dirigentes da universidade durante evento acadêmico organizado na gestão anterior.

Para a busca da relevância, contudo, o primeiro passo é dominar a estrutura do trabalho científico, algo que requer atenção especial do estudante.

“Por definição, o trabalho de conclusão de curso é sempre a coisa mais difícil que o aluno precisa fazer. É o momento que ele tem que sair da zona de conforto e tentar criar algum tipo de originalidade acadêmica. O domínio da formatação do trabalho é fundamental”, fala o especialista em educação Claudio de Moura Castro, ex-diretor geral da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), agência federal de fomento responsável pela avaliação da produção científica dos programas de pós-graduação no país.

CompiladoAssim, para facilitar o trajeto acadêmico do graduando ou do pós-graduando, o iG Educaçãoresolveu fazer um compilado de materiais de orientação produzidos por algumas das principais universidades do País.

São guias instrucionais, modelos de trabalhos científicos pré-formatados, além de outras dicas e orientações envolvendo as técnicas e os procedimentos metodológicos que devem ser respeitados pelo estudante. Há ainda materiais extras em formado de videoaulas que podem ajudar ainda mais o aluno na elaboração do trabalho científico.

Periodicamente o iG Educação publica guias específicos como estímulo à formação acadêmica

Confira, a seguir, o mapeamento de materiais produzidos por reconhecidas instituições de ensino do País. Todos eles seguem orientações padronizadas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

1. Orientações gerais sobre os mais diversos trabalhos científicos
Guia de normalização para referências e citações (Universidade Estadual de Campinas)
Normas para apresentação de trabalhos científicos (Universidade Federal do Paraná)
Manual de normalização (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri)
Estrutura do trabalho acadêmico (Universidade Estadual Paulista)

2. Artigo científico
Manual de elaboração de projeto, artigo e outras regras básicas (Universidade Federal do Tocantins)
Como elaborar um artigo científico? (Universidade Federal de Santa Catarina)
Orientações sobre artigo de acordo com normas oficiais pela professora Eliana Maria Garcia (Universidade de São Paulo)
Confira um modelo padrão de estrutura de um artigo (Intercom)

Videoaulas: curso sobre escrita científica com o professor Valtencir Zucolotto (Universidade de São Paulo)

3. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e monografia de graduação ou de pós-graduação (especialização ou MBA)
Recomendações para elaboração da monografia (Universidade de São Paulo)
Manual para normalização de TCC (Instituto Federal de Educação do Triângulo Mineiro)
Instruções para elaboração de monografia (Inmetro)
Modelo completo de TCC (Universidade Estadual de Londrina)
Modelo de projeto de monografia (Universidade do Vale do Itajaí)
Videoaula: sobre as partes que compõe a monografia com o professor Fábio Maiomone (Universidade Católica de Santos)
Videoaula: “Aprenda a fazer o seu TCC” com o professor José Carlos Abreu (Fundação Getúlio Vargas)

4. Pré-projeto e projeto de pesquisa para seleção de cursos de pós-graduação
Modelo de projeto de pesquisa para candidatos ao mestrado (Universidade Federal de Santa Maria)
Modelo básico de projeto de pesquisa (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Como elaborar um projeto de pesquisa (Universidade de São Paulo)
Roteiro para pré-projeto de pesquisa (Universidade Federal do Ceará)

5. Dissertação de mestrado
Diretrizes para apresentação de dissertações (Universidade de São Paulo)
Manual para dissertações (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Normas para apresentação de dissertações (PUC Rio)

6. Tese de doutorado
Diretrizes para apresentação de teses (Universidade de São Paulo)
Como escrever uma tese e que ferramentas de software usar? (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Manual para teses (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Normas para apresentação de teses (PUC Rio)

FONTE: iG.


Pensão alimentícia e salário mínimo

 

Jorge Ferreira S. Filho – Advogado, professor na Faculdade de Direito de Ipatinga, presidente do Instituto dos Advogados de Minas Gerais (Iamg) %u2013 Seccional Vale do Aço %u2013, mestre em direito pela UGV e especializado em direito de família pela Universidade de Coimbra, Portugal

pensao

Analiso aqui um caso hipotético. Um trabalhador foi condenado a pagar pensão de um salário mínimo (SM) destinada aos seus dois filhos do primeiro casamento. No segundo matrimônio teve mais três filhos. A questão posta é: os três filhos mais novos estariam sendo tratados com igualdade econômica em relação aos dois primeiros filhos?.

Tomarei por referência a variação do salário mínimo entre janeiro de 2010 e janeiro de 2014. Nesse período, o valor nominal do SM sofreu uma majoração de 41,96% (de R$ 510 para R$ 724). Considerando o IPCA acumulado nos anos de 2010 a 2013, temos uma variação de 26,44%. Portanto, a pensão dos dois primeiros filhos teve um ganho no poder de compra de aproximadamente 14,52 pontos percentuais. Um aumento real, pois a variação do SM superou a do IPCA. Isso significa melhor condição econômica de vida. A óbvia e incômoda pergunta que segue é: o salário desse trabalhador, que paga a pensão, evoluiu conforme o salário mínimo?. 

No Brasil, muitas categorias profissionais tiveram os salários praticamente sem ganho real. Como exemplo, tem-se a categoria dos comerciários da cidade de São Paulo, que conseguiram reajustar os salários em 2013, conforme o instituto Data Folha, em apenas 5,6%. Isso significa mera recomposição do poder de compra, sem ganho real.

No exemplo acima, os filhos do primeiro casamento desse trabalhador, ao contrário dos demais, foram beneficiados com um aumento real no poder de compra da pensão. Uma ostensiva desigualdade de tratamento entre os filhos. Isso fere a Constituição e a lei ordinária, pois “os filhos terão os mesmos direitos”, segundo proclama nosso ordenamento. 

Ademais, tem-se a lei, que diz: “As prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão atualizadas segundo o índice oficial regularmente estabelecido”. Embora o enunciado seja ambíguo, a maioria concorda que o índice ao qual o texto se refere é o relativo à inflação. Essa interpretação é razoável, eis que o artigo 22 da Lei 6.515/77 estabelecia que “salvo decisão judicial, as prestações alimentícias de qualquer natureza serão corrigidas, monetariamente, na forma dos índices de atualizações das Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional”. Por conseguinte, como o IPCA é o índice oficial da inflação, então, apenas esse indicador deveria ser observado para corrigir o valor de compra da pensão alimentícia. 

Por que, então, pensões continuam sendo fixadas em salário mínimo? 

O debate não é novo. O professor da PUC-SP Carlos Eduardo Nicoletti Camilo já advertira em 2006 que não era conveniente fixar em salário mínimo a pensão alimentícia, pois tal índice, “em nosso país, mais parece uma válvula político-eleitoral do que a mínima e digna remuneração a que um trabalhador brasileiro efetivamente merece perceber”, mas o Judiciário e parte da doutrina atrelaram-se, inicialmente, ao vetusto artigo 22 da Lei 6.515/77, que dava ao juiz o poder de sopesar e decidir qual índice adotaria para corrigir o valor da pensão. 

Em seguida, doutrinadores como Maria Berenice Dias e Pablo S. Gagliano esposaram a tese no sentido de que “a natureza especial da verba alimentar justificaria” a fixação da pensão em salário mínimo e acrescentaram que esSe ato não se revelaria inconstitucional perante o artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federal, que proíbe que seja usado o salário mínimo como indexador para qualquer fim. Os mais radicais propalaram que essa discussão estaria sepultada, pois o Supremo Tribunal Federal (STF), no RE 170.203, de 1993, decidiu que prestações alimentícias poderiam ser fixadas em salário mínimo. Estaria?

Para responder, dirijo-me à fonte, o voto do ministro Ilmar Galvão, relator do recurso, assim fundamentado: “O Supremo Tribunal Federal, sob a ordem constitucional precedente, considerou inaplicável a proibição do uso do salário mínimo como base de cálculo, em se tratando de cálculo de pensão em ação de indenização por ato ilícito”. Argumentou ainda que esse critério daria ao beneficiário as garantias que a Constituição quis dar ao trabalhador no tocante ao atendimento de suas “necessidades vitais” e concluiu que “nenhum outro padrão seria mais adequado à estipulação da pensão”. 

Surgem do contexto, três perplexidades hermenêuticas: 

a) Segundo Ronald Dworkin, as decisões judiciais devem ser específicas ao caso e “calcadas em princípios”. Por isso, soa ilegítimo o STF simplesmente negar a literalidade de um enunciado proibitivo constitucional, sem fundamentar seu entendimento, sopesando princípios constitucionais. A interpretação constitucional, no dizer de Carlos Maximiliano, é precipuamente sistemática e teleológica, e nem sempre “o fato de se mencionar um caso determinado obrigará a excluir todos os outros”. 

b) A analogia defendida pela doutrina (o aplicável à pensão por ato ilícito valer para a pensão de direito de família) é inaceitável, pois ela somente se aplica quando a lei for omissa e, no caso, há norma específica dizendo que a pensão alimentícia deve ser corrigida pelo índice oficial, sem dar ao julgador direito de fixá-la de forma diversa.

c) É o valor do salário mínimo que deve assegurar o atendimento às necessidades vitais do brasileiro e não seu emprego como indexador. Manter alimentos fixados em salários mínimos é conscientemente afrontar o princípio da igualdade de tratamento entre filhos, insculpido no artigo 227, §6º, da Constituição Federal.
FONTE: Estado de Minas.

Faculdade não é obrigada a emitir certificado a aluna acusada de plágio

Além de plagiar trabalho, aluna não preencheu os requisitos para elaboração regular do artigo de conclusão de curso.

A 6ª câmara Cível do TJ/CE isentou a Faculdade Christus de emitir certificado a aluna que não preencheu os requisitos para elaboração regular do artigo de conclusão de curso. Dentre outras falhas, a autora teria apresentado trabalho que era cópia praticamente literal de outro já publicado.

A estudante se matriculou em maio de 2008 no curso de especialização em Neuropsicologia, na faculdade. Após solicitação para que o trabalho apresentado fosse refeito, a aluna enviou novo arquivo, mas foi informada de que não obteria aprovação porque não participou de encontro presencial com a orientadora. Por esse motivo, ingressou com ação requisitando a entrega do certificado de conclusão e indenização por danos morais.

Na contestação, a instituição de ensino alegou descumprimento dos requisitos para conclusão do curso, informando que a estudante apresentou o trabalho fora do prazo e que nunca compareceu às reuniões. Em análise dos argumentos da ré, o juízo da 1ª vara de Crato/CE constatou a existência de plágio e a falta de encontros presenciais com a orientadora e condenou a estudante a pagar indenização por danos morais, além de multa de 1% sobre o valor atualizado da causa por litigância de má-fé.

A relatora do recurso da aluna, desembargadora Sérgia Maria Mendonça Miranda, excluiu a obrigação do pagamento de indenização à faculdade, mas manteve a não obrigação de entrega do certificado e a condenação por litigância de má-fé.

A magistrada ainda destacou que “o que se conclui de tal atitude é, no mínimo, manifesto descaso e descomprometimento com a demanda processual, a caracterizar proceder de modo temerário, atentatório ao princípio da boa-fé processual, uma vez que alterou a verdade dos fatos, com o nítido intuito de induzir a erro o Juízo para conseguir o certificado de conclusão e a almejada indenização por danos morais“.

FONTE: Migalhas.


Créditos

Reportagem: Carolina Moreno e Paulo Guilherme
Desenvolvedor: Rogério Banquieri
Infografia: Dalton Soares e Daniel Roda
Edição: Gustavo Miller (conteúdo)

Neste filtro é possível pesquisar detalhadamente as vagas.

FONTE: G1.


O valor do gostar de ler

LINGUAGENS – Prova avalia mais do que o português. Ela exige que o aluno entenda diversos tipos de mensagens

João Henrique Machado Delgado, de 18 anos, que vai tentar vaga no curso de engenharia civil, e Bianca Lemos Elias Lima, de 17, que em 2012 foi treineira, estudam no Colégio Santo Agostinho  (fotos: Túlio Santos/EM/D.A Press)
João Henrique Machado Delgado, de 18 anos, que vai tentar vaga no curso de engenharia civil, e Bianca Lemos Elias Lima, de 17, que em 2012 foi treineira, estudam no Colégio Santo Agostinho

No mesmo dia da redação e das 45 questões de matemática, os alunos que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 26 e 27 deste mês, ainda se deparam com uma prova que pede mais do que saber ler: a de linguagens, códigos e suas tecnologias. É preciso entender, interpretar e decodificar várias formas de textos. Se engana quem acha que essa prova cobra apenas língua portuguesa e literatura. Ali ainda estão abordagens de língua estrangeira – inglês ou espanhol –, artes, educação física, tecnologias da informação e comunicação. Nesta última reportagem da série sobre as áreas de conhecimento do Enem, o Estado de Minas publica também oito questões exclusivas elaboradas pelos professores do Colégio Santo Agostinho . É mais uma oportunidade para treinar a capacidade leitora e o nível dos estudos.

A prova de linguagens e códigos é uma das mais extensas, segundo especialistas, pela quantidade de textos. E ela cobra mesmo a habilidade leitora do estudante, sem decoreba. Segundo a professora de português do Colégio Santo Agostinho Else Martins dos Santos, o Enem pede essa capacidade do aluno desde suas primeiras edições. “O Enem quer saber se o candidato sabe ler, se percebe objetivamente como a linguagem é construída”, explica. Para tanto, é preciso estar atento a elementos de coesão, valor semântico, figuras de linguagem, sintaxe, entre outros conteúdos. Não é uma prova de muitas surpresas, segundo Else. Segue integralmente o que está descrito na matriz do Enem. “É uma prova inteligente, que conversa com o aluno.”

O professor de linguagens e literatura do Colégio Santa Marcelina Jair Alves Corgozinho Filho também considera a leitura fundamental. Para ele, o aluno que vai fazer a prova do Enem tem que estar acostumado a ler diversos gêneros textuais, não devendo se prender a apenas um tipo. “Vai ter um texto verbal, recortes de artigos, entrevistas, edital, editorial, enfim, ele vai se deparar com gráficos, imagens dos mais variados tipos”, alerta. Também é importante, segundo ele, que o aluno entenda como texto outras circunstâncias. “Ele deve perceber o teatro como texto, a dança como texto, o cinema, música, tudo é para ser lido. O Enem aposta num leitor como produtor de sentidos a partir de uma provocação que foi dada”, salienta. O estudante ainda deve ser capaz de ler situações comunicativas. “Isso quer dizer a influência de um contexto numa mensagem, se é formal ou informal, o padrão de linguagem, suas funções, ser um operador da linguagem e, mais que isso, interpretar outros operadores, como reconhecer a marca de um autor no texto”, diz.

Quando se fala em códigos, o Enem quer dizer nomenclaturas, ou seja, as regras, bases teóricas. Na tecnologia da informação entram as mídias sociais, linguagens usada em tablets e smartphones, concepção de arte, arte contemporânea, por exemplo. Na educação física, a ideia é que o aluno entenda a linguagem corporal. “É o que circula na grande mídia, no Facebook, é uma prova feita por um leitor contemporâneo, que se adapta a uma realidade histórica. O aluno pode encontrar uma questão sobre grafite, música, o que está na internet”, explica Jair Alves. “E ainda há um conteúdo de memória como arcabouço.”

Para a professora de português Else Martins dos Santos, a prova deve conversar com o aluno (fotos: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Para a professora de português Else Martins dos Santos, a prova deve conversar com o aluno

ESTRATÉGIAS João Henrique Machado Delgado, de 18 anos, é aluno do terceiro ano do ensino médio do Colégio Santo Agostinho e vai tentar uma vaga no curso de engenharia civil. Mesmo habituado à área de exatas, gosta de ler, escrever e se interessa por português e literatura. Para ele, a prova de códigos e linguagens cobra o que o estudante vê em toda sua vida escolar, por isso, a melhor estratégia que adota é prestar atenção no conteúdo dado pelo professor na sala de aula. “É preciso saber aproveitar o momento em sala, é quando se aprende mais.” Para a área de exatas, conta que gosta de resolver exercícios, já para as humanas, lê muito e treina fazendo questões.

Candidata ao curso de direito, Bianca Lemos Elias Lima, de 17, também aluna do Santo Agostinho, vai fazer a prova do Enem pela segunda vez. No ano passado, foi treineira e agora é para valer. Para ela, o importante na prova é não pensar só no que está escrito, mas refletir dando um enfoque social. “É uma prova politicamente correta”, exemplifica. Por isso, disse ela, é preciso ter cuidado no posicionamento que vai tomar na redação e ter um bom conhecimento do que está ocorrendo lendo muitos textos e diversificando as fontes. Uma estratégia que adota como atividade de estudo é resumir os textos que lê. “É uma forma de memorizar.”

A professora de produção de textos do Santo Agostinho Camila Reis dá uma dica preciosa. Para ela, o aluno tem o hábito de “brigar” com a prova, ou seja, buscar o que está oculto naquela questão. Se esse tipo de “pegadinha” era praxe no vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Enem não está presente. “Não tem pegadinha, o Enem é simples.”

Segundo Camila Reis, professora de produção de textos, não há pegadinha, o Enem é simples (fotos: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Segundo Camila Reis, professora de produção de textos, não há pegadinha, o Enem é simples

Alunos perguntam

Qual tempo devo calcular para
fazer cada questão e a redação?

Hiany Moreira Souto Lopes, de 18 anos,
candidata ao curso de medicina

Especialistas respondem

Existe um parâmetro matemático que sugere três minutos para cada questão. São 270 minutos divididos para 90 itens cada dia e uma hora para a redação. Mas essa é uma base e não uma regra. Uma dica é que o aluno, quando ver que não sabe aquela questão depois de lê-la com cuidado, passe para frente e depois volte nela, mas entendendo que não dá para ultrapassar todas, afinal o Enem é um desafio. Costumo indicar para os alunos que se lembrem e coloquem em prática os quatro passos do coaching: tenham clareza mental, poder de decisão, capacidade criadora e autocontrole.

Silvana Maria Dias Camelo
Psicóloga e orientadora educacional do Colégio Santa Marcelina

FIQUE ATENTO

Veja o que é preciso saber para fazer bem a prova de linguagens, códigos e suas tecnologias

» Colocação pronominal

» Articuladores textuais

» Regência nominal e verbal

» Ferramentas gramaticais são indispensáveis

» História da literatura brasileira, processo de formação dessa literatura

» Não cobra obra literária, mas traz os grandes nomes como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade. É preciso perceber a presença desses nomes

» Aspectos de cultura popular, como ditados, trocadilhos

» Teoria da variação linguística

» Importante ler sobre “preconceito linguístico”

» Gêneros textuais

Teste seu conhecimento

Simulado – Com a leitura em dia, candidatos podem resolver questões de todas as áreas com mais facilidade

Ciências da Natureza e suas tecnologias

QUESTÃO 1Observe a situação mostrada na tirinha abaixo.

Mesmo com boa intenção, o personagem Cebolinha acabou por levar a flor a ter um fim trágico.
Na situação mostrada no último quadrinho, o conjunto balão + flor está em movimento ascendente com velocidade

A) que aumenta, pois a força de empuxo é maior do que o peso do conjunto balão + flor.
B) que aumenta, pois a densidade do ar é menor do que a do conjunto balão + flor.
C) que aumenta, pois o peso do conjunto balão + flor é anulado pelo empuxo.
D) constante, pois a densidade do conjunto balão + ar é igual à densidade do ar.
E) constante, pois a força de empuxo é igual ao peso do conjunto balão + flor.

QUESTÃO 2

Atualmente, os carros são dotados de dispositivos para diminuir as chances de ferimentos em seus ocupantes em caso de colisão. A figura mostra uma foto de um teste de colisão (crash test) feito para verificar como esses dispositivos estão atuando.

É fácil observar, na foto, a atuação de pelo menos duas medidas adotadas para preservar a integridade dos ocupantes do carro: a deformação progressiva sofrida pela parte frontal do veículo, e a atuação do air bag, no momento em que foi inflado, em frente ao rosto do motorista.
Esses dispositivos de segurança

A) diminuem rapidamente o valor da velocidade dos ocupantes do carro.
B) evitam o deslocamento dos ocupantes do carro para fora do mesmo.
C) aumentam o intervalo de tempo de aplicação das forças do impacto.
D) aumentam a desaceleração sofrida pelos ocupantes do carro.
E) reduzem o impulso aplicado sobre os ocupantes do carro.

QUESTÃO 3

Os feromônios são substâncias químicas usadas na comunicação entre indivíduos da mesma espécie.  As formigas comunicam-se usando essas substâncias, assim como as abelhas. A mensagem química tem como objetivo provocar respostas comportamentais, como alarme, agregação, colaboração na produção de alimentos, defesa e acasalamento. Cada tipo de comportamento tem um feromônio que o identifica  e isso explica por que formigas conseguem seguir uma trilha ou por que as abelhas conseguem voltar para suas colmeias.

A estrutura a seguir representa um feromônio de uma espécie de formiga, no caso de uma situação em que  se prepara para luta:

CH3CH2CH2CH2CH2CH2OH

Em uma pesquisa sobre feromônios, essa substância foi isolada e colocada em  presença de dicromato de potássio em meio ácido. O produto orgânico dessa reação será classificado como

A) ácido carboxílico
B) álcool secundário
C) cetona
D) éster
E) éter

Ciências Humanas e suas tecnologias


QUESTÃO 4

“(…) Quando Luiza Erundina, partindo das demandas dos movimentos populares e dos compromissos com a justiça social, propôs a tarifa zero para o transporte público de São Paulo, ela explicou à sociedade que a tarifa precisava ser subsidiada pela prefeitura e que ela não faria o subsídio implicar em cortes nos orçamentos de educação, saúde, moradia e assistência social, isto é, dos programas sociais prioritários de seu governo.
Antes de propor a tarifa zero, ela aumentou em 500% a frota da CMTC. Explicação para os jovens: CMTC era a antiga empresa municipal de transporte) e forçou os empresários privados a renovarem sua frota.
(…) Ela propôs, então, que o subsídio viesse de uma mudança tributária: o IPTU progressivo, isto é, o imposto predial seria aumentado para os imóveis dos mais ricos, que contribuiriam para o subsídio juntamente com outros recursos da Prefeitura.
À medida que os mais ricos, como pessoas privadas, têm serviçais domésticos que usam o transporte público, e, como empresários, têm funcionários usuários desse mesmo transporte, uma forma de realizar a transferência de renda, que é base da justiça social, seria exatamente fazer com que uma parte do subsídio viesse do novo IPTU.
Os jovens manifestantes de hoje desconhecem o que se passou: comerciantes fecharam ruas inteiras, empresários ameaçaram lockout das empresas, nos “bairros nobres” foram feitas  manifestações contra o “totalitarismo comunista” da prefeita e os poderosos da cidade “negociaram” com os vereadores a não aprovação do projeto de lei.
A tarifa zero não foi implantada. Discutida na forma de democracia participativa, apresentada com lisura e ética política, sem qualquer mancha possível de corrupção, a proposta foi rejeitada.
Chauí, Marilena: O inferno urbano e a política do favor, clientela, tutela e cooptação, in Revista Teoria e Debate: As manifestações de junho de 2013 na cidade de São Paulo. publicado em 27 de junho de 2013.

O fragmento de texto da filólofa Marilena Chauí, publicado no contexto das manifestações de junho de 2013, contribui para a análise das relações existentes entre os interesses públicos e privados dentro da ordem democrática.
As considerações feitas no fragmento de texto permitem-nos inferir que, na dinâmica das recentes manifestações no Brasil,

A) a apropriação dos protestos por grupos extremistas compromete as bandeiras originais do movimento.
B) a defesa da moralidade pública por si só não assegura a definição de uma ordem social justa e colaborativa.
C) o espontaneísmo das massas minimiza a importância dos partidos políticos como intermediadores institucionais.
D) a liderança horizontalizada dos movimentos sociais dilui, politicamente, o caráter classista dos novos protestos.
E) o resgate da capacidade auto-organizativa da sociedade reafirma a evolução da ordem democrática.

QUESTÃO 5

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o censo é uma ferramenta fundamental para a consolidação do Estado democrático contemporâneo:
“Por meio dos dados dos censos, é possível retratar, para níveis geográficos detalhados, a população e suas condições de vida, dando resposta às seguintes questões: quantos somos? Como somos? Onde vivemos?  Como vivemos? Os dados dos censos, sobre a população e domicílios, são, assim, fundamentais.”

Fonte: http://censo2010.ibge.gov.br/images/pdf/censo2010/textos_tecnicos/por_que_fazer_censo_2010. PDF acessado em 23/09/2013

A utilização dos censos como ferramentas políticas remonta ao Império Romano, tendo sido resgatada, posteriormente, por Guilherme I (1028–1087), o Conquistador, governante que teve um papel fundamental na formação do Estado nacional inglês. A realização de censos durante os processos de centralização.

A) permitiu a consolidação de políticas democráticas em toda a Europa, a partir do levantamento das necessidades sociais, o que contribuiu para a construção da legitimidade política dos reis.
B) viabilizou a construção de políticas públicas diversificadas e determinadas pelos interesses exclusivos da nobreza, permitindo a implantação de uma burocracia inclusiva que gerou maior estabilidade nos novos reinos.
C) permitiu antever a realização das reformas protestantes, ao evidenciar diferenças religiosas que permeavam as populações dos reinos, o que permitiu aos governantes se adaptarem ao novo contexto cultural.
D) contribuiu para a consolidação do poder dos reis, ao orientar a organização de uma nova administração a partir do conhecimento da quantidade de bens possuídos pelos súditos, passíveis de tributação.
E) não foi efetiva por não haver tecnologias disponíveis, nem interesse político dos grupos que assumiram o poder em toda a Europa, tendo permanecido tais pesquisas sem aplicabilidade até o surgimento dos governos burgueses.

Matemática e suas  tecnologias


QUESTÃO 6

Leia o texto a seguir.
“Com a escassez de mão de obra qualificada, faltam professores em diversas áreas. Ausência de estímulo à formação é apontada como causa. Problema vai  agravar-se nos próximos anos.”
Com essa manchete, o Estado de Minas publicou, em 22 de setembro, matéria que chama a atenção para a falta de mão de obra qualificada em diversas áreas, evidenciando a área da educação. Uma das saídas que os governos municipais, estaduais e federal vêm encontrando para a solução do problema é a importação dessa força de trabalho de outros países, como já foi feito na área da medicina. O gráfico a seguir traz uma visão geral de como vem acontecendo essa entrada de estrangeiros para trabalhar no Brasil.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego
Publicado no Estado de Minas – 22/9/2013 – Economia

Esses estrangeiros, quando chegam ao Brasil, têm que conseguir uma autorização do Ministério do Trabalho e Emprego para se legalizarem no país e trabalhar dentro da lei. Além disso, em alguns casos, são submetidos a avaliações de conhecimentos gerais, principalmente da língua, e também específicos, e só então são designados para um local de trabalho.
Uma dessas pessoas, que chegou ao Brasil vinda da Alemanha ou dos Estados Unidos, foi escolhida aleatoriamente para fazer uma prova de conhecimentos específicos da área em que vai trabalhar. Considerando que esse profissional foi aprovado no exame, a probabilidade de ele ser designado para um estado que não seja Minas Gerais é, aproximadamente,

A) 96%  B) 40%  C) 15%  D) 4%  E) 3%

QUESTÃO 7

A legislação brasileira atual permite que a gasolina comercializada nos postos tenha 25% de etanol misturado a ela.

Os órgãos competentes, ao fiscalizarem um posto de combustível, detectaram que a gasolina comercializada possuía 28% de etanol. Além de ter sido notificado, o proprietário do posto teria que, imediatamente, reduzir para o percentual permitido pela legislação os 8 mil litros de gasolina contidos no tanque. Sendo assim, o proprietário solicitou ao distribuidor que enviasse um carregamento de gasolina com 20% de etanol, para que fosse diluído à gasolina existente.
Qual é a quantidade de gasolina, com a concentração de 20% de etanol, necessária para acrescentar aos 8 mil litros do tanque, de tal forma que o percentual de etanol ficasse reduzido a 25%?

A) 640 litros
B) 848 litros
C) 960 litros
D) 4.800 litros
E) 8.000 litros

Linguagens, códigos e suas tecnologias


QUESTÃO 8

Texto 1
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Buarque, Chico. Construção In: Homem, Wagner. Histórias de canções/Chico Buarque. – São Paulo: Leya, 2009.

Texto 2
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
(…)
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.

E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Moraes, Vinicius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998.

Chico Buarque e Vinicius de Moraes abordam em seus textos o cotidiano de um operário na construção civil. A diferença estabelecida entre os textos é que, enquanto

A) o texto 1 utiliza metáforas e aliterações para construir uma musicalidade na leitura, o texto 2 apresenta elementos prosaicos para tornar a leitura mais direta e menos lírica.
B) o texto 1 enumera as etapas do ofício do trabalhador, o texto 2 expõe um quadro mais amplo, a relação harmônica entre o patrão e o operário da construção civil.
C) o texto 1 revela um acidente de trabalho frequente na construção civil, o texto 2 trabalha a discussão e negociação salarial também frequente no universo das construtoras.
D) o texto 1 denuncia a realidade trágica do trabalhador por meio da naturalização do acidente, o texto 2 apresenta uma tomada de consciência do trabalhador.
E) o texto 1 tenta sensibilizar o leitor por meio do jogo de palavras e sonoridade, o texto 2 toca o leitor apenas pelo caráter melódico e irônico de seus versos.

Gabarito

1-A    2-C    3-A    4-B    5-D    6-A    7-D    8-D

FONTE: Estado de Minas.


De um lado, mais cotas; de outro, mais disputa

Minas já destina mais vagas para a rede pública que o previsto em lei, e reserva pode aumentar. Política antecipa acirramento da briga para candidatos que disputam na livre concorrência

cotas

Quem estuda em escola particular e se prepara para tentar uma vaga para o próximo ano na universidade pública deve enfrentar uma luta mais acirrada pelas vagas. Com a Lei das Cotas em vigor, as instituições terão de ofertar em 2014 pelo menos 25% de suas vagas para alunos de escola pública, negros, pardos ou indígenas e com renda familiar per capita menor que um salário mínimo e meio. Em Minas, a disputa pelas vagas de livre concorrência será ainda maior. Isso porque, em média, as federais do estado atingirão o índice de 32,4% de reserva  Do total de 32.968 de cadeiras das 11 instituições federais, 10.685 vão para o sistema de cotas sociorraciais – número que ainda pode aumentar em setembro. Se cumprissem os 25% determinados pela legislação, as instituições deveriam oferecer 8.843.

A Lei 12.711/2012, conhecida como Lei das Cotas, foi sancionada em agosto do ano passado pela presidente Dilma Rousseff e define a distribuição de vagas nas instituições públicas de ensino técnico e superior do país. De acordo com o texto, a implantação da regra deve ser escalonada, com 12,5% de reserva para estudantes do ensino gratuito a cada ano, até que metade das matrículas seja destinada a esses alunos em 2016.

cotas2

Em Minas, o número de vagas sociorraciais ainda deve crescer, já que algumas instituições tendem a expandir a política de inclusão para 2014. A Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), por exemplo, reservou 30% de suas cadeiras para os cotistas já em 2013. Agora, estuda aumentar o percentual. Segundo o pró-reitor de Graduação, Marcílio Sousa da Rocha Freitas, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão vai se reunir no dia 16 do mês que vem para definir a questão. Alguns conselheiros, segundo ele, são favoráveis à permanência dos 30%, enquanto outros defendem que o percentual aumente. Ele acredita, no entanto, que a quantidade de vagas reservadas será mantida.

Na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), há a expectativa de que, em vez de 331 vagas para cotistas, o equivalente a 25%, sejam destinadas 662, metade do total ofertado pela instituição. A decisão também será em setembro, conforme o pró-reitor de Ensino, Acir Mário Karwoski. Segundo ele, o assunto foi discutido duas vezes e agora entra na pauta da reunião do Conselho Superior Universitário. “A universidade não tem garantias de que a política nacional de assistência estudantil vá manter as condições de acolhimento de todos os estudantes da Lei das Cotas”, pondera.

Uma das preocupações das instituições, segundo Acir Karwoski, é a maneira como o estudante vai se sustentar financeiramente na universidade. Para isso, as federais contam com a aprovação pelo Ministério da Educação do Bolsa Permanência. A assistência, com valor em torno de R$ 400, ainda está em discussão e pode chegar ao bolso dos beneficiários já em 2014, de acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). “Nossa expectativa é poder melhorar a assistência estudantil”, disse o professor.

Na Universidade Federal de Viçosa (UFV), o clima ainda é de indecisão sobre o percentual de reserva. Por causa da greve nos três câmpus da instituição, as aulas seguem até o próximo dia 6. Somente após essa data a direção deverá se reunir para decidir se opta pelos 25% obrigatórios ou já adota índice maior. De acordo com o pró-reitor de Ensino, Vicente Lelis, serão analisados o rendimento dos cotistas e as condições de apoio a esses estudantes. “Só poderemos ter uma leitura desse cenário após o fim do semestre.”

O conselho da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) já confirmou o cumprimento dos 25% de reserva. Mas, de acordo com o diretor de Processos Seletivos, Orosimbo de Almeida Rego, a instituição aguarda o edital do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para definir se haverá ou não aumento no percentual de cotas sociorraciais.

A equação 

As regras da Lei das Cotas para ingresso nas universidades federais

1 – Metade das vagas ofertadas por universidades e escolas técnicas federais em todo o país devem ser reservadas a estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas até 2016.

2 – O texto prevê que a reserva seja feita de forma escalonada a partir de 2013, sendo incluídos 12,5% do total de vagas para as cotas a cada ano. Em 2014, o mínimo é de 25%, percentual que sobe a 37,5% em 2015.

3 – A reserva ocorrerá por curso e turno. O segundo critério define que, do total de vagas reservadas, a metade será destinada a alunos da rede pública vindos de famílias com renda de até um salário mínimo e meio por pessoa. O restante dos concorrentes da rede pública poderá ter qualquer renda.

4 – Há uma condição complementar: nas vagas reservadas, a porcentagem de alunos que se autodeclaram pretos, pardos e indígenas terá de ser no mínimo a mesma dessa população no estado, de acordo com o censo mais recente do IBGE.

FONTE: Estado de Minas.


Faculdade do Distrito Federal desafia suspensão do MEC e faz novas matrículas

Instituição foi proibida de receber novos alunos por suspeita de emissão irregular de registro de especialização

Suspeita de emitir diplomas de pós-graduação para alunos que nunca estiveram em sala de aula, a Faculdade de Tecnologia Equipe Darwin acabou proibida pelo Ministério da Educação (MEC) de matricular estudantes interessados em especializações. Mas a instituição de ensino superior, situada em Águas Claras, está desrespeitando a decisão. Por telefone ou pessoalmente, funcionários não hesitam em registrar a inserção de estudantes em uma das 31 pós disponíveis no prédio.

Em 28 de junho, a Secretaria de Regulação e Supervisão Superior do MEC, por meio da Portaria nº 277, além de vetar o ingresso de alunos, proibiu a abertura de cursos especiais. A ordem do ministério foi emitida após uma série de reportagens do Correio. Em março de 2011, o jornal denunciou um suposto esquema de emissão clandestina de certificados de pós-graduação.

A diplomação suspeita ocorria em duas instituições parceiras da Darwin: o Instituto de Capacitação Educacional (CAP) e no Núcleo de Ensino Superior de Brasília (Nesb), situados no Recanto das Emas e em Taguatinga Norte, respectivamente. A primeira entidade certificava os alunos em nome da Darwin. A reportagem comprovou que, mediante pagamento antecipado de R$ 1 mil, era possível burlar todas as etapas de um curso verdadeiro e sair com o título de especialista em alguma área sem nunca, de fato, ter passado pelas etapas de um curso regular. O CAP acabou fechado uma semana depois.

FONTE: Estado de Minas.


Justiça dá ordem de despejo à faculdade que deve aluguéis

A juíza da 5ª Vara Cível de Brasília determinou o cumprimento imediato de mandado de despejo na ação de despejo ajuizada por Carlton Hotelaria e Turismo LTDA contra SETEC –Sociedade de Ensino, Tecnologia, Educação e Cultura, nome fantasia Faculdade Alvorada.

Em 2009, o autor ajuizou contra a faculdade ação de despejo cumulada com rescisão de contrato de locação. Segundo afirmou, a instituição de ensino não pagou os alugueres acordados por contrato no período de 31/12/2008 a 31/7/2009, cujo saldo devedor perfazia o montante de R$ 2.489.427,60.

A faculdade, por sua vez, alegou que os valores informados pelo autor estariam incorretos. Argumentou também que foi compelida a assinar o contrato na forma imposta pelo proprietário em razão do prejuízo a sua atividade educacional. Ao final, sustentou que o imóvel em questão estaria extremamente deteriorado e necessitando de realização de inúmeras benfeitorias.

Na sentença proferida em setembro de 2012, a juíza decretou a rescisão do contrato de locação celebrado entre as partes e determinou a desocupação voluntária do imóvel até a data limite de 15 de julho de 2013. Além da ordem de despejo, a magistrada condenou a ré ao pagamento dos alugueres e demais encargos contratuais devidos desde 31 de dezembro de 2008, bem como o adimplemento de todos os demais encargos (IPTU, condomínio e aluguéis) vencidos no decorrer da lide até a efetiva entrega do imóvel.

Após os recursos impetrados pela faculdade contra a decisão de 1ª Instância, a 3ª Turma Cível do TJDFT manteve a ordem de despejo. O julgamento foi unânime.

Educação » Volta às aulas ameaçada em quatro faculdades

Problemas trabalhistas,como atrasos de salários, férias, não recolhimento de FGTS e Previdência, afetam a rotina de 14 mil estudantes dessas instituições particulares.

Professores podem cruzar os braços no começo do próximo semestre letivo

A Alvorada enfrenta ação de despejo e tem até julho deste ano para desocupar prédio na Asa Norte: dívida atrasada soma R$ 2,4 milhões
A Alvorada enfrenta ação de despejo e tem até julho deste ano para desocupar prédio na Asa Norte: dívida atrasada soma R$ 2,4 milhões

Problemas trabalhistas em pelo menos quatro instituições de ensino superior do Distrito Federal complicam a rotina acadêmica e ameaçam cerca de 14 mil estudantes. As faculdades Alvorada, Fortium, Evangélica de Brasília e de Taguatinga e a União Educacional de Brasília (Uneb) acumulam pendências com funcionários. Entre elas, atrasos constantes no pagamento de salários, férias, 13° e não recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Nem mesmo decisões
judiciais cessaram os descumprimentos de prazos. Agora, os cerca de 650 professores dessas instituições se articulam para organizar uma greve e não retomar as atividades no próximo mês, até que os débitos sejam quitados. Se a paralisação não complicar a vida dos estudantes em curto prazo, a Justiça ou o Ministério da Educação podem atuar de forma severa para punir esses erros e evitar novos.

O caso da Faculdade Alvorada é o mais grave. A instituição é alvo de uma ação de despejo por falta de pagamento da locação do prédio onde funciona, na 315 Norte. A Alvorada tem até 15 de julho para desocupar o local voluntariamente. O não pagamento dos aluguéis, de 1° de dezembro de 2008 até 31 de julho de 2009, resultou em um saldo devedor de R$ 2,4 milhões. A faculdade teve todos os recursos negados na primeira instância. Se quiser recorrer novamente, terá que entrar com uma ação nos tribunais superiores. Colocar as contas em dia com o locatário e os funcionários e sair do edifício não isentam a faculdade do pagamento da multa pelos descumprimentos de acordos e decisões judiciais.

Serviço prejudicado
Até que a situação se resolva, os estudantes ficam sem definição quanto ao futuro da própria graduação. “Sem receber, os professores estão prendendo os diários de classe e nós não temos como pegar o histórico escolar para levar ao estágio”, exemplifica a estudante Thais Evangelista de Sousa, 25 anos. Os docentes expuseram os problemas enfrentados em sala. Algumas vezes, se recusaram a dar aulas ou aplicar trabalhos, em protesto. “O próximo semestre está marcado para começar em 18 de fevereiro, mas não temos segurança. O número de estudantes que trancaram a matrícula já é bem grande”, afirma. Outra reclamação é a falta de informação por parte da direção.

O estudante Ricardo dos Santos Silva, 21 anos, conta que um grupo de colegas se mobilizou para tentar encontrar mensalidades acessíveis. “Amaioria está a par dessa situação. Cerca de 60 estudantes decidiram procurar outra faculdade”, calcula. De acordo com ele, a estrutura física do prédio também deixa a desejar, com salas de aulas que abrigam de 40 a 50 alunos, sem ventiladores ou janelas, algumas no subsolo.

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O receio é que elas estejam dilapidando o patrimônio aos poucos, como no caso da ação de despejo da Alvorada, para então falir e darumcalote em todo mundo

Uma professora, que preferiu não se identificar, conta que chegou a ficar três meses sem salário. Em 17 de dezembro, foi demitida. “Não recebi os últimos salários,nemo 13° e não me procuraram para tratar dos direitos da demissão”, conta. Desligado da instituição, Alexandre Pontes, 51 anos, está na mesma situação. Ele recebeu um telegrama avisando o fim do vínculo empregatício. “Que instituição séria demite um funcionário dessa forma?”, questiona.

Na opinião dele, a demissão ocorreu depois da recusa de uma proposta de parcelamento das dívidas. A direção, por sua vez, relacionou o desligamento à intenção de reduzir o número de aulas presenciais e aumentar o ensino a distância. A Alvorada foi procurada pelo Correio, por diversas vezes, durante a semana, mas não se pronunciou sobre a situação até o fechamento desta edição.

Situação semelhante
Contratado pela Faculdade Evangélica em 2009, um professor, que também preferiu não se identificar, contou que vive drama semelhante. “No primeiro semestre de 2010, começaram os problemas de atraso e, em 2011, isso se tornou mais frequente. Fiquei dois meses sem receber. FGTS, eles não pagam”, detalha. A situação, segundo ele, se arrasta. O salário de novembro foi pago em 27 do mês seguinte, por exemplo. O valor de dezembro e o 13° salário ainda não caíram na conta do professor. “Eles pagam uma parte do grupo e outra, não. Quando procuramos a direção, não temos respostas de nada”, reclama.

Em 12 de novembro do ano passado, o Ministério Público do Trabalho (MPT) firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que cobra da instituição o registro dos empregados, cumprimento de prazos e pagamento de férias, recolhimento do FGTS, quitação de verbas rescisórias e de contribuições previdenciárias. O descumprimento de cada obrigação descrita sujeitará a instituição de ensino ao pagamento de multa diária de R$ 2 mil por dia de atraso. O diretor financeiro da Faculdade Evangélica, Jair Miranda Junior, afirmou que a empresa está regularizando a situação. “Estamos em dia, está tudo certo. Salários e 13° pagos. Se fôssemos falar há um ano e meio, faria sentido.Hoje, não”, assegura.

Assembleia em fevereiro
Depois de denunciar as faculdades individualmente aos órgãos competentes e não obter os resultados esperados, o Sinproep- DF garante que vai agir de forma mais agressiva a partir de agora. O presidente da entidade, Rodrigo de Paula, deve reunir uma comissão para entrar em contato com ministérios públicos do Trabalho, do Distrito Federal e Territórios e Federal, o Ministério da Educação (MEC) e a Receita Federal. O objetivo é pedir uma força-tarefa a fim de investigar as irregularidades e tomar as medidas cabíveis. Outra ação prevista é tornar públicos os nomes das instituições de ensino superior com problemas recorrentes.

“O receio é que elas estejam dilapidando o patrimônio aos poucos, como no caso da ação de despejo da Alvorada, para então falir e dar um calote em todo mundo”, avalia Rodrigo de Paula. Na opinião dele, essas faculdades são instituições lucrativas e, portanto, não existe justificativa para essas pendências. “A ideia é montar uma campanha publicitária conscientizando estudantes a procurarem instituições que cumprem suas obrigações”, explica. Para Rodrigo, os professores conseguem se recolocar no mercado de trabalho, mas os estudantes dessas faculdades, geralmente de baixa renda ou pessoas que conciliam trabalho e estudo, podem perder dinheiro, o diploma e o estímulo para dar seguimento aos estudos.

O sindicato também promete convocar uma assembleia com os professores das quatro faculdades no início do semestre letivo, em fevereiro. “Já tomamos várias medidas e nada funcionou. A greve vai impedir o início do semestre e pode levar a comunidade a pressionar as instituições”, ressalta.

Sanções possíveis
Apesar de o sindicato informar que esteve no MEC em 10 ocasiões diferentes, a pasta afirma que, no caso das instituições apontadas, ainda não há processo de inspeção instaurado especificamente sobre esse tema. “Tais notícias serão apuradas por meio de processo de supervisão e, em caso de constatação de infração ao marco regulatório da educação superior ou de repercussão negativa na prestação de uma educação de qualidade aos estudantes, sanções administrativas previstas na legislação serão adotadas”, detalhou o MEC, por meio de nota.

FONTE: iG e Correio Braziliense.


Divulgada a 1ª chamada de estudantes selecionados pelo ProUni

Prouni

O resultado da primeira chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni) já pode ser consultado em sua página na internet, nas instituições participantes ou pela central de atendimento do Ministério da Educação (MEC): 0800-616161. Os candidatos pré-selecionados devem comprovar nas instituições de ensino as informações dadas na ficha de inscrição, providenciar a matrícula e, se for o caso, participar de seleção própria da faculdade ou universidade. No site do Prouni é possível ver a lista da documentação necessária.

O candidato tem de 1º a 8 de julho para comparecer às instituições com os documentos. Caso perca o prazo ou não comprove as informações necessárias, será reprovado.O Prouni oferece bolsas em instituições particulares de ensino superior. Nesta edição, são oferecidas 90.045 bolsas – dessas, 55.693 integrais e 34.352 parciais, no valor de 50% da mensalidade. As bolsas integrais do ProUni são para os estudantes com renda bruta familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. As bolsas parciais são destinadas aos candidatos com renda bruta familiar de até três salários mínimos por pessoa. Nesta edição do programa 436.941 candidatos fizeram a inscrição.O resultado da segunda chamada está previsto para 16 de julho. O estudante terá de 16 a 22 do mesmo mês para comprovar as informações e providenciar a matrícula. Caso fique fora das duas chamadas e pretenda integrar a lista de espera, o candidato terá de fazer a adesão, também pela internet, de 26 a 29 de julho.

FONTE: Estado de Minas.

Inscrições para o Enem terminam nesta segunda-feira

enem

Para fazer a inscrição o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o candidato deve ter em mãos os números do Cadastro de Pessoa Física (CPF) e do documento de identidade. Será cobrada uma taxa de R$ 35.

Terminam nesta segunda-feira, às 23h59, as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os interessados em fazer a prova devem se inscrever no site do Enem. Aqueles que já fizeram a inscrição e ainda não pagaram têm até quarta-feira para fazê-lo. A inscrição só será confirmada após o pagamento. Segundo o último balanço do Ministério da Educação (MEC), mais de 5 milhões se inscreveram até esta sexta-feira. A expectativa é que o número de candidatos ultrapasse 6 milhões.Para fazer a inscrição, o candidato deve ter em mãos os números do Cadastro de Pessoa Física (CPF) e do documento de identidade. Será cobrada uma taxa de R$ 35. Estudantes que concluírem o ensino médio em escolas públicas no ano de 2013 e participantes com renda mensal per capita de até 1,5 salário mínimo estão isentos da taxa de inscrição. Aqueles que solicitarem a isenção deverão dispor dos documentos que comprovem a renda. No caso de isenção, a confirmação da inscrição ocorrerá após comprovados os dados fornecidos.

O participante que precisa de atendimento diferenciado ou específico deverá informar a necessidade no ato da inscrição. O atendimento diferenciado é prestado a pessoas com deficiência visual, auditiva, física e mental, dislexia, déficit de atenção, autismo ou outra necessidade especial. O atendimento específico é oferecido a gestantes, lactantes, idosos, estudantes em classe hospitalar e aos sabatistas que, por motivo religioso, não podem ter atividades aos sábados, no período diurno.Ao finalizar a inscrição, o participante deve verificar se ela foi concluída com sucesso e guardar o número e a senha. Com essas informações o candidato poderá acompanhar o processo de inscrição e, além disso, consultar e imprimir o cartão de confirmação. Caso esqueça ou perca a senha, o candidato poderá recuperá-la pelo endereço http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricaoEnem. Alterações nos dados cadastrais, na cidade de provas e na opção de língua estrangeira são permitidas apenas até o fim do período de inscrição.

Após a confirmação da inscrição – com o pagamento ou comprovação das informações que permitem a isenção -, o participante receberá em casa o cartão de confirmação de inscrição, que terá um número, assim como a data, hora, o local de realização das provas, a opção de língua estrangeira e outras informações específicas.

O exame será aplicado nos dias 26 e 27 de outubro em todos os estados e no Distrito Federal. O Enem tem uma redação e quatro provas objetivas. Cada uma contém 45 questões de múltipla escolha. No primeiro dia, os inscritos farão provas de ciências humanas e da natureza, com duração de quatro horas e 30 minutos. No segundo dia, as provas aplicadas serão de linguagens e códigos, matemática e redação, com duração de cinco horas e 30 minutos.

Os estudantes maiores de 18 anos que ainda não obtiveram a certificação do ensino médio podem fazê-lo por meio do Enem. Eles devem pedir, na inscrição, que o resultado do exame seja usado para a certificação. Também devem indicar uma das instituições certificadoras que constam no edital do exame.

O Enem é voltado para aqueles que já concluíram ou vão concluir o ensino médio até o fim de 2013, mas pode ser feito também por quem quer apenas treinar para a prova. O resultado no exame é usado no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas de educação superior. Além disso, uma boa avaliação no Enem é também requisito para participação do estudante nos programas Universidade para Todos (ProUni) e Ciência sem Fronteiras e para receber o benefício do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

FONTE: Estado de Minas.

Um artigo assinado pelo professor de Hermenêutica Jurídica da UFC (Universidade Federal do Ceará), doutor Glauco Barreira Magalhães Filho, contra a exigência aos cartórios de realizarem o casamento gay está causando polêmica e gerou críticas de integrantes de movimentos sociais.

No artigo, publicado no site da Faculdade de Direito da UFC, o professor diz que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) –autor da determinação aos cartórios– está adotando práticas “parecidas” com as de Hitler e com a ditadura dos militares no Brasil. Ele diz ainda que a exigência do casamento gay é um “golpe de estado.”

Estudantes fazem ‘beijaço’ na UnB em protesto contra homofobia

Estudantes da UnB (Universidade de Brasília) fizeram nesta terça-feira (15), no prédio conhecido como “Minhocão”, um “beijaço” contra a homofobia. O protesto faz parte do “3º UnB Fora do Armário”. Amanhã (16), acontece, também em Brasília, a Marcha Nacional Contra a Homofobia, em frente ao Palácio do Planalto

“O STF (Joaquim Barbosa em particular) ganhou a fama de ‘justiceiro’ ao condenar os implicados no mensalão, o que todos aplaudimos. No entanto, a continuidade disso é um golpe de Estado em andamento, pois o CNJ (presidido por Joaquim Barbosa), contrariamente à Constituição, determinou que os cartórios celebrassem casamento homossexual. Como, entretanto, um órgão de fiscalização pode legislar? Onde estão as noções de vontade geral, soberania parlamentar e legitimidade democrática?”, questiona.

No artigo, Filho ainda pede mobilização nacional contra a medida, a qual justifica em “defesa da família”. “Os cartórios devem se manifestar contra tal decisão, devem recusar cumpri-la. As igrejas e os cidadãos devem protestar e resistir. Não chamo isso de ‘desobediência civil’, pois o ato não é contra a lei e a Constituição, mas, sim, a favor da lei, da Constituição e da democracia. Chamo isso de resistência ao autoritarismo”, alegou.

Polêmica

As opiniões geram polêmica nas redes sociais, a favor e contra. “Parabenizo o Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho, UFC pela utilização do Princípio da Democracia, a liberdade de expressão!”, disse o usuário p_fiuza28″, pelo Twitter. “Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho, da UFC: da próxima vez que comparar gays a nazistas, certifique-se de que não eram mortos pelo regime”, comentou Eli Vieira.

As críticas também fizeram parte do repertório de comentários no Twitter. “Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho, Professor de Hermenêutica Jurídica da UFC! Você é machista”, afirmou Romário D’angelo Luz. “Avisar ao Glauco Barreira Magalhães (Ele é doutor, mas recuso-me a usar ) que faltou ele incluir um “Heil Hitler!”, argumentou Gilliard de Oliveira.

Em “repúdio” ao artigo, um grupo criou um abaixo-assinado no site “Petição Pública” para encaminhar à Faculdade de Direito da UFC.

“Defendemos uma faculdade laica. Uma educação jurídica crítica, que não reproduza em sala de aula as opressões – racismo, machismo e homofobia – que perpetuam-se no sistema capitalista. Defendemos uma educação superior que tem por finalidade estimular o pensamento reflexivo e exercitar o respeito, a tolerância, a promoção e a valorização das diversidades de orientação sexual”, diz o texto da petição, que até o fim da manhã desta sexta-feira (24) tinha conseguido apenas dez assinaturas.

Universidade critica

Em nota oficial, a UFC informou que o artigo “não interpreta o pensamento de nossa instituição, arcando os autores dos textos opinativos com a responsabilidade por aquilo que publicam sob sua assinatura.”

A UFC ainda disse que é contra qualquer preconceito. “A política editorial desta universidade privilegia o respeito à diversidade de orientação sexual, étnica, cultural, ideológica e religiosa, além de reconhecer demais princípios constitucionais de nosso país”, diz a universidade.

Ainda segundo a UFC, as páginas dos centros, faculdades e departamentos são “livremente administradas por essas unidades, que estabelecem, para seus conteúdos, os critérios que julgarem pertinentes.”

Em outra nota, o diretor da Faculdade de Direito da UFC, Cândido Bittencourt de Albuquerque, também criticou indiretamente o conteúdo do artigo, mas afirma que ele não será retirado do ar.

“Reafirmando a vocação democrática e plural da nossa escola, informa que não admite qualquer forma de intolerância religiosa, racial ou sexual, mas esclarece que não exercerá qualquer tipo de censura, pelo que será assegurado à sua comunidade acadêmica a livre manifestação de pensamento, vedado o anonimato, ainda que a opinião expressada não reflita o sentimento do diretor ou a posição institucional da Faculdade.”


Calendário de Renovação de Matrícula para o 1º semestre de 2013
Publicado em : 20 de dezembro de 2012

Fiquem atentos às datas para renovação de matrícula para o 1º semestre 2013, campus Belo Horizonte:

08/01/2013 …………………………………………… Direito – 7º, 8º, 9º e 10º períodos – todos os turnos

09/01/2013 …………………………………………….Direito – 2º, 3º, 4º, 5º e 6º períodos e turnos

10/01/2013 ……………….. Engenharia de Produção e Análise de Sistemas – todos os períodos e turnos

11/01/2013 ………………………………….. Educação Física – 5º, 6º 7º e 8º períodos – todos os turnos

14/01/2013 ………………………………………. Educação Física – 2º, 3º e 4º períodos – todos os turnos

15/01/2013 ……………………………………… Enfermagem e Fisioterapia – todos os turnos e períodos

16/01/2013…………………..Pedagogia/Administração / Serviço Social/ Psicologia todos os períodos

de 17 a 31/01/2013 ………………………………….. Todos os cursos e Períodos (limite dentro do prazo)

FONTE: http://www.universo.edu.br